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Turma XXX
Neurolocomoção
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A substancia branca é formada por fibras, de maioria mielínica, que sobem e descem a
medula e podem estar agrupadas de cada lado em três funículos/cordões: o funículo
anterior (entre a fissura mediana e o sulco lateral anterior), o funículo lateral (entre o
sulco lateral anterior e o posterior) e o funículo posterior (entre o sulco lateral posterior
e o mediano posterior, sendo esse ultimo ligado a substancia cinza pelo septo mediano
posterior, na porção cervical esse funículo é dividido pelo sulco intermédio posterior,
formando os fascículos grácil e cuneiforme).
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Nos sulcos lateral anterior e posterior fazem conexão com a medula os filamentos
radiculares, que são pequenos filamentos nervosos que unem para formar,
respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. Por sua vez, essas
duas se unem, em um ponto distal ao gânglio espinhal da raiz dorsal, formando os
nervos espinhais. A parte da medula em que os filamentos radiculares se conectam para
a composição do nervo é denominada de segmento da medula, porem uma vez que não
há septos ou segmentos separando os segmentos da medula, essa segmentação é
incompleta.
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vértebra cervical, já C8 emerge abaixo da 7ª, a partir dela todos os nervos sugem abaixo
da vértebra correspondente.
A medula é envolvida pelas meninges, dura-máter é a mais externa, formada por muita
fibra de colágeno, tornando-a espessa e resistente, não permitindo a saída de liquor, ela
envolve toda a medula, se extendendo pelas laterais para recobrir as raízes dos nervos
espinhais, e caudalmente termina em um fundo-de-saco a nível de S2. A aracnóide é a
camada media, sendo um folheto justaposto e emaranhado de trabéculas aracnoideas,
que a unem a pia-máter. A pia-máter é a mais interna e delicada, fica aderida ao tecido
nervoso da medula e penetra pela fissura mediana anterior, caudalmente ela termina no
filamento terminal, que perfura o fundo-do-saco dural e continua ate o hiato sacral,
recebendo nesse processo vários prolongamentos da dura-máter e passando a se chamar
filamento da dura-máter espinhal, que ao se inserir no periósteo da superfície dorsal do
cóccix, forma o ligamento coccígeo.
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energia e ativado com outra. Além disso, um receptor é sensível a uma faixa restrita de
energia. De acordo com o estimulo adequado, os receptores podem ser classificados em:
Os receptores também podem ser classificados de acordo com sua localização, o que
define a natureza do estimulo, são eles os:
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A maioria dos receptores na pele é mecanorreceptor ou quimirreceptor, um único
receptor nela pode codificar varias características dos estímulo e um estímulo
geralmente ativa vários receptores, cabe ao SNC gerar a percepção. A maioria deles
apresenta estrutura mais simples, sendo classificados morfologicamente pela presença
ou não de cápsula conjuntiva.
Assim, eles podem ser receptores livres, terminações das fibras nervosas sensoriais que
perdem a bainha de mielina, preservando o envoltório das células de Schwann até a
proximidade da ponta de cada fibra, são os mais frequentes, possuem adaptação lente e
veiculam informações “grosseiras”. Dentro deles, há os:
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Também podem ser receptores encapsulados, em geral mais complexos, com intensa
ramificação da extremidade do axônio no interior de uma cápsula conjuntiva. Algumas
importantes são:
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As fibras eferentes somáticas, por meio de placas motoras, se relacionam com as fibras
musculares estriadas esqueléticas. Ao aproximar-se da fibra muscular, a fibra nervosa
perde sua bainha de mielina, porem conservando o neurilema, na placa motora, a
terminação axônica emite botões sinópticos, finos ramos com pequenas dilatações, de
onde são liberados os neurotransmissores. As terminações axonicas formam o elemento
pré-sináptico, rico em vesículas sinápticas agranulares que se acumulam perto a barras
densas, formando zonas ativas em que Ach é liberado. O sarcolema da fibra muscular
forma o elemento pós-sináptico, que tem sua área aumentada pela presença de pregas
funcionais, na cristas dessas há as densidades pós-sinápticas. O Ach liberado na fenda
sináptica causa despolarização do sarcolema, desencadeando a contração da fibra
muscular, com o excesso de Ach sendo degradado pela acetilcolinesterase.
Dermátomo é o território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal
recebendo o nome da raiz que o inerva. A secção da raiz do dermátomo não causa a
perda completa de sensibilidade, pois as áreas também são inervadas por raízes
adjacentes, para a perda completa da sensibilidade é necessária a secção completa de
três raízes, a exceção é a herpes zoster, em que o vírus acomete as raízes dorsais
causando aparecimento de dores e pequenas vesículas cutâneas no dermátomo que seria
envolvida por aquela raiz. As fibras radiculares podem chegar ao dermátomo pelos
nervos unissegmentares, em que um nervo corresponde a um dermátomo, ou
plurissegmentares, em que um nervo contribui com fibras para vários dermátomos, pois
recebe fibras de varias raízes.
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Essas vias levam os impulsos gerados nos receptores periféricos para os centros
nervosos suprassegmentares. Em cada uma das vias tem de ser estudado o receptor, o
trajeto periférico, o trajeto central e a área de projeção cortical. A transmissão ocorre de
maneira hierárquica, com as informações sendo transmitidas por uma sucessão de
regiões, inicialmente subcorticais e depois corticais.
As grandes vias podem ser consideradas como cadeias neuronais que unem os
receptores ao córtex, nas vias cerebelares/inconscientes ela é constituída somente por
dois neurônios, já nas vias conscientes/cerebrais são constituídas geralmente por três
neurônios, que seguem os seguintes princípios gerais:
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Neurônio III: se localiza no tálamo e origina um axônio que chega ao córtex por
uma radiação talâmica.
Via neoespinotalâmica: formada pelo trato espinotalâmico lateral, que vai diretamente
ao tálamo, por ela chegam ao córtex impulsos de receptores localizados no tronco e nos
membros do lado oposto, levam impulsos de dor aguda e bem localizada, é uma via
clássica que envolve três neurônios, são eles:
Neurônios II: seus axônios cruzam o pano mediano pela comissura branca,
ganham o funículo lateral do lado oposto e se curvam cranialmente para formar o trato
espinotalâmico lateral. Ao nível da ponte, suas fibras se unem com as do espinotalamico
anterior para constituir o lemnisco espinhal, que termina no tálamo fazendo sinapse com
o neurônio III.
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Neurônios II: situados na coluna posterior, seus axônios cruzam a comissura
branca e atingem o funículo anterior do lado oposto, onde se curvam cranialmente,
constituindo o trato espinotalâmico anterior, que, ao nível da ponte, se une ao
espinotalâmico lateral para formar o lemnisco espinhal, cujas fibras terminam no tálamo
fazendo sinapse com os neurônios III.
Neurônios II: situados nos núcleos grácil e cuneiforme do bulbo, seus axônios
mergulham ventralmente formando as fibras arqueadas internas que cruzam o plano
mediano e, em seguida, se curvam cranialmente para formar o lemnisco medial. Eles
terminam no tálamo, fazendo sinapse com os III.
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longo e um descendente curto, que terminam fazendo sinapse com os neurônios II da
coluna posterior.
Neurônios II: podem estar localizados no núcleo torácico (na coluna posterior),
originando axônios que se dirigem para o funículo lateral de mesmo lado e se
direcionam cranialmente para formar o trato espinocerebelar posterior, que termina
penetrando pelo pedúnculo cerebelar inferior. Também podem estar localizados na base
da coluna posterior e na substancia cinzenta intermédia, seus axônios, em sua maioria,
cruzam para o funículo lateral oposto e se dirigem cranialmente formando o trato
espinocerebelar posterior, que termina no cerebelo, penetrando pelo pedúnculo
cerebelar inferior.
Via trigeminal exteroceptiva: são responsáveis pela sensibilidade da face, frontal e parte
do escalpo, mucosas nasais, seios maxilares, frontais, cavidade oral, etc.
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bifurcam estão relacionadas ao tato protopático e a pressão. Seus axônios cruzam para o
lado oposto e seguem cranialmente formando o lemnisco trigeminal, que faz sinapse
com os III.
Via trigeminal proprioceptiva: os neurônios I dessa via não estao em ganglios, e sim no
núcleo do trato mesenfálico. Por isso, os neurônios desse núcleo têm valor funcional de
células ganglionares, seus prolongamentos periféricos se ligam a fusos
neuromusculares, da musculatura mastigadora, mímica e da língua, se ligando também a
receptores na articulação e nos dentes, veiculando informações sobre a mordida e a
mandíbula. Alguns prolongamentos levam impulsos proprioceptivos para o cerebelo e
uma parte deles faz sinapse no núcleo sensitivo principal, de onde os proprioceptivos
conscientes, pelo lemnismo trigeminal, chegam ao tálamo.
Plexo braquial é uma rede nervosa que supre os MMSS, coeçando no pescoço e se
estendendo ate a axila, ele emerge entre os músculos escalenos anterior e médio e passa
profundamente em relação a clavícula para entrar na axila. Sua raiz é formada pelos
ramos anteriores dos últimos quatro nervos cervicais e do primeiro nervo torácico, na
parte inferior do pescoço as raízes se unem formando três troncos, o superior (união C5
e C6), o médio (continuação C7) e o inferior (união C8 e T1).
Cada tronco se separa em divisões anterior e posterior à medida que o plexo passa pela
clavícula, com cada divisão suprindo, respectivamente, os compartimentos flexores e os
extensores. As divisões anteriores se unem formando o fascículo lateral, já as
posteriores se unem no fascículo posterior, dos fascículos saem nervos terminais para os
MMSS, com o fascículo lateral originando o nervo músculocutâneo (C5-C5) e o ramo
lateral para o nervo mediano, o fascículo posterior originando o nervo axilar (C5-C6) e
o radial (C5- T1), e o fascículo medial originando o ramo medial para o nervo mediano
e o nervo ulnar (C7-C8-T1).
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O nervo mediano se origina das raízes lateral e medial, respectivamente, dos fascículos
lateral e medial, suprindo os músculos flexores anteriores do antebraço, da pele de parte
da mão e dos cinco músculos da mão. O nervo ulnar percorre o braço até o antebraço,
sem se ramificar, suprindo o flexor ulnar completamente e parcialmente a parte ulnar do
flexor profundo dos dedos, continuando em sequência ate a mão, onde supre maioria
dos músculos intrínsecos e a pele medial.
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Desvio ulnar: quando a mão ou algum dedo se desvia para a direita ou esquerda.
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no plano horizontal, com os dedos afastados entre si. Esta posição deve ser mantida por
dois minutos e permite constatar déficits distais, proximais ou globais.
- Degeneração Walleriana
Alterações no citoesqueleto
- Lombalgia mecânica
Lombalgia é a dor localizada entre a borda inferior dos arcos costais e a prega glútea, a
mecânica é mais comum de ser encontrada em consultórios e seus sintomas álgicos/de
dor duram por 3-4 dias. Caracterizada por uma dor que melhora com repouso no leito e
piora ao final do dia ou com atividades que demandam esforço físico, permanecer
sentado ou baixo condicionamento físico são fatores de risco e ela não melhora com a
manobra de valsava.
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No exame neurológico é possível perceber sobrepeso, encurtamento da musculatura
isquitibial, fraqueza da musculatura abdominal e da musculatura posterior da coluna,
também pode estar presente a escoliose antálgica.
Tratamento:
O repouso contribui para a recuperação do paciente, porem ele não deve ser
prolongado (ideal 3-4 dias e máximo 5-6) devido ao risco de danos ao sistema
osteomuscular, como hipotrofia muscular e desmineralização óssea. Durante o
repouso o paciente deve ficar em decúbito supino, com joelhos e quadril fletidos
90º, promovendo retificação da coluna lombar.
Os opiáceos, como codeína e tramadol, são potentes analgésicos e são bons para
lombalgias agudas, porem nos quadros crônicos há o risco de dependência, eles
também podem desencadear constipação e sonolência. Os corticóides orais e de
deposito apresentam resultados conflitantes, é sabido que seu uso pode elevar a
PA, a glicemia, acarretar lesões na mucosa gástrica, acelerar osteoporose e ate
inibir a suprarrenal.
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Exames:
O primeiro exame solicitado é o raio-x simples, tendo indicação também podem ser
solicitados TC computadorizada, ressonância e mielografia. Entretanto anormalidades
nos exames podem não explicar o quadro, tendode ser levado em consideração o quadro
clinico.
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rápida, pelo restabelecimento da microcirculação, entretanto a reparação da bainha de
mielina demanda um tempo maior.
Diagnóstico:
Dos exames que podem ser feitos o RX do punho e incidência do túnel do carpo,
sendo úteis com justificativa de exame clinico e anamnese. A RMI raramente é
indicada e no ultrassom da área do nervo mediano na altura do radio distal ou do
pisiforme, ou seja, do túnel do carpo proximal, sendo esperado edema Maximo
no nervo.
Tratamento:
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Devido a anatomia do plexo favorece ocorrência de lesões, uma vez que na há estruturas
ósseas e musculares para proteger. A lesão pode ser classificada em:
Axonotmese ou grau II, III, IV: há ruptura axonal e degeneração walleriana, com
preservação da bainha do nervo, no grau II há preservação do tecido conjuntivo,
já no II e IV ocorre secção parcial do nervo. Pode haver recuperação ao nível da
lesão.
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confirmação da lesão dos nervos espinhais formadores do plexo, o paciente é
encaminhado para cirurgião de nervo nos próximos 3 dias para abordagem
cirúrgica na fase aguda.
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o paciente deve ser encaminhado para o cirurgião de nervo periférico nas
próximas 3 semanas, após fazer uso de antibióticos, para realização da cirurgia
ou programa de observação.
A cirurgia é dividida em três fases, a imediata (um mês), a demorada (3 a 6
meses) e a tardia (1 a 2 anos). O reparo é feito com a sutura do nervo, que pode
ser feita no epineuro (mais tradicional), em grupos fasciculares ou uma mistura
desses.
A recuperação funcional é pobre, por isso a intervenção fisioterápica precoce é
importante para a boa recuperação e para evitar atrofia muscular, neuromas e
alterações corticais.
Exames complementares:
RM de MMSS acometido, TC de MMSS, ENM de MMSS. Pode ser pedido RX
do membro em caso de suspeita de fratura.
- Síndrome cubital
A compressão do nervo ulnar no cotovelo ocorre, na maioria dos casos, no canal cubital,
que é mais vulnerável, resultando em isquemia e neurite crônica. Pode ser causada por
anormalidades ósseas, fraturas, tumores, gânglios, constrição fascial, subluxação do
nervo no cotovelo e ossificação heterotópica.
Os pacientes que necessitam fazer constantemente a flexão do antebraço são mais
propensos (telefonistas e jogadores), os sintomas mais comuns são a mão em garra,
hipoestesia e parestesia do quarto e quinto dedos, hipotrofia tênar e hipotênar. O
diagnóstico diferencial pode ser hipovitaminose, tumor cervical, radiculopatia de C8 a
T1, AVE, hanseníase, TCE.
Testes comprobatórios: Sinal de Froment e Sinal de Tinel.
Exames Complementares: EletroNeuroMiografia do mmss, RM do cotovelo e
Radiografia de Cotovelo(fratura).
Tratamento:
O conservador pode ser efetivo quando não há melhora clinica, com a
readequação das atividades, fisioterapia, uso de talas (órteses).
Cirúrgico: Descompressão in situ, transposição anterior subcutânea ou
intramuscular. Remoção ossificação
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