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Recomendo a leitura antes da aula baseado no resumo do livro acima

RESUMO PARA ESTUDO

Uma visão geral sobre o sistema nervoso


O sistema nervoso engloba todo o tecido nervoso no corpo. Suas subdivisões anatômicas
são o sistema nervoso central (SNC) (encéfalo e medula espinal) e o sistema nervoso
periférico (SNP) (todos os tecidos neuronais fora do SNC).

Funcionalmente, o sistema nervoso é subdividido em uma divisão aferente, que transmite


informações sensitivas dos receptores somáticos e viscerais ao SNC, e uma divisão eferente,
que transmite comandos motores aos músculos e glândulas.

A divisão eferente inclui tanto o sistema nervoso somático (SNS) (que


viabiliza o controle voluntário sobre as contrações dos músculos esqueléticos), quanto o
sistema nervoso autônomo (SNA) (responsável pela regulação automática e involuntária do
músculo liso, do músculo cardíaco e pela atividade glandular).

A organização celular no tecido nervoso


Há dois tipos de células no tecido nervoso: neurônios, que são responsáveis por transmitir e
processar informação, e neuróglia, ou células da glia, que são células de sustentação no
sistema nervoso. Um neurônio típico apresenta um corpo celular (soma), um axônio e vários
dendritos. Há quatro tipos de neuróglia no SNC: (1) astrócitos, (2) oligodendrócitos, (3)
micróglia e (4) células ependimárias.

Os oligodendrócitos envolvem os axônios do SNC em uma bainha de membrana


denominada mielina. Interrupções dos envoltórios de mielina ao longo do axônio são
denominadas soluções de continuidade da bainha de mielina (ou nós de Ranvier),
enquanto grandes áreas envolvidas por mielina são chamadas de internodos. Regiões que
contêm primariamente axônios mielínicos têm aparência brilhante e branca, e são
denominadas substância branca.
Células ependimárias são células epiteliais atípicas que revestem as câmaras e vias de
passagem, que são preenchidas por líquido cerebrospinal (LC) no encéfalo e na medula
espinal. Elas ajudam na produção, circulação e monitoração do LC.

As células de Schwann recobrem todos os axônios dos nervos periféricos, mielínicos ou


amielínicos.

Estruturalmente, os neurônios podem ser classificados com base no


número de prolongamentos que se projetam a partir do corpo celular: (1) bipolar (um
dendrito e um axônio); (2) unipolar (pseudounipolar) (dendrito e axônio apresentam-se
contínuos em um dos lados do corpo celular); e (3) multipolar (vários dendritos e um
axônio).

Há três categorias funcionais de neurônios: neurônios sensitivos, neurônios


motores e interneurônios (neurônios de associação).

Os neurônios sensitivos constituem a divisão aferente do SNP e conduzem informações


desde os receptores sensitivos até o SNC. Os receptores são caracterizados como
exteroceptores (transmitem informações sobre o meio externo), proprioceptores
(monitoram a posição e o movimento
de articulações) e interoceptores (monitoram os sistemas digestório, respiratório,
circulatório, urinário e genital).

Os neurônios motores formam as vias eferentes que estimulam ou modificam a atividade de


um tecido periférico, órgão ou sistema orgânico. Os neurônios motores somáticos inervam
músculos estriados esqueléticos. Os neurônios motores viscerais inervam todos os
efetuadores periféricos que não os dos músculos esqueléticos. Os axônios dos neurônios
viscerais motores do SNC (fibras pré-ganglionares) fazem sinapses com os neurônios nos
gânglios; estas células ganglionares projetam axônios (fibras pós-ganglionares) para
controlar efetuadores periféricos.

Os interneurônios (neurônios de associação) podem estar localizados entre neurônios


motores e sensitivos; eles analisam informações sensitivas e coordenam respostas motoras.
Os interneurônios são classificados como excitadores ou inibidores de acordo com seus
efeitos nos neurônios pós-sinápticos.

O impulso nervoso
Excitabilidade é a capacidade da membrana celular de conduzir impulsos elétricos; as
membranas celulares das fibras musculares esqueléticas e da maioria dos neurônios são
excitáveis. As modificações conduzidas no potencial transmembrana que ocorrem como
resultado da mudança no fluxo de íons sódio e potássio quando o limiar de excitabilidade da
membrana é atingido são chamadas de potenciais de ação. Um potencial de ação conduzido
ao longo de um axônio é chamado de impulso nervoso.

Comunicação sináptica
As sinapses ocorrem nos dendritos, nos corpos celulares ou nos axônios. As sinapses
permitem a comunicação entre os neurônios e outras células nas sinapses neuroefetuadoras
(músculos ou glândulas).

Uma sinapse pode ser química, envolvendo um neurotransmissor, ou elétrica, com contato
direto entre as células por junções do tipo Gap (ex. músculo cardíaco).

Em uma sinapse química entre dois neurônios, estabelece-se uma relação especial. Somente
a membrana pré-sináptica libera um neurotransmissor, que se liga a proteínas receptoras na
membrana pós-sináptica, causando mudança no potencial transmembrana da célula que
recebe o estímulo. Assim, a comunicação ocorre unidirecionalmente através da sinapse:
partindo do neurônio pré-sináptico para o neurônio pós-sináptico.

As sinapses não-vesiculares (também chamadas de sinapses elétricas) são encontradas entre


os neurônios do SNC e do SNP, embora sejam raras. Nessas sinapses, as membranas
citoplasmáticas das células pré e pós-sinápticas estão firmemente ligadas, e as células
funcionam como se compartilhassem uma membrana citoplasmática comum. As sinapses
não-vesiculares transmitem informações mais rapidamente do que as vesiculares. As sinapses
não-vesiculares podem ser bidirecionais.

Meninges espinais
As meninges espinais constituem uma série de membranas especializadas (tecido
conjuntivo) que proporcionam estabilidade física e a absorção de impactos aos tecidos
nervosos da medula espinal; as meninges encefálicas são membranas que circundam o
encéfalo. Há três camadas meníngeas: a dura-máter, a aracnóide-máter e a pia-máter.

A dura-máter
A dura-máter, parte espinal, resistente e fibrosa, é a camada mais externa que recobre a
medula espinal; inferiormente ela constitui a parte dural do filamento terminal junto com
a parte pial do filamento terminal. O espaço epidural separa a dura-máter das paredes mais
internas do canal
vertebral.

A aracnóide-máter
O espaço subdural na medula localiza-se internamente à superfície interna da dura-máter.
Quando presente, esse espaço separa a dura-máter da lâmina meníngea intermediária, a
aracnóide-máter. Internamente à aracnóide-máter encontra-se o espaço subaracnóideo,
que possui uma rede de fibras
colágenas e elásticas, as trabéculas aracnóideas. Esse espaço também contém líquido
cerebrospinal, que atua como um amortecedor de impactos e como um meio de difusão de
gases dissolvidos, nutrientes, mensageiros químicos e produtos residuais.

A pia-máter
A pia-máter, parte espinal é a camada meníngea mais interna. Essa camada encontra-se
firmemente ligada ao tecido nervoso subjacente. Ligamentos denticulados, pareados,
sustentam fibras que se estendem lateralmente, a partir da superfície da medula espinal,
ligando a pia-máter espinal e a aracnóide-máter à dura-máter para evitar a movimentação
lateral e inferior da medula espinal.

Anatomia macroscópica da medula espinal


A medula espinal adulta apresenta um sulco mediano posterior (raso) e uma fissura
mediana anterior (profunda). Apresenta também intumescências localizadas
(intumescência cervical e intumescência lombar) que são regiões expandidas onde há maior
quantidade de substância cinzenta para fornecer inervação aos membros.

A medula espinal adulta estende-se do forame magno até a vértebra LI-L2. A


medula espinal afila-se em uma extremidade cônica, o cone medular. A parte pial do
filamento terminal (um filamento delgado de tecido fibroso) se origina nessa extremidade
e se estende através do canal vertebral até a segunda vértebra sacral, finalmente tornando-se
um componente da parte dural do filamento terminal.

A medula espinal apresenta 31 segmentos, cada um associado a um par de gânglios


sensitivos (contendo corpos celulares dos neurônios sensitivos) e pares de raízes posteriores
e raízes anteriores. As fibras sensitivas e motoras se unem como um único nervo espinal
distal a cada gânglio sensitivo. Os nervos espinais emergem dos forames intervertebrais e
são nervos mistos, pois contêm fibras sensitivas e motoras.

A cauda eqüina é a extensão inferior das raízes anteriores e posteriores e da parte pial do
filamento terminal no canal vertebral.

Anatomia seccional da medula espinal


A substância cinzenta central envolve o canal central e contém corpos
celulares de neurônios e células da glia. Os prolongamentos de substância cinzenta que se
projetam em direção à superfície externa da medula espinal são denominados colunas ou
cornos. A substância branca, situada perifericamente, contém grande número de axônios
mielínicos e amielínicos organizados em funículos e tratos.

Organização da substância cinzenta na medula espinal


Corpos celulares de neurônios na substância cinzenta da medula espinal
são organizados em grupos denominados núcleos. Os cornos posteriores contêm núcleos
sensitivos somáticos e viscerais, enquanto os cornos anteriores de substância cinzenta estão
relacionados ao controle motor somático. Os cornos laterais contêm neurônios motores
viscerais. As comissuras brancas são anteriores e posteriores ao canal central. Elas contêm
os axônios de interneurônios que cruzam a medula espinal de um lado a outro.

Organização da substância branca na medula espinal

A substância branca pode ser dividida em seis funículos, cada um dos


quais contendo tratos (fascículos). Os tratos ascendentes conduzem informações da medula
espinal ao encéfalo, e os tratos descendentes transmitem informações do encéfalo para a
medula espinal.
Tratos são feixes de axônios que tem a mesma origem e a mesma direção em uma via
nervosa;
Nervos espinais
Há 31 pares de nervos espinais; cada um é identificado pela sua associação com uma vértebra
adjacente (cervical, torácica, lombar e sacral). Cada nervo espinal é envolto por uma série
de camadas de tecido conectivo. A camada mais externa, o epineuro, é uma densa rede de
fibras colágenas; a camada intermediária, o perineuro, divide o nervo em uma série de
compartimentos (fascículos); a camada mais interna, o endoneuro, é composta de fibras
delicadas de tecido conectivo, que circundam axônios individuais.

Distribuição periférica dos nervos espinais


Cada nervo espinal apresenta um ramo posterior (que oferece inervação
sensitiva/motora para a pele e os músculos do dorso) e um ramo anterior (que supre a
superfície ântero-lateral do corpo, estruturas da parede do corpo e membros).

Plexos nervosos
Uma complexa rede entrelaçada (anastomose) de nervos é denominada plexo nervoso.
Os principais plexos são o plexo cervical, o plexo braquial, o plexo lombare o plexo sacral.
O plexo cervical é composto de ramos anteriores de C1-C4 e algumas fibras de C5. Os
músculos do pescoço são inervados; alguns ramos se estendem para o interior da cavidade
torácica até o diafragma. O nervo
frênico é o principal nervo nesse plexo. O plexo braquial inerva o cíngulo do membro
superior e a parte livre dos membros superiores por meio dos ramos anteriores de C5-T1.
Os nervos nesse plexo se originam de fascículos ou troncos: os troncos superior, médio e
inferior dão origem aos fascículos lateral, médio e posterior. Coletivamente, o plexo
lombar e o plexo sacral originam-se da parede abdominal posterior, de ramos anteriores
de nervos que suprem o cíngulo do membro inferior e a parte livre dos membros inferiores.
O plexo lombar contém fibras que partem dos segmentos espinais T12-L4, e o plexo sacral
contém fibras que partem dos segmentos espinais L4-S4. Esse último plexo é conhecido por
plexo Lombossacral.

Reflexos 376
1. Um reflexo nervoso é uma resposta motora rápida, imediata e involuntária a estímulos. Os
reflexos ajudam a preservar a homeostase, ajustando rapidamente as funções de órgãos ou
sistemas de órgãos.
Um arco reflexo é o “circuito” neuronal de um único reflexo. Um receptor é uma célula
especializada que monitora as condições no corpo ou no ambiente externo. Cada receptor
tem um intervalo característico de sensibilidade.
Há cinco etapas envolvidas no reflexo nervoso: (1) chegada do estímulo e ativação do
receptor; (2) transmissão da informação ao SNC; (3) processamento da informação; (4)
ativação de um neurônio motor; e (5) resposta de um efetuador periférico.

Introdução à organização do encéfalo


As meninges encefálicas
As meninges encefálicas – dura-máter, aracnóide-máter e pia-máter –
são contínuas com as mesmas meninges espinais, que envolvem a medula
espinal. Entretanto, elas têm diferenças anatômicas e fisiológicas
Pregas de dura-máter (extensões) estabilizam a posição do encéfalo no interior da
cavidade do crânio e incluem a foice do cérebro, o tentório do cerebelo,
a foice do cerebelo e o diafragma da sela.

Embriologia do encéfalo
O encéfalo forma três dilatações no pólo superior do tubo neural em desenvolvimento:
prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo.

Principais regiões e pontos de referência


Há seis regiões no encéfalo adulto: cérebro (formado pelo telencéfalo e diencéfalo), tronco
encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo) e cerebelo.

TRONCO ENCEFÁLICO
O bulbo
O bulbo é contínuo com a parte superior da medula espinal e contém tratos sensitivos e
motores. Contém núcleos que são centros reflexos para a regulação da frequência cardíaca,
frequência respiratória, vasoconstrição, deglutição, tosse, vômito e espirro. Além disso,
contém núcleos associados aos nervos cranianos VIII ao XII.

A ponte
A ponte encontra-se superior ao bulbo, conectando a medula espinal ao encéfalo e ligando
partes do encéfalo entre si por meio de tratos. Os núcleos da ponte retransmitem impulsos
nervosos relacionados com os movimentos esqueléticos voluntários do córtex cerebral para
o cerebelo. A ponte contém os centros apnêustico e pneumotáxico, que ajudam a controlar a
respiração. Contém núcleos associados aos nervos cranianos V a VII e o ramo vestibular do
nervo craniano VIII.

O mesencéfalo
A lâmina do teto do mesencéfalo contém dois pares de núcleos, os colí-
culos. De cada lado, o colículo superior recebe aferência visual do tálamo e o colículo
inferior recebe aferência auditiva do bulbo. O núcleo rubro integra informação do cérebro
e emite comandos motores involuntários relacionados ao tônus muscular e à posição dos
membros. A substância negra regula a eferência motora dos núcleos da base. Os
pedúnculos cerebrais contêm fibras ascendentes direcionadas aos núcleos do tálamo e fibras
descendentes da via piramidal (trato corticospinal) que levam comandos motores voluntários
do córtex motor primário de cada hemisfério cerebral.

O cerebelo
O cerebelo supervisiona os músculos posturais do corpo e programa e
refina os movimentos voluntários e involuntários. Os hemisférios cerebelares consistem no
córtex nervoso formado por pregas, as folhas do cerebelo. A superfície pode ser dividida em
lobos anterior e posterior, verme e lóbulo flóculo-nodular

O diencéfalo
O diencéfalo possui os centros de comutação e retransmissão necessários
para a integração das vias sensitivas e motoras. O teto do diencéfalo é o epitálamo, onde se
localiza a glândula pineal responsável pela secreção de melatonina; as paredes são os
tálamos, que contêm centros de retransmissão e de processamento para informações
sensitivas. O assoalho é o hipotálamo, que contém importantes centros de controle e de
integração. Pode (1) controlar as atividades motoras somáticas involuntárias; (2) controlar a
função autonômica; (3) coordenar as atividades dos sistemas nervoso e endócrino; (4)
secretar hormônios; (5) produzir impulsos emocionais e comportamentais; (6) coordenar
funções autonômicas e voluntárias; (7) regular a temperatura corporal; e (8) controlar o ritmo
circadiano de atividade. Há ainda o metatálamo responsável pela retransmissão da
informação sensitiva de audição e visão, respectivamente pelos corpos geniculado medial e
lateral, e o subtálamo, em que o núcleo subtalámico está relacionado às funções motoras.

Telencéfalo - Os hemisférios cerebrais


A superfície cortical contém giros (cristas elevadas) separados por sulcos (depressões rasas)
ou fendas profundas (fissuras). A fissura longitudinal do cérebro separa os dois
hemisférios cerebrais. O sulco central marca o limite entre o lobo frontal e o lobo parietal.
O sulco lateral marca o limite entre os lobos frontal e parietal do lobo temporal. O sulco
parietoccipital marca o limite entre os lobos parietal e occipital e a incisura pré-occipital
delimita o lobo temporal do lobo occipital.

Cada hemisfério cerebral recebe informação sensitiva do e emite comandos motores para o
lado oposto do corpo. Há diferenças funcionais significativas entre os dois; assim, a
atribuição de uma função específica a uma determinada região do córtex cerebral é imprecisa.

O córtex motor primário do giro pré-central comanda movimentos


voluntários. O córtex sensitivo primário do giro pós-central recebe informação sensitiva
somática de receptores do tato, pressão, dor, paladar e temperatura.

Áreas de associação, como a área de associação visual e a área de associação motora


somática (córtex pré-motor), controlam nossa capacidade de entender a informação
sensitiva. Centros de integração “superiores” recebem informação de várias áreas de
associação diferentes e comandam atividades motoras complexas e funções analíticas.

A substância branca central


A substância branca central contém três grupos principais de axônios:
(1) fibras de associação (tratos que interconectam áreas do córtex nervoso dentro do mesmo
hemisfério cerebral); (2) fibras comissurais (tratos que conectam os dois hemisférios
cerebrais); e (3) fibras de projeção (tratos que unem o cérebro a outras regiões do encéfalo
e à medula espinal).

Os núcleos da base
Os núcleos da base, no interior da substância branca central, incluem
núcleo caudado, corpo amigdalóide, claustro, putame e globo pálido. Os núcleos da base
controlam o tônus muscular, a coordenação de padrões motores aprendidos e outras
atividades motoras somáticas.

O sistema límbico
O sistema límbico inclui a parte superior do tronco encefálico e o corpo caloso. O sistema
límbico inclui o corpo amigdalóide, o giro do cíngulo, o giro dentado, o giro para-
hipocampal, o hipocampo e o fórnice. As funções do sistema límbico envolvem os
estados emocionais e impulsos comportamentais associados.

Organização da substância cinzenta e da substância branca no encéfalo


O encéfalo contém extensas áreas de córtex nervoso, uma camada de substância cinzenta na
superfície do cérebro e do cerebelo que recobre a substância branca subjacente.

Os ventrículos encefálicos
O tubo neural do encéfalo se dilata para formar câmaras chamadas de ventrículos. O líquido
cerebrospinal circula continuamente dos ventrículos e canal central da medula espinal para
o espaço subaracnóideo das meninges que envolvem o SNC. São eles, os ventrículos laterais
encontrados no telencéfalo, o terceiro ventrículo localizado no diencéfalo e o quarto
ventrículo localizado na parede posterior do tronco encefálico (bulbo e ponte).

Líquido cerebrospinal
O líquido cerebrospinal (1) amortece estruturas nervosas delicadas, (2) sustenta o encéfalo e
(3) transporta nutrientes, mensageiros químicos e resíduos metabólicos. O plexo corióideo,
estrutura localizada dentro dos ventrículos é o local de formação do líquido cerebrospinal. O
líquido cerebrospinal circula pelos ventrículos laterais para o terceiro ventrículo pelos
forames interventriculares, do terceiro ventrículo para o quarto ventrículo o líquido
cerebrospinal vai para o aqueduto do mesencéfalo e deste vai para o canal central da
medula espinal. O líquido cerebrospinal alcança o espaço subaracnóideo através das
aberturas laterais e da abertura mediana do quarto ventrículo. A difusão, através das
granulações aracnóideas, para o interior do seio sagital superior faz o líquido
cerebrospinal retornar à circulação venosa.

O suprimento sanguíneo do encéfalo


O sangue arterial alcança o encéfalo por meio das artérias carótidas internas e das artérias
vertebrais. O sangue venoso é drenado dos seios da dura-máter primariamente nas veias
jugulares internas.

Os nervos cranianos
Há doze pares de nervos cranianos. Cada nervo está ligado ao encéfalo, próximo aos núcleos
sensitivos ou motores a ele associados, na superfície ventrolateral do encéfalo.

O trato olfatório (nervo) (NC I) leva informação sensitiva responsável pelo sentido do
olfato. As fibras olfatórias aferentes fazem sinapse no interior do bulbo olfatório.
O nervo óptico (NC II) leva informação visual de receptores sensitivos especiais dos olhos.
O nervo oculomotor (NC III) é a fonte primária de inervação dos músculos extrínsecos que
movem o bulbo do olho.
O nervo troclear (NC IV), o menor dos nervos cranianos, inerva o músculo oblíquo superior
do bulbo do olho.
O nervo trigêmeo (NC V), o maior dos nervos cranianos, é um nervo misto, com os nervos
oftálmico, maxilar e mandibular. Recebe a inervação sensitiva da face. Inerva os músculos
da mastigação, como por exemplo, o M. masseter.
O nervo abducente (NC VI) inerva o sexto músculo extrínseco do bulbo do olho, o
músculo reto lateral.
O nervo facial (NC VII) é um nervo misto que controla os músculos da
face. Fornece sensações profundas de toda a face e recebe informação
gustativa da língua.
O nervo vestibulococlear (N VIII) contém o nervo vestibular, que regula as sensações de
equilíbrio, posição e movimentação, e o nervo coclear, que regula os receptores da audição.
O nervo glossofaríngeo (NC IX) é um nervo misto que inerva a língua e a
faringe e controla o ato da deglutição.
O nervo vago (NC X) é um nervo misto vital para o controle autonômico da função visceral
e tem uma diversidade de componentes motores.
O nervo acessório (NC XI) tem um ramo interno, que inerva os músculos voluntários do
palato mole e da faringe associados à deglutição, e um ramo externo, que controla os
músculos esternocleidomastoideo e o trapézio.
O nervo hipoglosso (N XII) fornece controle motor voluntário para os movimentos da
língua.

Sistema Nervoso Autônomo


O sistema nervoso autônomo (SNA) regula a temperatura corporal e coordena funções
cardiovasculares, respiratórias, digestivas, de excreção e reprodutoras. Ajustes fisiológicos
de rotina dos sistemas são realizados pelo sistema nervoso autônomo, operando em nível
subconsciente.

O sistema nervoso autônomo, como o sistema nervoso somático, tem neurônios aferentes e
eferentes. Entretanto, no SNA, as vias aferentes se originam de receptores viscerais e as vias
eferentes se conectam a órgãos efetuadores viscerais. Além da diferença na localização dos
órgãos receptores e efetuadores, o SNA difere do sistema nervoso somático pela disposição
dos neurônios que conectam o sistema nervoso central aos órgãos efetuadores. Neurônios
motores viscerais no SNC, chamados de neurônios pré-ganglionares, emitem axônios
(fibras pré-ganglionares) para fazer sinapse em neurônios ganglionares (ou pós-
ganglionares), cujos corpos celulares se localizam em gânglios viscerais, fora do SNC. O
axônio do neurônio ganglionar é uma fibra pós-ganglionar que inerva órgãos periféricos.

Há duas partes principais no SNA: a parte simpática e a parte parassimpática. A eferência


visceral dos segmentos torácico e lombar forma a parte toracolombar (simpática) (sistema
de alarme ou emergência) do SNA. Genericamente, estimula o metabolismo tecidual, eleva
o nível de alerta e prepara o organismo para enfrentar emergências. A eferência visceral que
parte do tronco encefálico e dos segmentos sacrais da medula espinal forma a parte
craniossacral (parassimpática) (sistema de repouso ou inação). Genericamente, conserva
energia e promove atividades sedentárias.

A parte simpática consiste em neurônios pré-ganglionares entre os segmentos T1 e L2 da


medula espinal, neurônios ganglionares em gânglios próximos à coluna vertebral e neurônios
especializados na medula da glândula suprarrenal.
Em uma crise, toda a parte simpática responde, um evento chamado de ativação simpática
(resposta em massa). Seus efeitos incluem elevação do nível de alerta, uma sensação de
energia e euforia, aumento da atividade cardiovascular e respiratória, elevação geral no tônus
muscular emobilização das reservas de energia.

A parte parassimpática, as fibras pré-ganglionares deixam o encéfalo por meio dos nervos
cranianos III (oculomotor), VII (facial), IX (glossofaríngeo) e X (vago). As fibras
parassimpáticas nos nervos oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago auxiliam no controle
de estruturas na cabeça. Fibras no nervo vago fornecem inervação pré-ganglionar
parassimpática aos gânglios intramurais das estruturas nas cavidades torácica e
abdominopélvica. As fibras pré-ganglionares que partem dos segmentos sacrais formam
nervos pélvicos que inervam gânglios intramurais no rim, na bexiga urinária, em segmentos
terminais do intestino grosso e órgãos genitais.
Os efeitos produzidos pela parte parassimpática incluem (1) constrição pupilar, (2)
secreção de glândulas digestivas, (3) secreção de hormônios para absorção de nutrientes, (4)
aumento da atividade do trato digestório, (5) atividade da defecação, (6) atividade da micção,
(7) constrição das vias aéreas, (8) redução da frequência cardíaca e (9) estimulação sexual.
Estas funções gerais estão centralizadas no relaxamento, no processamento do alimento e na
absorção de energia.

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