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DOR
ASPECTOS NEUROFISIOLÓGICOS
EMBRIOLOGIA
Na sequência da aula, foram abordados os aspectos embriológicos do sistema
nervoso. São 3 as fases do desenvolvimento uterino: pré-embrionária (até 14 dias),
embrionária (3-8 semanas) e fetal (9 semanas até o nascimento). Também são 3 os
folhetos embrionários que darão origem aos órgãos e tecidos, sendo eles: ectoderma
(originam órgãos sensoriais, epiderme e sistema nervoso), mesoderma (originam
músculos, esqueletos, sistema excretor e circulatório) e endoderma (se diferenciam em
intestino, fígado, pâncreas e sistema respiratório).
Através do processo de neurulação, à partir do ectoderma há a formação do Tubo
Neural. De Placa Neural (invaginação da nêurula na formação do ectoderma), passando
por Sulco Neural (dobra da Placa Neural), chegando em Goteira Neural, que divide-se
em: Tubo Neural (origina Sistema Nervoso Central – cérebro, cerebelo, tronco
encefálico e medula espinhal) e Cristas Neurais (origina o Sistema Nervoso Periférico –
nervos cranianos, nervos espinhais e SNA).
Durante o estágio embrionário a formação do Sistema Nervoso ocorre em duas
fases. Primeiro a formação do Tubo Neural, e este, quando se fecha, nas extremidades
começa a formação do Encéfalo. As células adjacentes, separam desse túbulo para
formar a Crista Neural, quando essa crista já se desenvolveu, o túbulo se desloca para
parte anterior do embrião. A parte superficial irá formar a pele.
É importante citar que durante a 4ª semana de vida intra-uterina 3 vesículas
primárias aparecem e tornam-se evidentes. No sentindo cefálico para caudal, essas
vesículas serão designadas: prosencéfalo, metencéfalo e rombencéfalo. O prosencéfalo
desenvolve-se no cérebro, dividindo-se em telencéfalo (que corresponde ao córtex) e
diencéfalo (onde se localizam as estruturas talâmicas). O mesencéfalo será uma das
partes do tronco cerebral. Já o rombencéfalo diferencia-se para formar todo resto do
tronco cerebral e cerebelo.
A partir disso, podemos observar a formação das Vesículas Cefálicas, que são os
primórdios dos hemisférios cerebrais, cuja as cavidades formam os ventrículos laterais.
Gradualmente, se formam o polo frontal e o polo temporal e posteriormente o polo
occiptal. O diencéfalo é composto pelo epitálamo, tálamo e hipotálamo. O tálamo é
separado do epitálamo pelo sulco epitalâmico e do hipotálamo pelo sulco hipotalâmico.
Os talámos se encontram e fundem na linha mediana que formam o 3º ventrículo. O
hipotálamo contém os corpos mamilares, enquanto que o epitálamo é formado pela
glândula pineal.
O mesencéfalo é a parte do encéfalo que sofre as menores modificações ao longo
do desenvolvimento. Na parte ventral ocorre uma modificação celular intensa formando
a formação reticular, sendo uma continuação da estrutura romboencefálica. Enquanto
que a parte dorsal pode ser considerada uma continuação das estruturas
prosesencefálicas.
As paredes do metencéfalo formam o cerebelo e a ponte, enquanto que sua
cavidade forma a parte superior do 4º ventrículo.
O cerebelo origina-se do espessamento dorsal das placas alares do metencéfalo. O
cerebelo se liga ao mesencéfalo, a ponte e ao bulbo pelos pendúnculos cerebelares
superior, médio e inferior, respectivamente.
NEUROCITOLOGIA
POTENCIAL DE AÇÃO
Pode ser definido como uma inversão do potencial de membrana de uma célula. É
utilizado intensamente pelo sistema nervoso para comunicação entre neurônios e para
transmitir informação de um neurônio para outro ou para outro tecido do organismo
(músculos e glândulas). No potencial de ação a inversão da polaridade vai tornar o
interior do neurônio mais positivo que o exterior, processo esse que se chama
despolarização.
Quando os canais iônicos de sódio se abrem, esses possuem carga positiva e
passam a entrar no neurônio. A eletricidade torna-se menos negativa. O potencial de
ação só é disparado quando se atinge o limiar excitatório (-40mV). Se o estímulo for
fraco, o potencial volta ao repouso. Se chega a -40mV, ocorre a abertura de muitos
canais sódio, ocorrendo a despolarização. Esse fenômeno é chamado de “Lei do Tudo
ou Nada” (se não atinge -40mV, não ocorre nada).
O fenômeno da repolarização se dá da seguinte forma: despolarização chegará até
+30mV. Nesse momento os canais de sódio de fecham, sendo que a magnitude do
potencial de ação é independente da intensidade ou duração do estímulo que o causou.
A partir desse ponto abrem-se canais de íon potássio. Devido a inversão de polaridade, o
interior do neurônio ficou mais positivo que a face externa, decorrente dos gradientes
elétricos e de concentração, pois há mais íons potássio do lado interno. Os mesmos
passam a sair, com isso a voltagem passa a decair. Esse processo chega até os -70mV.
Já a hiperpolarização ocorre pelo fato de os canais de potássio fecharem-se de
forma mais lenta, por isso, continua a sair potássio e a voltagem chega a -90mV.
Iniciam-se as bombas iônicas (proteína integral composta por duas sub-unidades, uma
catalítica (alfa) e uma lipoproteíca reguladora (beta), para transportar íons sódio para
fora e potássio para dentro, contra os gradientes elétricos e de concentração,
necessitando de gasto energético. 1 ATP para colocar 3 sódios para fora e 2 potássios
para dentro.
A propagação do potencial de ação é unidirecional, dos dendritos em direção ao
terminal sináptico. Isso ocorre devido ao período refratário (esse acompanha o potencial
de ação) e tem como efeito limitar a frequência de potenciais de ação, além de promover
a unidirecionalidade da propagação do potencial. O período refratário se divide em
absoluto e relativo. No absoluto, qualquer estímulo, ainda que de alta intensidade, será
inútil porque os canais de sódio estarão fechados. No relativo alguns desses canais
estarão de volta ao repouso ativável e estímulos supralimiares conseguem gerar novos
potenciais de ação.
CANAIS DE MEMBRANA:
Os canais iônicos podem ser regulados por modalidade, voltagem ou por ligante.
Os canais iônicos regulados por modalidade são receptores sensitivos abertos por
sensações conscientes ou não. Entra eles há os neurônios sensoriais da pele
(mecanoceptores, termoceptores e nociceptores) e os proprioceptores (órgãos sensitivos
localizados nos músculos, tendões e ligamentos que transportam para o SNC
informações referentes a pressão ou distensão de várias partes do corpo).
Mecanoreceptores: podem ser ativados por toque, pressão, frequência e
distensões da pele.
Termoreceptores: o calor é identificado por terminações nervosas livres. A dor
que trafega pelas fibras do tipo C é denominada de dor lenta, já a que trafega
pelas fibras do tipo A delta é a dor rápida.
Proprioceptores: há os fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi. A
função dos fusos é sinalizar mudanças de comprimento nos músculos. Os órgãos
tendinosos de Golgi são sensíveis ao aumento da tensão muscular que traciona
os tendões e os sinais são transmitidos para a medula espinhal, causando efeitos
reflexos no próprio músculo estimulado.
Regulados por voltagem: há os canais de sódio, responsáveis por produzir um
novo potencial de ação, e canais de cálcio presentes na membrana do terminal
pré-sináptico axônico que se abrem em resposta a despolarização da membrana.
Regulados por ligantes: estão nos dendritos dos neurônios pós-sinapticos. Os
neurotransmissores atuam sobre a membrana da célula nervosa ou muscular,
aumentando a permeabilidade da membrana. Esses receptores podem ser de dois
tipos: ionotrópicos (ação rápida) e metabotrópicos (ação lenta).
SINAPSES:
São junções formadas com outras células nervosas, onde o terminal pré-sináptico
de uma célula interage por proximidade com a membrana pós-sináptica da outra célula.
Região onde os neurônios são excitados, inibidos ou modulados. Existem dois tipos:
elétrica e química.
Na elétrica os neurotransmissores não participam. O sinal elétrico é conduzido
diretamente de uma célula a outra através das junções comunicantes. Já na química há
liberação de neurotransmissores que carregam informações que saem dos terminais das
células pré-sinápticas e percorrem a fenda sináptica até fixar-se a receptores pós-
sinápticos, produzindo despolarização (ação excitatória) ou hiperpolarização (ação
inibitória). Quando um potencial de ação chega ao terminal do axônio do neurônio pré-
sináptico, canais de cálcio se abrem e íons cálcio entram na célula, permitindo a junção
das vesículas que contém neurotransmissores à membrana e a liberação dos mesmos.
Estes se ligam temporariamente a receptores na membrana do dendrito pós-sináptico,
levando a abertura de canais de membrana por onde íons passam e provocam alterações
no potencial de membrana do neurônio pós-sináptico.
NEUROTRANSMISSORES:
São classificados em três categorias: aminoácidos, aminas biogênicas e
peptídeos.
O sistema sensorial pode ser subdividido em: sentidos especiais (visão, audição,
olfação e paladar), sentidos somáticos (mecanorreceptivas, termorreceptivas e dor) e
outras sensações somáticas (exteroceptivas, proprioceptivas, viscerais e profundas).
A modulação faz com que haja uma ação seletiva da sinapse e ocorre em
diferentes níveis. O nível da transdução, o nível da transmissão periférica, o nível da
transmissão sináptica (entre o primeiro e o segundo neurônio), o nível da transmissão
central, da distribuição em nível talâmico, da percepção e também da modulação
descendente.
SEGMENTAR
SUPRA-SEGMENTAR
ENCEFÁLICO
SISTEMA LÍMBICO