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DESCRIÇÃO

Apresentação anatômica e funcional dos elementos que compõem o


sistema linfático, correlacionando-os em um contexto clínico e cirúrgico.

PROPÓSITO
Compreender aspectos morfofuncionais do sistema linfático e seus
constituintes, ação fundamental para o profissional da área de saúde.

OBJETIVOS
MÓDULO 1

Reconhecer os conceitos gerais sobre o sistema linfático

MÓDULO 2

Descrever os órgãos linfáticos primários e secundários

INTRODUÇÃO
O sistema linfático funciona como uma rede de tecidos, órgãos e vasos que
ajudam a manter o equilíbrio de fluidos corporais, a eliminar as substâncias
estranhas desses fluidos e a gerar células imunológicas que atuam na
defesa do organismo.

Este conteúdo visa discutir a anatomia do sistema linfático – cuja estrutura e


função estão intimamente ligadas ao sistema imunológico – e o seu papel
na recuperação de fluidos e imunidade. Serão abordados aspectos gerais
do sistema linfático, como suas funções e seus principais componentes
celulares, além dos órgãos primários e secundários presentes nele.

MÓDULO 1

 Reconhecer os conceitos gerais sobre o sistema linfático


GENERALIDADES SOBRE O
SISTEMA LINFÁTICO
A manutenção da homeostase no corpo requer um combate contínuo contra
agentes nocivos. Apesar da exposição constante a uma variedade de
patógenos produtores de doenças, como bactérias e vírus, a maioria das
pessoas permanece saudável. A imunidade, termo que define a capacidade
de evitar danos ou doenças por meio de nossas defesas, possui dois tipos
gerais: inata e adaptativa ou específica.


A imunidade inata, cujo propósito é impedir a entrada de patógenos no
corpo, refere-se às defesas que estão presentes no nascimento, não
envolve o reconhecimento específico de um patógeno e atua contra todos
da mesma maneira. Entre os componentes da imunidade inata estão a
primeira linha de defesa e a segunda linha de defesa.

PRIMEIRA LINHA DE DEFESA


Barreiras físicas e químicas da pele e das membranas mucosas.
SEGUNDA LINHA DE DEFESA
Substâncias antimicrobianas, células NK, fagócitos, inflamação e febre.

A imunidade adaptativa refere-se a defesas que envolvem reconhecimento


de um micróbio, uma vez que ele violou a imunidade inata de defesas. Ela é
baseada em uma resposta específica a um micróbio; ou seja, adapta-se ou
se ajusta para lidar com um micróbio específico.


O sistema do corpo responsável tanto pela imunidade adaptativa quanto por
alguns aspectos da imunidade inata é o sistema linfático, que está
intimamente ligado ao sistema cardiovascular e funciona em conjunto com o
sistema digestivo na absorção de alimentos gordurosos.
Imagem: Shutterstock.com
 A relação do sistema linfático com o sistema vascular.

De modo geral, o sistema linfático é composto pelos seguintes elementos:

LINFA

O fluido que o sistema coleta dos espaços intersticiais dos tecidos e retorna
à corrente sanguínea.

VASOS LINFÁTICOS

Transportam a linfa.

TECIDO LINFÁTICO (OU LINFOIDE)


Composto de agregados de linfócitos e macrófagos em diversos órgãos do
corpo.

ÓRGÃOS LINFÁTICOS

Concentram ou produzem linfócitos e macrófagos.

O sistema linfático é responsável por diversas funções. Observe um breve


estudo sobre cada uma delas:

RECUPERAÇÃO DE FLUIDOS
O fluido é filtrado continuamente dos capilares sanguíneos nos espaços
entre os tecidos (intersticiais). Os capilares sanguíneos reabsorvem cerca
de 85% dele, mas os 15% que não são absorvidos pelos capilares
equivalem, ao longo de um dia, de 2 a 4L de água e de um quarto a metade
das proteínas plasmáticas. Um indivíduo morreria de falha circulatória em
poucas horas se essa água e essas proteínas não voltassem à corrente
sanguínea. Uma tarefa do sistema linfático é reabsorver esse excesso e
devolvê-lo ao sangue. Qualquer distúrbio na drenagem linfática pode fazer
com que os tecidos inchem com o excesso de fluido, condição conhecida
como edema.
Foto: Shutterstock.com
 Edema de membros inferiores.

IMUNIDADE
À medida que o sistema linfático recupera o excesso de fluido do tecido, ele
também coleta células estranhas e substâncias químicas dos tecidos.
Algumas dessas células são patógenas, microrganismos com potencial para
causar doenças. Em seu caminho de volta à corrente sanguínea, esse fluido
passa pelos linfonodos, que atuam como filtros onde as células
imunológicas ficam de guarda contra patógenos e ativam respostas
imunológicas protetoras.

ABSORÇÃO DE LIPÍDIOS
No intestino delgado, os vasos linfáticos especiais, chamados de vasos
lácteos, absorvem os lipídios dos alimentos que não foram absorvidos pelos
capilares sanguíneos intestinais.
LINFA E VASOS LINFÁTICOS
A linfa é um fluido transparente e incolor, semelhante ao plasma sanguíneo,
mas com baixo teor de proteína. Ela se origina a partir do líquido intersticial
que foi absorvido pelos vasos linfáticos. Sua composição varia
substancialmente de um lugar para outro.

 EXEMPLO

Após uma refeição, por exemplo, a linfa que drena o intestino delgado tem
uma aparência leitosa devido ao seu alto teor de lipídios. Essa linfa
intestinal é chamada de quilo.

A linfa que sai dos linfonodos – o principal suprimento de linfócitos para a


corrente sanguínea – contém muitos linfócitos. A linfa também pode conter
macrófagos, hormônios, bactérias, vírus, detritos celulares e até células
cancerígenas itinerantes. A linfa corre por meio de um sistema de canais,
denominados vasos linfáticos, semelhantes aos vasos venosos. Eles
começam com capilares linfáticos microscópicos – também chamados de
linfáticos terminais –, que penetram quase todos os tecidos do corpo, mas
estão ausentes na cartilagem, no osso, na medula óssea e na córnea.

 ATENÇÃO

Os vasos linfáticos terminais estão intimamente associados aos capilares


sanguíneos, mas, diferentemente, deles são fechados em uma das
extremidades.
Um capilar linfático consiste em um saco de células endoteliais finas que se
sobrepõem frouxamente como as telhas de um telhado. As células são
amarradas ao tecido circundante por filamentos de proteína que impedem o
colapso do vaso.

Ao contrário das células endoteliais dos capilares sanguíneos, as células


endoteliais linfáticas não são unidas por zonas de oclusão nem possuem
uma lâmina basal contínua. Isso faz com que as lacunas entre as células
endoteliais sejam tão grandes que bactérias, linfócitos e outras células e
partículas maiores possam entrar com o fluido do tecido. Desse modo, a
linfa que chega a um linfonodo leva uma espécie de relatório sobre o estado
de um tecido, de acordo com o tipo e a quantidade de elementos que irão
constituir a linfa.

Imagem: Shutterstock.com
 Um capilar linfático e sua relação com os vasos sanguíneos.

Os vasos linfáticos maiores são semelhantes às veias em sua histologia.


Eles têm uma túnica interna com endotélio e válvulas, uma túnica média
com fibras elásticas e músculo liso e uma fina túnica externa. Suas paredes
são mais finas, e suas válvulas estão mais próximas do que as das veias.

Imagem: Shutterstock.com
 Representação de um vaso linfático, no qual se demonstra o
funcionamento da sua válvula.

À medida que os vasos linfáticos convergem ao longo de seu caminho, eles


se tornam cada vez maiores e sofrem certas mudanças na nomenclatura. A
rota da linfa de volta à corrente sanguínea é dada da seguinte forma:

Capilares linfáticos → Vasos coletores → Seis troncos linfáticos → Dois


ductos coletores → Veias subclávias/jugulares internas

Os capilares linfáticos convergem para formar vasos coletores. Cabe


ressaltar que existem dois sistemas de vasos, um sistema de vasos
linfáticos superficiais e outro profundo. Os vasos superficiais drenam a linfa
para os vasos profundos.

Os vasos linfáticos profundos viajam ao lado de veias e artérias e


compartilham uma bainha de tecido conjuntivo comum com elas. Em
intervalos irregulares, eles esvaziam nos linfonodos. A linfa escorre
lentamente pelo linfonodo, onde as bactérias são fagocitadas, e as células
do sistema imunológico monitoram o fluido em busca de antígenos. Ele
deixa o outro lado do linfonodo por meio de outro vaso coletor (eferente),
que viaja e encontra outros linfonodos. Ou seja, o vaso linfático eferente é
responsável por levar linfa filtrada de um linfonodo para outro.

Por fim, os vasos coletores convergem para formar troncos linfáticos


maiores, cada um dos quais drena uma parte importante do corpo. Existem
11 troncos linfáticos, cujos nomes indicam suas localizações e partes do
corpo que drenam – um tronco intestinal solitário e pares de troncos jugular,
subclávio, broncomediastinal, intercostal e lombar. O tronco lombar drena
não apenas a região lombar, mas também os membros inferiores. A união
dos troncos lombares com o tronco intestinal forma uma estrutura anatômica
denominada cisterna do quilo.

CISTERNA DO QUILO
Também chamada de cisterna de Pecquet. A estrutura representa um
saco proeminente assim chamado devido à grande quantidade de quilo
que coleta após uma refeição.

A cisterna do quilo apresenta formas variáveis em 84% dos casos, dos quais
ela pode se apresentar fusiforme (37%), irregular (22%), sigmoide (11%),
triangular (11%) arredondada ou ovalada (3%). Topograficamente, está
nivelada no eixo longitudinal do plano mediano e apresenta os seguintes
dados morfológicos:

a) Anterior à coluna vertebral, entre os níveis T11 e L3, com maior
frequência no nível da 1ª e 2ª vértebras lombares (77%).

b) Posicionada entre os dois pilares do diafragma (81%).


c) Posterior à parte abdominal da aorta (88%).

d) Altura varia entre 9mm e 43mm (média de 17mm), largura entre 5mm e
21mm (média de 9,3mm).


Os troncos linfáticos convergem para formar dois grandes ductos coletores:

O ducto linfático direito se forma através da união dos troncos jugular,


subclávio e broncomediastinal do lado direito da cavidade torácica. Esse
ducto recebe drenagem linfática do membro superior direito e do lado direito
do tórax e da cabeça. Desemboca na veia subclávia direita.
O ducto torácico, à esquerda, é maior e mais longo. Ele começa logo abaixo
do diafragma, anterior à coluna vertebral, no nível da segunda vértebra
lombar. Aqui, os dois troncos lombares e o tronco intestinal se unem e
formam a cisterna do quilo. Torna-se ducto torácico depois de passar pelo
diafragma.

Ao subir, em conjunto com a aorta e de forma adjacente à coluna vertebral,


o ducto torácico recebe linfa adicional dos troncos broncomediastinal
esquerdo, subclávio esquerdo e jugular esquerdo, e então deságua na união
da veia subclávia esquerda com a veia jugular interna esquerda (ângulo
venoso de Pirogoff). Coletivamente, esse ducto drena todo o corpo abaixo
do diafragma, o membro superior esquerdo e o lado esquerdo da cabeça,
pescoço e tórax.

Imagem: Shutterstock.com
 Esquema em que se demonstram os grandes troncos linfáticos.
Imagem: Dr. Johannes Sobotta/Wikimedia Commons/PD US
 Imagem demonstrando a cisterna do quilo e a trajetória do ducto torácico
(em destaque). Note sua relação com a coluna vertebral.

A estrutura dos linfonodos e seus agrupamentos no corpo humano serão


descritos posteriormente.

CÉLULAS E TECIDOS LINFÁTICOS


Além dos vasos linfáticos, outro componente do sistema linfático são os
tecidos e as células linfáticas, também chamadas de linfócitos, que variam
de células vagamente dispersas nas membranas mucosas dos tratos
digestivo, respiratório, reprodutivo e urinário até populações de células
compactas encapsuladas em órgãos linfáticos.

Os tecidos linfáticos são compostos por uma variedade de linfócitos e outras


células com vários papéis na defesa e na imunidade. As células linfáticas
podem ser agrupadas em seis tipos diferentes. A seguir veremos cada uma
delas.

CÉLULAS NK
São linfócitos grandes, cujo nome deriva do termo em inglês Natural Killer ,
ou seja, “exterminadora natural”. Esses linfócitos atacam primariamente
bactérias, células transplantadas e células do próprio hospedeiro que se
tornaram infectadas ou cancerígenas. Estão em constante “patrulha” na
busca dessas células anormais e são, portanto, células de defesa primária
contra o câncer.

LINFÓCITOS T (OU CÉLULAS T)


São assim chamados porque desenvolvem por um tempo no timo e depois
dependem dos hormônios tímicos para regular a sua atividade. O T significa
dependente do timo. Existem quatro subclasses de células T: as células T
citotóxicas, as células T “helper”, as células T regulatórias e as células T de
memória, cada uma com uma função específica.

LINFÓCITOS B
Diferenciam-se em células plasmáticas, que são células do tecido conjuntivo
que secretam proteínas defensivas chamadas de anticorpos. Os linfócitos B
foram assim nomeados pois foram encontrados em um órgão presente
exclusivamente nas aves (a Bursa de Fabricius), que possui estrutura
semelhante à do timo. Os linfócitos B vão para a medula óssea, um tecido
linfoide primário, para amadurecer. Algumas células B tornam-se células B
de memória em vez de células plasmáticas, funcionando de forma similar
aos linfócitos T de memória para conferir imunidade duradoura.

Imagem: Shutterstock.com
 Esquema representando as precursoras das células da linhagem branca.

MACRÓFAGOS
Desenvolvem-se a partir de monócitos que saíram da corrente sanguínea.
Os macrófagos são células muito grandes e de caráter fagocítico. Eles
fagocitam restos de tecido, neutrófilos mortos, bactérias e outros corpos
estranhos, além de processar corpos estranhos e transportar fragmentos
antigenicamente ativos deles (determinantes antigênicos) para a superfície
celular, onde os “exibem” para os linfócitos T. Isso estimula uma resposta
imunológica contra o agente invasor. Macrófagos, linfócitos B e células
reticulares são chamados coletivamente de células apresentadoras de
antígenos (APCs) porque exibem fragmentos de antígenos para outras
células do sistema imunológico.

CÉLULAS DENDRÍTICAS
São leucócitos (células de linhagem branca) que apresentam estruturas
semelhantes aos galhos de uma árvore. Podem ser encontradas na
epiderme, nas membranas mucosas e nos órgãos linfáticos.

CÉLULAS RETICULARES
São células estacionárias que contribuem para o estroma dos órgãos
linfáticos e atuam como APCs no timo. Não devemos confundir as células
reticulares do sistema linfático com as fibras reticulares, que são finas
fibras de colágeno.

Os tecidos linfáticos podem ser considerados agregados de linfócitos nos


tecidos conjuntivos das membranas mucosas e de vários órgãos. A forma
mais simples é o tecido linfático difuso, no qual os linfócitos estão
espalhados em vez de densamente agrupados. É particularmente
prevalente nas passagens do corpo que se abrem para meio externo.

 EXEMPLO
Podemos citar os tratos respiratório, urinário e reprodutivo, onde é chamado
de tecido linfático associado à mucosa (MALT).

TECIDO LINFÁTICO ASSOCIADO À


MUCOSA
No trato gastrointestinal, esse agregado de linfócitos é denominado
tecido linfático associado ao trato gastrointestinal (GALT).

Em alguns lugares, os linfócitos e macrófagos se reúnem em massas


densas chamadas de nódulos linfáticos (folículos), que vêm e vão, conforme
os patógenos invadem os tecidos e o sistema imunológico responde ao
desafio. Nódulos linfáticos abundantes são, entretanto, uma característica
relativamente constante em linfonodos, amígdalas e apêndice. No íleo, na
porção distal do intestino delgado, os nódulos linfáticos formam
aglomerados chamados de placas de Peyer (ou conglomerados
linfonodulares ileais) e podem ser observados em preparações histológicas
simples.

As placas de Peyer são particularmente grandes no íleo, sendo


encontradas, principalmente, na parte do intestino oposta ao mesentério
(borda antimesentérica intestinal). São tecidos ovalados e densos
localizados na membrana mucosa do intestino, formando áreas alongadas,
e a sua superfície está livre das vilosidades e depressões (glândulas
Lieberkühn) que caracterizam a parede intestinal.
CONCEITOS GERAIS DO SISTEMA
LINFÁTICO
O especialista Jose Carlos Siciliano Oliveira fará um breve resumo do
módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. A LINFA É UM LÍQUIDO INCOLOR, MAS, NO TRATO


GASTROINTESTINAL, ADQUIRE CARÁTER LEITOSO.
SABEMOS QUE A LINFA É O PRINCIPAL FLUIDO DO
SISTEMA LINFÁTICO. EM QUAL DESSAS ESTRUTURAS A
LINFA RETORNA PARA A CORRENTE SANGUÍNEA?

A) Veia cava inferior

B) Na união das veias cava superior e inferior

C) Na união da veia jugular interna com a veia subclávia

D) Na união das veias braquiocefálicas

E) Aorta ascendente

2. O TECIDO LINFÁTICO ASSOCIADO AO TRATO


GASTROINTESTINAL (GALT) PODE APRESENTAR
AGLOMERADOS LINFOIDE (AS PLACAS DE PEYER) EM
QUE TOPOGRAFIA ANATÔMICA?

A) Intestino delgado – na membrana mucosa do íleo

B) Intestino delgado – na membrana mucosa do jejuno

C) Intestino delgado – próximo ao plexo mioentérico de Auerbach no íleo

D) Intestino delgado – próximo ao plexo mioentérico de Auerbach no jejuno

E) Intestino grosso
GABARITO
1. A linfa é um líquido incolor, mas, no trato gastrointestinal, adquire
caráter leitoso. Sabemos que a linfa é o principal fluido do sistema
linfático. Em qual dessas estruturas a linfa retorna para a corrente
sanguínea?

A alternativa "C " está correta.

A linfa ajuda a eliminar o excesso de líquido intersticial que se acumula ao


longo do dia. Ela percorre em direção ao ducto torácico, do lado esquerdo, e
ao ducto linfático direito. Essas duas estruturas desaguam, nos seus
respectivos lados, no ponto de união entre a veia jugular interna com a veia
subclávia, um ângulo denominado ângulo venoso de Pirogoff, e, portanto, é
o ponto onde a linfa entra na corrente sanguínea.

2. O tecido linfático associado ao trato gastrointestinal (GALT) pode


apresentar aglomerados linfoide (as placas de Peyer) em que
topografia anatômica?

A alternativa "A " está correta.

As placas de Peyer ou conglomerados linfonodulares ileais são agregados


de nódulos linfáticos que constituem um componente principal do tecido
linfático associado ao intestino (GALT) e são particularmente grandes no
íleo, onde se encontram, principalmente, na parte do intestino oposta ao
mesentério (borda antimesentérica intestinal). São tecidos ovalados e
densos localizados na membrana mucosa do intestino, formando áreas
alongadas, e a sua superfície está livre das vilosidades e depressões
(glândulas Lieberkühn) que caracterizam a parede intestinal.
MÓDULO 2

 Descrever os órgãos linfáticos primários e secundários

CLASSIFICAÇÃO
Os órgãos e tecidos linfáticos amplamente distribuídos são classificados,
com base em suas funções, em dois grupos: órgãos linfáticos primários e
órgãos linfáticos secundários.

Os órgãos linfáticos primários são os locais onde as células-tronco se


diferenciam e se tornam imunocompetentes. Eles incluem a medula óssea
vermelha (encontrada em ossos como esterno e quadril e presente nas
epífises de ossos longos de adultos) e o timo. As células-tronco
pluripotentes na medula óssea vermelha dão origem aos linfócitos B e a
células pré-T, que migram para o timo e se tornam células T
imunocompetentes (Capazes de concretizar uma resposta imune.) .


Os órgãos e os tecidos linfáticos secundários são os locais onde ocorrem a
maioria das respostas imunológicas. Eles incluem os linfonodos, o baço e os
nódulos linfáticos (folículos).

O timo, os linfonodos e o baço são considerados órgãos, porque,


diferentemente dos MALT, cada um deles é circundado por uma cápsula de
tecido conjuntivo.

Vimos anteriormente como o sistema linfático age e quais são suas


principais células. Aqui, iremos descrever anatomicamente os órgãos
pertencentes ao sistema linfático – como medula óssea vermelha; timo;
baço; tonsilas; e linfonodos –, de modo que possamos correlacionar suas
funções.

MEDULA ÓSSEA VERMELHA


A medula óssea vermelha pode não parecer um órgão. Quando aspirado
dos ossos para fins de biópsia ou transfusão, simplesmente parece um
sangue bastante grosso. Apesar disso, um exame microscópico minucioso
da medula mostra que ela possui um grau estrutural surpreendente e que é
formada por múltiplos tecidos, portanto, atende aos critérios que a
denominam como órgão.

Existem dois tipos de medula óssea: a amarela e a vermelha. A medula


óssea amarela é constituída por tecido adiposo e, portanto, não será
descrita. A medula óssea vermelha está envolvida na
hematopoiese (Formação de sangue.) e na imunidade; portanto, é de
nosso interesse.

Em crianças, a medula óssea vermelha – importante fornecedor de linfócitos


para o sistema imunológico – ocupa os espaços medulares de quase todo o
esqueleto. Em adultos, é limitada a partes do esqueleto axial e às epífises
do úmero e do fêmur.
Imagem: Shutterstock.com
 Esquema representando o fêmur, um osso longo, e a medula óssea
vermelha e amarela.

A medula óssea vermelha é caracterizada por ser um material macio, pouco


organizado e altamente vascular, separado do tecido ósseo pelo endósteo
do osso. Produz todas as classes de elementos formados do sangue; sua
cor vermelha vem da abundância de eritrócitos (glóbulos vermelhos).
Numerosas pequenas artérias entram no forame nutrício na superfície do
osso, penetram no osso e deságuam em grandes sinusoides na medula. Os
sinusoides drenam para uma veia longitudinal central que sai do osso pela
mesma rota que as artérias entraram.

Os sinusoides, com 45µm a 80µm de largura, são revestidos por células


endoteliais, como outros vasos sanguíneos, e são circundados por tecido
conjuntivo reticular. As células reticulares secretam fatores estimuladores de
colônias que induzem à formação de vários tipos de leucócitos. Nos ossos
longos dos membros, as células reticulares envelhecidas acumulam gordura
e se transformam em células adiposas, eventualmente, substituindo a
medula óssea vermelha por medula óssea amarela.

Imagem: Shutterstock.com
 Algumas células formadas pela medula óssea vermelha.

Os espaços entre os sinusoides são ocupados por ilhas de células


hematopoiéticas, compostas por macrófagos e células sanguíneas em todos
os estágios de desenvolvimento. Os macrófagos destroem as células
sanguíneas malformadas, e os núcleos são descartados pelos eritrócitos em
desenvolvimento. À medida que as células sanguíneas amadurecem, elas
abrem caminho através das células reticulares e endoteliais para entrar no
seio nasal e fluir na corrente sanguínea. As plaquetas também entram na
corrente sanguínea dessa forma.

 ATENÇÃO
Como já é sabido, a medula óssea vermelha fornece linfócitos que irão para
órgãos-alvo para amadurecerem.

TIMO
O timo, um órgão linfoide primário, está localizado na parte inferior do
pescoço e na parte anterior do mediastino superior. É uma glândula dividida
em dois lobos. Situa-se posterior ao manúbrio do esterno e se estende até o
mediastino anterior, anteriormente ao pericárdio fibroso.

Imagem: Shutterstock.com
 A posição do timo e seu aspecto bilobulado.

Uma camada de tecido conjuntivo mantém os dois lobos próximos, mas


uma cápsula de tecido conjuntivo os divide. Extensões da cápsula,
chamadas de trabéculas, penetram e dividem cada lobo em lóbulos. Cada
lóbulo tímico consiste em um córtex externo com coloração escura e uma
medula central de coloração mais clara. O córtex é composto por muitos
linfócitos T e células dendríticas dispersas, assim como células reticulares e
macrófagos. Os linfócitos T imaturos (células pré-T) migram da medula
óssea vermelha para o córtex do timo, onde se proliferam e começam a
amadurecer.

Imagem: Shutterstock.com
 Esquema mostrando a arquitetura interna do timo.

Células dendríticas, que são derivadas de monócitos, auxiliam no processo


de maturação dos linfócitos. Cada uma das
células reticulares (Corpúsculos de Hassall) especializadas tem vários
processos longos que circundam e servem como estrutura para até 50
linfócitos T. Essas células reticulares ajudam a “educar” as células pré-T em
um processo conhecido como seleção positiva. Além disso, eles produzem
hormônios tímicos que parecem auxiliar na maturação dos linfócitos T.
Apenas cerca de 2% das células T em desenvolvimento sobrevivem no
córtex. As células restantes morrem por apoptose (Morte celular
programada) .
Macrófagos tímicos ajudam a limpar os restos de células mortas e células
incompetentes. Os linfócitos T sobreviventes entram na medula do timo, que
consiste em células T, mais maduras e amplamente dispersas, células
reticulares, células dendríticas e macrófagos.

MONÓCITOS
Essas células são assim chamadas porque têm projeções longas e
ramificadas que se assemelham aos dendritos de um neurônio.

 EXEMPLO

Em bebês, o timo tem uma massa de cerca de 70g. Após a puberdade, o


tecido conjuntivo adiposo e areolar começa a substituir o tecido tímico.
Quando uma pessoa atinge a maturidade, a porção funcional da glândula é
reduzida consideravelmente; e na velhice, a porção funcional pode pesar
apenas 3g. Antes da atrofia do timo, ele povoa os órgãos e tecidos linfáticos
secundários com células T. No entanto, algumas células T continuam a
proliferar no timo ao longo da vida de um indivíduo, mas esse número
diminui com a idade.

O rico suprimento arterial do timo é derivado principalmente dos ramos


intercostais anteriores e dos ramos mediastinais anteriores das artérias
torácicas internas. As veias do timo terminam nas veias braquiocefálica
esquerda, torácica interna e tireoide inferior. Os vasos linfáticos do timo
terminam nos troncos paraesternal, braquiocefálico e traqueobrônquico.
BAÇO
O baço é um órgão de coloração geralmente púrpura e polpuda, de
tamanho e forma semelhantes ao punho de um indivíduo. É relativamente
delicado e considerado o órgão abdominal mais vulnerável em relação aos
demais. O baço está localizado na parte superolateral do quadrante superior
esquerdo, mais especificamente no hipocôndrio esquerdo do abdome, onde
recebe parcialmente proteção das costelas inferiores.

Imagem: Shutterstock.com
 Posição do baço dentro da cavidade abdominal.

O baço é um órgão móvel, embora normalmente não desça abaixo da


região costal (costela); ele repousa sobre a flexura cólica esquerda (no
intestino), também conhecida como flexura esplênica, dada sua relação com
o baço. Ele está associado posteriormente com a nona até a décima
primeira costela esquerda e separado delas pelo diafragma e o recesso
costodiafragmático. No que tange à topografia do baço, ele mantém
relações anteriores com o estômago, relações posteriores com o diafragma,
que o separa da pleura, do pulmão e das costelas (nona até a décima
primeira). Inferiormente ao baço, poderemos encontrar a flexura esplênica
do intestino e, medialmente, o baço mantém relação com o rim esquerdo.

O baço entra em contato com a parede posterior do estômago e está


conectado à sua curvatura maior pelo ligamento gastroesplênico e ao rim
esquerdo pelo ligamento esplenorrenal. Esses ligamentos, contendo vasos
esplênicos, estão fixados no hilo do baço em sua face medial. O hilo
esplênico frequentemente está em contato com a cauda do pâncreas e
constitui o limite esquerdo da bolsa omental.

Imagem: Shutterstock.com
 As superfícies de contato do baço com os demais órgãos da cavidade
abdominal.

Como o maior dos órgãos linfáticos, o baço participa do sistema de defesa


do corpo como um local de proliferação de linfócitos (leucócitos) e de
vigilância e resposta imunológica. No período pré-natal, ele é um órgão
hematopoiético, mas, após o nascimento, está envolvido, principalmente, na
identificação, remoção e destruição de eritrócitos gastos e plaquetas
degradadas e na reciclagem de ferro e hemoglobina.
 VOCÊ SABIA

O baço serve como reservatório de sangue, armazenando hemácias e


plaquetas e, em um grau limitado, pode fornecer uma espécie de
“autotransfusão” em resposta ao estresse imposto pela hemorragia. Apesar
de seu tamanho e das muitas funções úteis e importantes que fornece, não
é um órgão vital (Necessário para sustentar a vida.) e pode ser removido
por meio da esplenectomia (Retirada cirúrgica do baço ou de parte dele.)
em algumas situações.

Para acomodar essas funções, o baço possui uma massa vascular


(sinusoidal) macia com uma cápsula fibroelástica relativamente delicada. A
cápsula fina é coberta por uma camada de peritônio visceral que circunda
inteiramente o baço, exceto no hilo esplênico, onde os ramos esplênicos da
artéria e as veias esplênicas entram e saem. Consequentemente, é capaz
de expansão acentuada e algumas contrações relativamente rápidas.

 VOCÊ SABIA

O baço varia consideravelmente em tamanho, peso e forma. Geralmente


tem aproximadamente 12cm de comprimento e 7cm de largura. A superfície
diafragmática do baço é convexa e se ajusta à concavidade do diafragma e
dos corpos curvos das costelas adjacentes. A estreita relação do baço com
as costelas que normalmente o protegem pode ser prejudicial na presença
de fraturas de costela.

Como já vimos, o baço possui uma cápsula de tecido conjuntivo denso que
o envolve. A porção interna da cápsula emite trabéculas que se estendem
para dentro do parênquima esplênico. A cápsula, em conjunto com as
trabéculas, as fibras reticulares e os fibroblastos constituem o estroma do
baço. Já o parênquima do baço consiste em dois tipos diferentes de tecido,
chamados de polpa branca e de polpa vermelha.

A polpa branca é formada por tecido linfático majoritariamente composto por


linfócitos e macrófagos dispostos em torno de ramos da artéria esplênica,
denominados artérias centrais.


A polpa vermelha consiste em seios
venosos cheios de sangue e verdadeiros cordões de tecido esplênico
chamados de cordões esplênicos (Cordões de Billroth.) . Os cordões
esplênicos consistem em glóbulos vermelhos, macrófagos, linfócitos, células
plasmáticas e granulócitos. As veias estão intimamente associadas à polpa
vermelha.
Imagem: Shutterstock.com
 Esquema representando a anatomia interna do baço.


O suprimento arterial do baço provém da artéria esplênica, o maior ramo do
tronco celíaco. Esse vaso segue um curso tortuoso, posteriormente à bolsa
omental, anteriormente ao rim esquerdo e ao longo da borda superior do
pâncreas. Entre as camadas do ligamento esplenorrenal, a artéria esplênica
se divide em cinco ou mais ramos que entram no hilo.

A drenagem venosa do baço se dá através da veia esplênica, que é formada


por várias tributárias que emergem do hilo. Recebe a veia mesentérica
inferior durante sua trajetória e em seguida se une à veia mesentérica
superior para formar a veia porta hepática.


Os vasos linfáticos do baço deixam os nódulos linfáticos no hilo esplênico e
passam ao longo dos vasos esplênicos para os linfonodos pancreático-
esplênicos, que, por sua vez, drenam linfa para os linfonodos celíacos.

Os nervos do baço possuem função vasomotora e são derivados do plexo


celíaco e se distribuem em conjunto com os ramos da artéria esplênica.


NOTA CLÍNICA: Ruptura de baço

O baço é o órgão mais frequentemente danificado em casos de trauma


abdominal. Golpes fortes sobre o tórax inferior esquerdo ou abdome
superior podem fraturar as costelas que o protegem. Essa lesão por
esmagamento pode resultar em ruptura do baço, o que causa hemorragia e
choques significativos.

A remoção do baço é necessária, para prevenir a morte por sangramento; e


outras estruturas, particularmente a medula óssea vermelha e o fígado,
podem assumir algumas funções normalmente desempenhadas por ele. As
funções imunológicas, no entanto, diminuem na ausência de um baço, o que
coloca o paciente em maior risco de sepse devido à perda das funções de
filtragem e de fagocitose do baço.

SEPSE
Sepse é a presença de microrganismos piogênicos e outros organismos
patogênicos, ou suas toxinas, na corrente sanguínea ou nos tecidos. É
uma infecção no sangue. Para reduzir o risco de sepse, os pacientes
que foram submetidos à retirada do baço tomam antibióticos profiláticos
(preventivos) antes de qualquer procedimento invasivo.

NOTA CLÍNICA: Esplenomegalia

Quando o baço está acometido por alguma doença, como a leucemia


granulocítica (alta contagem de leucócitos), ele pode aumentar para 10 ou
mais vezes seu tamanho e peso normais, processo chamado de
esplenomegalia.

O baço geralmente não é palpável no adulto. Se sua borda inferior puder ser
detectada ao palpar abaixo do rebordo costal esquerdo no final da
inspiração, ela está cerca de três vezes maior que seu tamanho “normal”.
Caso haja esplenomegalia, o hipocôndrio esquerdo fica preenchido, deixa
de apresentar timbre timpânico e passa a maciço ao exame de percussão.
Esse espaço anatômico (semilunar de Traube) tem forma de lua crescente,
circundado pela margem inferior do pulmão esquerdo, a margem anterior do
baço, o rebordo costal esquerdo e a margem inferior do lobo esquerdo do
fígado.
De modo geral, esse espaço tem largura de 12cm e altura de 9cm,
projetando-se da 6ª à 9-10ª costelas. A expressão “Traube Livre”, muito
usada no cotidiano dos hospitais e por acadêmicos, significa dizer que a
percussão do espaço apresenta o timbre timpânico e que a loja de Traube
encontra-se “livre” de ocupação, conforme normal.

A esplenomegalia também ocorre em algumas formas de anemias


hemolíticas ou granulocíticas, nas quais eritrócitos ou leucócitos,
respectivamente, são destruídos em taxas anormalmente altas. Nesses
casos, uma esplenectomia também é necessária.

NOTA CLÍNICA: Baços acessórios

Um ou mais pequenos baços acessórios podem se desenvolver no período


pré-natal próximo ao hilo esplênico. Eles podem estar embutidos parcial ou
totalmente na cauda do pâncreas, entre as camadas do ligamento
gastroesplênico, no compartimento infracólico, no mesentério ou nas
proximidades de um ovário ou testículo.

Na maioria dos indivíduos afetados, apenas um baço acessório está


presente. Baços acessórios são relativamente comuns, geralmente
pequenos (aproximadamente 1cm de diâmetro e variam de 0,2cm a 10cm) e
podem se assemelhar a um linfonodo. A consciência da possível presença
de um baço acessório é importante porque, se não for removido durante
uma esplenectomia, os sintomas que indicam a sua remoção (por exemplo,
anemia esplênica) podem persistir.

TONSILAS
As tonsilas, conhecidas também como amígdalas, são agregados de
tecido linfático localizadas na entrada da faringe, onde protegem a região
contra patógenos ingeridos e inalados. Cada tonsila é coberta por um
epitélio e possui fossas profundas chamadas de criptas tonsilares,
revestidas por nódulos linfáticos. As criptas geralmente contêm restos de
comida, leucócitos mortos, bactérias e produtos químicos antigênicos.
Abaixo das criptas, as tonsilas são parcialmente separadas do tecido
conjuntivo subjacente por uma cápsula fibrosa incompleta.

Existem quatro conjuntos principais de tonsilas:

Imagem: Shutterstock.com

Uma única tonsila faríngea, conhecida como adenoide, na parede superior e


posterior da faringe, logo atrás da cavidade nasal.
Imagem: Shutterstock.com

Um par de tonsilas palatinas na margem posterior da cavidade oral, entre o


arco palatoglosso e palatofaríngeo,

Imagem: Shutterstock.com

Numerosas tonsilas linguais, cada uma com uma única cripta, concentradas
em um remendo de cada lado da raiz da língua.
Imagem: Shutterstock.com

Tonsilas tubárias, situadas perto do tórus tubário, uma reflexão da porção


membranosa da tuba auditiva, localizada na nasofaringe. Essas tonsilas, em
conjunto, formam o chamado anel linfático faríngeo (anel linfático de
Waldeyer).

Imagem: Shutterstock.com
 Esquema demonstrando algumas tonsilas.
Clinicamente, as tonsilas palatinas e a adenoide (tonsila faríngea) são as
mais importantes: as primeiras geralmente são alvo de processos
infecciosos que causam inchaço e secreção purulenta, chamado de
amigdalite (tonsilite) .

Imagem: Shutterstock.com
 Diferença de uma cavidade oral normal para uma com tonsilite. Note, na
segunda e na terceira representação, como as tonsilas palatinas estão
inflamadas e inchadas.

Já a adenoide, caso aumentada, pode se tornar quase do tamanho de uma


bola de pingue-pongue e bloquear completamente o fluxo de ar através das
passagens nasais.

 ATENÇÃO

Mesmo que a adenoide aumentada não seja substancial o suficiente para


bloquear fisicamente a parte posterior do nariz, ela pode obstruir o fluxo de
ar o suficiente para que respirar pelo nariz requeira uma quantidade
desconfortável de trabalho, e a inalação ocorra pela boca aberta. A
adenoide aumentada também pode obstruir as vias aéreas nasais o
suficiente para afetar a voz, sem realmente interromper o fluxo de ar nasal
por completo. Nessas situações, ela é removida cirurgicamente.

Imagem: Shutterstock.com
 Hipertrofia da adenoide.

LINFONODOS
Os linfonodos são os mais numerosos órgãos linfáticos: existem cerca de
600 linfonodos espalhados ao longo do corpo, ao redor de vasos
linfáticos. Os linfonodos possuem formato de um grão de feijão e estão
situados tanto superficialmente (na tela subcutânea) quanto profundamente.
Grandes grupos deles estão presentes perto das glândulas mamárias e nas
axilas e na virilha, porém há numerosos linfonodos ao redor de órgãos da
cavidade abdominal e pélvica.
 VOCÊ SABIA

Os linfonodos, outrora chamados de gânglios linfáticos, possuem algo entre


1mm a 25mm de comprimento e, assim como o timo e o baço, são
revestidos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso que se projeta
internamente por meio de trabéculas, dividindo o linfonodo em
compartimentos. Além disso, as trabéculas dão suporte e fornecem rotas
para os vasos sanguíneos.

Novamente, assim como estudamos no timo, a cápsula, as trabéculas, as


fibras reticulares e os fibroblastos constituem o estroma (estrutura de
suporte do tecido conjuntivo) de um linfonodo, enquanto o parênquima
(parte funcional) de um linfonodo é dividido em um córtex, superficial, e uma
medula, situada profundamente.

O córtex possui uma porção externa (córtex externo) e uma porção


interna (córtex interno) . Dentro do córtex externo encontram-se
aglomerados ovoides de células B, denominados nódulos
linfáticos (folículos) . Um nódulo linfático consistindo principalmente de
células B é chamado de nódulo linfático primário. A maioria dos nódulos
linfáticos no córtex externo são nódulos linfáticos secundários, que se
formam em resposta a um antígeno e são locais de formação de células
plasmáticas e células B de memória.
Imagem: Shutterstock.com
 Anatomia interna de um linfonodo.


Depois que as células B em um nódulo linfático primário reconhecem um
antígeno, o nódulo linfático primário transforma-se em um nódulo linfático
secundário. O centro de um nódulo linfático secundário contém uma região
de células que se coram pela luz, denominada centro germinativo onde
estão as células B, as células dendríticas foliculares (um tipo especial de
célula dendrítica) e os macrófagos. Quando as células dendríticas
foliculares “apresentam” um antígeno (lembrando, é uma célula
apresentadora de antígeno, APC), as células B proliferam e se desenvolvem
em células plasmáticas produtoras de anticorpos ou se desenvolvem em
células B de memória.
As células B de memória persistem após uma resposta imune inicial e
“lembram” de ter encontrado um antígeno específico. As células B que não
se desenvolvem adequadamente sofrem apoptose e são destruídas pelos
macrófagos. A região de um nódulo linfático secundário ao redor do centro
germinativo é composta por densos acúmulos de células B que migraram de
seu local de origem dentro do nódulo. O córtex interno não contém nódulos
linfáticos. Consiste principalmente em células T e células dendríticas que
entram em um linfonodo de outros tecidos.


As células dendríticas apresentam antígenos às células T, causando sua
proliferação. As células T recém-formadas então migram do linfonodo para
áreas do corpo onde há atividade antigênica. A medula de um linfonodo
contém células B, células plasmáticas produtoras de anticorpos que
migraram do córtex para a medula e macrófagos.

Em relação ao fluxo da linfa, ela chega ao linfonodo em apenas uma


direção, através de vários vasos linfáticos aferentes que penetram na
superfície convexa do linfonodo. Os vasos aferentes contêm válvulas que se
abrem em direção ao centro do nódulo, direcionando a linfa para dentro.
Dentro do linfonodo, a linfa entra em uma série de canais irregulares que
contêm fibras reticulares ramificadas, linfócitos e macrófagos, denominados
seios. Essa linfa percorre o linfonodo até chegar à medula.


A partir daí, a linfa entra nos seios medulares, que drenam para um ou dois
vasos linfáticos eferentes, que são mais largos e em menor número do que
os vasos linfáticos aferentes, levando a linfa para fora de um linfonodo e,
consequentemente, encontrando vasos linfáticos aferentes de outro
linfonodo, até essa linfa alcançar a circulação venosa.

DESCRIÇÃO TOPOGRÁFICA DOS


LINFONODOS
Linfonodos da cabeça

Estão subdivididos da seguinte forma:

OCCIPITAIS

De um a três, situam-se na parte posterior da cabeça junto à borda do


músculo trapézio. Recebe linfa do couro cabeludo e direciona a linfa para os
linfonodos profundos do pescoço.
AURICULARES

Aqui, temos dois grupos, os auriculares anteriores, que se dispõem


anteriormente ao pavilhão auricular; e os auriculares posteriores, que se
situam posteriormente ao pavilhão auricular. Recebem linfa da região
temporal, parietal e orelha e conduzem-na para os linfonodos cervicais.

PAROTÍDEOS

Formam dois grupos, um está inserido na massa da glândula parótida,


enquanto o outro situa-se na parede lateral da faringe. Drenam parte da
face, região temporal, meato acústico, e levam a linfa para linfonodos
cervicais.

FACIAIS

Estão situados abaixo da órbita, ao redor da boca e próximo ao músculo


masseter, na mandíbula. Drenam as regiões adjacentes e conduzem linfa
para os linfonodos submandibulares.

FACIAIS PROFUNDOS

Podem ser encontrados ao redor da artéria maxilar, drenando as regiões


adjacentes.
LINGUAIS

Estão na base da língua.

RETROFARÍNGEOS

Situam-se na fáscia bucofaríngea, profundamente.

Linfonodos do pescoço

Estão subdivididos da seguinte maneira:

SUBMANDIBULARES

como o nome indica, estão situados no corpo da mandíbula e da glândula


submandibular. O mais constante é chamado de linfonodo de Stahr, que
pode ser encontrado quando a artéria facial se curva sobre a mandíbula.

SUBMENTONIANOS

Situados entre os ventres do músculo digástrico, abaixo da região


conhecida popularmente como queixo (mentual).

CERVICAIS SUPERFICIAIS

Localizam-se ao redor da veia jugular externa.


CERVICAIS ANTERIORES

São irregulares e inconstantes. Os linfonodos dessa cadeia podem ser


encontrados anteriormente à traqueia.

CERVICAIS PROFUNDOS

São os mais numerosos. Recebem a linfa dos linfonodos da cabeça e dos


demais linfonodos do pescoço. Formam uma verdadeira cadeia ao redor da
bainha carotídea e situam-se, portanto, lateralmente à traqueia e esôfago.
Com frequência, um linfonodo infartado próximo ao músculo digástrico pode
ser palpado, durante inflamações de garganta. Os vasos eferentes desses
linfonodos formam o tronco jugular.

Outro linfonodo de grande importância pertence à cadeia supraclavicular


esquerda e recebe o nome de linfonodo de Virchow em homenagem a um
patologista do século XIX. Esse linfonodo encontra-se frequentemente
infartado em casos de metástases de cânceres da cavidade torácica,
abdominal e pélvica, ou em doenças como tuberculose e sífilis. Sua
palpação é denominada na literatura de sinal de Troisier.
Imagem: Shutterstock.com
 Algumas cadeias linfonodais da cabeça e do pescoço.

Linfonodos do membro superior

Os linfonodos do membro superior são divididos em superficiais e


profundos.

Os linfonodos do grupo superficial são escassos e classificados em


supratrocleares, que estão superiormente ao epicôndilo medial do úmero,
nas proximidades da veia basílica; e linfonodos deltopeitorais, que se
encontram ao lado da veia cefálica, perto da clavícula.


Já os linfonodos profundos são maiores e mais numerosos (em torno de 25)
e estão situados majoritariamente na axila, porém podem ser encontrados
linfonodos durante a trajetória das veias satélites.
Os linfonodos axilares estão divididos de acordo com a sua posição em
relação à axila; e portanto, podem ser divididos em laterais, peitorais,
subescapulares, centrais e subclaviculares. Os linfonodos da axila recebem
linfa de todo o membro superior, assim como a mama e parte da parede
torácica e os vasos eferentes formam o tronco subclávio.

Imagem: Dr. Johannes Sobotta/Wikimedia Commons/PD US


 Alguns grupos de linfonodos do membro superior.

Linfonodos do tórax

Podemos dividir os linfonodos do tórax em parietais e viscerais.

Os linfonodos parietais são os:

ESTERNAIS
Situados nas extremidades anteriores dos espaços intercostais, ao lado da
artéria torácica interna. Recebem vasos linfáticos das mamas, de estruturas
profundas da parede abdominal e parte do fígado.
INTERCOSTAIS
Ocupam as partes posteriores dos espaços intercostais e mantêm relações
com os vasos intercostais. Recebem vasos da face posterolateral do tórax.
Os vasos dos linfonodos intercostais mais inferiores desembocam na
cisterna no quilo ou no segmento inicial do ducto torácico. Já os dos
espaços intercostais superiores vão diretamente para o ducto torácico, do
lado esquerdo e os da direita no ducto linfático direito.

DIAFRAGMÁTICOS
Situam-se na face superior do diafragma.

Os linfonodos viscerais são:

MEDIASTINAIS ANTERIORES
Estão situados na parte anterior do mediastino superior, acima do arco da
aorta. Relacionam-se com as veias braquiocefálicas e ramos do arco
aórtico. Recebem linfa do timo, pericárdio e linfonodos esternais, e seus
vasos eferentes unem-se aos dos linfonodos traqueobronquiais, formando
os troncos broncomediastinais direito e esquerdo.

MEDIASTINAIS POSTERIORES
Situados posteriormente, estão em relação com o esôfago e a aorta
descendente. Recebem linfa do esôfago, pericárdio e diafragma, assim
como parte do fígado. Seus vasos eferentes na maioria das vezes drenam
para o ducto torácico ou para os linfonodos traqueobronquiais.

TRAQUEOBRONQUIAIS
Podem ser subdivididos em quatro grupos: os traqueais, laterais à traqueia;
os bronquiais, entre os brônquios; broncopulmonares, no hilo de cada
pulmão; e pulmonares, situados no parênquima pulmonar. Drenam os
pulmões, coração, brônquios e parte da traqueia. Como visto anteriormente,
seus vasos eferentes se unem com os vasos eferentes dos linfonodos
mediastinais anteriores; formando, assim, os troncos broncomediastinais
direito e esquerdo. Os linfonodos traqueobronquiais são grandes e fibrosos
devido à poeira e à poluição inaladas constantemente.

Linfonodos do abdome e da pelve

Assim como no tórax, as cadeias de linfonodos podem ser divididas em


parietais e viscerais.

Os linfonodos parietais podem ser divididos em:

ILÍACOS EXTERNOS

De oito a dez, encontram-se ao longo dos vasos ilíacos externos. Recebem


linfa do membro inferior, parede abdominal pênis, uretra, próstata, bexiga,
útero e vagina.

ILÍACOS COMUNS

De quatro a seis, situados ao redor dos vasos ilíacos comuns. Recebem


linfa dos vasos eferentes dos linfonodos descritos anteriormente.

EPIGÁSTRICOS

De três a quatro, encontrados na trajetória dos vasos epigástricos inferiores.


CIRCUNFLEXOS ILÍACOS

Podem estar ausentes, mas, em geral, são de dois a quatro linfonodos


situados na trajetória dos vasos circunflexos ilíacos profundos.

ILÍACOS INTERNOS (HIPOGÁSTRICOS)

Recebem linfa das vísceras pélvicas, períneo, glúteo e região posterior da


coxa. Seus vasos desembocam nos linfonodos ilíacos comuns, já descritos.

SACRAIS

Situam-se na face pélvica do sacro, ao redor das artérias sacrais laterais e


artéria sacral mediana.

AÓRTICOS LATERAIS

Os linfonodos do lado direito se situam anteriormente à veia cava, próximo


da desembocadura da veia renal. Os do lado esquerdo formam uma
verdadeira cadeia na aorta e se situam sobre o pilar esquerdo do diafragma.
Recebem linfa dos linfonodos ilíacos comuns, do testículo, ovário, tuba
uterina e útero, assim como linfa do rim, glândula suprarrenal e da parede
lateral do abdome. Seus vasos eferentes formam os troncos lombares
direito e esquerdo, que desaguam na cisterna do quilo.
PRÉ-AÓRTICOS

Estão situados ao redor do tronco celíaco, da artéria mesentérica superior e


da artéria mesentérica inferior, portanto, são divididos dessa forma.
Recebem linfa que corresponde ao suprimento arterial da artéria adjacente.
Formam o tronco intestinal, que desemboca na cisterna do quilo.

RETROAÓRTICOS

Recebem parte da linfa dos linfonodos aórticos laterais e seus vasos


linfáticos eferentes desaguam na cisterna do quilo.

Imagem: Dr. Johannes Sobotta/Wikimedia Commons/PD US


 Algumas cadeias de linfonodos do abdome.
 ATENÇÃO

Cabe ressaltar que cada víscera do abdome também possui um grupo


próprio de linfonodos, que, em última instância, drenam para os linfonodos
pré-aórticos. Esses linfonodos seguem a vascularização da região e podem
ser divididos em:

Gástricos

Hepáticos

Pancreaticoduodenais

Pancreático-esplênicos

Mesentéricos (superiores e inferiores)

Ileocólicos

Cólicos direito e esquerdo

Mesocólicos

Pararretais

Linfonodos do membro inferior

Consiste nos seguintes grupos:

LINFONODO TIBIAL ANTERIOR


Frequentemente ausente, trata-se de um pequeno linfonodo sobre a
membrana interóssea, próximo aos vasos tibiais anteriores;

LINFONODOS POPLÍTEOS

São em número de 6 a 10, imersos na gordura da fossa poplítea, esses


linfonodos emitem vasos eferentes que seguem ao longo dos vasos
femorais para levar linfa para os linfonodos inguinais.

LINFONODOS INGUINAIS

São subdivididos em superficiais e profundos. Os linfonodos inguinais


superficiais formam cadeias distais ao ligamento inguinal. Drena parte do
pênis, bolsa escrotal, períneo, nádegas e parte da parede abdominal. Os
linfonodos inguinais profundos são menos numerosos e situam-se
profundamente à fáscia lata, medialmente à veia femoral. O linfonodo mais
proximal é chamado de linfonodo de Cloquet (ou Rosenmuller). Drenam o
pênis ou o clitóris.
Imagem: Dr. Johannes Sobotta/Wikimedia Commons/PD US
 Algumas cadeias linfonodais do membro inferior.

NOTA CLÍNICA: Metástases

As neoplasias (cânceres) se espalham pelo corpo por contiguidade, ou seja,


crescem em tecidos adjacentes próximos, ou por metástase – processo
definido como a disseminação de células tumorais para locais distantes do
tumor original, também chamado de primário.

As metástases podem ocorrer por três maneiras: invasão direta das


membranas serosas de cavidades corporais, como o peritônio; propagação
linfogênica (via vasos linfáticos) ; e propagação hematogênica (via vasos
sanguíneos) . Iremos discutir a respeito da disseminação por via linfática,
que é a forma mais comum de disseminação para carcinomas, os tipos mais
comuns de cânceres.

Nesse meio de propagação, as células liberadas no local primário do câncer


entram e viajam através dos vasos linfáticos. As células transmitidas pela
linfa são filtradas e aprisionadas pelos nódulos linfáticos, que se tornam
locais de câncer secundários (metastáticos) . O padrão de envolvimento
dos linfonodos cancerosos segue as vias naturais da drenagem linfática.
Dessa maneira, ao remover um tumor potencialmente metastático, os
cirurgiões podem classificar o grau de disseminação do câncer ao remover
e examinar os linfonodos adjacentes; ou seja, linfonodos que recebem linfa
de determinado órgão acometido pelo câncer.

Por isso, é importante que a drenagem linfática seja estudada. Torna-se fácil
saber quais linfonodos são mais suscetíveis de serem afetados quando um
tumor é identificado em um determinado local ou órgão e para ser capaz de
determinar os locais prováveis de locais primários de câncer (fontes de
metástase) quando um nódulo aumentado é detectado. Os nódulos
cancerosos aumentam à medida que as células tumorais dentro deles
aumentam; no entanto, ao contrário dos nódulos infeccionados inchados, os
nódulos cancerosos geralmente não doem quando comprimidos.
ÓRGÃOS LINFÁTICOS PRIMÁRIOS
E SECUNDÁRIOS
O especialista Jose Carlos Siciliano Oliveira fará um breve resumo do
módulo.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. O ESPAÇO ANATÔMICO SEMILUNAR DE TRAUBE TEM


FORMA DE LUA CRESCENTE, CIRCUNDADO PELA
MARGEM INFERIOR DO PULMÃO ESQUERDO, A MARGEM
ANTERIOR DO BAÇO, O REBORDO COSTAL ESQUERDO E
A MARGEM INFERIOR DO LOBO ESQUERDO DO FÍGADO.
DE MODO GERAL, ESSE ESPAÇO TEM LARGURA DE
12CM E ALTURA DE 9CM, PROJETANDO-SE DA 6ª À 9-10ª
COSTELAS. ESSA TOPOGRAFIA ANATÔMICA ESTÁ
ASSOCIADA A QUAL PATOLOGIA? ASSINALE A CORRETA:
A) Hipertensão Porta

B) Hepatomegalia

C) Tumor de Pecquet

D) Esplenomegalia

E) Acromegalia

2. O LINFONODO DE VIRCHOW, ENCONTRA-SE


FREQUENTEMENTE INFARTADO EM CASOS DE
METÁSTASES DE CÂNCERES DA CAVIDADE TORÁCICA,
ABDOMINAL E PÉLVICA, OU EM DOENÇAS COMO
TUBERCULOSE E SÍFILIS. EM QUE TOPOGRAFIA
ANATÔMICA ELE ESTÁ SITUADO?

A) Cadeia supraclavicular esquerda

B) Cadeia supraclavicular direita

C) Cadeia infraclavicular esquerda

D) Cadeia infraclavicular direita

E) Cadeira infraclavicular distal

GABARITO
1. O espaço anatômico semilunar de Traube tem forma de lua
crescente, circundado pela margem inferior do pulmão esquerdo, a
margem anterior do baço, o rebordo costal esquerdo e a margem
inferior do lobo esquerdo do fígado. De modo geral, esse espaço tem
largura de 12cm e altura de 9cm, projetando-se da 6ª à 9-10ª costelas.
Essa topografia anatômica está associada a qual patologia? Assinale a
correta:

A alternativa "D " está correta.

A esplenomegalia é um aumento expressivo no tamanho do baço, o que


preenche os espaços circunvizinhos no hipocôndrio esquerdo. O uso da
expressão “Traube Livre”, muito usada no cotidiano dos hospitais e por
acadêmicos, significa dizer que a percussão do espaço apresenta o timbre
timpânico e que a loja de Traube encontra-se “livre” de ocupação; o
contrário indica aumento do baço, ou seja, esplenomegalia.

2. O linfonodo de Virchow, encontra-se frequentemente infartado em


casos de metástases de cânceres da cavidade torácica, abdominal e
pélvica, ou em doenças como tuberculose e sífilis. Em que topografia
anatômica ele está situado?

A alternativa "A " está correta.

A cadeia linfática supraclavicular esquerda apresenta linfa afluente dos


órgãos da cavidade torácica, abdominal e pélvica através do ducto de
Pecquet. Assim, essa via de drenagem linfática pode conter metástases
aferentes aos linfonodos cervicais profundos, isto é, ao linfonodo de
Virchow. Esse fenômeno pode evoluir com ingurgitamento linfonodal
(linfonodo enfartado) antes de desembocar no ângulo venoso de Pirogoff.
Sua palpação é chamada na literatura de sinal de Troisier.
CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema linfático é essencial para a homeostase. Ele auxilia na filtração de
fluidos e remove o excesso de fluidos dos tecidos. Age, também, dando
suporte ao sistema venoso de drenagem.

Estudamos que o sistema linfático tem papel importante na defesa do


organismo contra patógenos, corpos estranhos e tumores. Primeiramente,
focamos mais os aspectos gerais do sistema linfático e pudemos estudar o
líquido que faz parte do sistema: a linfa, que corre através de vasos
linfáticos – os quais possuem estruturas semelhantes às veias. Vimos
também algumas das células de defesa do sistema linfático, como os
diversos tipos de linfócitos, macrófagos e células dendríticas.

Observamos a existência de aglomerados de tecidos linfoides nas mucosas


de diversos outros sistemas, como o sistema digestivo. São chamados de
MALT (tecido linfoide associado à mucosa), que estão presentes em
diversas regiões e adquirem siglas específicas quando associados a esses
sistemas. Por exemplo, o tecido linfoide associado à mucosa do trato
gastrointestinal (GALT) é formado pelas placas de Peyer, no íleo.

Posteriormente, estudamos os órgãos que compõem o sistema linfático.


Estes são divididos em primários (timo e medula óssea vermelha) e
secundários (baço e linfonodos, por exemplo). Um órgão primário diz
respeito ao local de secreção de células que se tornarão linfócitos, enquanto
um órgão secundário, em essência, é o local onde esses pré-linfócitos
amadurecem e são armazenados.

Além de descrevermos esses órgãos, a função de cada um no papel de


secreção, maturação e armazenamento de linfócitos foi debatida, assim
como as funções secundárias desses órgãos e também seus aspectos
clínicos.

Por fim, descrevemos a distribuição das cadeias de linfonodos do corpo


humano. Os linfonodos tendem a se aglomerar em regiões específicas,
gerando grupos de linfonodos que drenam a linfa de um determinado órgão
ou local.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
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Students. 3.rd ed: Churchill Livingstone, 2015.
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EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados, pesquise:

O vídeo intitulado “The Lymphatic System Overview, Animation”. Há


uma animação sobre aspectos gerais do sistema linfático e sua função
imunológica, assim como seu papel de apoio ao sistema circulatório (no
YouTube, em inglês, com legendas em inglês).

O artigo publicado por Natale, Boci e Ribatti (2017) “Scholars and


scientists in the history of the lymphatic system”, que traz uma revisão
histórica a respeito do sistema linfático ao longo das eras (na internet,
em inglês).

O artigo publicado por de Bree, Tsiaoussis e Schoretsanitis (2018) “The


History of Lymphatic Anatomy and the Contribution of Frederik Ruysch”,
que disserta a respeito da contribuição específica de Frederik Ruysch,
um anatomista que descreveu a presença das válvulas dos vasos
linfáticos e corrigiu a descrição do fluxo da linfa (na internet, em inglês).
CONTEUDISTA
Márcio Antônio Babinski

 CURRÍCULO LATTES

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