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Drenagem linfática manual e linfedema

Autora
Diana Ferreira Pacheco
Introdução
Caro(a) estudante,

É com muita satisfação e responsabilidade que este material chega em suas mãos, pois foi
desenvolvido com o intuito de ampliar seus conhecimentos e oferecer uma oportunidade de
aperfeiçoamento profissional.

Nele você entrará em contato com o material de drenagem linfática manual e linfedema de
maneira ampla e detalhada, visando promover todas as informações acerca do assunto.

Professora Diana Ferreira Pacheco

Videoaula - Objetivos

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UNIDADE 1

Anatomia e fisiologia do
sistema linfático
Objetivos:
Competências:
Compreender o contexto em relação à anatomia do sistema linfático.

Descrever a fisiologia do sistema linfático.

Relatar as principais disfunções endócrino-metabólicas, circulatórias, dermatológicas e

musculoesqueléticas presentes no corpo humano.

Habilidades:
Realizar o conhecimento acerca da anatomia e fisiologia do sistema linfático.

Entender e aplicar conhecimentos em relação às principais disfunções no corpo humano em relação

ao sistema linfático.
Videoaula - Anatomia e Fisiologia do Sistema Linfático

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Aspectos introdutórios da anatomia e fisiologia do sistema
1
linfático
O sistema linfático é muito importante para o bom funcionamento do corpo humano. É formado
por um conjunto de sistemas e órgãos (Figura 1), os quais se compõem de uma ampla “rede de
vasos e capilares linfáticos que transportam a linfa, ductos e gânglios linfáticos para o sistema
circulatório” (MARQUES; SILVA, 2020, p. 1).

As principais funções do sistema linfático são eliminar o excesso de líquido no espaço


intersticial e atuar junto ao sistema imunológico com o intuito de combater diversas doenças no
corpo humano.

Figura 1 – Composição do sistema linfático

Fonte: ClusterX/iStock.

O sistema linfático é formado por inúmeros vasos linfáticos que percorrem o trajeto de todo o
corpo. Esses vasos têm a função de retirar todo o excesso de líquido presente nos tecidos
intersticiais e que não retornou aos capilares sanguíneos, limpando e devolvendo a circulação
sanguínea.
Esse recolhimento do líquido é denominado de linfa, na qual ocorre em decorrência dos capilares.

Os capilares são finos vasos que se comunicam com as células, e ao atingirem níveis mais

profundos do corpo, os capilares viram vasos linfáticos maiores. Durante a circulação nos vasos

linfáticos, a linfa passa através de órgãos, como os linfonodos, adenoides e baço, responsáveis pela

produção, armazenamento e amadurecimento de células do sistema imune, tais como linfócitos,

responsáveis pela defesa e combate de microrganismos estranhos (FRAZÃO, 2007).

Figura 2 – Sistema linfático e processo de circulação da linfa

Fonte: adaptado de www.studocu.com [https://www.studocu.com/pt-br/document/pontificia-


universidade-catolica-do-parana/anatomiaradiologia-i/anotacoes-de-aula/anatomia-sistema-
linfatico/7132193/view] .

Para Douketis (2017), antes de entrar no sistema venoso central, a linfa atravessa os linfonodos,
que filtram o material celular, incluindo células neoplásicas e partículas estranhas.

Os linfonodos também são participantes-chaves do sistema imunitário porque são repletos de


linfócitos, macrófagos e células dendríticas, preparados para responder a quaisquer antígenos
transportados na linfa a partir dos tecidos.

Os linfonodos são categorizados em superficiais ou profundos. Nódulos superficiais estão logo


abaixo da pele; estão presentes em todo o corpo, mas grupos específicos estão presentes no
pescoço, axilas e virilhas. Linfonodos profundos são aqueles localizados na cavidade abdominal
ou torácica (DOUKETIS, 2017). Quando ocorre alguma alteração no transporte da linfa, o líquido
intersticial fica acumulado, o que gera o linfedema.
Caso você queira saber mais sobre o tema, leia “O que é o sistema linfático, como funciona e
doenças relacionadas”, disponível em: www.tuasaude.com [https://www.tuasaude.com/sistema-
linfatico/] .
2 Composição do sistema linfático
O sistema linfático é formado pelos seguintes sistemas e órgãos, conforme descritos por
Marques e Silva (2020, p. 3):

Linfa: a linfa é um líquido viscoso, transparente, cujo fluxo é lento, com composição semelhante à do

plasma sanguíneo, diferindo apenas na concentração de proteínas, sendo esta menor. Existe ainda

uma grande concentração de leucócitos, principalmente linfócitos, uma vez que o Sistema Linfático

participa de forma ativa na resposta imunológica do organismo.

[...]

Capilares linfáticos: menores vasos condutores do Sistema Linfático, constituídos de tubos de

paredes finas formados por uma única camada de células endoteliais superpostas [...].

Pré-coletores: intermediam capilares e vasos linfáticos. Possuem paredes formadas por tecido

endotelial, estando o seu endotélio interno coberto por tecido conjuntivo e fibras elásticas e

musculares [...].

Sistema de vasos linfáticos: originados dos capilares linfáticos possuem paredes formadas por três

camadas de células semelhantes à parede das veias. Conduzem a linfa dos capilares linfáticos até a

corrente sanguínea (sistema circulatório). Todos os vasos linfáticos possuem válvulas que impedem

o retorno da linfa em seu interior, fazendo com que flua em um único sentido [...].

Ainda de acordo com Marques e Silva (2020), temos também os linfonodos (ou gânglios
linfáticos), que possuem uma grande quantidade de células de defesa e são localizados no
percurso dos vasos linfáticos, contribuindo com a resposta imune e evitando a invasão de
microrganismos e substâncias tóxicas na corrente sanguínea. Há, ainda (MARQUES; SILVA, 2020,
p. 3-4):

Baço: participa da resposta imune através da formação de linfócitos.


Tonsilas: funciona como barreira contra infecções, bactérias e vírus da região oral e faríngea. As
tonsilas são agregadas de linfonodos encapsulados em regiões estratégicas. As tonsilas são grandes
aliadas aos linfonodos e age contra a invasão de micro-organismos na região orofaríngea.
Timo: atua no desenvolvimento do sistema imunológico, instruindo os linfócitos T e tornando-os
imunocompetentes. A função do timo é produzir linfócitos, e consequentemente combate aos micro-
organismos invasores.

Para Marques e Silva (2020, p. 4), os troncos principais se dividem em:

Ducto linfático torácico: maior vaso linfático do corpo se origina no abdômen e desemboca na veia
subclávia esquerda na sua junção com a veia jugular interna esquerda.
Ducto linfático direito: desemboca na veia subclávia direita em junção com a veia jugular interna
direita.
Caso você queira saber mais sobre o tema, leia “Considerações gerais sobre o sistema linfático”.
Disponível em: www.msdmanuals.com
[https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-
vasos-sangu%C3%ADneos/dist%C3%BArbios-do-sistema-
linf%C3%A1tico/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-sistema-linf%C3%A1tico] .

Videoaula - Disfunções do Sistema Linfático

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3 Principais disfunções associadas ao sistema linfático
Diversas doenças e disfunções que acometem o sistema linfático impedem que os líquidos dos
tecidos sejam eliminados de forma correta pela circulação linfática. Entre elas, podemos
destacar algumas doenças, conforme descritos a seguir:

Obstrução: ocorre quando há obstrução impedindo que a linfa desempenhe seu papel em relação à
circulação normal do sistema linfático; ocorre obstrução e acúmulo da linfa no espaço intersticial,
geralmente decorrente de pós-operatórios, tratamentos de cânceres como a radioterapia, doenças
circulatórias como trombose, elefantíase, dentre outros.
Infecção: decorrentes de doenças ou processos infecciosos que impedem o bom desempenho do
sistema linfático, ocorrendo acúmulo da linfa nos tecidos, em que “inúmeros casos aumentam os
linfonodos ou os próprios linfonodos tornam-se infectados por organismos distribuídos ao longo do
sistema linfático a partir do local primário de infecção” (DOUKETIS, 2017).
Câncer: em decorrência da patologia, alguns tipos de cânceres podem “levar à obstrução em relação
ao transporte da linfa, comprometendo os linfócitos e todo o sistema linfático devido à metástase o
que leva a alterações da circulação linfática” (FRAZÃO, 2007).
Elefantíase: “a filariose, também conhecida como elefantíase, [...] é transmitido por meio da picada do
mosquito do gênero Culex sp.”, na qual compromete o sistema linfático devido a obstrução do fluxo da
linfa” (FRAZÃO, 2007).
Malformação do sistema linfático: alterações em qualquer sistema que faz parte do sistema linfático,
sejam vasos ou gânglios linfáticos, baço, timo, dentre outros, que altera a circulação linfática.
Erisipela: devido à presença de infecção dermatológica, o sistema linfático pode ficar edemaciado
devido à possibilidade de ocorrer ferida na pele que o comprometa.

A Figura 3 demonstra que a erisipela provoca a inflamação dos vasos linfáticos por meio da
obstrução do sistema linfático, pelo qual favorece ainda mais a proliferação da flora bacteriana, o
que agrava a doença já existente, evoluindo para o edema e, consequentemente, ocorre a
destruição dos vasos linfáticos, devido ao acúmulo de líquidos nos tecidos linfáticos, o que
evolui para o quadro de linfedema.
Figura 3 – Erisipela e as alterações do sistema linfático

Fonte: lobatocirurgiavascular.com.br [http://lobatocirurgiavascular.com.br/o-que-e-linfedema/] .

Para mais detalhes sobre sintomas e tratamento da erisipela, veja na íntegra um artigo do
Ministério da Saúde, disponível em: bvsms.saude.gov.br [http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-
saude/2066-erisipela] .
Recapitulando a Unidade 1
O corpo humano é formado por diversos órgãos e sistemas; dentre estes, o sistema linfático é
formado por várias redes e vasos com espessuras finas que levam líquido por todo o corpo,
sendo este sistema responsável por drenar o excesso de líquido dos tecidos intersticiais e
contribuir com o sistema imunológico por intermédio dos glóbulos brancos, protegendo essas
células de defesa, eliminando as toxinas presentes no organismo pela linfa e o excesso de líquido
presente nos tecidos.

Diante do exposto, inúmeras doenças e disfunções acometem o sistema linfático, impedindo a


drenagem e o transporte correto da linfa, o que resulta no acúmulo desse líquido nos tecidos
intersticiais, caracterizando, em diversas situações, o linfedema.

O sistema linfático é composto pelos vasos linfáticos, linfonodos ou gânglios linfáticos, linfa,
timo, baço, tonsilas palatinas, capilares linfáticos e todos eles desempenham seu respectivo
papel com suma importância para que ocorra o transporte adequado do sistema linfático,
contribuindo para seu bom desempenho.
Exercícios de fixação
Em relação ao sistema linfático, assinale as alternativas em verdadeiro ou falso.
A composição do sistema linfático é formada por diversos órgãos e sistemas. Todos
desempenham funções importantes para o bom funcionamento desse sistema. As tonsilas
fazem parte do sistema linfático?

Verdadeiro Falso

(FCM – 2016) O texto abaixo descreve, em linhas gerais, as características do sistema linfático.
“O sistema linfático é constituído por uma rede de delicados vasos que drenam o fluido
intersticial, compondo em conjunto com artérias, veias e capilares o sistema circulatório. Tanto
os vasos sanguíneos quanto os vasos linfáticos apresentam muitas similaridades relacionadas à
estrutura e função.”
Fonte: AIRES, M. M. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

Sobre as funções dos vasos linfáticos, é incorreto afirmar que:

São caracterizados por uma rede de vasos em fundo cego e têm como função principal
transportar a linfa sob baixas pressões em sentido unidirecional às veias do sistema
circulatório.

É gerado o gradiente de pressão quando uma pressão capilar é temporariamente mais baixa
do que a pressão do fluido intersticial, favorecendo o influxo de fluido.

Conduzem o ultrafiltrado capilar em direção à corrente sanguínea, através de veias do


pescoço e linfonodos, processo que completa a circulação extravascular de fluido e de
proteínas, assegurando a homeostase do volume tecidual.

Tem como funções a circulação de gorduras digeridas, na forma de quilomícrons, absorvidas


no intestino e que são encaminhadas para o plasma, e a defesa do organismo humano pelo
transporte de antígenos e de microrganismos até os linfonodos, local em que essas partículas
são filtradas e fagocitadas.

Assegura um fluxo unidirecional da linfa por meio das válvulas, fluxo esse que se move devido
à contração rítmica de sua musculatura lisa e pela compressão intermitente, exercida pelos
tecidos durante o movimento e pela pressão intratorácica negativa.

(COSEAC – 2016) São partes do sistema linfático humano:

Tonsilas palatinas e adenoides.

Paratireoides e linfonodos.

Adenoides e paratireoides.

Timo e paratireoides.

Suprarrenal e tonsilas palatinas.


UNIDADE 2

Drenagem linfática manual:


técnicas, indicações,
contraindicações e seus
benefícios
Objetivos:
Competências
Descrever a drenagem linfática manual.

Relatar os tipos de drenagem linfática.

Descrever o linfedema.

Explicar sobre a importância da fisioterapia dermatofuncional em relação aos cuidados com o

linfedema.

Habilidades
Relatar sobre o papel da drenagem linfática e seus objetivos acerca da fisioterapia dermatofuncional.

Discorrer sobre o linfedema, seus tipos, características e a importância da drenagem linfática manual

em relação ao tratamento do linfedema.

Enfatizar a importância da prática da fisioterapia dermatofuncional em relação ao linfedema durante

o pós-operatório de algumas cirurgias e patologias.


Videoaula - Definição de Drenagem Linfática

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4 Definição de drenagem linfática manual
O sistema linfático é formado por um vasto conjunto de sistemas e vasos que contribuem para o
bom funcionamento do transporte e filtração da linfa, para que haja harmonia entre todo o
sistema linfático (Figura 4). É responsável por drenar todo o acúmulo de líquidos desnecessários
acumulados nos tecidos intersticiais e eliminar todas as impurezas e ácidos graxos encontrados
no organismo, transportando-os para a corrente sanguínea e eliminando-os pela urina e pelo
suor, por meio de técnicas específicas conhecidas como drenagem linfática.

Figura 4 – Conjunto do Sistema Linfático

Fonte: s5.static.brasilescola.uol.com.br
[https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/be/2020/06/funcionamento-do-sistema-linfatico.jpg] .

Conforme descrito por Tassinary (2015):


O sistema linfático foi, durante séculos, um ponto obscuro dentro do conhecimento da anatomia

humana. Somente em 1651 o pesquisador francês Jean Pecquet descobriu em um cadáver humano a

existência de um ducto torácico e uma espécie de receptáculo no seu início, que denominou de

Cisterna de Chily, também chamada de Cisterna de Pecquet.

A primeira descrição mais complexa do sistema linfático foi feita por um professor chamado de

Winiwarter, no século XIX. Posteriormente, em 1912, Aléxis Carrel conquistou o prêmio Nobel de

Medicina por seus trabalhos com o propósito de regeneração celular, mostrando o fundamental da

linfa nos tecidos vivos.

Já na década de 30, um fisioterapeuta chamado Emil Vodder tratou pacientes acometidos de gripes

e sinusites, que viviam na úmida e fria Inglaterra. Em suas observações, manipulando suavemente

os gânglios linfáticos do pescoço, percebeu que estes se apresentavam inchados e duros.

Intuitivamente, iniciou o uso de uma massagem suave nos locais com a finalidade de melhorar o

estado geral dos pacientes. Com os bons resultados, Vodder disciplinou o método e seu primeiro

relato escrito foi a público no ano de 1936, em uma exposição de saúde em Paris.

Desde o ano de 1936, a drenagem linfática tem sido procurada cada vez mais no que diz respeito
à estética corporal, a fim de melhorar o contorno do corpo e colaborar para a redução de medidas
(TASSINARY, 2015).

A drenagem linfática manual é caracterizada por movimentos lentos e suaves, por meio das
manobras de evacuação, levando todo esse excesso de líquido até os gânglios linfáticos. A linfa
é encontrada na pele de maneira superficial, portanto não há necessidade de colocar força e
pressão para a realização da técnica da drenagem linfática manual.

A drenagem linfática manual é utilizada não somente para fins estéticos, mas também em pós-
operatórios e em diversas patologias em que há um desarranjo no funcionamento do sistema
linfático.
5 Como realizar a técnica de drenagem linfática manual
A técnica da drenagem linfática manual é caracterizada pelo trajeto da linfa e do fluido
intersticial que, em conjunto, desempenham um papel importante, otimizando o resultado desse
tipo de drenagem em diversas patologias, conforme mostra a Figura 5.

Figura 5 – Trajeto de drenagem da linfa

Fonte: pt.slideshare.net [https://pt.slideshare.net/dranabeatriz/aula-2-sistema-linftico] .

De acordo com Godoy e Godoy (2004, p. 78),

Na drenagem linfática, realiza-se a drenagem da linfa, que está dentro do linfático; assim, facilita-se

a entrada do fluido intersticial por meio do desenvolvimento de diferentes pressões. A compressão

externa, além de envolver os vasos linfáticos, afeta o interstício celular, no qual se encontra o fluido

intersticial, responsável pela formação da linfa, que ocorre após sua entrada no interior do vaso

linfático. Desse modo, quando estamos realizando a drenagem linfática, estamos promovendo

diferenciais pressóricos.

[...]

Algumas peculiaridades são importantes em relação ao sistema hidrodinâmico dos vasos linfáticos.

Uma delas é a presença de válvulas, que desempenham o importante papel de manter o fluxo

unidirecional, evitando o refluxo, e fazem parte da estrutura contrátil do vaso linfático (linfangion).
Vale ressaltar que a drenagem linfática deve ser sempre realizada com cautela e sempre seguir o
sentido do fluxo, realizando o bombeamento e deslocando a linfa até os gânglios linfáticos.

Os linfonodos filtram as impurezas existentes no tecido intersticial, sendo assim, controlam toda
a velocidade da drenagem linfática e toda a pressão exercida, sendo esta a segunda lei
relacionada à técnica de realização da drenagem linfática. De acordo com Godoy e Godoy (2004,
p. 79), “É importante alertar que movimentos circulares podem, em determinado sentido, ir contra
a corrente”, conforme ilustra a Figura 6.

Figura 6 – Direção da linfa

Fonte: 4.bp.blogspot.com
[https://4.bp.blogspot.com/-7AsEcvdyrfM/VvxBQZ4k6uI/AAAAAAAAAqg/zhZcUnuJAOscCcIz-
_n2idPFeH-KYt6qA/s1600/12472839_847399532055537_7116396513637923660_n.jpg] .
Em nosso corpo existem centenas de linfonodos, cuja função é limpar todas as impurezas do
corpo humano, e que possuem células de defesa para combater agentes nocivos à saúde
humana. Para que uma drenagem linfática seja bem sucedida, é imprescindível saber o trajeto e
a direção da linfa, pois a drenagem linfática deve seguir a direção dos linfonodos.

Esses linfonodos são encontrados na região axilar, pescoço, mãos, braços, abdômen, inguinal,
poplíteos, cotovelo e região maleolar.

A manobra de evacuação consiste em fazer o bombeamento dos linfonodos, numa sequência de


5 a 10 vezes, com o intuito de transportar essa linfa de maneira satisfatória até os gânglios
linfáticos.

Em seu blog, a esteticista Patrícia Sousa aponta alguns mitos sobre a drenagem linfática. Leia na
íntegra o texto “Mitos e Verdades Sobre Drenagem Linfática”, disponível em:
patiestetica.blogspot.com [http://patiestetica.blogspot.com/2016/03/drenagem-linfatica-
manual-adrenagem.html] .

Entre os tratamentos de estética, a drenagem linfática é uma das mais solicitadas, seja para a
diminuição do estresse, celulite ou inchaço. A professora do curso de Estética da FHOIUniararas,
Juliana Moreira, falou com o Teoria & Prática e demonstrou, na prática, como é feita a drenagem
linfática facial e corporal, seus benefícios e resultados. Para mais detalhes, veja o vídeo na
íntegra, disponível em: youtu.be [https://youtu.be/ywMwNBPW4dQ?t=23] .
Videoaula - Técnicas para realização da Drenagem Linfática

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5.1 Técnicas para realização da drenagem linfática

A drenagem linfática manual foi descrita por vários autores, como Albert Leduc, Astrid Vodder,
Godoy e Michael Foldi (MARQUES; SILVA, 2020), porém todos relatam os mesmos objetivos no
conceito de estimular a formação e a drenagem da linfa (TERAPIA..., 2017), conforme o Quadro 1.

Para Marques e Silva (2020, p. 6), as diferenças entre as técnicas são descritas em relação aos
movimentos e à compressão:

Na técnica de Vodder, os movimentos são em círculos ou semicírculos.


Na técnica de Leduc, os movimentos são de “chamada e absorção’’.
Na técnica de Godoy e Godoy, os movimentos são lineares.
Na técnica de Foldi, os movimentos são giratórios.

Quadro 1 – Principais nomes e técnicas da drenagem linfática


Sentido da
Técnica Manobra Pressão aplicada Acessório drenagem
linfática

Corporal:
De 30 a 40 mmHG.
proximal para
Círculos fixos; Bombeamento Suave e leve,
Vodder distal. Facial:
Mãos em conchas; Giratório ou decrescente. Da Não utiliza.
(Dinamarca) centro da face
rotação. palma das mãos
para o linfonodo
para os dedos.
correspondente.
Sentido da
Técnica Manobra Pressão aplicada Acessório drenagem
linfática

Corporal:
Bombeamento em bracelete; proximal para
De 30 a 40 mmHG, Bandagem
Círculos; Pinçamentos com distal. Facial:
Foldi suave, lenta, elástica de
mobilização tecidual. centro da face
(Alemanha) intermitente e média
Mobilização articular; para os
relaxante. compressão.
Movimento combinado. linfonodos
correspondentes.

Corporal:
De 30 a 40 mmHG,
proximal para
Circular com os dedos e suave, leve, Bandagens;
Leduc distal; Facial:
polegares; Combinados com decrescente da Pressoterapia
(Bélgica) centro da face ao
pressão em bracelete. palma das mãos ou exercícios.
linfonodo
para os dedos.
correspondente.

Corporal:
De 30 a 40 mmHG,
proximal para
Godoy e Bombeamento por ativação suave, leve,
distal; Facial:
Godoy clavicular; Mãos em conchas; decrescente da Roletes
centro da face ao
(Brasil) Giratório ou rotação. palma das mãos
linfonodo
para os dedos.
correspondente.

Fonte: Marques e Silva (2020, p. 6).

A drenagem linfática engloba três tipos de manobras da linfa associadas às técnicas:

Captação da linfa: manobra que leva essa linfa até os gânglios linfáticos ou linfonodos.
Absorção da linfa: “manobra de reabsorção: as manobras ocorrem nos pré-coletores linfáticos, os
quais transportarão a linfa captada pelos linfo capilares;” (MOURA; MEJIA, 20--, p. 5).
Evacuação da linfa: “o processo de evacuação ocorre nos linfonodos que recebem a confluência dos
coletores linfáticos’’, ou seja, da região proximal para a distal (MOURA; MEJIA, 20--, p. 5).

Para que se tenha êxito na drenagem linfática, faz-se necessário obedecer às seguintes
orientações (MOURA, MEJIA, 20--, p. 7):

Todas as manobras da drenagem linfática devem ser realizadas de forma leve, lenta e não exercer
pressão exagerada no membro a ser drenado, levando em consideração que não é a força realizada
que desempenha resultados satisfatórios, mas sim a execução correta da técnica, respeitando todas
as normas e orientações de forma segura e eficaz.
A drenagem linfática deve seguir a direção dos linfonodos, portanto torna-se imprescindível o
conhecimento sobre o sistema linfático, sua anatomia e fisiologia.
Drenagem linfática não dói e nem deixa hematomas; caso isso ocorra, significa que houve uma
pressão exacerbada sobre a linfa e/ou gânglios linfáticos, o que quer dizer que foi executada de forma
errônea.
A pressão exercida deve ser de 30 a 40 mmHG, e até 45 mmHG, caso seja linfedema.
O bombeamento sobre os gânglios linfáticos pode ser realizado de 5 a 10 vezes para o recebimento da
linfa.
O paciente deve ser posicionado de forma confortável até que termine a sessão.
A duração deve ser de 30 minutos a 50 minutos, dependendo do membro e da região a ser drenada.
“Em lesões recentes, as manobras de arraste devem ser dispensadas pelo risco de promover
cicatrização inadequada”.

Tratamentos estéticos deixam roxos no corpo? Saiba quando o hematoma é normal.

Para saber mais a respeito, leia o texto disponível em: www.vix.com


[https://www.vix.com/pt/bdm/saude/tratamentos-esteticos-deixam-roxos-no-corpo-saiba-
quando-o-hematoma-e-normal] .

Já as técnicas de drenagem linfática manual na abdominoplastia necessitam de maior cautela,


porém requerem os conhecimentos tanto fisiológico quanto anatômico do corpo humano. Como
já citado, o transporte de linfa que se encontra nos vasos é efetuado pelos pré-coletores em
direção aos coletores, visto que, em relação à manobra de captação da linfa, quanto maior a
pressão, maior será a recaptação pelos capilares linfáticos.

Na fase aguda [...] a drenagem linfática é um recurso para tratar as consequências das alterações

vasculares, ou seja, o edema. No entanto, deve-se considerar que a cicatrização ainda está recente, e

dessa maneira a aplicação da técnica deve ser o mais suave possível, evitando deslizamentos e

trações no tecido em cicatrização.

[...] nas cirurgias plásticas com incisões extensas há uma interrupção dos vasos linfáticos

superficiais prejudicando a drenagem convencional. (MOURA; MEJIA, 20--, p. 6-7).

Baseado nesses fatos, a drenagem linfática clássica foi atribuída a uma nova nomenclatura,
conhecida como drenagem linfática inversa. A diferença atribuída a essa drenagem está
relacionada com a técnica utilizada para o sentido inverso da drenagem habitual. Visto que em
algumas cirurgias, como a abdominoplastia, os linfonodos sofrem alterações mediante a incisão
do processo cirúrgico e, por isso, ficam comprometidos e não conseguem desempenhar seu
papel. Os linfonodos da região inguinal, por exemplo, sofrem modificações, sendo indicada a
região axilar para realizar o transporte da linfa, uma vez que se trata de uma região que está
íntegra.

Não somente em pós-operatório de abdominoplastia, mas em todos os pós-cirúrgicos em que


houve danos nos linfonodos a serem drenados, deverão manter a mesma regra da drenagem
linfática reversa, conservando o transporte da linfa para as regiões que estão sadias e em que
não houve lesão tecidual pela cirurgia, pois o sentido da linfa é unidirecional, não mudando seu
trajeto.

Videoaula - Indicações, Contra-indicações e Benefícios da


Drenagem Linfática

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Indicações, contraindicações e benefícios da drenagem linfática


5.2 manual
A drenagem linfática é bastante utilizada com o intuito de tratar diversas patologias do sistema
linfático. Para que a drenagem tenha êxito, é de suma importância que o fisioterapeuta tenha
conhecimentos sobre as indicações e contraindicações, a fim de evitar agravos para a saúde do
paciente.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD, 2017), as principais indicações da


drenagem linfática manual são:

Edemas.
Pós-operatório de cirurgias plásticas.
Linfedemas.
Gestantes, a partir do terceiro mês de gestação, com a devida autorização do médico responsável.
Cirurgias ortopédicas, devido ao edema.
Celulites.
Cicatrizes, geralmente hipertróficas e queloides.
Retenção de líquidos.
Relaxamento.
Alterações circulatórias.

Já as contraindicações da drenagem linfática manual são:

Trombose venosa profunda.


Câncer.
Processos infecciosos.
Feridas e escaras.
Tuberculose.
Insuficiência cardíaca, renal ou hepática descontroladas.
Tumores.
Erisipela.
Insuficiência cardíaca congestiva, hipertireoidismo descompensado.
Hipertensão e hipotensão arterial descompensada.
Úlceras de pressão e de decúbito.
Dermatites.
Problemas pulmonares e circulatórios descompensados, dentre outros.

Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD, 2017), a drenagem linfática
manual apresenta inúmeros benefícios desde que realizada de forma correta e com total
conhecimento das técnicas e do tratamento a ser realizado.

Alguns benefícios podem ser descritos, como:

Melhora da circulação sanguínea.


Redução de edemas.
Melhora do linfedema.
Melhora da textura e aparência da pele.
Prevenção de aderências cicatriciais e na cicatrização em pós-operatório.
Melhora do retorno venoso.
Melhora da autoestima.
Alívio do estresse.
Expulsão de toxinas presentes no corpo.
Alívio das dores, muitas vezes em decorrências de edemas, dentre outros.
Recapitulando a Unidade 2
A Drenagem Linfática Manual consiste em realizar técnicas apropriadas com o intuito de levar a
linfa até os gânglios linfáticos e, assim, contribuir para a expulsão das toxinas presentes no
organismo, por intermédio da circulação sanguínea. A drenagem linfática apresenta inúmeros
benefícios tanto para saúde estética quanto para tratamento de pós-operatórios. Com o intuito
de incrementar mais ainda o tratamento trazendo resultados cada vez mais satisfatórios, foram
criadas várias técnicas cujos objetivos são transportar essa linfa sempre em sentido
unidirecional, eliminando os líquidos intersticiais e melhorando o sistema imunológico, trazer
qualidade de vida e, consequentemente, melhorar o bem-estar físico e psíquico das pessoas que
realizam o tratamento.
Exercícios de fixação
Sobre a realização da técnica da drenagem linfática manual, assinale a alternativa em verdadeiro
ou falso. A manobra de consolidação da linfa consiste em realizar o bombeamento numa
sequência de até 5 a 10 vezes, com o intuito de transportar essa linfa de maneira satisfatória até
os gânglios linfáticos.

Verdadeiro Falso

(IBFC – 2019) A Drenagem Linfática Manual (DLM) é uma técnica de massagem fundamentada
na anatomia e fisiologia do sistema linfático e utilizada para drenar líquidos excedentes do
espaço intersticial. Quanto ao efeito fisiológico deste procedimento, assinale a alternativa
incorreta.

Aumenta a contração dos linfangions.

Reduz a absorção de proteínas pelos capilares linfáticos.

Reduz a hipertensão micro linfática.

Melhora a capacidade de distensão do tecido cicatricial.

Atua como defesa da glândula suprarrenal.

Em relação ao tratamento por intermédio da drenagem linfática manual, assinale a afirmativa que
seja contraindicada a utilização dessa técnica.

Gestação a partir do terceiro mês.

Linfedema.

Úlceras de pressão e de decúbito.

Edemas.
Cicatrizes hipertróficas.
UNIDADE 3

Linfedema
Objetivos:
Competências
Relatar sobre o linfedema, suas características e classificações.

Abordar o linfedema em pós-operatório.

Descrever o tratamento da drenagem linfática no linfedema.

Habilidades
Explicar o linfedema e todos os seus aspectos, incluindo características, tipos, sinais e sintomas que

são apresentados.

Relatar sobre o linfedema no pós-operatório do câncer de mama, em especial sobre a importância da

drenagem linfática nesse grupo de pacientes.

Enunciar alguns tipos de tratamentos utilizados no pós-operatório de câncer de mama.

Videoaula - Linfedema

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[https://player.vimeo.com/video/494124948] .
6 Linfedema: características gerais
A drenagem linfática manual é bastante utilizada de forma geral, visando o benefício de inúmeras
decorrências em que há algum desarranjo no transporte da linfa, ocorrendo assim à formação de
edema, e em alguns casos apresenta quadro álgico e limitações para a realização de diversas
atividades do dia a dia.

O linfedema acomete inúmeros fatores no corpo do indivíduo, sejam alterações físicas ou


psíquicas, impossibilitando a realização de diversas atividades desempenhadas pelos indivíduos
no dia a dia, além de trazer mudanças de hábitos no estilo de vida.

O que é de grande importância à prática da drenagem linfática, uma vez que ela traz inúmeros
benefícios para a prevenção e para o tratamento do linfedema, seja em decorrência de pós-
operatório, especialmente em mulheres mastectomizadas, seja proveniente de alterações do
sistema linfático.

6.1 Por que ocorre o linfedema?

O linfedema é decorrente de alterações no sistema linfático, caracterizadas por trocas de líquidos


intersticiais inadequadas, o que gera déficit no sistema linfático e, consequentemente, forma
edemas, apresentando um quadro crônico. Caso não seja realizado o tratamento adequado, há
progressão da doença e possíveis complicações como “desconfortos, dores, aumento do risco de
infecções, diminuição da amplitude de movimento, alterações sensitivas e problemas com a
imagem corporal” (LUZ; LIMA, 2011, p. 191).

O linfedema é bastante comum em mulheres que realizam a mastectomia, sendo essa


prevalência correspondente em até 30% dos casos.

Diversos são os fatores de riscos relacionados à sua predisposição. Dentre eles, podemos citar
os mais comuns, como:

Extensão da dissecção axilar do nódulo; radioterapia na axila e na fossa supra clavicular;

quimioterapia; estadiamento avançado no momento do diagnóstico; diminuição da amplitude de

movimento do ombro; obesidade; idade avançada; atraso no fechamento da ferida; infecções pós-

operatórias; e recorrência de câncer nos gânglios linfáticos axilares. (LUZ; LIMA, 2011, p. 191).

O aparecimento do quadro do linfedema no pós-operatório de mulheres mastectomizadas pode


ocorrer em qualquer momento, independentemente do pouco ou muito tempo passado de pós-
operatório, o que torna necessário o cuidado imediato para evitar futuras consequências.

O linfedema pode se manifestar tanto nos membros inferiores (MMII), quanto nos membros
superiores (MMSS), e tanto de forma unilateral quanto de forma bilateral, sendo 80% dos casos
apresentados de forma unilateral, conforme mostrado nas Figuras 7 e 8.

O linfedema “[...] pode ser decorrente de alterações congênitas dos vasos linfáticos (linfedema
primário) ou adquiridas, como traumas, lesões, linfadenectomias ou enfermidades infecciosas e
crônicas (linfedema secundário) (TACANI; MACHADO; TACANI, 2012, p. 562).

Figura 7 – Linfedema no membro inferior

Fonte: Sakurra/IStock.
Figura 8 – Linfedema no membro
superior

Fonte: Todd (2009, p. 468).

Hidroterapia é o primeiro passo da recuperação pós-câncer de mama

Processo de melhora após cirurgia coloca os exercícios feitos na água, como natação e
hidroginástica, na frente das atividades praticadas em solo.

Para mais detalhes, leia notícia na íntegra, disponível em: globoesporte.globo.com


[http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2014/10/hidroterapia-e-o-primeiro-
passo-da-recuperacao-pos-cancer-de-mama.html] .
7 Tipos, classificações e avaliação do linfedema
O linfedema apresenta alguns tipos, conforme descrito na literatura, sendo classificado como:

Linfedema primário: são subdivididos em precoce e congênito. O linfedema precoce é de etiologia

desconhecida, ocorre nos membros inferiores, podendo ser devido a desequilíbrios hormonais, ou a

falhas no desenvolvimento dos vasos linfáticos, ocasionando uma insuficiência de drenagem

linfática. O linfedema congênito aparece a partir do nascimento, sendo caracterizado por hipoplasia

linfática, e por uma estrutura inadequada dos vasos linfáticos, que ocasionam linfangiectasia e

consequente insuficiência valvular. Quando hereditário é denominado doença de Milroy

(BERGMANN, 2000).

O linfedema secundário é decorrente de causas externas, bloqueando o funcionamento correto


do sistema linfático. É proveniente de doenças como câncer, processos infecciosos, tratamentos
como radioterapia, quimioterapia, doenças como elefantíase, doenças vasculares, entre outras
(BERGMANN, 2000).

O linfedema tardio é caracterizado pela ocorrência de alguns fatores que, a longo prazo, levam ao
desenvolvimento do linfedema, como processos inflamatórios, pós-operatórios, e tratamentos
como radioterapia e traumas. (TABOAS et al., 2013).

O linfedema congênito manifesta-se entre 2 e 3 anos, com os sinais e sintomas já presentes; já o


linfedema precoce manifesta-se entre 2 e 35 anos, enquanto o linfedema tardio manifesta-se
após longos anos, em alguns casos após os 35 a 40 anos, ambos manifestando-se os sinais e
sintomas decorrentes (TABOAS et al., 2013).

O linfedema apresenta 4 fases ou estágios (Figura 9), conforme sua manifestação e os sinais
clínicos presentes no membro afetado.
Figura 9 – Fases do linfedema

Fonte: commons.wikimedia.org
[https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lower_Limb_Lymphedema.png] .

Sendo estas descritas e avaliadas pela Classificação da Sociedade Internacional de Linfologia

recorrendo a dois critérios: consistência da pele (que avalia o grau de fibrose do tecido subcutâneo)

e ocorrência ou não de redução do linfedema após 24 horas de elevação do membro afetado27.

(TABOAS et al., 2013, p.3).

Essas fases são classificadas como:

Fase I – “edema reversível, caracteriza-se por edema suave (com depressão/indentação a


digitopressão, ou seja, sem fibrose subcutânea significativa) e edema que regride após 24 horas de
elevação do membro” (TABOAS et al., 2013, p. 72). São classificados como aqueles edemas presentes
após permanecer muito tempo sentado ou em pé, como consequências de longas jornadas de
trabalho.
Fase II – “são espontaneamente irreversíveis, mas podem ser controlados com terapêuticas
apropriadas. Possuem fibrose do fluido intersticial em algumas áreas e consequentemente, aumento
da consistência da pele. O fluxo linfático se apresenta mais lento, havendo certo grau de estagnação
da linfa em coletores e capilares” (BERGMANN, 2000, p. 142). Nesses casos, o edema já não
desaparece após 24 horas com a devida elevação do membro afetado.
Fase III – “são irreversíveis e mais graves. Apresentam grau elevado de fibrose linfostática com
grande estagnação da linfa nos vasos e capilares. Possuem alterações de pele importantes, tornando-
se vulneráveis a erisipelas, eczemas, papilomatoses e fístulas linfáticas” (BERGMANN, 2000, p. 142).
Fase IV – “Já há manifestação de elefantíase cursa com acentuada deposição de fibrose no tecido
subcutâneo; a pele adquire uma consistência dura, não ocorre indentação da pele à digitopressão e
estão presentes alterações tróficas da pele, como depósitos de gordura e acantose, com proliferações
verrugosas na pele”. (TABOAS et al., 2013, p.72).
Figura 10 – Elefantíase

Fonte: commons.wikimedia.org
[https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Elephantiasis.jpg] .

Para que seja traçado um bom diagnóstico e, consequentemente, um tratamento satisfatório e


de qualidade, são necessárias uma boa avaliação desses indivíduos e do membro afetado. Esses
critérios são descritos como:

Perimetria: caracterizada por ser um método de avaliação da circunferência do membro, realiza-


se a perimetria tanto no membro afetado quando no membro sadio para fins comparativos
(Figura 11).

Volume: pode ser obtido de forma direta ou indireta. A maneira direta é através da imersão
do membro em um cilindro milimetrado, observando-se a diferença da quantidade de água
deslocada entre o membro afetado e o contralateral. (conhecida como pletismografia). A
maneira indireta é mais rápida, barata e simples, podendo o volume ser estimado através de
medidas de circunferência, tratando cada segmento do membro como um par de
circunferências (assim como um cone truncado) [Figura 11]. (BERGMANN, 2000).

Ainda segundo Bergmann (2000), podemos considerar que o volume do segmento é dado por: V =
h * (C2 + Cc + c2) / (12π), em que V é o volume do segmento do membro, C e c são as
circunferências a cada final, e h é a distância entre as circunferências (C). O somatório desses
volumes dará o volume final estimado. O diagnóstico de linfedema do membro superior é tido
como sendo uma diferença de 10% entre os volumes dos dois membros.
Figura 11 – Cálculo do volume indireto na perimetria com base no cone

Fonte: Abreu Junior et al. (2015, p. 82).

De acordo com Abreu Júnior et al. (2015. p. 82),


O cálculo do volume de cada tronco de cone é obtido com as medidas dos raios das circunferências

tomadas na base e no topo dos troncos de cone e as alturas dos troncos de cone, que irão

corresponder aos comprimentos dos segmentos do membro representado, definidos pela distância

entre as duas circunferências sobre os pontos notáveis.

Medindo a circunferência da mão, terço inferior do antebraço a 2 cm acima do punho, terço médio a

meia distância entre o punho e o cotovelo, terço superior do antebraço, a 2 cm abaixo da prega do

cotovelo, terço inferior do braço e a 65% da distância do cotovelo ao ombro.

Para o cálculo do volume foi empregada a seguinte fórmula:

Onde V é o volume, h é a altura do tronco de cone, R é o raio da base maior e r é o raio da base menor.

(ABREU JÚNIOR et al., 2015. p. 82).

De acordo com Izidoro et al. (2016), “O diagnóstico do linfedema é realizado através da


anamnese do paciente, visando obter um tratamento com resultados satisfatórios, através da
inspeção, palpação e técnicas específicas”.

As técnicas mais comuns utilizadas para o diagnóstico de linfedema são:

Sinal de cacifo: consiste em uma pressão realizada com o polegar na área afetada por dez segundos,

se formar uma depressão após a retirada do dedo do local, o edema está confirmado, e poderá ser

classificado de 0+ a 4+. De acordo com o tempo que a cavidade formada desaparecerá, sendo 0+

nenhuma presença de edema e 4+ edema severo [Figura 12]. (IZIDORO et al., 2016).
Figura 12 – Sinal de cacifo

Fonte: adaptado de Izidoro et al. (2016).

A perimetria é utilizada com o intuito de avaliar a circunferência do membro afetado, a fim de


determinar o grau do linfedema, conforme mostra a Figura 13.

Figura 13 – Marcação dos pontos para perimetria nos membros


inferiores

Fonte: Soares et al. (2016, p. 272).


Utiliza-se fita métrica para medir a circunferência do membro afetado pelo linfedema, na unidade
de centímetros. Medindo toda a extensão do membro, se houver necessidade torna-se como
referência o ápice da patela (joelho), que foi o ponto zero, realizando-se, a cada 7 cm, quatro
medidas abaixo do acidente ósseo e mais uma medida de circunferência no pé, 7 cm abaixo do
maléolo medial, conforme demonstrado na figura 13 (SOARES et al., 2016).

De acordo com Barros (2009, p. 16), na marcação dos pontos para a perimetria, o linfedema pode
ser classificado como:

Leve: linfedema menor que 3 cm de diferença (150 ml a 400 ml)


Moderado: de 3 a 5 cm (400 a 700 ml)
Severo: acima de 5 cm (acima de 750 ml)

Na pletismografia da água (Figura 14), o linfedema é constatado pela quantidade de água


deslocada pelo cilindro; esta técnica é realizada imergindo o membro dentro de um cilindro com
água e verificando a quantidade de água movida dentro dele (IZIDORO et al., 2016).

Figura 14 – Técnica de pletismografia da água

Fonte: Brito et al. (2013, p. 291).

Dentre outras medidas para o diagnóstico do linfedema, podemos destacar alguns exames de
imagem, como: linfocintilografia, tomografia computadorizada (TC), ressonância nuclear
magnética e, em alguns casos, a ultrassonografia, a fim de verificar possíveis fibroses no
membro afetado.
Caso você queira saber mais sobre o tema, leia o artigo “Doença de Meige (Linfedema Precoce) -
Relato de Caso e Revisão de Literatura”. Disponível em: www.rbcp.org.br
[http://www.rbcp.org.br/details/209/pt-BR/doenca-de-meige--linfedema-precoce----relato-de-
caso-e-revisao-de-literatura] .

Videoaula - Fases do Linfedema

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Videoaula - Avaliação do Linfedema

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Animação - Caso clínico

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8 Sinais e sintomas do linfedema e suas caraterísticas
Entre os principais sinais e sintomas do linfedema, Bergmann (2000) descreve:

Dor.
Diminuição da amplitude de movimento.
Edema.
Alteração da sensibilidade.
Alterações da pele como papilomatoses dermatológicas.
Alterações cutâneas como:
eczemas;
micoses;
queratosis, entre outras.

Também podemos citar, com a evolução do linfedema (TABOAS et al. 2013, p. 4):

Fibrose.
Sinal de Godet (indentação a digitopressão).
Pele seca com aspecto de casca de laranja.
Sinal de Stemmer (dificuldade ou não conseguir elevar a pele do dorso dos dedos ao tentar fazer uma
prega cutânea com os seus dedos).
Descoloração avermelhada da pele.
Descoloração amarelada das unhas.
Erisipela.
Em alguns casos, os linfangiossarcomas.

De acordo com as classificações, o linfedema deve ser observado e avaliado com cautela,
levando em consideração sempre o grau, as fases, os sinais e sintomas, dentre outros.
(Conforme visto no quadro a seguir).

Quadro 2 – Classificação clínica do linfedema


Efeito da
Palpação da
Edema Inspeção da extremidade elevação no Função do membro
extremidade
membro

Edema
Edema com desaparece ou
GRAU
Aparência normal. presença de diminui de Normal.
1
fóvea. forma
acentuada.

Espessamento
de pele Mobilidade
GRAU Edema diminui
Descoloração amarelada. recente; diminuída; alguma
2 moderadamente.
presença de função diminuída.
fóvea.
Efeito da
Palpação da
Edema Inspeção da extremidade elevação no Função do membro
extremidade
membro

Perda funcional
Dermatose crônica; pequenas Espessamento importante;
GRAU vesículas surgem frequentemente; de pele; Edema diminui movimentos finos
3 mudanças na queratose recente; pequenas minimamente. prejudicados; perda
pequenas pápulas queratóticas. fóveas. da flexibilidade
articular.

Aumento da descoloração Perda funcional


Espessamento
amarelada; aumento da importante;
GRAU de pele; Edema não
pigmentação; secreção vesicular; movimentos
4 ausência de diminui.
pápulas queratóticas; dermatose significativamente
fóvea.
crônica. prejudicados.

Fonte: Bergmann (2000, p. 142).

O câncer de mama é bastante comum nas mulheres, com incidência de 25% de desenvolvimento
da patologia, em decorrência dos tratamentos, como a radioterapia, quimioterapia e também pela
realização da excisão dos nódulos axilares e/ou mamários, afetando tecidos, músculos e o
próprio sistema linfático (MOREIRA; CANAVARRO, 2012).

A mastectomia é definida como o processo cirúrgico para a retirada da mama, podendo ser
classificada em dois tipos (MOREIRA; CANAVARRO, 2012), conforme mostra a Figura 15:

Radical: remoção total da mama, bem como dos músculos peitorais (grande e pequeno peitoral), da
pele e dos gânglios linfáticos axilares.
Radical modificada: retirada total da mama e da pele associada, com preservação dos músculos da
região peitoral.
Figura 15 – Pós-operatório de mastectomia

Fonte: institutolongtao.com.br [https://institutolongtao.com.br/blog/2020/05/12/drenagem-linfatica-


manual-dlm-no-tratamento-pos-cirurgico-de-cancer-ca-de-mama-por-melissa-betel/] .

Como podemos observar, a Figura 15 ilustra todo o processo da realização da cirurgia


conservadora e da mastectomia antes e depois, indicando quantos tecidos e músculos são
lesionados.

A drenagem linfática manual associada à fisioterapia contribui bastante para a prevenção e/ou
tratamento do linfedema em mulheres mastectomizadas, visto que quando já realizado o
tratamento como preventivo, têm-se grandes resultados satisfatórios, minimizando, assim, os
efeitos deletérios e as complicações que a mastectomia traz a essas mulheres.

Para mais detalhes sobre os cuidados com mastectomia, leia o artigo “Mastectomia: cuidados no
pós-operatório imediato’’.Disponível em: enfermagemilustrada.com
[https://enfermagemilustrada.com/mastectomia-cuidados-em-pos-operatorio-imediato/] .
Recapitulando a Unidade 3
O linfedema é descrito como alteração no sistema linfático, quando este não consegue realizar a
eliminação correta dos excessos de líquidos e toxinas presentes nos espaços intersticiais.
Podem ser classificados em primários ou secundários, já levando em consideração a presença
de alterações dos gânglios linfáticos ou em decorrência de diversas alterações, seja de aspecto
infeccioso ou decorrente de lesões ou outras doenças que contribuem para o surgimento do
linfedema.

Seu surgimento é bastante comum em mulheres que passam por cirurgias para a retirada da
mama e/ou dos gânglios axilares, normalmente por causa de câncer de mama, situação na qual
o surgimento do linfedema ocorre por complicações cirúrgicas ou devido à própria cirurgia, por
intermédio dos efeitos deletérios do pós-operatório, consequência da imobilidade do membro
afetado.

A drenagem linfática manual tem se mostrado promissora, tanto como prevenção desses efeitos
deletérios e dessas complicações quanto como tratamento do linfedema já presente no pós-
operatório, contribuindo para uma melhor qualidade de vida dessas pacientes.
Exercícios de fixação
(IADES – 2017) Considerando que o linfedema pode ser uma das consequências das
mastectomias com esvaziamento axilar nos casos de câncer de mama, quanto à escala clínica, a
característica do linfedema em estágio 3+ é a seguinte:

O edema é apenas visível.

Uma extremidade que pode ser duas vezes maior que o tamanho real.

Uma extremidade que pode ser até quatro vezes maior que o tamanho real.

Uma depressão leve que é visível quando se pressiona a pele.

Um sinal digital profundo que volta ao normal em um período de 5 a 30 segundos.

(IBFC – 2017) Uma criança de 4 anos é trazida ao seu consultório pelos pais, encaminhada do
pediatra com relato de aparecimento de linfedema de membros inferiores há 6 meses, com piora
progressiva. Você acredita que não é um linfedema secundário. Ao conversar com a mãe, você irá
falar para ela, como sempre faz, que a classificação do linfedema de seu filho é:

Linfedema congênito.

Linfedema primário tardio.

Linfedema primário precoce.

Linfedema pueril.

Linfedema cíclico idiopático.


UNIDADE 4

Tratamento do linfedema e a
importância da fisioterapia
Objetivos:
Competências:
Relatar acerca do linfedema.

Descrever o papel da fisioterapia dermatofuncinal no que diz respeito ao linfedema.

Relatar sobre os benefícios da drenagem linfática no linfedema.

Habilidades:
Adquirir o conhecimento acerca da avaliação e do tratamento do linfedema.

Citar a importância da fisioterapia dermatofuncional associada às técnicas utilizadas da drenagem

linfática como prevenção e tratamento do linfedema.

Descrever o tratamento e os cuidados com o linfedema no pós-operatório.


9 Câncer e linfedema
O câncer contribui bastante para que ocorra a manifestação do linfedema. Demais fatores, como
“erisipela, flebites, doenças cardíacas, hipertensão, deiscências de cicatrizes também contribuem
para o surgimento do linfedema, pois as anastomoses linfáticas são prejudicadas pela formação
cicatricial devido ao próprio seroma” (REZENDE et al., 2010, p. 236).

Um fator de grande importância também é que quanto mais agressiva é a cirurgia, maiores são
as chances de desenvolver o quadro de linfedema pós-mastectomia, devido à quantidade de
linfonodos retirados e comprometidos.” (REZENDE; ROCHA; GOMES, 2010, p. 236).

No caso de câncer de mama, as terapias associadas ao tratamento também são fatores de risco
para o linfedema, entre elas a radioterapia axilar, “provocando uma constrição dos vasos
linfáticos em decorrência da fibrose gerada, levando a um significativo prejuízo da função de
filtração do linfonodo e alterando a resposta imunológica” (REZENDE; ROCHA; GOMES, 2010, p.
237).

Diante desse fato, a fisioterapia dermatofuncional associada a técnicas e orientações para


prevenção do quadro de linfedema, principalmente nos pós-operatórios, são imprescindíveis, a
fim de evitar complicações e trazer melhor qualidade de vida a esses indivíduos; também é de
suma importância ficar atento aos sinais e sintomas clínicos do câncer de mama (conforme
mostra a Figura 16), uma vez que, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico e
maiores as chances de se recuperar e evitar o risco do linfedema.

Figura 16 – Sinais mais comuns do câncer de mama

Fonte: adaptado de OPAS (2018).

Na Figura 16, nota-se os principais sinais e sintomas aparentes da manifestação do câncer de


mama. O autoexame se faz necessário para a avalição da mama e diagnóstico não tardio, o que
aumenta muito a chance de sobrevida e uma melhor qualidade de vida dessas pacientes
diagnosticadas com câncer mamário.

“Linfedema: uma complicação comum no tratamento do câncer de mama”.

A fisioterapeuta Ana Paula Dall’Anese esclarece alguns pontos importantes com relação ao
linfedema. Para conhecê-los, leia o texto na íntegra. Disponível em: oncocentermedicos.com.br
[https://oncocentermedicos.com.br/912-2/] .
10 Avaliação clínica do linfedema e as medidas preventivas
A avaliação clínica dos indivíduos com o linfedema deve ser realizada de forma detalhada e com
bastante cautela, para que se possa traçar uma conduta de tratamento promissora e satisfatória.

A anamnese deverá conter todos os dados pessoais do paciente; também deve incluir: peso,
altura, antecedentes pessoais de patologias que levam ao desenvolvimento do linfedema,
histórico de traumas diretos, infecções, cirurgias realizadas, histórico de câncer pessoal e
familiar e tratamentos (se for o caso de ter algum histórico familiar ou o próprio paciente
manifestar a doença), “características do edema (localização, consistência, evolução ao longo do
tempo), presença de dor ou outra sintomatologia”’ (TABOAS et al., 2013, p. 72). Um fator bastante
importante na avaliação clínica é o grau do edema, pois ajuda a escolher o tratamento adequado.

Como já relatado, a avaliação do linfedema pode ser realizada por diversos meios. Os mais
comuns são a perimetria e a volumetria por meio da pletismografia. Em decorrência de
complicações, como perda de amplitude de movimento e redução de força muscular, é
necessário realizar a avaliação clínica pela goniometria e pelos testes para mensuração do grau
de força muscular. A avaliação do linfedema deve ser realizada conforme os sinais e sintomas
relatados pelo paciente, visto que cada paciente pode apresentar sintomatologias diferentes.

De acordo com Taboas et al. (2013, p. 72),

Na avaliação da circunferência dos membros, o perímetro deve ser comparado em vários pontos

estandardizados, habitualmente 2 a 4 pontos (os 4 pontos mais utilizados no membro superior são a

articulações metacarpofalângica, punhos e 10 cm distal e 15 cm proximalmente em relação aos

epicôndilos laterais; no membro inferior são as articulações metatarsofalângicas, 5 cm acima do

maléolo medial, 10 cm abaixo do pólo inferior e 5 e 15 cm acima do polo superior da rótula), não

esquecendo as articulações metatarsofalângicas e metacarpofalângicas. A diferença nas medições

é considerada significativa quando é superior a 2 cm em qualquer um dos pontos. Considera-se

linfedema ligeiro se esta diferença for inferior a 3 cm, linfedema moderado para diferenças de 3 a 5

cm e severo, quando a diferença entre os dois membros for superior a 5 cm. Quando se utiliza a

volumetria, o ponto de corte utilizado para definir edema é uma diferença de volume superior a 200

ml entre os dois membros.

Como visto, os exames de imagem, como a linfocintilografia, a tomografia computadorizada e a


ressonância magnética, são grandes aliados para o diagnóstico do linfedema, uma vez que, na
maioria dos casos, os pacientes não têm noção que aquele edema já é crônico e patológico, o
que, por vezes, com a demora do diagnóstico, leva à demora do tratamento da patologia
apresentada.

Para os autores Tacani e Machado (2012), os membros inferiores (MMII) são os mais acometidos
pelo linfedema, tendo uma prevalência de 80% de acometimento, podendo ser unilateral ou
bilateral.

O linfedema tem se tornado uma das principais complicações de pós-operatório de


mastectomia, acometendo tanto a saúde física quanto a saúde psíquica dos pacientes,
reduzindo a sua qualidade de vida e o seu bem-estar.

Em se tratando dos fatores que contribuem para a manifestação do linfedema, conforme


relatado, a obesidade tem se destacado nesse quesito (conforme ilustra a Figura 17), pois
apresenta risco para infecção e retardo do processo de cicatrização, recidiva tumoral e
comorbidades, além de outras complicações pós-operatórias, como seroma, hematoma e
síndrome da rede axilar (PAIVA; DUTRA, 2016).
Figura 17 – Relação do linfedema no pós-operatório de câncer de mama em pacientes com
obesidade

Fonte: www.scielo.br [https://www.scielo.br/pdf/fp/v23n3/2316-9117-fp-23-03-00263.pdf] .

A chance do surgimento do linfedema em mulheres com os fatores preditivos (sobrepeso e


obesidade) foi aproximadamente quatro vezes maior em relação às mulheres que foram
submetidas ao mesmo tratamento cirúrgico, mas que não apresentavam sobrepeso ou
obesidade. A probabilidade para o desenvolvimento do linfedema foi de 42% para mulheres com
histórico de sobrepeso e obesidade, e 14% para aquelas que não possuíam esses fatores de
risco. A análise dos índices de significância, probabilidades e índices epidemiológicos da
amostra e dos fatores preditivos (sobrepeso e obesidade) mostrou forte interação entre
sobrepeso e obesidade, e a presença de linfedema (PAIVA; DUTRA, 2016).

A incidência do linfedema nas pacientes pós-mastectomizadas ocorre em 20% a 30%, com uma
taxa de prevalência de 15% a 30%. Os fatores de risco relacionados à sua instalação são:
extensão da dissecção axilar do nódulo; radioterapia na axila e na fossa supraclavicular;
quimioterapia; estadiamento avançado no momento do diagnóstico; diminuição da amplitude de
movimento do ombro; obesidade; idade avançada; atraso no fechamento da ferida; infecções
pós-operatórias; e recorrência de câncer nos gânglios linfáticos axilares. O linfedema pode
aparecer em qualquer época após a cirurgia, desde o pós-operatório imediato até alguns anos
depois (LUZ; LIMA, 2011).

No pós-operatório de mastectomia, diversas são as complicações que atingem esse grupo de


mulheres Entre elas, as mais comuns são, de acordo com Marques et al. (2015, p. 75),

[...] lesões musculares, diminuição ou perda da amplitude de movimento, alterações na postura,

dores, fibroses e complicações cicatriciais, distúrbios sensitivos, diminuição da força muscular,

disfunções respiratórias, diminuição ou perda da capacidade funcional e linfedema do braço

homolateral à cirurgia.

As mastectomias podem trazer várias alterações funcionais, sequelas e complicações como: por

exemplo, síndrome da mama fantasma, má cicatrização, edema do membro superior, protusão de

ombros, escápula desalinhada e alada, diminuição da flexão e rotação do ombro pelo medo ou dor e

hipercifose.

Embasado nessas informações, é imprescindível que o fisioterapeuta informe os pacientes e


familiares de forma clara e bastante sucinta a respeito do linfedema, trazendo conhecimento do
assunto, bem como as medidas preventivas no pós-operatório de mastectomia, e mesmo para o
grupo dos pacientes não cirúrgicos, a fim de evitar a progressão dos estágios da doença. As
informações acerca do linfedema devem ser transmitidas por meio de panfletos, cartilhas
explicativas, mensagens visuais ou outro recurso que informe o paciente sobre os devidos
cuidados para prevenir ou minimizar o quadro do linfedema. De acordo com Bergmann (2000), as
orientações para prevenção do linfedema, após ter realizado a mastectomia, incluem:

Não fazer coleta de sangue, checar a pressão sanguínea, tomar injeções no membro afetado.
Não carregar peso no membro afetado.
Usar meias compressivas.
Não dormir do lado do membro afetado, principalmente se for pós-operatório de mastectomia.
Não ficar exposto ao sol.
Evitar cortes e queimaduras.
Evitar roupas apertadas, caso seja pós-operatório não usar roupas apertadas.
Não praticar atividades físicas que causem muito esforço.
Evitar o sobrepeso e obesidade.
Caso ocorra infecção na cicatriz ou qualquer outra ocorrência, procurar o médico imediatamente.
Não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas.
Evitar realizar atividades cotidianas que exigem esforço.
Manter a pele sempre limpa e hidratada.
Não tomar banhos quentes.
A Universidade de São Paulo (USP) possui o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na
Reabilitação de Mastectomizadas (REMA), com o intuito de prestar assistência a mulheres
mastectomizadas, desenvolver programas de prevenção, dentre outras finalidades assistenciais e
acadêmicas. Conheça esse grupo de trabalho no link: sites.usp.br
[https://sites.usp.br/rema/assistencia/] .

Videoaula - Tratamento do Linfedema

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/494131645] .
11 Tratamentos do linfedema
A fisioterapia exerce um papel muito importante em relação à prevenção e aos tratamentos do
linfedema, uma vez que ela procura prevenir/minimizar os efeitos deletérios que esta patologia
traz aos pacientes, principalmente no pós-operatório de câncer de mama, trazendo melhor
qualidade de vida para eles. De acordo com Luz e Lima (2011, p. 191): “A fisioterapia atua sobre
os trajetos dos vasos linfáticos, promovendo a reabsorção e a condução do acúmulo de líquido
da área edemaciada, para as áreas normais, e incentivando o desenvolvimento das vias
colaterais de drenagem, a fim de controlar a expansão em longo prazo”.

De acordo com Bergmann (2000), “o tratamento do linfedema é baseado por técnicas conhecidas
como CPT (Complex Physical Therapy), já no Brasil essas técnicas recebem o nome de TFC
(Tratamento Físico Complexo) ou Linfoterapia”.

Os tratamentos mais indicados para o linfedema são:

Drenagem linfática manual (DLM).


Enfaixamento compressivo.
Cinesioterapia.
Fisioterapia complexa descongestiva (FCD).
Compressão pneumática intermitente (CPI).
Vestuário de compressão.

O tratamento físico complexo (TFC) consiste de várias técnicas que atuam em conjunto,
dependendo da fase em que se encontra o linfedema, incluindo: cuidados com a pele, drenagem
linfática manual (DLM), contenção na forma de enfaixamento ou por luvas/braçadeiras, e
cinesioterapia específica. É dividido em duas fases: na primeira, o objetivo é a redução do volume
do membro, tendo a duração de 2 a 6 semanas, e a segunda é a fase de manutenção e controle
do linfedema2. (BERGMANN, 2000).

11.1 Drenagem linfática manual (DLM)

Como já vimos anteriormente, a drenagem linfática manual é uma técnica que objetiva levar essa
linfa até os linfonodos, contribuindo para que todo o excesso de líquido e toxinas nos tecidos
intersticiais seja eliminado.

A técnica deve ser realizada de forma “lenta, cuidadosa, suave e intermitente, com movimentos
sempre de distal para proximal, seguindo sempre o trajeto do sistema linfático” (MARQUES et al.,
2015, p. 77).
Já em casos de pós-operatório, essa drenagem deve ser realizada de proximal para distal, para
fazer com que os gânglios linfáticos consigam drenar esse excesso de líquido.

Vale lembrar que, em casos de pós-operatório de mastectomia ou em decorrência de qualquer


cirurgia, a drenagem linfática deve ser realizada de forma reversa, sempre carreando essa linfa
para os linfonodos saudáveis, aqueles que não sofreram nenhuma intervenção cirúrgica, como
ilustra a Figura 18.

Figura 18 – Direção da linfa a ser drenada no pós-operatório de mastectomia

Fonte: www.fisioonco.com.br [http://www.fisioonco.com.br/drenagem-linfatica-manual-especializada] .

De acordo com Luz e Lima (2011, p. 191), a fisiologia do sistema linfático, por meio da técnica da
drenagem linfática manual, é realizada
[...] por meio das anastomoses superficiais áxilo-axilar e áxilo-inguinal; a estimular pequenos

capilares inativos; e a aumentar a motricidade da unidade linfática (linfangion), além de dissolver

fibroses linfostáticas que se apresentam em linfedemas mais exuberantes. O sentido do fluxo

linfático superficial depende das diferenças de pressões e de forças externas como a contração

muscular e a DLM, pois os capilares linfáticos não são valvulados. O primeiro processo é a

evacuação que começa centralmente no pescoço e no tronco, para limpar as principais vias

linfáticas, seguida da captação, que transporta a linfa dos pré-coletores aos coletores linfáticos. É

importante ressaltar que a captação só é realizada quando por meio da palpação for observado um

amolecimento da região afetada e uma diminuição nas regiões mais proximais, significando que

parte do líquido já foi evacuado. O tempo ideal é em torno de 30 a 45 minutos.

11.1.1 Automassagem

A automassagem também pode ser utilizada como complemento da terapia, podendo ser
realizada em casa pelo próprio paciente, com o intuito de incrementar ainda mais o tratamento.
Ele deve ser instruído para a realização dessa técnica, para que desempenhe de forma correta a
evacuação da linfa, reduzindo a possibilidade de desenvolver fibrose e aderências cicatriciais, o
que é bastante comum em pós-operatório, uma vez que houve danos teciduais, de vasos, e da
musculatura a que se refere.

De acordo com Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas


(REMA, 2020), quatro passos são necessários para realizar a automassagem:

1º Passo: Realizar massagem na região axilar do lado da mama não operada, com movimentos
circulares lentos com pressão leve, mas suficiente para promover um deslocamento da pele. Fazer 10
a 20 movimentos circulares, utilizando os dedos da mão espalmados, e não as pontas dos dedos, na
região a ser massageada.
Figura 19 – Automassagem axilar pós-operatório

Fonte: REMA (2020).


2º Passo: Realizar massagem na virilha do lado da mama operada. Fazer de 10 a 20 movimentos
circulares lentos e com pressão leve utilizando os dedos da mão espalmados e não as pontas dos
dedos.
Figura 20 – Automassagem na virilha

Fonte: REMA (2020).


3º Passo: Realizar semicírculos com toda a mão apoiada sobre a área a ser massageada. Iniciar na
região da mama operada indo em direção da axila do lado não operado. Dividir o tronco em 3 ou mais
partes. Fazer 5 vezes os movimentos em cada parte, seguindo a orientação das flechas. Repetir a
massagem durante 10 minutos. A partir da metade do tórax pode trocar a mão para facilitar a
massagem.
Figura 21 – Automassagem no tronco

Fonte: REMA (2020).


4º Passo: Repetir os movimentos da massagem anterior na região lateral do tronco, do lado da mama
operada. Iniciar a partir da axila do lado operado indo em direção à virilha. Dividir a região em 3
partes. Fazer 5 vezes os movimentos em semicírculos em cada parte, seguindo a orientação das
flechas. Repetir este procedimento durante 10 minutos.
Figura 22 – Automassagem na lateral

Fonte: REMA (2020).

A drenagem linfática manual mostra-se bastante satisfatória, podendo ser usada somente ela ou
associá-la à linfoterapia, que consiste no conjunto associado a outras técnicas, como a
automassagem, cuidados pessoais diários, exercícios terapêuticos, enfaixamento, vestuários de
compressão, dentre outros.
Essas duas formas de drenagem linfática, como a drenagem linfática manual isolada ou a
drenagem linfática manual associada à linfoterapia, teve bons resultados, como redução do
quadro álgico, redução do linfedema, independência pessoal, ganho de amplitude de movimento,
redução de fibrose e, consequentemente, melhor qualidade de vida. Vários estudos têm mostrado
a eficácia da drenagem linfática manual em pacientes mastectomizadas.

Figura 23 – Estudos que ressaltaram o uso da DLM no pós-operatório de mastectomia

Fonte: adaptado de Izidoro et al. (2016).

Como ressaltado na Figura 23, a coluna 1 retrata a quantidade de estudos que a literatura traz
em relação ao uso da drenagem linfática manual pós-mastectomia. A coluna 2 demonstra a
quantidade de estudos da drenagem linfática manual de forma isolada e de forma associada a
outros complementos do tratamento. Já a coluna 3 aponta os resultados obtidos mediante a
prática da drenagem linfática manual, representado um índice de 70% de satisfação.

A fisioterapia também é indicada na recuperação de mulheres mastectomizadas. Para mais


detalhes, leia na íntegra o artigo “Fisioterapia para mulheres pós-mastectomia”, disponível em:
www.ligacombateaocancer.org.br [http://www.ligacombateaocancer.org.br/fisioterapia-para-
mastectomia/] .

11.1.2 DLM para crianças portadoras de linfedema

A drenagem linfática manual também traz resultados positivos em crianças portadoras de


linfedema congênito, as quais não realizaram nenhuma cirurgia em relação a este quadro,
apenas apresentam a patologia (Tabela 1).
Tabela 1 – Resultado da drenagem linfática manual no linfedema congênito
Avaliações P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

1º dia em MIE 29 34 37 25,5 21,5 18 21,5 20

1º dia em MID 28 33 36 24,5 20,5 16,8 20 18,4

11º em MIE 28,9 33,9 36,8 25,4 21,5 18 21,5 20

11º dia em MID 28 33 36 24,5 20,5 16,8 20 18,4

Fonte: www.novafisio.com.br [https://www.novafisio.com.br/efeito-da-drenagem-linfatica-manual-em-


linfedema-congenito/] .

A Tabela 1 demonstra o resultado da drenagem linfática manual de 10 sessões em criança


portadora de linfedema congênito, na qual foram realizadas 11 avaliações, com 8 pontos
avaliados no membro inferior por meio da perimetria. Nota-se que na décima primeira avaliação
houve redução significativa do linfedema, de acordo com os dados perimétricos da criança.

Fica claro que a drenagem linfática traz resultados significantes para os pacientes portadores de
linfedema, seja no pós-operatório de diversas cirurgias ou em mulheres mastectomizadas, bem
como naqueles que não realizaram a intervenção cirúrgica e apresentam o quadro em
decorrência de alguma alteração primária.

Caso você queira saber mais, leia o artigo “Uma nova opção para contenção no tratamento do
linfedema em crianças”. Disponível em: www.scielo.br [https://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S1677-54492005000300016&script=sci_arttext&tlng=pt] .

11.2 Enfaixamento compressivo

O tratamento por meio do enfaixamento compressivo pode ser realizado tanto no pós-operatório
para prevenção do linfedema como em casos de linfedemas primários e secundários.
O enfaixamento compressivo é de extrema importância durante a primeira fase do tratamento do

linfedema, pois ao promover um suporte externo na pele, leva a um aumento da pressão intersticial

com redução da ultra filtração, melhora a eficácia do bombeamento muscular levando a um

aumento do fluxo venoso e linfático, e não permite o refluxo causado pela insuficiência valvular. São

contraindicados na existência de infecções, arteriopatia, grandes alterações de sensibilidade e na

hipertensão arterial grave. O enfaixamento é mantido até a próxima sessão fisioterápica. Na

segunda fase de tratamento, o enfaixamento é substituído pelo uso de contenção elástica

(braçadeiras/luvas), preferencialmente feita sob medida, devendo seu uso ser constante.

(BERGMANN, 2000).

O enfaixamento compressivo deve ser observado e muitas vezes não é tolerado devido à
presença de alergias ao material do enfaixamento.

As ataduras podem ser de vários tipos, como: de algodão, viscose, poliamida, elastano ou uma

combinação destes. O primeiro material é o mais indicado por absorver melhor o suor e a umidade

da pele, além de diminuir a ocorrência de alergias. A colocação das ataduras ocorre em múltiplas

camadas, de forma circular ou em escama de peixe, devendo a pele ser protegida por hidratação e

por malha tubular de algodão, principalmente em protuberâncias ósseas e nervos periféricos. Dos

onze artigos (15,2%) encontrados, em apenas um (9%) ela falhou, em razão da insuficiência venosa.

(LUZ; LIMA, 2011, p. 191).

Figura 24 – Enfaixamento compressivo para membros superiores

Fonte: JodiJacobson/iStock.
Figura 25 – Exemplo de enfaixamento compressivo para membros
inferiores

Fonte: Philartphace/iStock.

11.3 Fisioterapia complexa descongestiva (FCD)

De acordo com Luz e Lima (2011, p. 4), “a fisioterapia complexa descongestiva (FCD) abrange
uma série de medidas, incluindo drenagem linfática manual, vestuário de compressão,
bandagens, higiene da pele e exercícios terapêuticos”, sendo muito utilizada no tratamento de
portadores do quadro de linfedema, apresentando resultados satisfatórios.

É dividida em duas fases, as quais, segundo Rezende (2016), são descritas como:

Fase intensiva: aquela fase cujo objetivo é reduzir o linfedema.


Fase de manutenção: caracterizada com o intuito de acompanhar o linfedema e mantê-lo reduzido.
Assim, promove um bem-estar ao pacientem, visto que há melhor independência, melhora do quadro
álgico, melhor amplitude de movimento e, consequentemente, melhora da autoestima.

O uso das terapias compressivas promove o aumento da pressão intersticial, o que aumenta a
eficácia do bombeamento vascular, principalmente quando associado aos exercícios, devido à
contração muscular (REZENDE, 2016).

A literatura relata que na fase da manutenção é necessário um aumento na pressão no


enfaixamento, mas nem sempre é possível realizá-lo, uma vez que essa pressão incomoda os
pacientes e pode aumentar ainda mais o processo alérgico (caso tenha desenvolvido alergias)
(REZENDE, 2016).

11.4 Compressão Pneumática Intermitente (CPI)


A compressão pneumática intermitente pode ser utilizada tanto associada a outros tratamentos
do linfedema como usada de forma isolada.

A compressão pneumática intermitente (CPI) utiliza ar comprimido e tem como objetivo pressionar

o membro edemaciado. Há dois tipos de bombas de compressão: a segmentar, sequencial ou

multicâmara, em que vários compartimentos bombeiam em sequência e as pressões podem ser

graduadas; e a não segmentar (câmara única), em que o membro é envolvido por uma luva contínua,

comprimido todo de uma vez e depois descomprimido. A pressão usada nesse procedimento está

em torno de 30 mm/Hg. (LUZ; LIMA, 2011, p.191).

Figura 26 – Compressão pneumática


intermitente

Fonte: JodiJacobson/iStock.

A compressão pneumática intermitente é usada com o objetivo de aumentar o fluxo sanguíneo,


reduzir o linfedema e prevenir a trombose venosa profunda (TVP), entretanto, segundo Bergman
(2000), a literatura traz resultados controversos a esses benefícios, visto que
[...] vários autores condenam o seu uso por diversas razões: o bombeamento não favorece a

evacuação dos fluidos na região superior do membro afetado, e sim a congestiona; não é indicada no

tratamento do linfedema na fase II e III, devido à presença de fibrose e cicatriz tecidual; traumatizam

e danificam os vasos linfáticos superficiais, favorecendo a formação de fibroses linfáticas; pode

levar a formação de linfedema nas regiões adjacentes; caso não haja uma compressão do membro

entre as sessões, o edema retorna de forma mais acentuada; pode provocar fístulas na conexão

proximal da bomba, favorecendo a entrada de bactérias, provocando processos inflamatórios e

infecciosos (Lerner, 1998; Casley-Smith, 1995). Os resultados de estudos que usam as bombas

pneumáticas são discutíveis, uma vez que possuem erros metodológicos e não apresentam efeitos

em longo prazo. A divulgação dos problemas causados pelo seu uso equivocado deve ser propagada,

a fim de obtermos melhores resultados no tratamento do linfedema. (BERGMANN, 2000).

11.5 Cinesioterapia

A cinesioterapia engloba a prática de exercícios com o intuito de promover melhor qualidade de


vida a esses indivíduos, gerando ganho de amplitude de movimento, melhora do quadro de dor,
melhor independência e flexibilidade a fim de evitar contraturas e atrofias musculares, podendo
ser usada também no pós-operatório de mastectomia para prevenção ou tratamento do
linfedema.

A cinesioterapia deve ser realizada com o membro enfaixado, na primeira fase, e com o uso de

contenção elástica, na segunda fase de tratamento. Ela promove um aumento do fluxo linfático

assim como favorece a reabsorção de proteínas. A combinação de exercícios de flexibilidade,

treinamento aeróbico e alongamentos associados aos outros recursos, têm apresentado melhores

resultados. Os portadores de patologias cardíacas e pulmonares apresentam contraindicação

relativa à prática de exercícios. (BERGMANN, 2000, p.142).

11.6 Vestuário de compressão

O vestuário de compressão é definido como aquela vestimenta usada para prevenir o corpo de
toda ou qualquer intercorrência que venha ter sob a pele, seja por queimaduras, cortes, ou lesões,
sendo bastante utilizada nos pós-operatório, principalmente em mastectomias.
Esse procedimento só pode ser prescrito após a 1ª fase da linfoterapia e tem como objetivos: manter

as pressões intersticiais equilibradas, manter e otimizar os resultados da primeira fase e evitar

recidivas do linfedema. Há quatro tipos de braçadeiras: braçadeira com luva e dedos, braçadeira até

a região metacarpofalangeana com polegar, braçadeira até a região metacarpofalangeana sem

polegar e braçadeira até o punho. São classificadas quanto ao tipo de compressão em: classe I – de

18 a 24 mm/Hg; classe II – 25 a 35 mm/Hg; e classe III – 36 a 46 mm/Hg. O vestuário de compressão

deve ser substituído a cada 4 a 6 meses, ou quando ele começar a perder a sua elasticidade (LUZ;

LIMA, 2011, p. 191).

Figura 27 – Vestuário de compressão

Fonte: Sergey Dogadin/iStock.


Figura 28 – Meia de contenção elástica

Fonte: Geo-grafika/iStock.

11.7 Avaliação fisioterapêutica

A avalição fisioterapêutica requer muita cautela e uma avaliação minuciosa, visando tratar e
prevenir o linfedema e todas as alterações que essa patologia causa no indivíduo, bem como em
pacientes mastectomizadas.

Os principais testes utilizados para avaliação fisioterapêutica em pacientes com linfedema


incluem: a goniometria, utilizada para avaliar a amplitude de movimento de terminada
articulação, a perimetria, tendo como medida de referência 7 cm a partir do ponto fixo, teste de
força muscular (escala de Kendall) (Quadro 3), pela escala de dor e avaliação motora e
respiratória.

Quadro 3 – Grau de força muscular pela escala de Kendall


Descrição da escala Kendall

0 - Sem evidência de contração muscular

1 - Evidência de contração muscular, sem movimento articular

2 - Amplitude de movimento incompleta

3 - Amplitude de movimento completa contra a gravidade

4 - Amplitude de movimento completa contra a gravidade e resistência manual submáxima

5 - Amplitude de movimento completa contra a gravidade e resistência manual máxima.

Fonte: portalatlanticaeditora.com.br
[https://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/view/2712/html] .

A avaliação deve ser feita com o intuito de realizar o tratamento do linfedema para redução do
quadro de dor, melhora/ganho da amplitude de movimento e de força muscular, redução do
edema, independência, diminuição de contraturas musculares, aderências cicatriciais (caso seja
pós-operatório), ganho de flexibilidade e qualquer outra alteração musculoesquelética e
respiratória.

Deve-se realizar também avaliação da goniometria da região a ser tratada, levando em


consideração a goniometria do membro contralateral, a fim de obter medidas comparativas de
um membro para o outro, realizar a perimetria para início, e acompanhamento do tratamento.

É de extrema importância lembrar que a avalição da goniometria e do teste de força devem ser
realizados tanto no membro sadio quanto no membro afetado para resultados de comparação.
12 Exercícios e papel da fisioterapia no tratamento do linfedema
A fisioterapia desenvolve um papel muito importante nos pacientes com linfedema, sejam estes
pós-operatórios ou não, visando trazer independência, melhora da autoestima, melhora das
alterações musculoesqueléticas e melhor qualidade de vida, podendo desenvolver seu trabalho
tanto na prevenção quanto na reabilitação desses indivíduos com linfedema.

No contexto do tratamento em linfedema, a fisioterapia atua em duas fases preventivas,


descritas como:

Prevenção primária: sendo descrita com o intuito de conscientizar e orientar a mulher em relação a
medidas de prevenção do câncer de mama, como o autoexame, a observância de alguma alteração na
sua mama, consultas frequentes com o médico ginecologista ou outro de sua confiança.
Prevenção secundária: caracteriza-se por atuar minimizando as consequências inerentes ao câncer,
como promover maior independência física, promover a funcionalidade musculoesquelética a fim de
evitar possíveis contraturas articulares e melhorar as atividades de vida diária, realizar programas
para redução do quadro álgico, e promover um melhor bem-estar para o paciente.

É de extrema importância estabelecer um tratamento fisioterapêutico adequado de acordo com a


fase e a necessidade de cada paciente em sua vida diária e também domiciliar, necessitando
empenho do paciente para que a reabilitação e/ou prevenção tenha êxito.

Os exercícios terapêuticos são capazes de ajudar a mover e drenar o fluido linfático para reduzir o

edema e melhorar o uso funcional do membro envolvido. Seus efeitos, que favorecem a diminuição

do linfedema, se baseiam na compressão dos vasos coletores durante a contração muscular, na

redução da hipomobilidade dos tecidos moles e linfoestagnação, no fortalecimento e na prevenção

da atrofia muscular (LEAL et al., 2009, p. 4).

Os exercícios fisioterapêuticos associados a outros recursos, como a drenagem linfática manual,


enfaixamento compressivo, vestuário de compressão e fisioterapia complexa descongestiva
(FCD) apresentam resultados bastante satisfatórios no tratamento do linfedema.
Os exercícios linfocinéticos devem abranger as articulações do ombro, do cotovelo, do punho, dos
dedos e da cintura escapular e ser de grande amplitude e de fácil memorização, para que o
paciente participe ativamente dessa atividade. As pressões das contrações musculares,
juntamente com as do enfaixamento, estimulam o funcionamento linfático, aumentando a
absorção, a atividade motora dos linfangions e o peristaltismo dos vasos linfáticos,
potencializando o retorno venoso. A prono-supinação é o movimento mais importante, pois os
músculos que a realizam estão situados longitudinalmente e sua contração promove uma
massagem contra as ataduras. O alongamento dos músculos do ombro, os exercícios ativo-
assistidos desses músculos, iniciados em conjunto com as atividades funcionais e de facilitação
neuromuscular proprioceptiva também são indicados.

Fonte: Luz e Lima (2011, p. 195).

Exercícios aeróbicos, alongamentos do membro afetado e contralateral, exercícios


proprioceptivos são importantes, principalmente no pós-operatório, exercícios posturais,
mobilização intra-articular e posicionamento no leito no pós-operatório.

A laserterapia também pode ser utilizada, uma vez que possui mecanismos “antiinflamatórios,
regeneração tecidual, analgésico e em cicatrizes, regenerando fibras nervosas e vasos linfáticos,
bem como acelerar o processo de cicatrização pelo estímulo aos fibroblastos” (LEAL et al., 2009,
p. 6).

A utilização do aparelho de eletroestimulação, como o TENS (eletroestimulação transcutânea), e


o de termoterapia apenas devem ser utilizados em regiões distal ou aquelas que apresentam
algum tipo de desconforto que não seja sobre o linfedema, tumor ou a região operada. Caso
contrário, pode ser utilizado em membros ou regiões mio articulares que foram comprometidas
devido ao procedimento cirúrgico ou sobre o quadro do linfedema; em alguns casos, a
sobrecarga mio articular gera desconforto. Já os recursos de calor profundo são contraindicados
no local afetado.

Todos esses procedimentos e exercícios fisioterapêuticos são importantes na etapa


fisioterapêutica, proporcionando ao paciente a melhora do quadro apresentado e melhora do
bem-estar físico. Sendo assim, a fisioterapia torna-se imprescindível no tratamento e na
prevenção do linfedema, seja ele primário ou secundário, bem como em mulheres
mastectomizadas em decorrência do câncer de mama, devolvendo a elas a independência e a
autoestima.

Tendo em vista os tratamentos indicados, você deve se perguntar qual a duração deles. Para
ajudar na reflexão, a especialista em fisioterapia e linfedema, Dra. Patricia Figueira, respondeu
essa questão em texto disponível em: fisioterapia-em-oncologia [https://dra-patricia-figueira-
fisioterapia-em-oncologia.business.site/posts/1247013233282494969] .
Recapitulando a Unidade 4
O linfedema pode ocorrer em decorrência de diversas circunstâncias, trazendo para o indivíduo
diversas alterações psíquicas, musculoesqueléticas e funcionais, com presença de quadro
álgico, contraturas, redução da amplitude de movimento articular, redução da sensibilidade,
redução da força muscular, aderências, fibroses (caso seja realizado algum procedimento
cirúrgico), além do quadro de baixa estima e, em alguns casos, dependência para realizar suas
atividades diárias, alterações e doenças dermatológicas.

Diante do quadro apresentado, a fisioterapia desenvolve um papel de suma importância, seja


como medidas preventivas ou reabilitadoras, no pré e no pós-operatório, casos que são bastante
comuns em mulheres mastectomizadas, em decorrência do câncer de mama. Sendo assim a
fisioterapia contribui para a prevenção e tratamento de todas as alterações musculoesqueléticas
que o linfedema traz não somente para o membro afetado, mas para o membro contralateral,
suportando todo o estresse pelo outro membro e proporcionando melhor independência, redução
do quadro álgico, ganho de ADM, melhora do bem-estar físico e psíquico, e, consequentemente,
melhor qualidade de vida.

Videoaula - Conclusões

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/494132498] .
Conclusão
O linfedema é um quadro importante tanto com alterações mamárias quanto decorrente de
forma primária ou secundária, com evoluções das fases do edema, em que a fisioterapia
apresenta importância na avaliação clínica, preventiva e reabilitadora, por meio de avaliações
minuciosas para traçar condutas que promovem desde medidas no leito para casos de
procedimentos cirúrgicos até para as progressão do paciente para as fases aguda, subaguda e
crônica do tratamento, não somente cirúrgico, mas também decorrentes de quadro de lesões,
doenças, infecções e qualquer outro tipo que leve a alterações do sistema linfático.

Conclui-se que o linfedema é uma consequência importante do tratamento do câncer de mama, que

deve ser diagnosticado e tratado o mais precocemente possível. A fisioterapia, com seus amplos

recursos, ainda é a escolha mais eficiente no tratamento do linfedema pós-mastectomia, pois

consegue não só melhorar como manter a funcionalidade da circulação linfática, além de prevenir

recidivas de infecções (LUZ; LIMA, 2011, p. 198).


Exercícios de fixação - respostas
Em relação ao sistema linfático, assinale as alternativas em verdadeiro ou falso.
A composição do sistema linfático é formada por diversos órgãos e sistemas. Todos
desempenham funções importantes para o bom funcionamento desse sistema. As tonsilas
fazem parte do sistema linfático?

Verdadeiro Falso

(FCM – 2016) O texto abaixo descreve, em linhas gerais, as características do sistema linfático.
“O sistema linfático é constituído por uma rede de delicados vasos que drenam o fluido
intersticial, compondo em conjunto com artérias, veias e capilares o sistema circulatório. Tanto
os vasos sanguíneos quanto os vasos linfáticos apresentam muitas similaridades relacionadas à
estrutura e função.”
Fonte: AIRES, M. M. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

Sobre as funções dos vasos linfáticos, é incorreto afirmar que:

São caracterizados por uma rede de vasos em fundo cego e têm como função principal
transportar a linfa sob baixas pressões em sentido unidirecional às veias do sistema
circulatório.

É gerado o gradiente de pressão quando uma pressão capilar é temporariamente mais baixa
do que a pressão do fluido intersticial, favorecendo o influxo de fluido.

Conduzem o ultrafiltrado capilar em direção à corrente sanguínea, através de veias do


pescoço e linfonodos, processo que completa a circulação extravascular de fluido e de
proteínas, assegurando a homeostase do volume tecidual.

Tem como funções a circulação de gorduras digeridas, na forma de quilomícrons, absorvidas


no intestino e que são encaminhadas para o plasma, e a defesa do organismo humano pelo
transporte de antígenos e de microrganismos até os linfonodos, local em que essas partículas
são filtradas e fagocitadas.

Assegura um fluxo unidirecional da linfa por meio das válvulas, fluxo esse que se move devido
à contração rítmica de sua musculatura lisa e pela compressão intermitente, exercida pelos
tecidos durante o movimento e pela pressão intratorácica negativa.

(COSEAC – 2016) São partes do sistema linfático humano:

Tonsilas palatinas e adenoides.

Paratireoides e linfonodos.

Adenoides e paratireoides.

Timo e paratireoides.

Suprarrenal e tonsilas palatinas.

Sobre a realização da técnica da drenagem linfática manual, assinale a alternativa em verdadeiro


ou falso. A manobra de consolidação da linfa consiste em realizar o bombeamento numa
sequência de até 5 a 10 vezes, com o intuito de transportar essa linfa de maneira satisfatória até
os gânglios linfáticos.

Verdadeiro Falso

(IBFC – 2019) A Drenagem Linfática Manual (DLM) é uma técnica de massagem fundamentada
na anatomia e fisiologia do sistema linfático e utilizada para drenar líquidos excedentes do
espaço intersticial. Quanto ao efeito fisiológico deste procedimento, assinale a alternativa
incorreta.

Aumenta a contração dos linfangions.

Reduz a absorção de proteínas pelos capilares linfáticos.

Reduz a hipertensão micro linfática.

Melhora a capacidade de distensão do tecido cicatricial.


Atua como defesa da glândula suprarrenal.

Em relação ao tratamento por intermédio da drenagem linfática manual, assinale a afirmativa que
seja contraindicada a utilização dessa técnica.

Gestação a partir do terceiro mês.

Linfedema.

Úlceras de pressão e de decúbito.

Edemas.

Cicatrizes hipertróficas.

(IADES – 2017) Considerando que o linfedema pode ser uma das consequências das
mastectomias com esvaziamento axilar nos casos de câncer de mama, quanto à escala clínica, a
característica do linfedema em estágio 3+ é a seguinte:

O edema é apenas visível.

Uma extremidade que pode ser duas vezes maior que o tamanho real.

Uma extremidade que pode ser até quatro vezes maior que o tamanho real.

Uma depressão leve que é visível quando se pressiona a pele.

Um sinal digital profundo que volta ao normal em um período de 5 a 30 segundos.

(IBFC – 2017) Uma criança de 4 anos é trazida ao seu consultório pelos pais, encaminhada do
pediatra com relato de aparecimento de linfedema de membros inferiores há 6 meses, com piora
progressiva. Você acredita que não é um linfedema secundário. Ao conversar com a mãe, você irá
falar para ela, como sempre faz, que a classificação do linfedema de seu filho é:

Linfedema congênito.
Linfedema primário tardio.

Linfedema primário precoce.

Linfedema pueril.

Linfedema cíclico idiopático.


Autoria
Diana Ferreira Pacheco
Autora
Fisioterapeuta formada pela Universidade Estadual de Londrina (2002). Possui formação em
fisioterapia pela Unaerp há 16 anos, com experiência em fisioterapia hospitalar, UTI, homecare,
treinamento em ventilação mecânica domiciliar, leciona há 12 anos na Uniceplac, tendo já
lecionado na Facesa, experiência na orientação de TCCs em diversas áreas com foco em
reabilitação cardiovascular, mobilização precoce e projetos de reabilitação cardiovascular e
pulmonar. Experiência nas disciplinas de reabilitação cardíaca e pulmonar, fisiologia do exercício,
cinesioterapia, ética e deontologia, anatomia geral e do aparelho locomotor, fisioterapia integrada
(direcionada à promoção da saúde), SUS, ergonomia, próteses e órteses e supervisão em estágio
em reabilitação cardiovascular, fisioterapia hospitalar e UTI geral, estudos na área de gestão em
educação superior presencial e EAD, cursos de metodologias ativas, fui membro do NDE do curso
de fisioterapia por 6 meses, curso de Coaching pela SBC e no momento doutoranda pela
Universidade Ibero-americana, México na modalidade Ead e cursando a pós em reabilitação em
oncologia pela Unyleya, também EAD.
Currículo lattes: lattes.cnpq.br [http://lattes.cnpq.br/9934056618951419]
Glossário
Cicatrizes hipertróficas

Consistem em cicatrizes elevadas, tensas e confinadas às margens da lesão original. Com


frequência tendem à regressão espontânea, vários meses após o trauma inicial. Fonte:
www.rbcp.org.br [http://www.rbcp.org.br/details/123/pt-BR/cicatrizes-hipertroficas-e-
queloides] .

Células dendríticas

Tipo de célula apresentadora caracterizada por conter longas projeções em forma de dedos;
encontrada em tecidos linfáticos e na pele. Fonte: paginas.grupoa.com.br
[http://paginas.grupoa.com.br/tortoramicrobiologia10ed/m/glossario.pdf] .

Fibrose linfostática

Estagnação da linfa nos vasos e capilares. Possuem alterações de pele importantes. Fonte:
portalteses.icict.fiocruz.br [https://portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php?
script=thes_chap&id=00004705&lng=pt&nrm=iso] .

Indentação

1. Ação ou resultado de indentar. 2. Pressão que forma uma cavidade de pequena profundidade
em uma superfície da pele. Fonte: www.aulete.com.br
[http://www.aulete.com.br/indenta%C3%A7%C3%A3o] .

Linfanectomia

Procedimento realizado durante uma cirurgia de câncer, que consiste na retirada dos
gânglios/linfonodos de drenagem linfática. Fonte: cirurgiaobesidade.com.br
[http://cirurgiaobesidade.com.br/cirurgia-de-cancer-e-linfadenectomia-o-que-e-isso/] .

Linfangiectasia

É uma doença rara caracterizada por obstrução ou malformação dos vasos linfáticos. Afeta
principalmente crianças e adultos jovens. Fonte: www.msdmanuals.com
[https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-
gastrointestinais/s%C3%ADndromes-de-m%C3%A1-absor%C3%A7%C3%A3o/linfangiectasia-
intestinal] .

Linfocintilografia

A linfocintilografia é uma técnica não invasiva que contribui para a avaliação de linfedemas, uma
condição que decorre de insuficiência do transporte linfático e tem diversas causas. O exame
auxilia o médico no diagnóstico e na determinação da gravidade e da extensão do linfedema,
contribuindo para o planejamento do tratamento. Fonte: grupocemise.com.br
[http://grupocemise.com.br/cemise/conteudo/1472/linfocintilografia-membros-inferiores-e-
superiores] .

Mastectomia

Remoção cirúrgica da mama. Entre os diversos tipos de mastectomia, incluem-se: Radical:


retirada total da mama, dos músculos da região peitoral e da pele associada; Radical modificada:
retirada total da mama e da pele associada, com preservação dos músculos da região peitoral;
Adenomastectomia: retirada do tecido mamário, com preservação dos músculos e da pele.
Fonte: www.grupooncoclinicas.com [https://www.grupooncoclinicas.com/cpo-sp/glossario/] .

Papilomatose

Proliferação das papilas dérmicas com alongamento das cristas epiteliais. Papiloma: é uma
papilomatose circunscrita com hiperqueratose. É o substrato do nevo verrucoso, queratose
seborreica, queratose actínica e verruga vulgar. Fonte: medicinanet.com.br
[http://medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1970/glossario_dermatologico.htm] .

Queloides

Lesão elevada, brilhante, pruriginosa ou dolorosa, de localização dérmica e que ultrapassa os


limites da ferida original, ou seja, invade a pele normal adjacente. Apresenta crescimento ao
longo do tempo e não regride espontaneamente. Comumente evolui com recorrência após
excisão. Fonte: www.rbcp.org.br [http://www.rbcp.org.br/details/123/pt-BR/cicatrizes-
hipertroficas-e-queloides] .

Ácidos graxos

Ácido resultante do processo de quebra de gordura e que pode ser utilizado como energia pelas
células, sendo considerada uma gordura boa, necessária para o bom funcionamento do corpo
humano. Pode ser encontrada na gordura animal e óleos vegetais; é composto por cadeias de
carbono ligadas a átomos de hidrogênio; ácido gordo ou ácido carboxílico (COOH). Fonte:
www.dicio.com.br [https://www.dicio.com.br/acido-graxo/] .
Bibliografia
Bibliografia Clássica
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Bibliografia Geral
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