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DESCRIÇÃO

Apresentação anatômica dos elementos que compõem o sistema nervoso e o sistema


tegumentar.

PROPÓSITO
Entender aspectos morfofuncionais do sistema nervoso e do sistema tegumentar é
fundamental para o profissional da área de saúde.

OBJETIVOS
MÓDULO 1

Identificar os conceitos gerais sobre o sistema nervoso

MÓDULO 2

Reconhecer os elementos que compõem o sistema nervoso central

MÓDULO 3

Reconhecer os elementos que constituem o sistema nervoso periférico e o sistema tegumentar

INTRODUÇÃO
O sistema nervoso é o sistema-chave para a homeostase do corpo; seus constituintes são
responsáveis por controlar os processos moleculares para a manutenção da vida, por meio de
impulsos nervosos. Ele está intimamente relacionado com os demais sistemas, sendo o
responsável por percepções, comportamentos, movimentos voluntários e involuntários do
corpo. Portanto, além de desempenhar um papel na manutenção da vida vegetativa, também
interfere na nossa vida na relação com o meio.

O sistema tegumentar, por sua vez, é composto de pele, cabelo, glândulas sudoríparas e
oleosas, unhas e receptores sensoriais. Esse sistema ajuda a manter a temperatura corporal,
protege o corpo e fornece informações sensoriais sobre o ambiente circundante. Iremos
estudar os aspectos do sistema tegumentar em conjunto com alguns elementos do sistema
nervoso periférico.

AVISO: orientações sobre unidades de medida.

Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por
questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um
espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais
materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos
números e das unidades.

MÓDULO 1

 Identificar os conceitos gerais sobre o sistema nervoso

GENERALIDADES SOBRE O SISTEMA


NERVOSO
Com uma massa de apenas 2kg, cerca de 3% do peso corporal total, o sistema nervoso é um
dos menores e o mais complexo dos demais sistemas do corpo humano.

PARA QUE O CORPO FUNCIONE COM EFICÁCIA, SEUS


SISTEMAS, TECIDOS E CÉLULAS PRECISAM TRABALHAR
DE FORMA COORDENADA. SE CADA CÉLULA SE
COMPORTASSE SEM LEVAR EM CONTA O QUE AS
OUTRAS ESTÃO FAZENDO, O RESULTADO SERIA O CAOS
FISIOLÓGICO E A MORTE.

O sistema nervoso emprega meios elétricos e químicos para enviar e receber mensagens muito
rapidamente de uma célula para outra.

Sua tarefa de coordenação é realizada em três etapas básicas:

Por meio das terminações nervosas sensoriais, recebe informações sobre mudanças no
corpo e no ambiente externo e transmite mensagens codificadas para a medula espinal e
o encéfalo.

A medula espinal e o encéfalo processam essas informações, relacionam-nas com


experiências anteriores e determinam qual resposta é apropriada para as circunstâncias.

A medula espinal e o encéfalo enviam essa resposta para os demais tecidos/células, que
executam uma determinada ação.

Imagem: Shutterstock.com

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO


O desenvolvimento do sistema nervoso é iniciado já nos primeiros estágios da gestação e
progride de forma gradativa, como veremos a seguir:

TERCEIRA SEMANA

Formação da neuroectoderme
O primeiro traço embrionário do sistema nervoso central aparece no início da terceira semana
de desenvolvimento.

Uma faixa dorsal chamada neuroectoderme aparece ao longo do comprimento do embrião e se


torna mais espessa para formar a placa neural.


Essa estrutura está destinada a dar origem à maioria dos neurônios e a todas as células da glia,
exceto a micróglia, que vem do mesoderma.

Formação do sulco neural

Conforme o desenvolvimento progride, a placa neural afunda e as suas bordas engrossam,


formando assim um sulco neural com uma dobra neural elevada ao longo de cada lado.

As dobras neurais se fundem ao longo da linha média, começando na região cervical (pescoço)
do sulco neural e progredindo rostralmente (em direção à cabeça) e caudalmente (em direção à
cauda).

Formação do tubo neural

Em quatro semanas, esse processo cria um canal chamado tubo neural. Por um tempo, o tubo
neural fica aberto para o líquido amniótico nas extremidades rostral e caudal. Essas aberturas
fecham em 25 e 27 dias, respectivamente.


O lúmen do tubo neural torna-se um espaço cheio de líquido que mais tarde constitui o canal
central da medula espinal e os ventrículos (cavidades) do encéfalo.

Após o fechamento, o tubo neural se separa do ectoderma subjacente, afunda um pouco e


desenvolve processos laterais que mais tarde dão origem às fibras nervosas motoras.

Formação da crista neural

Algumas células ectodérmicas que originalmente se situam ao longo da margem do sulco


neural se separam e formam uma coluna longitudinal em cada lado, chamada de crista neural.

 ATENÇÃO

As células da crista neural dão origem à maior parte do sistema nervoso periférico, incluindo os
nervos e gânglios sensoriais e autônomos; as células de Schwann; as meninges; melanócitos
da pele; a derme e alguns ossos da cabeça e pescoço e algumas outras estruturas.

QUARTA SEMANA

Formação das vesículas primárias e das flexuras cervical e cefálica

O tubo neural exibe três protuberâncias, as vesículas primárias, que são chamadas de:

PROSENCÉFALO

MESENCÉFALO
ROMBENCÉFALO

Enquanto essas vesículas se desenvolvem, o tubo neural se curva na junção do rombencéfalo e


da medula espinal para formar a flexura cervical e na região do mesencéfalo para formar a
flexura cefálica.

QUINTA SEMANA

Formação das vesículas secundárias

O tubo neural flete mais ainda e se subdivide em cinco vesículas secundárias:

O prosencéfalo se divide em dois: o telencéfalo e diencéfalo.

O mesencéfalo não se divide.

O rombencéfalo se divide em duas vesículas: o metencéfalo e o mielencéfalo.

O telencéfalo tem um par de protuberâncias laterais que mais tarde se tornam os hemisférios
cerebrais, e o diencéfalo exibe um par de pequenas vesículas ópticas em forma de cúpula que
se tornam as retinas dos olhos.

DÉCIMA QUARTA SEMANA

Espiralamento das células de Schwann e dos oligondendrócitos

As células de Schwann e os oligodendrócitos começam a espiralar ao redor das fibras


nervosas, estabelecendo camadas de mielina e dando às fibras uma aparência branca.

 VOCÊ SABIA

No entanto, há pouca mielina no encéfalo, mesmo no nascimento; com isso, não é possível
identificar uma distinção visível entre a substância cinzenta e a branca do encéfalo do recém-
nascido.
A mielinização ocorre rapidamente na infância e é isso, muito mais do que a multiplicação ou o
aumento dos neurônios, que explica a maior parte do crescimento cerebral pós-natal. A
mielinização não é concluída até o final da adolescência.

TERCEIRO MÊS

Surgimento dos nervos espinais e da medula espinal

A medula espinal se estende por todo o comprimento do embrião. À medida que as vértebras
se desenvolvem, os nervos espinais surgem da medula e passam lateralmente para emergir
entre as vértebras, a partir do forame intervertebral.

A COLUNA VERTEBRAL, NO ENTANTO, CRESCE MAIS


RÁPIDO DO QUE A MEDULA ESPINAL (OU ESPINHAL).

Ao nascer, a medula espinal termina no canal vertebral no nível da terceira vértebra lombar (L3)
e, na idade adulta, termina no nível de L1 a L2.

À medida que a coluna vertebral se alonga, as raízes nervosas espinais se alongam, de modo
que ainda emergem entre as mesmas vértebras, mas o canal vertebral inferior é ocupado por
um feixe de raízes nervosas (cauda equina) em vez da medula espinal.


Imagem: Shutterstock.com

DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO


A divisão anatômica compreende:

SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)


SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)

SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

Que consiste no encéfalo e na medula espinal. Esses elementos são protegidos pelo crânio e
pela coluna vertebral.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)


Que compreende todos os elementos que não são do sistema nervoso central; isto é: nervos,
gânglios, plexos entéricos e receptores sensoriais.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Nervos

Um nervo é um feixe de centenas a milhares de axônios mais o tecido conjuntivo e os vasos


sanguíneos associados que ficam fora do SNC.

 VOCÊ SABIA

Existem 12 pares de nervos cranianos que emergem do encéfalo e 31 pares de nervos


espinhais que emergem da medula. Cada nervo segue um caminho definido e corre para uma
região específica do corpo.

Gânglios

Os gânglios são pequenas massas de tecido nervoso, consistindo principalmente de corpos


celulares de neurônios, localizados fora do SNC. Os gânglios estão intimamente associados
aos nervos cranianos e espinais.

Plexos entéricos

Os plexos entéricos são extensas redes de neurônios localizadas nas paredes de órgãos do
trato gastrointestinal.

 ATENÇÃO

Os neurônios desses plexos ajudam a regular o sistema digestivo.

Receptores sensoriais

Os receptores sensoriais se referem a uma estrutura do sistema nervoso que monitora


mudanças no ambiente externo ou interno. Os exemplos de receptores incluem receptores de
toque na pele, fotorreceptores no olho e receptores olfativos no nariz.
O sistema nervoso periférico pode ser dividido funcionalmente em componentes sensitivo e
motor, que podem ser subdivididos em somático ou visceral.

DIVISÃO SENSITIVA (AFERENTE)

Carrega sinais dos receptores para o SNC:

A porção somática sensitiva leva sinais da pele, dos músculos, dos ossos e das
articulações para o SNC.

A porção visceral sensitiva leva sinais dos órgãos e das vísceras da cavidade torácica e
abdominal para o SNC.


DIVISÃO MOTORA (EFERENTE)

Carrega sinais do SNC para glândulas e músculos:

A porção somática motora carrega o sinal para os músculos esqueléticos, gerando


contrações.

A porção visceral motora (sistema nervoso autônomo) leva os sinais do SNC para as
glândulas e para os músculos cardíaco e liso (involuntários). Esse sistema nervoso
autônomo possui duas divisões, simpática e parassimpática.

Essa terminologia pode dar a impressão de que o corpo tem vários sistemas nervosos —
central, periférico, sensorial, motor, somático e visceral —, mas esses são apenas termos de
conveniência.
EXISTE APENAS UM SISTEMA NERVOSO E ESSES
SUBSISTEMAS SÃO PARTES INTERCONECTADAS DE UM
TODO.

Imagem: Shutterstock.com

TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso compreende dois tipos de células: neurônios e neuróglia. Essas células se
combinam de várias maneiras em diferentes regiões do sistema nervoso.

NEURÔNIOS

Além de formar as redes de processamento do encéfalo e da medula espinal, os neurônios


também conectam todas as regiões do corpo ao encéfalo e à medula espinal.
COMO CÉLULAS ESPECIALIZADAS, CAPAZES DE
ALCANÇAR GRANDES EXTENSÕES E FAZER CONEXÕES
COMPLEXAS COM OUTRAS CÉLULAS, OS NEURÔNIOS
FORNECEM A MAIORIA DAS FUNÇÕES EXCLUSIVAS DO
SISTEMA NERVOSO, COMO SENTIR, PENSAR, LEMBRAR,
CONTROLAR A ATIVIDADE MUSCULAR E REGULAR AS
SECREÇÕES GLANDULARES.

Como resultado de sua especialização, a maioria dos neurônios perdeu a capacidade de sofrer
divisões mitóticas.

A unidade funcional do sistema nervoso é o neurônio; os neurônios desempenham o papel


comunicativo do sistema e possuem três propriedades fisiológicas fundamentais que são
necessárias para essa função:

EXCITABILIDADE
CONDUTIVIDADE
SECREÇÃO

EXCITABILIDADE

Capacidade de fornecer uma resposta mediante mudanças ambientais chamadas estímulos.


Os neurônios desenvolveram essa propriedade ao mais alto grau.

CONDUTIVIDADE

Respondem a estímulos produzindo sinais elétricos que chegam rapidamente a outras células
em locais distantes.
SECREÇÃO

Quando o sinal elétrico atinge o final de uma fibra nervosa, o neurônio secreta uma substância
química chamada neurotransmissor, que estimula a próxima célula.

A maioria dos neurônios tem três partes:

UM CORPO CELULAR

DENDRITOS

UM AXÔNIO

O corpo celular, também conhecido como pericário, contém um núcleo rodeado por citoplasma
que inclui organelas celulares típicas, como lisossomos, mitocôndrias e um complexo de Golgi.
Imagem: Shutterstock.com

 Anatomia básica de um neurônio.

Os corpos celulares neuronais contêm ribossomos livres e grupos proeminentes de retículo


endoplasmático rugoso, denominados corpos de Nissl. Os ribossomos são os locais de síntese
de proteínas. Proteínas recentemente sintetizadas produzidas por corpos de Nissl são usadas
para substituir componentes celulares, como material para o crescimento de neurônios e para
a regeneração dos axônios danificados do sistema nervoso periférico.

O citoesqueleto inclui neurofibrilas compostas por feixes de filamentos intermediários que


fornecem a forma e suporte da célula e microtúbulos, que auxiliam na movimentação de
materiais entre o corpo celular e o axônio.

OS DENDRITOS E OS AXÔNIOS SE ENQUADRAM NO


TERMO “FIBRA NERVOSA”, UM TERMO GERAL PARA
QUALQUER PROCESSO NEURONAL (EXTENSÃO) QUE
EMERGE DO CORPO DE UM NEURÔNIO.

Os dendritos são as porções receptoras ou de entrada de um neurônio. As membranas


plasmáticas dos dendritos e os corpos celulares contêm numerosos locais de receptores para
a ligação de mensageiros químicos de outras células. Os dendritos geralmente são curtos,
estreitos e altamente ramificados. Em muitos neurônios, os dendritos formam uma série de
processos em forma de árvore que se estendem do corpo celular. Seu citoplasma contém
corpos de Nissl, mitocôndrias e outras organelas.

O axônio, por sua vez, é único e propaga impulsos nervosos em direção a outro neurônio, a uma
fibra muscular ou a uma célula de glândula. O axônio é uma projeção longa, fina e cilíndrica que
frequentemente se junta ao corpo celular. A parte do axônio mais próxima ao corpo do
neurônio é o segmento inicial do axônio. Um axônio contém mitocôndrias, microtúbulos e
neurofibrilas. Como o retículo endoplasmático rugoso não está presente, a síntese de proteínas
não ocorre no axônio. O citoplasma de um axônio, denominado axoplasma, é circundado por
uma membrana plasmática conhecida como axolema.

Ao longo do comprimento de um axônio, ramos laterais chamados de axônios colaterais


podem se ramificar, normalmente em um ângulo reto com o axônio. O axônio e seus colaterais
terminam se dividindo em muitos processos finos chamados de terminais axônicos.

O local de comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora é
chamado de sinapse.


As pontas de alguns terminais dos axônios se dilatam em estruturas em forma de bulbo
chamadas de bulbos terminais sinápticos; outros exibem uma série de inchaços chamados
varicosidades axonais.

Os bulbos terminais sinápticos contêm muitos sacos minúsculos envoltos por membrana,
chamados vesículas sinápticas, que armazenam uma substância química, o neurotransmissor,
que é uma molécula liberada de uma vesícula sináptica que excita ou inibe outro neurônio, fibra
muscular ou célula da glândula. Muitos neurônios contêm dois ou até três tipos de
neurotransmissores, cada um com efeitos diferentes na célula receptora (pós-sináptica).

 EXEMPLO

Os neurônios apresentam grande diversidade em tamanho e forma. Por exemplo, seus corpos
celulares variam em diâmetro de 5 micrômetros até 135 micrômetros.
O padrão de ramificação dendrítica é variado e distinto para neurônios em diferentes partes do
sistema nervoso. Alguns neurônios pequenos não têm um axônio e muitos outros têm axônios
muito curtos.

Dessa maneira, eles podem ser classificados de acordo com a sua estrutura ou função. Iremos
ver a classificação estrutural.

Classificação estrutural

É dada de acordo com o número de processos que se estendem do corpo neuronal.

Dessa maneira, um neurônio pode ser classificado em:

MULTIPOLAR
BIPOLAR
UNIPOLAR

MULTIPOLAR

Quando o neurônio possui vários dendritos e um axônio; a maioria desses neurônios são
encontrados no sistema nervoso central.

BIPOLAR

Quando o neurônio possui um dendrito e um axônio; podem ser encontrados na retina, no


ouvido interno e na porção olfatória do encéfalo.

UNIPOLAR

Quando o neurônio tem dendritos e um axônio fusionados para formar um processo contínuo
que emerge do corpo celular. Esses neurônios são mais apropriadamente chamados de
neurônios pseudounipolares porque eles surgem no embrião como neurônios bipolares.
Durante o desenvolvimento, os dendritos e o axônio se fundem e se tornam um único processo.
Os dendritos da maioria dos neurônios unipolares funcionam como receptores sensoriais que
detectam um estímulo sensorial, como toque, pressão, dor ou estímulos térmicos. A zona de
gatilho para impulsos nervosos em um neurônio unipolar está na junção dos dendritos e do
axônio. Os corpos celulares da maioria dos neurônios unipolares estão localizados nos
gânglios dos nervos espinhais e cranianos.

Imagem: Shutterstock.com

 Tipos de neurônios.

NEURÓGLIAS

As neuróglias, ou células da glia, são células menores, mas superam em muito o número de
neurônios (25 vezes). A neuróglia sustenta, nutre e protege os neurônios os tornando
funcionais e, ao contrário dos neurônios, continua a se dividir ao longo da vida. No feto, as
células gliais formam uma estrutura que orienta os jovens neurônios em migração até seus
destinos.
GLIA

A palavra “glia” significa “cola”, o que aponta para sua função de suporte.

OS NEURÔNIOS E A NEUROGLIA DIFEREM


ESTRUTURALMENTE, DEPENDENDO SE ESTÃO
LOCALIZADOS NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL OU NO
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO. ESSAS DIFERENÇAS NA
ESTRUTURA SE CORRELACIONAM COM AS DIFERENÇAS
NA FUNÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E DO
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO.

 ATENÇÃO

Sempre que um neurônio maduro não está em contato sináptico com outra célula, ele é coberto
por células gliais. Isso evita que os neurônios entrem em contato uns com os outros, exceto em
pontos especializados para transmissão de sinais, e confere precisão às suas vias de
condução.

As células da glia não geram ou propagam potenciais de ação, porém podem se multiplicar e
dividir no sistema nervoso maduro. São seis tipos de neuroglia, que estão divididas da seguinte
maneira:

Encontrados apenas no SNC

Astrócitos
Oligodendrócitos

Micróglia

Células ependimárias

Estão presentes no SNP

Células de Schwann

Células satélites

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Tipos de neuroglia

ASTRÓCITOS
OLIGODENDRÓCITOS
MICRÓGLIAS
CÉLULAS EPENDIMÁRIAS
CÉLULAS DE SCHWANN
CÉLULAS SATÉLITES

ASTRÓCITOS

Possuem forma de estrela, têm muitos processos alongados e são as maiores e mais
numerosas neuroglias (aproximadamente 90%). Existem dois tipos de astrócitos:
protoplasmáticos e fibrosos. Astrócitos protoplasmáticos têm muitos processos de
ramificação curtos e são encontrados na massa cinzenta do SNC. Astrócitos fibrosos têm
muitos processos longos, não ramificados e estão localizados principalmente na substância
branca do SNC.

OLIGODENDRÓCITOS

São semelhantes aos astrócitos, porém são menores e contêm menos processos alongados.
Os processos de oligodendrócitos são responsáveis pela formação e manutenção da bainha de
mielina (bainha de Schwann) ao redor dos axônios do SNC. A bainha de mielina é formada por
glicoproteínas em várias camadas que cobrem alguns axônios, isolando-os e aumentando a
velocidade de condução do impulso nervoso. Tais axônios são chamados de mielinizados e
compõem a substância branca do SNC.

MICRÓGLIAS

São pequenas células com processos delgados que emitem várias projeções. As micróglias
funcionam como fagócitos, portanto, removem os resíduos celulares formados durante o
desenvolvimento normal do sistema nervoso e fagocitam os patógenos e o tecido nervoso
danificado.

CÉLULAS EPENDIMÁRIAS

São células cuboidais dispostas em uma única camada. Essa camada possui microvilosidades
e cílios. Essas células revestem os ventrículos do encéfalo e o canal central da medula espinal
(espaços preenchidos com líquido cefalorraquidiano – o líquor –, que protege e nutre o
encéfalo e a medula espinal). Funcionalmente, as células ependimárias produzem, monitoram e
auxiliam na circulação do líquido cefalorraquidiano. Eles também formam a barreira sangue-
líquido cefalorraquidiano.

CÉLULAS DE SCHWANN
Circundam os axônios do SNP. Formam a bainha de mielina ao redor dos axônios. Um único
oligodendrócito mieliniza vários axônios, mas cada célula de Schwann mieliniza um único
axônio. Uma única célula de Schwann também pode conter até 20 ou mais axônios amielínicos
(sem bainha de mielina). As células de Schwann participam da regeneração dos axônios, que é
mais facilmente realizada no SNP do que no SNC.

CÉLULAS SATÉLITES

São células planas que circundam os corpos celulares dos neurônios dos gânglios do SNP.
Além de fornecer suporte estrutural, as células satélites regulam as trocas de materiais entre
os corpos celulares neuronais e o líquido intersticial.

Imagem: Shutterstock.com

 Tipos de neuroglia.
CONCEITOS GERAIS DO SISTEMA NERVOSO

O especialista Elisaldo Mendes Cordeiro fala sobre os principais tópicos abordados neste
conteúdo.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SABE-SE QUE O PRIMEIRO TRAÇO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA NERVOSO
CENTRAL APARECE NO INÍCIO DA TERCEIRA SEMANA DE
DESENVOLVIMENTO. UMA FAIXA DORSAL CHAMADA NEUROECTODERME
APARECE AO LONGO DO COMPRIMENTO DO EMBRIÃO E SE TORNA MAIS
ESPESSA PARA FORMAR A PLACA NEURAL. A PARTIR DAÍ, ACONTECEM
ALGUNS DESDOBRAMENTOS E, POR FIM, AS VESÍCULAS PRIMÁRIAS SÃO
FORMADAS. QUAL DAS ALTERNATIVAS APRESENTA UMA DAS VESÍCULAS
CEREBRAIS PRIMÁRIAS?

A) Mesencéfalo

B) Telencéfalo

C) Metencéfalo

D) Diencéfalo

E) Ponte

2. A BAINHA DE MIELINA É UM REVESTIMENTO GLICOPROTEICO QUE


REVESTE ALGUNS AXÔNIOS, ISOLANDO-OS E AUMENTANDO A VELOCIDADE
DE CONDUÇÃO DO IMPULSO NERVOSO. DEVIDO A ESSE REVESTIMENTO, OS
AXÔNIOS POSSUEM ASPECTO BRANCO E FORMAM A SUBSTÂNCIA BRANCA
DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL. QUAIS CÉLULAS SÃO RESPONSÁVEIS
PELA FORMAÇÃO DA BAINHA DE MIELINA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
E NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO, RESPECTIVAMENTE?

A) Astrócitos e células de Schwann

B) Células de Schwann e oligodendrócitos

C) Oligodendrócitos e células de Schwann

D) Oligodendrócitos e astrócitos

E) Bulbo e astrócitos

GABARITO
1. Sabe-se que o primeiro traço embrionário do sistema nervoso central aparece no início da
terceira semana de desenvolvimento. Uma faixa dorsal chamada neuroectoderme aparece ao
longo do comprimento do embrião e se torna mais espessa para formar a placa neural. A
partir daí, acontecem alguns desdobramentos e, por fim, as vesículas primárias são formadas.
Qual das alternativas apresenta uma das vesículas cerebrais primárias?

A alternativa "A " está correta.

O mesencéfalo é uma das três vesículas primárias, junto com o prosencéfalo e rombencéfalo.

2. A bainha de mielina é um revestimento glicoproteico que reveste alguns axônios, isolando-


os e aumentando a velocidade de condução do impulso nervoso. Devido a esse revestimento,
os axônios possuem aspecto branco e formam a substância branca do sistema nervoso
central. Quais células são responsáveis pela formação da bainha de mielina no sistema
nervoso central e no sistema nervoso periférico, respectivamente?

A alternativa "C " está correta.

Os oligodendrócitos são encontrados nos axônios do SNC, formando a bainha de mielina nesta
divisão do sistema nervoso, enquanto as células de Schwann são responsáveis por formar a
bainha de mielina nos axônios do SNP.

MÓDULO 2

 Reconhecer os elementos que compõem o sistema nervoso central

MENINGES
O SNC é envolvido por três membranas, as meninges, que ficam entre o tecido nervoso e o
osso. São elas:
DURA-MÁTER

ARACNOIDE

PIA-MÁTER

Eles protegem o encéfalo e dão suporte para artérias, veias e seios durais.

DURA-MÁTER

Na cavidade craniana, a dura-máter consiste em duas camadas:

UMA CAMADA PERIOSTEAL EXTERNA

Equivalente ao periósteo dos ossos cranianos.

UMA CAMADA MENÍNGEA INTERNA

Apenas a camada meníngea continua no canal vertebral, onde forma uma bainha ao redor da
medula espinal. Essa lâmina interna da dura-máter está presa aos ossos do neurocrânio em
lugares limitados — ao redor do forame magno, da sela túrcica e dos processos clinoides, da
crista etmoidal e das suturas do crânio, porém forma um ligeiro espaço denominado de espaço
epidural.

Em alguns lugares, as duas camadas da dura-máter são separadas por seios durais, espaços
que coletam o sangue que circulou pelo encéfalo. Os dois seios durais principais são:
SEIO SAGITAL SUPERIOR
SEIO TRANSVERSO

SEIO SAGITAL SUPERIOR

Localizado logo abaixo do crânio ao longo da linha sagital média.

SEIO TRANSVERSO

Que se estende horizontalmente da parte posterior da cabeça em direção a cada orelha.

O sangue dos seios durais desembocam, em última instância, nas veias jugulares internas do
pescoço.

Os demais seios são:

Seio cavernoso

Seio esfenoparietal

Seio sagital inferior

Seio reto

Seio occipital

Seio petroso superior e inferior

Seio sigmoide

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Existem alguns pontos de anastomose entre os seios venosos e a circulação venosa
extracraniana, como entre o seio sagital superior e as veias emissárias da cavidade nasal, entre
o seio cavernoso e o plexo pterigoideo (veia de Vesalius), entre o seio transverso e as veias
emissárias mastoideas, condilares e as veias diploicas. Essas anastomoses podem servir de
via de rota para infecções ou inflamações.

Imagem: Shutterstock.com

 Alguns seios da dura-máter. Note a foice do cérebro e, na sua superfície superior, o seio
sagital superior. Note também a presença das veias diploicas.

A dura-máter possui desdobramentos que separam algumas partes do SNC:

FOICE DO ENCÉFALO

Estende-se pela fissura longitudinal do encéfalo como uma parede vertical entre os hemisférios
cerebrais direito e esquerdo e tem a forma de uma foice.

TENTÓRIO DO CEREBELO
Estende-se horizontalmente sobre a fossa craniana posterior e separa o cerebelo do encéfalo
sobrejacente, delimitando os andares supra e infratentoriais.

FOICE DO CEREBELO

É vertical e separa parcialmente as metades direita e esquerda do cerebelo.

ARACNOIDE

A aracnoide é uma membrana transparente sobre a superfície do encéfalo. É uma película fina,
bastante aderente ao SNC. Em algumas regiões, há um espaço subdural que separa a dura-
máter da aracnoide.

PIA-MÁTER

A pia-máter é uma membrana muito fina e delicada que segue de perto todos os contornos da
superfície do encéfalo e se aprofunda nos sulcos dele. Consiste em células
escamosas/cuboidais finas dentro de feixes entrelaçados de fibras de colágeno e algumas
fibras elásticas finas.

 ATENÇÃO

Dentro da pia-máter, existem muitos vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes para
o SNC. Extensões membranosas de forma triangular da pia-máter suspendem a medula espinal
no meio de sua bainha dural. Essas extensões, chamadas ligamentos denticulados, são
espessamentos da pia-máter.

Eles se projetam lateralmente e se fundem com a aracnoide e a superfície interna da dura-


máter entre as raízes nervosas anterior e posterior dos nervos espinhais em ambos os lados. O
espaço subaracnoide separa a aracnoide da pia-máter, e nele podemos encontrar o líquor.
Imagem: Shutterstock.com

 As membranas que revestem o SNC.

MEDULA ESPINAL

ANATOMIA EXTERNA

A medula espinal tem forma aproximadamente oval, sendo ligeiramente achatada anterior e
posteriormente. Em adultos, ela se estende do bulbo, a parte inferior do encéfalo, até a borda
superior da segunda vértebra lombar. Em recém-nascidos, estende-se até a terceira ou quarta
vértebra lombar.

Durante a primeira infância, tanto a medula espinal quanto a coluna vertebral crescem mais
devido ao desenvolvimento geral do corpo.


O alongamento da medula cessa por volta dos 4 ou 5 anos de idade, mas o crescimento da
coluna continua.


Assim, a medula não se estende por todo o comprimento da coluna do adulto.

O COMPRIMENTO DA MEDULA ADULTA VARIA DE 42 A


45CM E SEU DIÂMETRO MÁXIMO É DE
APROXIMADAMENTE 1,5CM.

Quando a medula é vista externamente, duas intumescências podem ser observadas. A


superior é denominada de intumescência cervical e estende da quarta vértebra cervical (C4)
até a primeira vértebra torácica (T1). Os nervos espinais que suprem os membros superiores
nascem dessa intumescência. Já a inferior é chamada de intumescência lombar, estende-se da
nona (T9) à décima segunda vértebra torácica (T12). Os nervos que entram e saem dos
membros inferiores surgem do aumento lombar. Nesse sentido, ambas intumescências são
pontos de surgimento dos plexos nervosos (braquial e lombossacral).

Inferior à intumescência lombar, a medula espinal termina como uma estrutura cônica afilada
chamada de cone medular que termina no nível do disco intervertebral entre a primeira e a
segunda vértebra lombar (L1-L2) em adultos.

Surgindo do cone medular está o filamento terminal, uma extensão da pia-máter que se
estende inferiormente, funde-se com a aracnoide e a dura-máter e ancora a medula espinal no
cóccix.

A medula dá origem aos nervos espinais, que se ramificam da medula espinal, e correm
lateralmente de modo a sair do canal vertebral pelo forame intervertebral entre as vértebras
adjacentes.

No entanto, como a medula é mais curta do que a coluna vertebral, os nervos que surgem das
regiões lombar, sacral e coccígea da medula não deixam a coluna no mesmo nível em que
saem da medula. As raízes desses nervos espinais inferiores angulam-se inferiormente ao
longo do filamento terminal no canal vertebral como fios de cabelo. Consequentemente, as
raízes desses nervos são coletivamente chamadas de cauda equina.

Imagem: Shutterstock.com

ANATOMIA INTERNA

Uma seção transversa da medula revela regiões de substância branca que circundam um
núcleo interno de substância cinzenta. A substância branca consiste principalmente de feixes
de axônios mielinizados de neurônios.
Duas fissuras penetram na substância branca da medula espinal e a dividem em lados direito e
esquerdo.


A fissura mediana anterior é um sulco largo no lado anterior (ventral).


O sulco mediano posterior é um sulco estreito no lado posterior (dorsal).

Foto: Shutterstock.com
 Corte transversal da medula espinal.

A massa cinzenta da medula espinal tem o formato da letra “H” e consiste em dendritos e
corpos celulares de neurônios, axônios amielínicos e neuroglia. A comissura cinzenta forma a
barra transversal do H. No centro da comissura cinzenta, há um pequeno espaço chamado
canal central; estende-se por todo o comprimento da medula sendo preenchido com líquido
cefalorraquidiano.

Em sua extremidade superior, o canal central é contínuo com o quarto ventrículo (Um espaço
que contém o líquido cefalorraquidiano) no bulbo. Anterior à comissura cinzenta está a
comissura branca anterior, que conecta a substância branca dos lados direito e esquerdo da
medula.

Na massa cinzenta da medula espinal e do encéfalo, aglomerados de corpos celulares


neuronais formam grupos funcionais chamados núcleos. Os núcleos sensitivos recebem
informações de receptores via neurônios sensitivos, e os núcleos motores fornecem saída para
os tecidos efetores por meio dos neurônios motores. A massa cinzenta em cada lado da
medula espinal é subdividida em regiões chamadas cornos:

CORNOS CINZENTOS POSTERIORES (DORSAIS)

Contêm corpos celulares e axônios de interneurônios, bem como axônios de neurônios


sensitivos. Isso ocorre, pois, os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão localizados no
gânglio da raiz posterior (dorsal) de um nervo espinal.

CORNOS CINZENTOS ANTERIORES (VENTRAIS)

Contêm núcleos motores somáticos, que são agrupamentos de corpos celulares de neurônios
motores somáticos que fornecem impulsos nervosos para a contração dos músculos
esqueléticos.

CORNOS CINZENTOS LATERAIS

Estão entre os cornos cinzentos posterior e anterior, presentes apenas nos segmentos torácico
e lombar superior da medula espinal. Contêm núcleos motores autônomos, que são
agrupamentos de corpos celulares de neurônios motores autônomos que regulam a atividade
do músculo cardíaco, do músculo liso e das glândulas.

A substância branca da medula espinal, assim como a substância cinzenta, é organizada em


regiões. Os cornos anteriores e posteriores dividem a substância branca de cada lado em três
áreas amplas chamadas colunas:
COLUNAS BRANCAS ANTERIORES (VENTRAIS)

COLUNAS BRANCAS POSTERIORES (DORSAIS)

COLUNAS BRANCAS LATERAIS

Cada coluna, por sua vez, contém feixes distintos de axônios, com origem ou destino comum,
que transportam informações semelhantes. Esses feixes, que podem se estender por longas
distâncias para cima ou para baixo na medula, são chamados de tratos:

TRATOS SENSITIVOS (ASCENDENTES)

Consistem em axônios que conduzem os impulsos nervosos em direção ao encéfalo.


TRATOS MOTORES (DESCENDENTES)

Consistem em axônios que transportam os impulsos nervosos do encéfalo.

 COMENTÁRIO

Os tratos sensitivos e motores da medula são contínuos no encéfalo.


Vários desses tratos sofrem decussação (Interseção em forma de X) à medida que passam
para cima ou para baixo no tronco encefálico e na medula espinal — o que significa que eles
passam do lado esquerdo do corpo para o direito ou vice-versa. Como resultado, o lado
esquerdo do encéfalo recebe informações sensoriais principalmente do lado direito do corpo e
envia seus comandos motores para esse lado, enquanto o lado direito do encéfalo detecta e
controla principalmente o lado esquerdo do corpo.

QUANDO A ORIGEM E O DESTINO DE UM TRATO ESTÃO


EM LADOS OPOSTOS DO CORPO, DIZEMOS QUE SÃO
CONTRALATERAIS ENTRE SI. QUANDO UM TRATO NÃO
DECUSSA, A ORIGEM E O DESTINO DE SUAS FIBRAS
ESTÃO NO MESMO LADO DO CORPO, PORTANTO, SÃO
IPSILATERAIS.

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 Medula espinal.
ORGANIZAÇÃO GERAL DO ENCÉFALO
O encéfalo e a medula espinal se desenvolvem a partir do tubo neural (ectoderma). A parte
anterior do tubo neural se expande junto com o tecido da crista neural associado. Constrições
nesse tubo expandido logo aparecem, criando três regiões chamadas vesículas cerebrais
primárias: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo.

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 Diferenciação do SNC.

Tanto o prosencéfalo quanto o rombencéfalo se subdividem, formando vesículas cerebrais


secundárias. O prosencéfalo dá origem ao telencéfalo e diencéfalo; o rombencéfalo
desenvolve-se em metencéfalo e mielencéfalo. As várias vesículas cerebrais dão origem às
seguintes estruturas adultas:

TELENCÉFALO

Cérebro e ventrículos laterais.


DIENCÉFALO

Tálamo, hipotálamo, epitálamo e terceiro ventrículo.

MESENCÉFALO

Mesencéfalo e aqueduto do cérebro.

METENCÉFALO

Ponte, cerebelo e parte superior do quarto ventrículo.

MIELENCÉFALO

Bulbo e parte inferior do quarto ventrículo.

O encéfalo adulto consiste em quatro partes principais: tronco encefálico, cerebelo, diencéfalo
e encéfalo. O tronco encefálico é contínuo com a medula espinal e consiste em bulbo, ponte e
mesencéfalo. Posteriormente ao tronco cerebral está o cerebelo. Superior ao tronco encefálico
está o diencéfalo, que consiste no tálamo, hipotálamo e epitálamo. Apoiado no diencéfalo e no
tronco encefálico está o encéfalo, a maior parte do encéfalo.

TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico é a parte do encéfalo situada entre a medula espinal e o diencéfalo.
Consiste em três estruturas: mesencéfalo, ponte e bulbo. Estendendo-se através do tronco
cerebral está a formação reticular, uma região semelhante a uma rede de matéria cinzenta e
branca intercalada.
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 Elementos do tronco encefálico e outras estruturas.

MESENCÉFALO

O mesencéfalo se estende da ponte até diencéfalo e tem cerca de 2,5cm de comprimento. O


aqueduto do mesencéfalo (Aqueduto cerebral) passa pelo mesencéfalo, conectando o
terceiro ventrículo acima com o quarto ventrículo abaixo. O mesencéfalo contém núcleos e
tratos, assim como a medula e a ponte.

A parte anterior do mesencéfalo contém feixes pares de axônios conhecidos como pedúnculos
que consistem em axônios dos tratos corticoespinal, corticobulbar e corticopontino, que
conduzem impulsos nervosos de áreas motoras no córtex cerebral para a medula espinal, a
medula e a ponte, respectivamente.

A parte posterior do mesencéfalo, chamada teto do mesencéfalo, contém quatro elevações


arredondadas.

COLÍCULOS SUPERIORES
COLÍCULOS INFERIORES

Os núcleos conhecidos como colículos superiores, servem como centros reflexos para certas
atividades visuais.

Por meio de circuitos neurais a partir da retina do olho, aos colículos superiores e, finalmente,
aos músculos extrínsecos do olho, estímulos visuais provocam movimentos oculares para
rastrear imagens em movimento e estacionárias.

Os colículos superiores também são responsáveis pelos reflexos que governam os


movimentos da cabeça, dos olhos e do tronco em resposta a estímulos visuais.

Os colículos inferiores, fazem parte da via auditiva, transmitindo impulsos dos receptores da
audição do ouvido interno para o cérebro.

Esses dois núcleos também são centros reflexos para o reflexo do susto, movimentos
repentinos da cabeça, dos olhos e do tronco que ocorrem quando você é surpreendido por um
barulho alto.

 ATENÇÃO

O mesencéfalo contém vários outros núcleos, incluindo a substância negra esquerda e direita
que são grandes e de pigmentação escura.

Os neurônios que liberam dopamina, estendendo-se da substância negra aos núcleos da base,
ajudam a controlar as atividades musculares subconscientes. A perda desses neurônios está
associada à doença de Parkinson. Também estão presentes os núcleos rubros esquerdo e
direito, que parecem avermelhados devido ao seu rico suprimento de sangue e um pigmento
contendo ferro em seus corpos celulares neuronais. Os axônios do cerebelo e do córtex
cerebral formam sinapses nos núcleos vermelhos, que ajudam a controlar os movimentos
musculares.

O TERCEIRO (OCULOMOTOR) E QUARTO (ABDUCENTE)


PARES DE NERVOS CRANIANOS POSSUEM NÚCLEOS NO
MESENCÉFALO.

PONTE

A ponte fica diretamente superior ao bulbo e anterior ao cerebelo e tem cerca de 2,5 cm de
comprimento. A ponte consiste em núcleos e tratos, assim como o bulbo.

COMO O PRÓPRIO NOME INDICA, A PONTE CONECTA


PARTES DO ENCÉFALO UMAS ÀS OUTRAS. ESSAS
CONEXÕES SÃO FORNECIDAS POR FEIXES DE AXÔNIOS.
ALGUNS AXÔNIOS DA PONTE CONECTAM OS LADOS
DIREITO E ESQUERDO DO CEREBELO. OUTROS FAZEM
PARTE DOS TRATOS SENSORIAIS ASCENDENTES E DOS
TRATOS MOTORES DESCENDENTES.

A ponte tem dois componentes estruturais principais: uma região ventral e uma região dorsal. A
região ventral da ponte forma uma grande estação retransmissora sináptica que consiste em
centros cinzentos espalhados chamados de núcleos pontinos.

 SAIBA MAIS

Entrando e saindo desses núcleos, estão numerosos tratos de matéria branca, cada um dos
quais fornece uma conexão entre o córtex (camada externa) de um hemisfério cerebral e o do
hemisfério oposto do cerebelo. Esse circuito complexo desempenha um papel essencial na
coordenação e na maximização da eficiência da produção motora voluntária em todo o corpo.

A região dorsal da ponte é mais parecida com as outras regiões do tronco encefálico: o bulbo e
o mesencéfalo. Ela contém os tratos ascendentes e descendentes junto com os núcleos dos
nervos cranianos. Também dentro da ponte está o grupo respiratório pontino que, com o centro
respiratório do bulbo, ajuda a controlar a respiração.

O QUINTO (TRIGÊMEO), SEXTO (ABDUCENTE), SÉTIMO


(FACIAL) E OITAVO (VESTIBULOCOCLEAR) PARES DE
NERVOS CRANIANOS POSSUEM NÚCLEOS NA PONTE.

BULBO

O bulbo é contínuo com a parte superior da medula espinal; ele forma a parte inferior do tronco
encefálico. Começa no forame magno e se estende até a borda inferior da ponte, a uma
distância de cerca de 3cm.

A matéria branca do bulbo contém todos os tratos sensoriais e motores que se estendem entre
a medula e outras partes do encéfalo.


A matéria branca do bulbo contém todos os tratos sensoriais e motores que se estendem entre
a medula e outras partes do encéfalo.


Logo acima da junção da medula com a medula espinal, 90% dos axônios na pirâmide
esquerda cruzam para o lado direito, e 90% dos axônios na pirâmide direita cruzam para o lado
esquerdo.

Esse cruzamento é chamado de decussação das pirâmides e explica por que cada lado do
cérebro controla os movimentos voluntários no lado oposto do corpo. A medula também
contém vários núcleos. Alguns desses núcleos controlam as funções vitais do corpo.

 EXEMPLO

São exemplos de núcleos no bulbo que regulam as atividades vitais: o centro cardiovascular e
o centro de ritmicidade. O centro cardiovascular regula a taxa e a força dos batimentos
cardíacos e o diâmetro dos vasos sanguíneos, e o centro respiratório ajusta o ritmo básico da
respiração. O bulbo possui outros centros, como o de vômito, deglutição e espirro.

Lateralmente à pirâmide, há uma protuberância em forma oval chamada de oliva. Dentro da


oliva está o núcleo olivar inferior, que recebe informações do córtex cerebral, do núcleo
vermelho do mesencéfalo e da medula espinal. Os neurônios do núcleo olivar inferior estendem
seus axônios para o cerebelo, onde regulam a atividade dos neurônios cerebelares. Ao
influenciar a atividade dos neurônios cerebelares, o núcleo olivar inferior fornece instruções que
o cerebelo usa para fazer ajustes na atividade muscular.
OS NÚCLEOS ASSOCIADOS ÀS SENSAÇÕES DE TOQUE,
PRESSÃO, VIBRAÇÃO E PROPRIOCEPÇÃO CONSCIENTE
ESTÃO LOCALIZADOS NA PARTE POSTERIOR DO BULBO.

Esses núcleos são o núcleo grácil direito e esquerdo e o núcleo cuneiforme. Os axônios
sensoriais ascendentes do fascículo grácil e do fascículo cuneiforme, que são dois tratos nas
colunas posteriores da medula espinal, formam sinapses nesses núcleos. Os neurônios pós-
sinápticos então retransmitem as informações sensoriais para o tálamo, no lado oposto do
encéfalo.

Os axônios ascendem ao tálamo em uma faixa de substância branca chamada lemnisco


medial, que se estende pela medula, pela ponte e pelo mesencéfalo. Os tratos das colunas
posteriores e os axônios do lemnisco medial são conhecidos coletivamente como a via do
lemnisco medial da coluna posterior.

 SAIBA MAIS

O bulbo também contém núcleos que são componentes das vias sensoriais para gustação,
audição e equilíbrio. O oitavo (vestibulococlear), o nono (glossofaríngeo), o décimo (vago), o
décimo primeiro (acessório) e o décimo segundo (hipoglosso) pares de nervos cranianos estão
associados ao bulbo.

CEREBELO E DIENCÉFALO

CEREBELO

Consiste nos hemisférios cerebelares direito e esquerdo conectados por uma ponte estreita,
denominada de verme (vermis) cerebelar. Cada hemisfério exibe dobras estreitas e paralelas
que são separadas por sulcos rasos.
O LOBO ANTERIOR E O LOBO POSTERIOR GOVERNAM OS
ASPECTOS SUBCONSCIENTES DOS MOVIMENTOS DOS
MÚSCULOS ESQUELÉTICOS. O LOBO FLOCULONODULAR
NA SUPERFÍCIE INFERIOR CONTRIBUI PARA O
EQUILÍBRIO.

O cerebelo possui um córtex superficial de substância cinzenta e uma camada mais profunda
de substância branca. Em uma seção sagital, a substância branca mostra um padrão
ramificado, chamado Arbor vitae (Árvore da vida) . Cada hemisfério também tem quatro
massas de substância cinzenta chamadas núcleos profundos embutidos na substância branca.
Todas as entradas cerebelares vão para o córtex, e todas as saídas vêm dos núcleos
profundos. O cerebelo está conectado ao tronco cerebral por três pares de estruturas
chamados de pedúnculos cerebelares:

Os dois pedúnculos cerebelares inferiores o conectam ao bulbo.

Os dois pedúnculos médios o conectam à ponte.

Os dois pedúnculos superiores o conectam ao mesencéfalo.

Os pedúnculos consistem em grossos feixes de fibras nervosas que transportam sinais para
dentro e para fora do cerebelo. O cerebelo monitora os movimentos do corpo a partir de
informações provenientes dos músculos e das articulações por meio dos tratos
espinocerebelares, que chegam pelos pedúnculos inferiores.

Os pedúnculos médios carregam sinais do encéfalo sobre o que os músculos foram ordenados
a fazer, permitindo que o cerebelo compare o comando com o desempenho.

Esses pedúnculos também carregam informações dos olhos e dos ouvidos para a audição e
para a percepção da posição e do movimento do corpo.

A saída pelos pedúnculos superiores leva a vários pontos no mesencéfalo e no tálamo. O


tálamo retransmite sinais cerebelares ao córtex cerebral para que o encéfalo possa fazer
ajustes finos no desempenho muscular.

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 Esquema demonstrando a anatomia do cerebelo.

Foto: Shutterstock.com

 Corte sagital do cerebelo demonstrando a “árvore da vida”.

Embora componha apenas 10% da massa do encéfalo, o cerebelo tem cerca de 60% da área de
superfície do córtex cerebral e mais da metade de todos os neurônios cerebrais — cerca de 100
bilhões deles. Suas células minúsculas e densamente espaçadas são os neurônios mais
abundantes em todo o encéfalo. Seus neurônios mais distintos, entretanto, são as células
grandes globosas de Purkinje.
 ATENÇÃO

Esses neurônios têm uma profusão tremenda de dendritos comprimidos em um único plano
como uma árvore. Seus axônios viajam para os núcleos profundos, onde fazem sinapses nos
neurônios de saída que emitem fibras para o tronco cerebral.

A função do cerebelo era desconhecida na década de 1950. Na década de 1970, passou a ser
considerado um centro de controle da coordenação motora. Agora, entretanto, a tomografia por
emissão de pósitrons (PET), a imagem por ressonância magnética funcional (fMRI) e os
estudos comportamentais de pessoas com lesões cerebelares criaram uma visão muito mais
ampla da função cerebelar.

DIENCÉFALO

O diencéfalo forma uma massa centralizada do tecido cerebral imediatamente superior ao


mesencéfalo. É quase completamente circundado pelos hemisférios cerebrais e contém
numerosos núcleos envolvidos em uma ampla variedade de processamento sensorial e motor
entre os centros cerebrais superiores e inferiores.

O DIENCÉFALO SE ESTENDE DO TRONCO ENCEFÁLICO AO


CÉREBRO E CIRCUNDA O TERCEIRO VENTRÍCULO. É
DIVIDIDO EM TÁLAMO, HIPOTÁLAMO E EPITÁLAMO.
PROJETANDO-SE DO HIPOTÁLAMO ESTÁ A HIPÓFISE, OU
GLÂNDULA PITUITÁRIA. OS TRATOS ÓPTICOS QUE
CARREGAM OS NEURÔNIOS DA RETINA ENTRAM NO
DIENCÉFALO. VAMOS ESTUDAR SUAS PORÇÕES
SEPARADAMENTE.

Tálamo
Mede cerca de 3cm de comprimento e constitui 80% do diencéfalo. É formado por massas
ovais de substância cinzenta organizadas em núcleos com tratos intercalados de substância
branca.

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 Tálamo.

Uma ponte de matéria cinzenta chamada de adesão intertalâmica (Massa intermediária) une
as metades direita e esquerda do tálamo em cerca de 70% dos indivíduos. Uma camada
vertical de substância branca em forma de Y chamada lâmina medular interna divide a
substância cinzenta dos lados direito e esquerdo do tálamo e consiste em axônios
mielinizados que entram e saem dos vários núcleos talâmicos. Os axônios que conectam o
tálamo e o córtex cerebral passam pela cápsula interna, uma faixa espessa de substância
branca lateral ao tálamo.

O TÁLAMO É A PRINCIPAL ESTAÇÃO DE RETRANSMISSÃO


PARA A MAIORIA DOS IMPULSOS SENSORIAIS QUE
ALCANÇAM AS ÁREAS SENSORIAIS PRIMÁRIAS DO
CÓRTEX CEREBRAL A PARTIR DA MEDULA E DO TRONCO
ENCEFÁLICO. ALÉM DISSO, O TÁLAMO CONTRIBUI PARA
AS FUNÇÕES MOTORAS, TRANSMITINDO INFORMAÇÕES
DO CEREBELO E DOS NÚCLEOS DA BASE PARA A ÁREA
MOTORA PRIMÁRIA DO CÓRTEX CEREBRAL. O TÁLAMO
TAMBÉM RETRANSMITE IMPULSOS NERVOSOS ENTRE
DIFERENTES ÁREAS DO ENCÉFALO E DESEMPENHA UM
PAPEL NA MANUTENÇÃO DA CONSCIÊNCIA.

Hipotálamo

É uma pequena parte do diencéfalo localizada inferiormente ao tálamo. É composto por cerca
de uma dúzia de núcleos em quatro regiões principais:

REGIÃO MAMILAR
REGIÃO TUBERAL
REGIÃO SUPRAÓPTICA
REGIÃO PRÉ-ÓPTICA

REGIÃO MAMILAR

Contém os corpos mamilares.

REGIÃO TUBERAL

Contém o infundíbulo (conecta o hipotálamo à hipófise).

REGIÃO SUPRAÓPTICA

Situada superiormente ao quiasma óptico.


REGIÃO PRÉ-ÓPTICA

Com origem no diencéfalo.

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 Hipotálamo.

O hipotálamo controla muitas atividades do corpo e é um dos principais reguladores da


homeostase. Os impulsos sensoriais relacionados aos sentidos somático e visceral chegam ao
hipotálamo, assim como os impulsos dos receptores para visão, paladar e olfato.

Outros receptores dentro do hipotálamo monitoram continuamente a pressão osmótica, o nível


de glicose no sangue, as concentrações de hormônios e a temperatura do sangue. Também é
responsável pelo controle do sistema nervoso autônomo, pela produção e regulação de
padrões de emoções (raiva, dor, prazer etc.), pela regulação da saciedade, da temperatura
corporal, do ciclo circadiano, da produção de hormônios e das diversas outras funções.

Epitálamo

Pequena região superior e posterior ao tálamo, consiste na glândula pineal e nos núcleos
habenulares. A glândula pineal tem o tamanho aproximado de uma ervilha e projeta-se da linha
média posterior do terceiro ventrículo. A glândula pineal faz parte do sistema endócrino porque
secreta o hormônio melatonina. Os núcleos habenulares estão envolvidos no olfato,
especialmente nas respostas emocionais geradas por ele.
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 Alguns elementos do diencéfalo.

TELENCÉFALO (CÉREBRO)
O telencéfalo embrionário torna-se o cérebro que permite a capacidade de ler, escrever e falar;
fazer cálculos e compor música; lembrar o passado, planejar o futuro e imaginar coisas que
nunca existiram.

 ATENÇÃO

É a principal região da percepção sensorial, das ações motoras voluntárias, da memória e dos
processos mentais, como pensamento, julgamento e imaginação, que mais distinguem os
humanos dos outros animais.

O cérebro é dividido em um lado direito e esquerdo, chamados de hemisférios cerebrais.


Cada hemisfério é marcado por dobras grossas chamadas de giros, que são separadas por
sulcos.

Um sulco muito profundo, a fissura longitudinal, separa os hemisférios direito e esquerdo um


do outro.

Na parte inferior dessa fissura, os hemisférios são conectados por um grosso feixe de fibras
nervosas chamado corpo caloso — um marco proeminente para a descrição anatômica.

O dobramento da superfície cerebral em giros permite que uma maior quantidade de córtex
caiba na cavidade craniana. Os giros dão ao cérebro uma área de superfície de cerca de
2.500cm². Se o cérebro tivesse uma superfície lisa, teria apenas um terço da área e
proporcionalmente menos capacidade de processamento de informações. Essa extensa
dobradura é uma das maiores diferenças entre o cérebro humano e os encéfalos de superfície
relativamente lisa da maioria dos outros mamíferos.

Alguns giros têm anatomia consistente e previsível; outros variam do encéfalo para cérebro e
do hemisfério direito para o esquerdo. Certos sulcos excepcionalmente proeminentes dividem
cada hemisfério em cinco lobos que são anatômica e funcionalmente distintos. Os primeiros
quatro deles são visíveis superficialmente e recebem os nomes dos ossos cranianos, aos quais
estão relacionados, o quinto lobo não é visível superficialmente.

Lobo frontal
Situado posteriormente aos ossos frontais, está relacionado ao pensamento (cognição)
e a outros processos mentais complexos, como fala e controle motor.

Lobo parietal
Situado profundamente aos ossos parietais, começa no sulco central e se estende até ao
sulco parietoccipital, que o separa do lobo occipital. Está relacionado com a
interpretação de sinais dos órgãos do sentido.

Lobo occipital
Situado profundamente ao osso occipital, caudalmente ao sulco parietoccipital, é o
principal centro visual do cérebro.

Lobo temporal
Situado profundamente aos ossos temporais, encontra-se separado do lobo parietal pelo
sulco lateral profundo. Relaciona-se com funções olfativas, auditivas, de aprendizado e
memória, assim como com aspectos da visão e da emoção.

Lobo insular (de Reil) ou ínsula


Massa pequena, profundamente em relação ao sulco lateral; só é visível com a retração
ou dissecção de parte da massa cerebral. Desempenha papel na gustação, na sensação
visceral e no entendimento da fala.

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal


Imagem: Shutterstock.com

 Alguns lobos do cérebro.

A maior parte do volume do cérebro é formada por substância branca. O cérebro é composto
por células da glia e fibras nervosas mielinizadas que conduzem sinais de uma região do
cérebro para outra e entre o cérebro e os centros inferiores. Essas fibras viajam em feixes
chamados tratos. Existem três tipos de tratos cerebrais:

TRATOS DE PROJEÇÃO

Carregam informações de outras regiões.

TRATOS COMISSURAIS

Levam informações de um hemisfério para outro por meio do corpo caloso e das comissuras
anterior e posterior.
TRATOS DE ASSOCIAÇÃO

Conectam regiões diferentes de um mesmo hemisfério.

Apesar de o cérebro ter a maior parte formada por substância branca, a região periférica do
cérebro é composta por substância cinzenta: o córtex cerebral. O córtex cerebral apresenta
dois tipos principais de neurônios:

CÉLULAS ESTRELADAS

CÉLULAS PIRAMIDAIS

CÉLULAS ESTRELADAS

São neurônios anaxônicos com corpos esferoidais e com dendritos que se projetam por curtas
distâncias em todas as direções. Eles recebem informações sensoriais e as processam em
nível local.

CÉLULAS PIRAMIDAIS

São altas e cônicas. Seu ápice aponta para a superfície do cérebro e tem um dendrito espesso
com muitos ramos e com pequenos espinhos dendríticos. A sua base dá origem a dendritos
orientados horizontalmente e um axônio que passa para a substância branca. O axônio
também tem ramificações colaterais que fazem sinapses com outros neurônios no córtex ou
nas regiões mais profundas do encéfalo. As células piramidais são os neurônios de saída do
cérebro — são os únicos neurônios cerebrais cujas fibras deixam o córtex e se conectam com
outras partes do SNC.
NÚCLEOS DA BASE

No fundo de cada hemisfério cerebral, estão três núcleos que são denominados coletivamente
de núcleos da base.

Dois dos núcleos basais estão lado a lado, lateralmente ao tálamo. Eles são o globo pálido que
está mais próximo do tálamo e o putâmen, que está mais próximo do córtex cerebral, juntos,
são chamados de núcleo lentiforme.

O terceiro dos núcleos basais é o núcleo caudado que tem uma grande “cabeça” conectada a
uma “cauda” menor por um longo “corpo” em forma de vírgula.

Juntos, os núcleos lentiforme e caudado são conhecidos como corpo estriado.

O claustrum é uma fina camada de substância cinzenta situada lateralmente ao putâmen. É


considerado por alguns como uma subdivisão dos núcleos da base. Os núcleos da base
recebem entrada do córtex cerebral e fornecem saída para as partes motoras do córtex por
meio dos núcleos do grupo medial e ventral do tálamo.

Uma das principais funções dos núcleos basais é ajudar a regular o início e o término dos
movimentos:

A atividade dos neurônios no putâmen precede ou antecipa os movimentos do corpo.

A atividade dos neurônios no núcleo caudado ocorre antes dos movimentos dos olhos.
O globo pálido ajuda a regular o tônus muscular necessário para movimentos corporais
específicos. Os núcleos basais também controlam as contrações subconscientes dos
músculos esqueléticos. São exemplos disso os balanços automáticos dos membros
superiores ao caminhar e as risadas mediante a uma piada. Eles ajudam a iniciar e encerrar
alguns processos cognitivos, como atenção, memória e planejamento, e podem agir com o
sistema límbico para regular comportamentos emocionais.

SISTEMA LÍMBICO

É um importante centro de emoção e de aprendizado. Foi originalmente descrito na década de


1850 como um anel do córtex cerebral no lado medial do hemisfério, circundando o corpo
caloso e o tálamo.

Seus componentes mais proeminentes anatomicamente são:

O giro cingulado, que se arqueia sobre o topo do corpo caloso nos lobos frontal e parietal.


O hipocampo no lobo temporal.


A amígdala imediatamente rostral ao hipocampo, também no lobo temporal.

Outros componentes incluem os corpos mamilares e outros núcleos hipotalâmicos, alguns


núcleos talâmicos, partes dos núcleos da base e partes do lobo frontal chamadas de córtex
pré-frontal e orbitofrontal.

OS COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO SÃO


INTERCONECTADOS POR MEIO DE UM LOOP COMPLEXO
DE TRATOS DE FIBRA, PERMITINDO PADRÕES UM TANTO
CIRCULARES DE FEEDBACK ENTRE SEUS NÚCLEOS E
NEURÔNIOS CORTICAIS. TODAS ESSAS ESTRUTURAS
SÃO PARES, PORTANTO; EXISTE UM SISTEMA LÍMBICO
EM CADA HEMISFÉRIO CEREBRAL.

Por muito tempo, pensou-se que o sistema límbico estava associado ao olfato por causa de
sua estreita associação com as vias olfativas, mas começando no início dos anos a partir de
1900, experimentos demonstraram papéis mais significativos na emoção e na memória.

A maioria das estruturas do sistema límbico tem centros tanto para emoção de gratificação
quanto para aversão:

Centros de gratificação

A estimulação de um desses centros produz uma sensação de prazer ou recompensa.


Centros de aversão

A estimulação de um desses centros produz sensações desagradáveis, como medo, desprazer


ou tristeza.

Os centros de gratificação dominam algumas estruturas límbicas, como o nucleus accumbens,


enquanto os centros de aversão dominam outras, como a amígdala.
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 Algumas estruturas do sistema límbico e núcleos da base.

VENTRÍCULOS E LÍQUOR
O encéfalo possui quatro câmaras internas chamadas ventrículos. Os maiores são os dois
ventrículos laterais, que formam um arco em cada hemisfério cerebral. Por meio de um poro
denominado forame interventricular (de Monro), cada ventrículo lateral é conectado ao terceiro
ventrículo, um estreito espaço mediano inferior ao corpo caloso.

A partir do terceiro ventrículo, surge um canal chamado aqueduto cerebral (Aqueduto de


Sylvius) , que desce pelo centro do mesencéfalo e alcança o quarto ventrículo, uma pequena
câmara triangular entre a ponte e o cerebelo. Caudalmente, esse espaço se estreita e forma o
canal central que se estende do bulbo até a medula espinal.

No assoalho ou na parede de cada ventrículo, há uma massa esponjosa de capilares


sanguíneos denominada plexo coroide.
As células ependimárias, um tipo de neuroglia, cobrem cada plexo coroide, toda a superfície
interna dos ventrículos e os canais do encéfalo e da medula. Os plexos coroides produzem
líquido cefalorraquidiano.

O líquido cefalorraquidiano, ou líquor, é um líquido límpido e incolor que preenche os


ventrículos e os canais do SNC e a banha sua superfície externa. O encéfalo produz cerca de
500ml de líquor por dia, mas o fluido é constantemente reabsorvido na mesma proporção.

 SAIBA MAIS

Cerca de 40% dele é formado no espaço subaracnoide externo ao encéfalo, 30% pelo
revestimento ependimal geral dos ventrículos cerebrais e 30% pelos plexos coroides. A
formação do líquor começa com a filtração do plasma pelos capilares sanguíneos do encéfalo.

As células ependimárias modificam quimicamente o filtrado à medida que ele passa por elas
para os ventrículos e para o espaço subaracnoide. O líquido flui continuamente através e ao
redor do SNC, impulsionado pela sua própria pressão, pelo batimento dos cílios nas células
ependimárias e pelas pulsações rítmicas do encéfalo produzidas por cada batimento cardíaco.

Sua trajetória se dá da seguinte forma:

O líquor, secretado nos ventrículos laterais, flui através do forame interventricular para o
terceiro ventrículo e desce pelo aqueduto cerebral até o quarto ventrículo.


O terceiro e o quarto ventrículos e seus plexos coroides adicionam mais fluido ao longo do
caminho.


Uma pequena quantidade de líquor preenche o canal central da medula espinal, mas, em última
análise, o líquido cefalorraquidiano escapa por três poros nas paredes do quarto ventrículo:
uma abertura mediana e duas laterais. Esses poros conduzem ao espaço subaracnoide na
superfície do encéfalo e medula espinal.

A partir daí, o líquor é absorvido desse espaço pelas granulações aracnoides, extensões da
aracnoide semelhantes à couve-flor, que se projetam pela dura-máter para o seio sagital
superior do encéfalo. O líquor penetra pelas paredes das granulações e mistura-se com o
sangue nos seios da dura-máter, sendo, portanto, reabsorvido.

De modo geral, o líquor possui três funções, a saber:

FLUTUABILIDADE
PROTEÇÃO
ESTABILIDADE

FLUTUABILIDADE

O encéfalo fica suspenso no líquor, o que diminui drasticamente o seu peso total. Quando
retirado do corpo, o encéfalo pesa cerca de 1,5kg, mas quando suspenso pelo líquor, seu peso
efetivo é de apenas cerca de 50g. Na ausência de líquor, o encéfalo repousaria no crânio,
destruindo o tecido nervoso por conta do peso;

PROTEÇÃO

O líquido cefalorraquidiano protege o encéfalo de bater no crânio quando a cabeça sofre um


impacto.
ESTABILIDADE

O fluxo natural do líquor remove os resíduos metabólicos do tecido nervoso e regula


homeostaticamente o meio. Ligeiras mudanças na composição do líquor podem causar mau
funcionamento do sistema nervoso.

Imagem: Shutterstock.com

 Sistema ventricular.

NERVOS CRANIANOS

OS NERVOS CRANIANOS PERTENCEM AO SISTEMA


NERVOSO PERIFÉRICO, PORÉM, DEVIDO À SUA RELAÇÃO
COM ELEMENTOS DO SNC, OPTAMOS POR DESCREVÊ-
LOS AQUI.

Cada nervo craniano possui um número, designado por um numeral romano, e um nome. Os
números indicam a ordem, de anterior para posterior, em que os nervos surgem do encéfalo. Os
nomes designam a distribuição ou a função de um nervo.
TRÊS NERVOS CRANIANOS (I, II E VIII)
Carregam axônios de neurônios sensitivos especiais. Esses nervos são exclusivos da cabeça e
estão associados aos sentidos especiais de olfato, visão e audição. Os corpos celulares da
maioria dos neurônios sensitivos estão localizados em gânglios fora do encéfalo.

CINCO NERVOS CRANIANOS (III, IV, VI, XI E XII)


São classificados como nervos motores porque contêm apenas axônios de neurônios motores
à medida que deixam o tronco cerebral. Os corpos celulares dos neurônios motores ficam nos
núcleos do encéfalo.

QUATRO NERVOS CRANIANOS (V, VII, IX E X)


São nervos mistos, contendo axônios de ambos os neurônios sensoriais que entram no tronco
encefálico e dos neurônios motores que saem do tronco encefálico. Veja a seguir:

● Nervo olfatório (I): É um nervo sensitivo e carrega impulsos relacionados à olfação. Inicia na
cavidade nasal, em sua porção superior, graças à presença do epitélio olfatório. Feixes de
axônio se estendem dessa região e ascendem para a cavidade craniana por meio da lâmina
crivosa do osso etmoide, formando o nervo olfatório. Termina no telencéfalo pelos bulbos
olfatórios.

● Nervo óptico (II): É um nervo sensitivo e está relacionado à visão. Os sinais visuais se iniciam
nos cones e nos bastonetes da retina. Esses sinais são transmitidos para o nervo óptico, que
se funde com o nervo contralateral e forma o quiasma óptico, o que constitui o trato óptico na
massa cerebral.

● Nervo oculomotor (III): É responsável pela inervação de quase toda a musculatura do globo
ocular. Inerva também o músculo ciliar, que ajusta a lente e o músculo da íris.

● Nervo troclear (IV): É um nervo motor e inerva o músculo oblíquo superior do globo ocular.

● Nervo trigêmeo (V): É um nervo misto e carrega esse nome devido à sua divisão em nervos
oftálmico, maxilar e mandibular. Esse nervo é importante para inervação sensitiva da face,
incluindo os dentes, as glândulas, a língua (não está relacionado à gustação). Inerva a
musculatura da mastigação e alguns músculos relacionados ao palato mole e ao ouvido
médio.
● Nervo abducente (VI): É um nervo motor e inerva o músculo reto lateral do globo ocular. Seu
nome está relacionado ao fato de o músculo reto lateral fazer a abdução do olho.

● Nervo facial (VII): É um nervo misto e dá a inervação gustativa dos dois terços anteriores da
língua, graças ao nervo corda do tímpano. Seus ramos motores inervam a musculatura da
mímica facial, do músculo estilo-hioideo, da porção posterior do digástrico e do músculo
estapédio. Ainda, emite ramos parassimpáticos para o gânglio pterigopalatino e submandibular,
fornecendo inervação parassimpática para as glândulas lacrimais, nasais, palatinas, sublingual
e submandibulares.

● Nervo vestibulococlear (VIII): Nervo sensitivo e possui dois ramos: um ramo vestibular e um
ramo coclear. O ramo vestibular surge dos canais semicirculares, sáculo e utrículo do ouvido
interno e corre em direção ao núcleo vestibular, na ponte e cerebelo, e está relacionado ao
equilíbrio. Seu ramo coclear surge da cóclea no ouvido interno e termina no tálamo, levando o
sentido de audição.

● Nervo glossofaríngeo (IX): É um nervo misto. Fornece a sensação gustativa do terço


posterior da língua, inerva de forma aferente e eferente parte da faringe, emite ramos que vão
para o seio e o corpo carotídeos, monitorando a pressão arterial e os níveis de oxigênio e gás
carbônico no sangue. Também dá inervação sensitiva para o ouvido externo e leva fibras
parassimpáticas para a glândula parótica (via gânglio ótico);

● Nervo vago (X): É um nervo misto. Está contido na bainha carotídea, no pescoço. Supre
músculos da faringe, da laringe, do palato mole. Emite ramos para o seio e o corpo carotídeos.
Ramos parassimpáticos para o pulmão, o coração, as glândulas e as vísceras do trato
gastrointestinal;

● Nervo acessório (XI): É um nervo motor. Possui um componente craniano e um componente


espinal. Inerva o músculo trapézio e o músculo esternocleidomastóideo.

● Nervo hipoglosso (XII): É um nervo motor. Surge do bulbo (núcleo do hipoglosso) e supre a
musculatura da língua, importante para a fala e para a deglutição.
Imagem: Shutterstock.com

 Vista inferior do encéfalo demonstrando os 12 pares de nervos cranianos.

ELEMENTOS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL


O especialista Elisaldo Mendes Cordeiro apresenta as principais estruturas do sistema nervoso
central.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. NUMA SECÇÃO TRANSVERSA DA MEDULA, PODEMOS OBSERVAR SUA


ORGANIZAÇÃO PECULIAR. A SUBSTÂNCIA CINZA FORMA ALGO
SEMELHANTE A LETRA H, ENQUANTO A SUBSTÂNCIA BRANCA SITUA-SE AO
REDOR DESTA. SÃO ESTRUTURAS PRESENTES NA SUBSTÂNCIA BRANCA:

A) Núcleos

B) Cornos posteriores

C) Colunas

D) Canal central

E) Bulbos

2. O NERVO VAGO É O DÉCIMO PAR DE NERVO CRANIANO. POSSUI ESSE


NOME DEVIDO À SUA AMPLA DISTRIBUIÇÃO. DAS FUNÇÕES ABAIXO, QUAL
NÃO SE ENQUADRA NA FUNÇÃO DESSE NERVO?

A) Supre parte da musculatura da faringe.


B) Emite ramos da porção parassimpática do sistema nervoso autônomo.

C) Inerva o seio e o corpo carotídeos.

D) Dá a sensação de gustação para o terço posterior da língua.

E) Supre parte da musculatura da laringe.

GABARITO

1. Numa secção transversa da medula, podemos observar sua organização peculiar. A


substância cinza forma algo semelhante a letra H, enquanto a substância branca situa-se ao
redor desta. São estruturas presentes na substância branca:

A alternativa "C " está correta.

As colunas são as regiões da substância branca na medula. A medula possui duas colunas
anteriores, duas posteriores e duas laterais. Cada coluna contém um feixe de axônio com
origem ou destino em comum, denominadas tratos. Os núcleos são aglomerados de corpos
celulares de neurônios na substância cinzenta situados nos cornos. Já o canal central é o canal
onde corre líquor.

2. O nervo vago é o décimo par de nervo craniano. Possui esse nome devido à sua ampla
distribuição. Das funções abaixo, qual não se enquadra na função desse nervo?

A alternativa "D " está correta.

O sentido de gustação é dado por dois outros pares de nervos cranianos. O nervo facial (VII),
que emite fibras especiais para os dois terços anteriores da língua, e o nervo glossofaríngeo
(IX), que emite fibras especiais para o terço posterior da língua.

MÓDULO 3

 Reconhecer os elementos que constituem o sistema nervoso periférico e o tegumentar


NERVOS ESPINHAIS E PLEXOS
Os nervos espinais estão associados à medula e conectam o SNC aos receptores sensoriais,
aos músculos e às glândulas em todas as partes do corpo.

OS 31 PARES DE NERVOS ESPINAIS SÃO NOMEADOS E


NUMERADOS DE ACORDO COM A REGIÃO E O NÍVEL DA
COLUNA VERTEBRAL DE ONDE EMERGEM. EXISTEM,
PORTANTO, OITO PARES DE NERVOS CERVICAIS (C1-C8),
DOZE PARES DE NERVOS TORÁCICOS (T1-T12), CINCO
PARES DE NERVOS LOMBARES (L1-L5), CINCO PARES DE
NERVOS SACRAIS (S1-S5) E UM PAR DE NERVO
COCCÍGEO (1CO).

Nem todos os segmentos da medula espinal estão alinhados com suas vértebras
correspondentes. Como vimos, a medula espinal termina perto do nível da borda superior da
segunda vértebra lombar (L2) e das raízes dos nervos lombar, sacral e coccígeo para alcançar
seus respectivos forames antes de emergir da coluna vertebral. Esse arranjo forma a cauda
equina.

Imagem: Shuttertock.com

 Vista posterior da medula espinal e dos nervos espinhais.


Imagem: Shuttertock.com

 A cauda equina.

O primeiro par cervical de nervos espinais emerge da medula entre o osso occipital e o atlas
(C1). A maioria dos nervos espinais restantes emerge da medula pelo forame intervertebral
entre as vértebras adjacentes:

Os nervos C1-C7 saem do canal vertebral acima de suas vértebras correspondentes.

O nervo espinal C8 sai do canal vertebral entre as vértebras C7 e T1.

Os nervos T1-L5 saem do canal vertebral abaixo de suas vértebras correspondentes.

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As raízes dos nervos espinais sacrais (S1-S5) e os nervos coccígeos (Co1) entram no canal
sacral, a parte do canal vertebral no sacro. Posteriormente, os nervos S1-S4 saem do canal
sacral pelos quatro pares de forames sacrais anterior e posterior, e os nervos espinais S5 e Co1
saem do canal sacral pelo hiato sacral.

Um nervo espinal típico tem duas conexões com a medula:

UMA RAIZ POSTERIOR

UMA RAIZ ANTERIOR


As raízes posterior e anterior se unem para formar um nervo espinal no forame intervertebral.
Como a raiz posterior contém axônios sensoriais e a raiz anterior contém axônios motores, um
nervo espinal é classificado como um nervo misto. A raiz posterior contém um gânglio da raiz
posterior no qual os corpos celulares dos neurônios sensoriais estão localizados.

Imagem: Shutterstock.com

 Anatomia de um nervo espinal.

Após passar por seu forame intervertebral, um nervo espinal se divide em vários ramos:

RAMO POSTERIOR (DORSAL)


RAMO ANTERIOR (VENTRAL)
RAMO MENÍNGEO
RAMOS COMUNICANTES

RAMO POSTERIOR (DORSAL)

Supre os músculos profundos e a pele do dorso.


RAMO ANTERIOR (VENTRAL)

Inerva os músculos e as estruturas dos membros superiores e inferiores e a pele das


superfícies lateral e anterior do tronco.

RAMO MENÍNGEO

Reentra na cavidade vertebral pelo forame intervertebral e supre as vértebras, os ligamentos


vertebrais, os vasos sanguíneos da medula espinal e das meninges.

RAMOS COMUNICANTES

Compõem o sistema nervoso autônomo.

Os ramos ventrais dos nervos espinais, exceto os nervos torácicos de T2 a T12, não vão
diretamente para as estruturas corporais que suprem. Em vez disso, formam redes nos lados
esquerdo e direito do corpo, unindo-se a vários ramos anteriores de nervos adjacentes. Essa
rede nervosa é conhecida como plexo.

O corpo humano possui quatro grandes plexos:

PLEXO CERVICAL

PLEXO BRAQUIAL

PLEXO LOMBAR
PLEXO SACRAL

Alguns autores descrevem a presença de um plexo coccígeo, que é menor. Frequentemente, os


plexos lombar e sacral são descritos coletivamente como plexo lombossacral, devido à sua
comunicação pelo tronco lombossacral.

 ATENÇÃO

Emergindo dos plexos estão nervos com nomes que muitas vezes descrevem as regiões gerais
a que servem ou o curso que seguem. Cada um dos nervos, por sua vez, pode ter vários ramos
nomeados de acordo com as estruturas específicas que inervam.

Os ramos ventrais dos nervos espinais torácicos (T2 a T12) não entram na formação desses
plexos. Em vez disso, são conhecidos como nervos intercostais, sendo responsáveis pela
inervação dos espaços intercostais e das regiões adjacentes.

Após deixar seu forame intervertebral, o ramo anterior do nervo T2 inerva os músculos
intercostais do segundo espaço intercostal e supre a pele da axila e o aspecto posteromedial
do braço.

Os nervos T3-T6 se estendem ao longo dos sulcos costais das costelas e, em seguida, para os
músculos intercostais e a pele da parede torácica anterior e lateral.


Os nervos T7-T12 suprem os músculos intercostais e abdominais, junto com a pele adjacente.

Os ramos posteriores dos nervos intercostais suprem os músculos profundos do dorso e a pele
do dorso.

PLEXO CERVICAL

É formado pelos ramos ventrais dos primeiros quatro nervos cervicais (C1-C4), com
contribuição do C5. Existe um em cada lado do pescoço, ao lado das primeiras quatro
vértebras cervicais. O plexo cervical supre a pele e os músculos da cabeça, do pescoço e da
parte superior dos ombros e do tórax. Os nervos frênicos surgem dos plexos cervicais e
fornecem fibras motoras ao diafragma. Ramos do plexo cervical também correm paralelos a
dois nervos cranianos: o acessório (XI) e o hipoglosso (XII).

São ramos do plexo cervical:

Nervo occipital menor (C2)

Nervo auricular magno (C2-C3)

Nervo cervical transverso (C2-C3)

Nervos supraclaviculares (C3-C4)

Alça cervical (C1-C3 + contribuição do nervo hipoglosso)


Nervo frênico (C3-C5)

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Imagem: Shutterstock.com

 Plexo cervical.

PLEXO BRAQUIAL

É formado pelos ramos ventrais de C5-T1, que se estendem inferior e lateralmente em cada
lado das últimas quatro vértebras cervicais e da primeira vértebra torácica. Ele passa acima da
primeira costela posterior à clavícula e, em seguida, entra na axila. Visto que o plexo braquial é
complexo, uma explicação de suas várias partes é útil.

TAL COMO ACONTECE COM O PLEXO CERVICAL E COM


OUTROS PLEXOS, OS RAMOS ANTERIORES DOS NERVOS
ESPINHAIS SÃO COMUMENTE DENOMINADOS DE RAÍZES.
No plexo braquial, as raízes formam os troncos superior (C5-C6), médio (C7) e inferior (C8-T1).
Posteriormente às clavículas, os troncos divergem em duas divisões: anterior e posterior. Nas
axilas, as divisões se unem para formar os fascículos lateral, medial e posterior, denominados
de acordo com sua relação com a artéria axilar. O plexo braquial inerva a maior parte do ombro
e todo o membro superior dos ombros e membros superiores. Cinco grandes ramos terminais
surgem do plexo braquial:

Nervo axilar (C5-C6, fascículo posterior)

Nervo radial (C5-T1, fascículo posterior)

Nervo mediano (C5-T1, união do fascículo lateral com medial)

Nervo musculocutâneo (C5-C7, fascículo lateral)

Nervo ulnar (C8-T1, fascículo medial)

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Além desses, o plexo braquial emite ramos colaterais que surgem das raízes, dos troncos ou
dos fascículos:

Nervo dorsal da escápula (C5)

Nervo torácico longo (C5-C7)

Nervo para o músculo subclávio (C5-C6)

Nervo supraescapular (C5-C6)

Nervos peitoral lateral (C5-C7) e medial (C8-T1)

Nervos subescapular superior (C5-C6) e inferior (C5-C6)


Nervo toracodorsal (C6-C8)

Nervo cutâneo medial do braço (C8-T1)

Nervo cutâneo medial do antebraço (C8-T1)

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Imagem: Shutterstock.com

 Plexo braquial e seus ramos.

PLEXO LOMBAR

As raízes dos nervos espinhais de L1 a L4 formam o plexo. Ao contrário do plexo braquial, há


uma mistura mínima de fibras no plexo lombar. Em cada lado das primeiras quatro vértebras
lombares, o plexo lombar passa obliquamente para fora, entre as cabeças superficial e
profunda do músculo psoas maior e anterior ao músculo quadrado lombar.
Entre as cabeças do músculo psoas maior, as raízes dos plexos lombares se dividem em
divisões anterior e posterior, que dão origem aos ramos periféricos dos plexos. O plexo lombar
supre a parede abdominal anterolateral, órgãos genitais externos e parte dos membros
inferiores.

Seus ramos são:

Nervo iliohipogástrico (L1)

Nervo ilioinguinal (L1)

Nervo genitofemoral

Nervo cutâneo lateral da coxa (nervo cutâneo femoral lateral, L2-L3)

Nervo femoral (L2-L4)

Nervo obturatório (L2-L4)

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Imagem: Shutterstock.com
 Plexo lombar.

PLEXO SACRAL

É formado pelas raízes de L4-L5 e S1-S4 e está situado em grande parte anterior ao sacro. O
plexo sacral supre as nádegas, o períneo e os membros inferiores. Seus ramos são:

Nervo glúteo superior (L4-S1)

Nervo glúteo inferior (L5-S2)

Nervo para o músculo piriforme (S1-S2)

Nervo para o quadrado femoral e gêmeo inferior (L4-S1)

Nervo para o obturador interno e gêmeo superior (L5-S2)

Nervo cutâneo femoral posterior (S1-S3)

Nervo pudendo (S2-S4)

Nervo isquiático (L4-S3)

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Imagem: Shutterstock.com

 O nervo isquiático (em vermelho). É o maior nervo do corpo humano e se divide na fossa
poplítea em nervo fibular comum e nervo tibial.

DERMÁTOMOS

A pele de todo o corpo é fornecida por neurônios sensoriais somáticos que transportam
impulsos nervosos da pele para a medula espinal e para o encéfalo. Cada nervo contém
neurônios sensoriais que servem a um segmento específico do corpo.

 ATENÇÃO

Um dos nervos cranianos, o nervo trigêmeo (V), atende a maior parte da pele do rosto e do
couro cabeludo. A área da pele que fornece entrada sensorial para o SNC por meio de um par
de nervos espinais ou do nervo trigêmeo (V) é chamada de dermátomo.

O suprimento nervoso nos dermátomos adjacentes se sobrepõem um pouco. Saber quais


segmentos da medula espinal suprem cada dermátomo torna possível localizar regiões
danificadas da medula.
SE A PELE DE UMA DETERMINADA REGIÃO FOR
ESTIMULADA, MAS A SENSAÇÃO NÃO FOR PERCEBIDA,
OS NERVOS QUE FORNECEM ESSE DERMÁTOMO
PROVAVELMENTE ESTÃO DANIFICADOS. JÁ EM REGIÕES
ONDE A SOBREPOSIÇÃO É CONSIDERÁVEL, PODE
OCORRER POUCA PERDA DE SENSIBILIDADE SE APENAS
UM DOS NERVOS QUE IRRIGAM O DERMÁTOMO FOR
DANIFICADO.

As informações sobre os padrões de inervação dos nervos espinais também podem ser usadas
terapeuticamente. Cortar raízes posteriores ou infundir anestésicos locais pode bloquear a dor
de forma permanente ou temporária. Como os dermátomos se sobrepõem, a produção
deliberada de uma região de anestesia completa pode exigir que pelo menos três nervos
espinais adjacentes sejam cortados ou bloqueados por um anestésico.

Os dermátomos estão representados na Imagem a seguir.

Imagem: Shuttherstock.com

 Dermátomos.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
O sistema nervoso autônomo (SNA) pode ser definido como um sistema nervoso motor que
controla as glândulas, o músculo cardíaco e o músculo liso. Também é chamado de sistema
motor visceral para distingui-lo do sistema motor somático, que controla os músculos
esqueléticos.

OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS-ALVO DO SNA SÃO AS VÍSCERAS


DAS CAVIDADES TORÁCICA E
ABDOMINOPÉLVICA (CORAÇÃO, PULMÕES, TRATOS
DIGESTIVO E URINÁRIO) E ALGUMAS ESTRUTURAS DA
PAREDE CORPORAL.

O SNA TRABALHA DE FORMA INVOLUNTÁRIA, AO


CONTRÁRIO DO SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO,
RELACIONADO AOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS.

 EXEMPLO

É válido lembrar que os efetores viscerais não dependem do SNA para funcionar, mas apenas
para ajustar sua atividade às necessidades de mudança do corpo. O coração, por exemplo,
continua batendo mesmo que todos os seus nervos autônomos sejam cortados, mas o SNA
modula a frequência cardíaca em condições de repouso e exercício.

O SNA tem duas divisões: simpática e parassimpática, que, embora inervem os mesmos
órgãos-alvo e têm efeitos antagônicos ou cooperativos sobre eles, são diferentes quanto à
anatomia e à função que desempenham:
DIVISÃO SIMPÁTICA

Adapta o corpo de várias maneiras para a atividade física — aumenta o estado de alerta, a
frequência cardíaca, a pressão sanguínea, o fluxo de ar pulmonar, a concentração de glicose no
sangue e o fluxo sanguíneo para os músculos cardíacos e esqueléticos, mas ao mesmo tempo,
reduz o fluxo sanguíneo para a pele e o trato digestivo.


DIVISÃO PARASSIMPÁTICA

Em comparação, tem um efeito calmante em muitas funções do corpo. Está associado ao


gasto energético reduzido e à manutenção do corpo, incluindo funções como digestão e
eliminação de resíduos. Isso pode ser considerado o estado de “descanso e digestão”.

A seguir, estudaremos cada uma dessas divisões.

DIVISÃO SIMPÁTICA

Também é chamada de divisão toracolombar, porque se origina das regiões torácica e lombar
da medula espinal. Possui fibras pré-ganglionares relativamente curtas e fibras pós-
ganglionares longas.

Suas fibras saem por meio dos nervos espinhais T1 a L2 e levam a uma cadeia simpática
próxima de gânglios (tronco simpático).
Esse tronco trata-se de uma série longitudinal de gânglios adjacentes a cada lado da coluna
vertebral do nível cervical ao coccígeo, conectados por cordões nervosos.

O número de gânglios varia de pessoa para pessoa, mas geralmente existem três gânglios
cervicais (Superior, médio e inferior) , onze torácicos, quatro lombares, quatro sacrais e um
gânglio coccígeo em cada cadeia. Pode parecer estranho que os gânglios simpáticos existam
nas regiões cervical, sacral e coccígea, considerando que as fibras simpáticas surgem apenas
nas regiões torácica e lombar da medula (níveis T1 a L2).

Os cordões nervosos da região torácica ascendem aos gânglios do pescoço, e os cordões da


região lombar descem até os gânglios sacral e coccígeo. Consequentemente, as fibras
nervosas simpáticas são distribuídas a todos os níveis do corpo.


Como regra geral, a cabeça recebe saída simpática proveniente do segmento T1 da medula
espinal.


O pescoço, de T2.


O tórax e os membros superiores, de T3 a T6.


O abdômen, de T7 a T11.

E os membros inferiores, de T12 a L2.

Essas distribuições de nervos, no entanto, se sobrepõem e variam entre os indivíduos. Na


região toracolombar, cada gânglio paravertebral está conectado a um nervo espinal por dois
ramos chamados ramos comunicantes.

As fibras pré-ganglionares são pequenas fibras mielinizadas que viajam do nervo espinal ao
gânglio por meio do ramo comunicante branco, que recebe sua cor e nome devido ao fato de
possuir bainha de mielina.

Já as fibras pós-ganglionares amielínicas deixam o gânglio por várias vias, incluindo um ramo
comunicante cinzento, denominado assim por sua falta de mielina e por sua cor opaca. Esse
ramo forma uma ponte de volta ao nervo espinal. As fibras pós-ganglionares viajam pelo ramo
cinzento e pelo nervo espinal até os órgãos-alvo.

Além dos gânglios paravertebrais, existem alguns gânglios pré-vertebrais que formam plexos
na cavidade abdominal, como por exemplo os plexos celíaco, mesentérico superior e
mesentérico inferior, que se comunicam amplamente.

Imagem: Shutterstock.com

 Divisão simpática e algumas de suas funções.


DIVISÃO PARASSIMPÁTICA

É conhecida como divisão craniossacral, pois se origina do cérebro e da região sacral da


medula; suas fibras viajam em certos nervos cranianos e sacrais.

Os corpos dos neurônios pré-ganglionares estão localizados no mesencéfalo, na ponte, no


bulbo e nos segmentos S2 a S4 da medula espinal.

Eles emitem longas fibras pré-ganglionares que terminam nos gânglios terminais dentro ou
perto do órgão-alvo.

Assim, a divisão parassimpática tem fibras pré-ganglionares longas, alcançando quase todo o
caminho até as células-alvo, e fibras pós-ganglionares curtas que cobrem o resto da distância.

As fibras parassimpáticas deixam o tronco cerebral por meio de quatro nervos cranianos. Os
três primeiros suprem toda a inervação parassimpática para a cabeça, e o último supre
vísceras das cavidades torácica e abdominopélvica:

NERVO OCULOMOTOR (III)


NERVO FACIAL (VII)
NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX)
NERVO VAGO (X)
NERVO OCULOMOTOR (III)

Leva fibras para o gânglio ciliar, subsequentemente ao músculo ciliar e constritor da pupila.

NERVO FACIAL (VII)

Leva fibras para as glândulas lacrimais, salivares e nasais.

NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX)

Leva inervação parassimpática para a glândula parótida pelo gânglio ótico.

NERVO VAGO (X)

Responsável por levar a maior parte do sistema parassimpático. Leva fibras para o coração, o
pulmão, o esôfago, e, após entrar na cavidade abdominal pelos troncos vagais, contribui para a
forma dos plexos celíaco, mesentérico superior e mesentérico inferior, levando inervação
parassimpática para o fígado, o pâncreas, o estômago, o intestino delgado, o ureter, os rins e a
porção proximal do cólon.

As fibras parassimpáticas remanescentes surgem dos níveis S2 a S4 da medula espinal. Essas


fibras percorrem uma curta distância nos ramos anteriores dos nervos espinhais e formam os
nervos esplâncnicos pélvicos, que levam fibras ao plexo hipogástrico inferior, levando inervação
parassimpática para a metade distal do intestino grosso, o reto, a bexiga urinária e os órgãos
reprodutivos.
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 Divisão parassimpática e algumas de suas funções.

SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO


O trato digestivo possui um sistema nervoso próprio, denominado sistema nervoso entérico
(SNE). Consiste em plexos embutidos na parede do trato digestivo que possui seus próprios
arcos reflexos. O SNE regula a motilidade do esôfago, do estômago e dos intestinos e a
secreção de enzimas digestivas e de ácido. Para funcionar normalmente, essas atividades
digestivas também requerem regulação pelos sistemas simpático e parassimpático.

Os neurônios do sistema nervoso entérico são organizados em dois plexos:

PLEXO MIOENTÉRICO (PLEXO DE AUERBACH)

Está localizado entre as camadas de músculo liso longitudinal e circular da muscular.


PLEXO SUBMUCOSO (PLEXO DE MEISSNER)

É encontrado na camada submucosa.

Os plexos do sistema nervoso entérico consistem em:

NEURÔNIOS MOTORES

INTERNEURÔNIOS

NEURÔNIOS SENSORIAIS

Como os neurônios motores do plexo mioentérico inervam as camadas do músculo liso


longitudinal e circular da musculatura, esse plexo controla principalmente a motilidade
(movimento) do TGI, particularmente a frequência e a força da contração da musculatura. Os
neurônios motores do plexo submucoso suprem as células secretoras do epitélio da mucosa,
controlando as secreções dos órgãos do TGI. Os interneurônios do SNE conectam os plexos
entre si.

Os neurônios sensoriais do SNE suprem o epitélio da mucosa e contêm receptores que


detectam estímulos no lúmen do TGI. A parede do trato gastrointestinal contém dois tipos
principais de receptores sensoriais:

QUIMIORRECEPTORES
MECANORRECEPTORES

QUIMIORRECEPTORES

Colhem estímulos de certos produtos químicos no alimento presentes no lúmen.


MECANORRECEPTORES

Percebem estímulos de estiramento, que são ativados quando o alimento distende (alonga) a
parede de uma das porções do TGI.

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 As camadas do trato gastrointestinal e os plexos nervosos.

SISTEMA TEGUMENTAR
Esse sistema é composto por:

PELE

CABELO
GLÂNDULAS SUDORÍPARAS

UNHAS

RECEPTORES SENSORIAIS

O SISTEMA TEGUMENTAR AJUDA A MANTER A


TEMPERATURA CORPORAL CONSTANTE, PROTEGE O
CORPO E FORNECE INFORMAÇÕES SENSORIAIS SOBRE O
AMBIENTE CIRCUNDANTE. DE TODOS OS ÓRGÃOS DO
CORPO, NENHUM É MAIS FACILMENTE INSPECIONADO
OU MAIS EXPOSTO A INFECÇÕES, DOENÇAS E LESÕES DO
QUE A PELE.

PELE

A pele cobre a superfície externa do corpo e é o maior órgão se considerarmos o seu peso. Em
adultos, a pele cobre uma área de cerca de 2m2 e pesa de 4,5 a 5kg, cerca de 7% do peso
corporal total. Sua espessura varia de 0,5mm nas pálpebras a 4mm na região do calcâneo. Na
maior parte do corpo, tem de 1 a 2mm de espessura.

 VOCÊ SABIA
A pele se modifica de acordo com a idade, sendo mais delgada na infância e na velhice. A
distensão da pele durante a gravidez pode ocasionar o aparecimento de estrias avermelhadas,
que podem persistir posteriormente como linhas brancas permanentes. Sendo assim, a pele
está sujeita a diversos tipos de modificações, sejam fisiológicas ou patológicas.

A PELE POSSUI DUAS CAMADAS BEM DIFERENTES:

EPIDERME

É uma camada mais superficial. Possui epitélio estratificado e deriva do ectoderma.

DERME (CÓRIO)

É a camada mais profunda e deriva do mesoderma.

Profundamente à derme, está a tela subcutânea, também chamada de hipoderme, porém ela
não faz parte da pele. A tela subcutânea consiste em tecidos areolar e adiposo. Fibras que se
estendem da derme ancoram a pele até a camada subcutânea, que por sua vez se liga à fáscia
subjacente (Tecido conjuntivo ao redor dos músculos) . A camada subcutânea serve como
depósito de armazenamento de gordura e contém grandes vasos sanguíneos que irrigam a
pele. Essa região e, às vezes, a derme contém terminações nervosas chamadas corpúsculos
lamelados ou corpúsculos de Pacini que são sensíveis à pressão.
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 As camadas da pele e a tela subcutânea.

Epiderme

É composta por epitélio escamoso estratificado queratinizado, que contém quatro tipos
principais de células:

• Queratinócitos

Cerca de 90% das células epidérmicas são queratinócitos, que estão organizados em quatro ou
cinco camadas e produzem queratina, uma proteína dura e fibrosa que ajuda a proteger a pele e
os tecidos subjacentes de abrasões, calor, micróbios e produtos químicos.

OS QUERATINÓCITOS TAMBÉM PRODUZEM GRÂNULOS


LAMELARES, QUE LIBERAM UM SELANTE REPELENTE DE
ÁGUA QUE DIMINUI A ENTRADA E A PERDA DE ÁGUA E
INIBE A ENTRADA DE CORPOS ESTRANHOS.

• Melanócitos

Cerca de 8% das células epidérmicas são melanócitos que produzem o pigmento melanina.
Suas projeções longas e delgadas se estendem entre os queratinócitos e transferem grânulos
de melanina para eles.

 ATENÇÃO

A melanina é um pigmento amarelo-vermelho ou marrom-preto que contribui para a cor da pele


e absorve a luz ultravioleta (UV), minimizando seus efeitos.

• Macrófagos intraepidérmicos

Os macrófagos intraepidérmicos surgem da medula óssea vermelha e migram para a epiderme,


constituindo uma pequena fração da composição celular desse estrato. São responsáveis
pelas respostas imunes que ocorrem na pele.

• Células epiteliais táteis

As células epiteliais táteis (células de Merkel) são as menos numerosas e são responsáveis
pela detecção da sensação de toque.

A PELE POSSUI ESPESSURAS DIFERENTES DE ACORDO


COM A REGIÃO ESTUDADA. NA MAIORIA DAS REGIÕES
DO CORPO, A EPIDERME POSSUI QUATRO ESTRATOS E,
NAS REGIÕES ONDE HÁ BASTANTE FRICÇÃO, COMO, POR
EXEMPLO, A PALMA DAS MÃOS E A SOLA DOS PÉS, A
EPIDERME POSSUI CINCO ESTRATOS.

São eles, de superficial para profundo:

ESTRATO CÓRNEO
Membrana forte, elástica e semitransparente que age como uma barreira à passagem de água;
é formada por queratinócitos mortos e contém basicamente queratina.

ESTRATO LÚCIDO
Presente somente nas porções de constante fricção da pele, como as palmas das mãos e a
sola dos pés. Possui bastante queratina e fornece um reforço para a pele.
ESTRATO GRANULOSO
Formada por queratinócitos que estão sofrendo apoptose. Produz uma substância que retarda
a perda e a entrada de água e de corpos estranhos.

ESTRATO ESPINHOSO
Consiste em queratinócitos numerosos e funcionantes, ainda capazes de realizar mitoses e
produzir queratina. Sua arquitetura fornece força e flexibilidade para a pele; esse estrato conta
com a presença de macrófagos e de projeções dos melanócitos.

ESTRATO BASAL (CILÍNDRICO)


É o estrato mais profundo, composto por uma única camada de queratinócitos cilíndricos;
forma constantemente novos queratinócitos que vão migrando para as camadas mais
superficiais.

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 Estrutura da epiderme.

Derme

É composta de tecido conjuntivo denso e irregular contendo colágeno e fibras elásticas. Essa
rede de fibras tem grande resistência à tração. A derme também tem a capacidade de se
esticar e de recuar facilmente. É muito mais espessa do que a epiderme, e sua espessura varia
de região para região do corpo, atingindo sua maior espessura nas palmas das mãos e nas
plantas dos pés, de forma semelhante à epiderme.
 VOCÊ SABIA

O couro, que usamos para confeccionar cintos, sapatos e bolas de basquete é a derme seca e
tratada de outros animais.

AS POUCAS CÉLULAS PRESENTES NA DERME INCLUEM


PREDOMINANTEMENTE FIBROBLASTOS, COM ALGUNS
MACRÓFAGOS E ADIPÓCITOS PRÓXIMOS À TELA
SUBCUTÂNEA. OS VASOS SANGUÍNEOS, OS NERVOS, AS
GLÂNDULAS E OS FOLÍCULOS PILOSOS ESTÃO
EMBUTIDOS NA CAMADA DÉRMICA.

A derme é essencial para a sobrevivência da epiderme, e as camadas adjacentes formam


muitas relações estruturais e funcionais importantes. Com base em sua estrutura, a derme
pode ser dividida em uma região papilar superficial delgada e uma região reticular espessa e
profunda.

• Região papilar

Constitui cerca de um quinto da espessura da camada total da derme. Ela contém colágeno
fino e fibras elásticas finas. Sua área de superfície é aumentada por papilas dérmicas,
pequenas estruturas em forma mamilar que se projetam na superfície inferior da epiderme.
Todas as papilas dérmicas contêm alças capilares (Vasos sanguíneos) . Alguns também
contêm receptores táteis chamados corpúsculos táteis ou corpúsculos de Meissner, que são
terminações nervosas sensíveis ao toque.

Outras papilas dérmicas também contêm terminações nervosas livres, dendritos que carecem
de qualquer especialização estrutural aparente.
Diferentes terminações nervosas livres iniciam sinais que dão origem a sensações de calor,
frio, dor, entre outras.

• Região reticular

A região reticular está ligada à camada subcutânea. Contém feixes de fibras de colágeno
espessas, fibroblastos dispersos e várias células (macrófagos, por exemplo).

Algumas células adiposas podem estar presentes na parte mais profunda da camada, junto
com algumas fibras elásticas grossas. As fibras de colágeno na região reticular são dispostas
em forma de rede e têm um arranjo mais regular do que as da região papilar. A orientação das
fibras grandes de colágeno ajuda a pele a resistir ao alongamento. Os vasos sanguíneos, os
nervos, os folículos pilosos, as glândulas sebáceas e sudoríferas ocupam os espaços entre as
fibras.

A COMBINAÇÃO DE COLÁGENO E FIBRAS ELÁSTICAS NA


REGIÃO RETICULAR FORNECE À PELE FORÇA,
EXTENSIBILIDADE, CAPACIDADE DE ESTICAR E
ELASTICIDADE. A EXTENSIBILIDADE DA PELE PODE SER
FACILMENTE OBSERVADA AO REDOR DAS
ARTICULAÇÕES; OU DURANTE A GRAVIDEZ.

As superfícies das palmas e dos dedos das mãos, das solas e dos pés têm uma série de sulcos
e impressões. Eles aparecem como linhas retas ou como um padrão de voltas e espirais, como
nas pontas dos dedos.

 ATENÇÃO
Essas cristas epidérmicas são produzidas durante o terceiro mês de desenvolvimento fetal
como projeções descendentes da epiderme para a derme entre as papilas dérmicas da região
papilar. As cristas epidérmicas criam uma forte ligação entre a epiderme e a derme em uma
região de alto estresse mecânico. As cristas epidérmicas também aumentam a área de
superfície da epiderme e, portanto, aumentam a aderência da mão ou do pé, aumentando a
fricção.

Finalmente, as cristas epidérmicas aumentam muito a área de superfície, o que aumenta o


número de corpúsculos de toque e, portanto, aumenta a sensibilidade tátil.


Como os dutos das glândulas sudoríparas se abrem no topo das cristas epidérmicas como
poros de suor, o suor e as cristas formam impressões digitais ao tocar em um objeto liso.


O padrão dessas impressões é em parte determinado geneticamente e é único para cada
indivíduo, sendo usado, portanto, como meio de identificação.

Imagem: Shutterstock.com

 Esquema demonstrando a estrutura da derme.


ESTRUTURAS ACESSÓRIAS

As estruturas acessórias da pele — cabelo, glândulas cutâneas e unhas — se desenvolvem a


partir da epiderme embrionária. Elas têm uma série de funções importantes. Por exemplo,
cabelos e unhas protegem o corpo e as glândulas sudoríparas ajudam a regular a temperatura
corporal.

Glândulas sudoríparas

Regulam a temperatura corporal, pois a pele está em constante troca de calor com o meio.
Essas glândulas se desenvolvem no feto sob a forma de invaginações epidérmicas que se
tornam canalizadas, dessa maneira, são glândulas tubulares simples, cada qual com uma
unidade secretora enovelada na derme ou na tela subcutânea e um ducto longo e tortuoso que
atravessa a epiderme e se abre por meio de um poro na superfície externa da pele. Podem ser:

ÉCRINAS

A liberação da secreção não acarreta perda de citoplasma.


APÓCRINAS

A secreção acarreta perda do citoplasma.

AS GLÂNDULAS SUDORÍPARAS SÃO NUMEROSAS NAS


PALMAS DAS MÃOS E NAS PLANTAS DOS PÉS,
DESEMBOCANDO NO ÁPICE DAS CRISTAS PAPILARES. O
CALOR E A EMOÇÃO SÃO OS PRINCIPAIS ESTÍMULOS
PARA O FENÔMENO DE SUDORESE. A TRANSPIRAÇÃO DE
ORIGEM EMOCIONAL TENDE A OCORRER NA FACE, NA
AXILA, NA PALMA DAS MÃOS E NA PLANTA DOS PÉS.

Glândulas sebáceas

Assim como as glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas se desenvolvem da epiderme


durante o período fetal; porém elas são provenientes das paredes dos folículos pilosos dos
pelos. São inexistentes na região palmar e plantar.

As glândulas sebáceas são alveolares simples, que formam lobos na derme, normalmente no
ângulo entre o músculo eretor do pelo e o folículo piloso.

As células basais da glândula proliferam e acumulam gordura, que é excretada em forma de


sebo por um ducto amplo e curto na luz do folículo.

Após a secreção, a célula secretora se desintegra, portanto, as glândulas sebáceas são


holócrinas.

Essas glândulas são dependentes da função hormonal, e a secreção delas mantém a


flexibilidade do estrato córneo da epiderme; conserva o calor corporal, pois dificulta
evaporação de moléculas de água; impede a proliferação de algumas bactérias e previne a
desidratação dos pelos.

 SAIBA MAIS

Nas pálpebras, existem glândulas não relacionadas aos pelos: são as glândulas tarsais (de
Meibom), que mantém a lubrificação das pálpebras, impedindo que as pálpebras fiquem
aderidas durante o fechamento.
Imagem: Shutterstock.com

 Glândulas sudoríparas e sebáceas.

Pelos

A presença de pelos é uma característica dos mamíferos. Entre suas funções, podemos
destacar a de proteger e regular a temperatura corporal, assim como facilitar a evaporação de
suor.

Os pelos desenvolvem-se no feto a partir de brotamentos epidérmicos que invadem a derme


subjacente.

Cada brotamento termina em uma expansão que é invaginada por uma papila mesodérmica.


As células centrais do brotamento se queratinizam para formar o pelo, que cresce até atingir a
superfície.

Lanugem é o nome que se dá aos pelos desenvolvidos inicialmente, que se desprendem pouco
antes do nascimento, em seguida, temos uma pelugem fina, chamada de velo. O cabelo
terminal é mais longo, mais grosso e geralmente mais pigmentado. Forma as sobrancelhas e
os cílios; cobre o couro cabeludo e após a puberdade, forma os pelos axilares e púbicos, os
pelos faciais masculinos e alguns dos pelos do tronco e dos membros.

EM ALGUNS PONTOS, A PELE É DESPROVIDA DE PELOS,


COMO NA PALMA DAS MÃOS; E EM OUTROS PONTOS,
COMO NA REGIÃO PÚBICA E NO COURO CABELO, A PELE
POSSUI PELOS.

Um pelo é divisível em três zonas ao longo de seu comprimento:

BULBO

Um inchaço na base onde o pelo se origina na derme ou hipoderme.

RAIZ

É o resto do pelo dentro do folículo.

HASTE
É a parte acima da superfície da pele.

As únicas células vivas de um fio de cabelo estão dentro e perto do bulbo. O bulbo cresce em
torno de um botão de tecido conjuntivo vascular denominado papila dérmica, que fornece ao
cabelo sua única fonte de nutrição. Imediatamente acima da papila está uma região de células
mitoticamente ativas, a matriz do pelo, que é o centro de crescimento do cabelo. Todas as
células acima estão mortas.

Na secção transversal, um pelo possui até três camadas. De dentro para fora, são elas:

MEDULA
CÓRTEX
CUTÍCULA

MEDULA

É um núcleo de células e espaços aéreos pouco dispostos. É mais proeminente em fios


grossos, como os das sobrancelhas, mais estreito em fios de espessura média e ausente nos
fios mais finos do couro cabeludo e de outras partes.

CÓRTEX

Constitui a maior parte do volume de um fio de cabelo. Consiste em várias camadas de células
queratinizadas alongadas.

CUTÍCULA

É composta por múltiplas camadas de células superficiais muito finas e escamosas que se
sobrepõem umas às outras como telhas, com suas bordas livres direcionadas para cima.

O folículo é um tubo diagonal que mergulha profundamente na derme e às vezes se estende


até a hipoderme. Possui duas camadas principais:
BAINHA DA RAIZ EPITELIAL
É uma extensão da epiderme e fica imediatamente adjacente à raiz do cabelo. Em direção à
extremidade profunda do folículo, ela se alarga para formar uma protuberância, uma fonte de
células-tronco para o crescimento do folículo.

BAINHA DA RAIZ DO TECIDO CONJUNTIVO


Deriva da derme. Envolve a bainha epitelial e é um pouco mais densa do que o tecido
conjuntivo dérmico adjacente. As fibras nervosas e musculares estão associadas ao folículo.
As fibras nervosas, chamadas de receptores capilares, entrelaçam-se em cada folículo e
respondem aos movimentos do cabelo. Associado a cada fio de cabelo está o músculo eretor
do pelo. Em resposta ao frio, medo, toque ou outros estímulos, o sistema nervoso simpático
estimula a contração do músculo, deixando-o ereto.

MÚSCULO ERETOR DO PELO

Um feixe de células musculares lisas que se estendem das fibras de colágeno dérmico
até a bainha da raiz do tecido conjuntivo do folículo.

Imagem: Shutterstock.com
 Anatomia do pelo.

Unhas

As unhas são placas de células epidérmicas fortemente compactas, duras, mortas e


queratinizadas, que formam uma cobertura transparente e sólida sobre as superfícies dorsais
das porções distais dos dedos.

CADA UNHA CONSISTE EM UM CORPO UNGUEAL, UMA


BORDA LIVRE E UMA RAIZ.

O corpo (placa) da unha é a parte visível. É comparável ao estrato córneo da epiderme da pele,
com a exceção de que suas células achatadas e queratinizadas se enchem de um tipo mais
duro de queratina, de modo que as células não se desprendem. Abaixo do corpo da unha está
uma região do epitélio e uma camada mais profunda da derme. A maior parte do corpo da unha
parece rosa por causa do sangue que flui através dos capilares na derme subjacente.

A borda livre é a parte do corpo da unha que pode se estender além da extremidade distal do
dedo. A borda livre é branca porque não há capilares subjacentes.

A raiz é a parte da unha que fica enterrada em uma dobra da pele. A área esbranquiçada em
forma de crescente da extremidade proximal do corpo da unha é chamada de lúnula. A lúnula é
esbranquiçada porque o tecido vascular por baixo não aparece devido a uma região espessada
de epitélio na área.

Abaixo da borda livre está uma região espessada do estrato córneo chamada hiponíquio, que
prende a unha à ponta do dedo. O leito ungueal é a porção da pele abaixo do corpo ungueal que
se estende da lúnula ao hiponíquio. A epiderme do leito ungueal carece de um estrato
granuloso.

O eponíquio ou cutícula é uma faixa estreita de epiderme que se estende e adere à margem
lateral da parede da unha. Ocupa a margem proximal da unha e consiste no estrato córneo. A
porção do epitélio proximal à raiz da unha é a matriz ungueal.

AS CÉLULAS SUPERFICIAIS DA MATRIZ UNGUEAL SE


DIVIDEM MITOTICAMENTE PARA PRODUZIR NOVAS
CÉLULAS UNGUEAIS. A TAXA DE CRESCIMENTO DAS
UNHAS É DETERMINADA PELA TAXA DE MITOSE NAS
CÉLULAS DA MATRIZ, QUE É INFLUENCIADA POR
FATORES COMO IDADE, SAÚDE E ESTADO NUTRICIONAL
DE UMA PESSOA. O CRESCIMENTO DAS UNHAS TAMBÉM
VARIA DE ACORDO COM A ESTAÇÃO, A HORA DO DIA E A
TEMPERATURA AMBIENTE. O CRESCIMENTO MÉDIO DO
COMPRIMENTO DAS UNHAS É DE CERCA DE 1 MM POR
SEMANA.

As unhas possuem função de proteção e suporte, além de auxiliarem a agarrar e manipular


pequenos objetos, elas podem ser usadas para arranhar e limpar o corpo de várias maneiras.

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 Estrutura da unha e suprimento sanguíneo.


SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO E TEGUMENTAR

O especialista Elisaldo Mendes Cordeiro fala sobre os principais tópicos desse tema.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SABEMOS QUE O CORPO HUMANO DEPENDE DE INÚMERAS AÇÕES
INVOLUNTÁRIAS PARA A MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE. QUAL PARTE DO
SISTEMA NERVOSO É RESPONSÁVEL PELO AUMENTO DA ATIVIDADE
DIGESTIVA E URINÁRIA?

A) Sistema nervoso central

B) Divisão simpática do sistema nervoso autônomo

C) Sistema nervoso entérico

D) Divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo

E) Sistema nervoso somático

2. A PORÇÃO ABDOMINAL DO TRATO GASTROINTESTINAL CONSTA COM UM


CONJUNTO DE NEURÔNIOS E AXÔNIOS QUE CONSTITUEM O SISTEMA
NERVOSO ENTÉRICO. ESSE SISTEMA É DIVIDIDO EM DOIS PLEXOS, O PLEXO
MIOENTÉRICO (DE AUERBACH) E O PLEXO SUBMUCOSO (DE MEISSNER). O
PLEXO MIOENTÉRICO INERVA QUAL DAS CAMADAS DO TRATO
GASTROINTESTINAL?

A) Epitelial

B) Muscular

C) Mucosa

D) Serosa

E) Epidermal

GABARITO

1. Sabemos que o corpo humano depende de inúmeras ações involuntárias para a


manutenção da homeostase. Qual parte do sistema nervoso é responsável pelo aumento da
atividade digestiva e urinária?

A alternativa "D " está correta.


O sistema nervoso autônomo é responsável por todas as ações involuntárias, incluindo a
contração do músculo liso, a estimulação glandular e outras funções. O sistema nervoso
parassimpático é responsável pelas ações de "repouso e digestão" dos órgãos involuntários,
aumentando a atividade digestiva e excretora.

2. A porção abdominal do trato gastrointestinal consta com um conjunto de neurônios e


axônios que constituem o sistema nervoso entérico. Esse sistema é dividido em dois plexos, o
plexo mioentérico (de Auerbach) e o plexo submucoso (de Meissner). O plexo mioentérico
inerva qual das camadas do trato gastrointestinal?

A alternativa "B " está correta.

Os nervos do plexo mioentérico (de Auerbach) inervam as camadas do músculo liso


longitudinal e circular da musculatura, controlando, assim, a motilidade (movimento) do trato
gastrointestinal, particularmente a frequência e força da contração da musculatura.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o estudo deste conteúdo, notamos que o sistema nervoso adquiriu maior grau de
desenvolvimento na espécie humana, graças à capacidade cognitiva de formular, idealizar,
imaginar ideias e pensamentos. Isso se deu devido ao desenvolvimento do córtex cerebral e ao
seu grande número de giros, o que conferiu maior superfície de tecido nervoso sem aumento
do volume total do cérebro.

Vimos que o sistema nervoso central é complexo e anatomicamente envolve a medula espinal
e o encéfalo: elementos protegidos pela coluna vertebral e pelo crânio e envelopados por três
camadas, as meninges.

Estudamos as divisões do sistema nervoso periférico e as suas principais características. O


sistema nervoso periférico, por contraste, é formado por todos os elementos que não
pertencem ao sistema nervoso central: os nervos espinais ou cranianos e gânglios.
Por fim, estudamos os elementos que compõem o sistema tegumentar e vimos a importância
da pele e das estruturas acessórias na manutenção da temperatura corporal e da proteção.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. Rio de Janeiro:
Atheneu; 2011, p. 780.

GARDNER, E.; GRAY D. J., O'RAHILLY, R. R. Anatomia – estudo regional do corpo humano. 4. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978.

GOSS, C. M., Gray Anatomia. 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2013.

LATARJET, M.; LIARD, A. R. Anatomía humana. 4. ed. Madrid: Editorial Medica Pan-Americana,
2011.

SALADIN, K. S. Human anatomy. 5. ed. New York: McGraw Hill; 2017.

TESTUT, L., LATARJET, A. Tratado de anatomía humana. 9. ed. Barcelona: Salvat, 1958.

TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Principles of Anatomy & Physiology. 14. ed. New Jersey:
John Wiley & Sons, 2014.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo, assista às animações em 3D:

Animação – sistema nervoso (2018), disponível no Youtube, no canal Tiago Felipe, com
narração em português apresentando algumas porções do sistema nervoso.

O que é um arco reflexo? (2019), disponível no Youtube, no canal Saúde, com narração
em português detalhando o que é um arco reflexo, mecanismo importante do sistema
nervoso.

CONTEUDISTA
Marcio Antonio Babinski

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