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Fisioterapia Dematofuncional

Impermeabilidade
2cm³ de Pele
Propedêutica Dermatológica
Condições básicas para
exame da pele

Iluminação adequada
Desnudamento das áreas a serem examinadas
Conhecimento prévio de Semiotécnica
Anamnese
A – Identificação B- Interrogatório

Idade Anamnese Patológica:


Cor QP, HDA, HPP
Naturalidade Anamnese Fisiológica
Procedência Anamnese Familiar
Profissão
Sexo
Elementos investigados

Coloração Temperatura
Integridade da pele Elasticidade e
Umidade Mobilidade
Textura Turgor
Sensibilidade
Sistema Linfático
Sistema Circulatório
Divisão
SISTEMA SANGUÍNEO
•Vasos condutores de sangue
(artérias, veias e capilares)
•Coração

SISTEMA LINFÁTICO
•Vasos condutores de linfa
(capilares, troncos e vasos
linfáticos)
•Órgãos linfoides
O Sistema Linfático
Diferenças
O Sist. Linfático não possui um órgão central
bombeador.
Unidirecional
Iniciando nas extremidades
Funções do Sistema Linfático

1. Retorno do líquido intersticial para a corrente


sanguínea;
2. Destruição de microrganismos e partículas
estranhas da linfa;
3. Componente do sistema imunológico: colabora
com glóbulos brancos para proteção contra
bactérias e vírus invasores (produção de
anticorpos).
Funções imunológicas do Sistema
Linfático
Funções imunológicas do Sistema
Linfático
Constituição do sistema linfático

O sistema linfático constitui-se de:


1-Sistema vascular- capilares linfáticos, vasos
coletores e troncos linfáticos;
2-Linfonodos - filtram o líquido coletado pelos vasos;
3-Orgãos Linfoides –baço, timo, medula óssea e
tonsilas; (recolhem o liquido intersticial e o
reconduz ao sistema vascular sanguíneo).

LINFA: liquido intersticial passa para dentro dos capilares


linfáticos.
Os Vasos Linfáticos têm a
função de drenar o excesso de
líquido que sai do sangue e
banha as células.

Destrói células danificadas,


partículas estranhas,
organismos infecciosos.

Esse excesso de líquido, que


circula nos vasos linfáticos e é
devolvido ao sangue, chama-
se Linfa.
.
O sistema vascular linfático possui vasos
superficiais e profundos;
Os vasos profundos seguem as veias
profundas;
Os vasos superficiais passam por meio da
fáscia superficial linfonodos;
Os vasos linfáticos tem uma grande capacidade
de reparação e formação de novos vasos após
lesões.
Esquema representativo da compressão dos vasos
linfáticos como auxilio:
Figura A: contração dos músculos esqueléticos
Figura B: contração dos músculos esqueléticos associada
a bandagem compressiva.
Gânglios Linfáticos

Em diversos pontos
da rede linfática existem
gânglios / nodos
linfáticos.

Quando ocorre uma


infecção a linfa
transporta os micro-
organismos (vírus e
bactérias) e levam até
os gânglios para serem
filtrados.
Com isso eles
aumentam de
tamanho e se tornam
dolorosos.

São as ínguas.

Situam-se na face
anterior das
articulações.
Partículas como vírus, bactérias e resíduos celulares
são fagocitadas pelos linfócitos existentes nos gânglios
linfáticos.

Com isso, os gânglios incham, formando as ínguas -


“Gânglios linfáticos enfartados.”

É possível, muitas vezes, detectar um processo


infeccioso pela existência de gânglios linfáticos
enfartados (inchados).
Gânglios linfáticos
grupos
Cervical Axilar
Retroauriculares Mediastinais
Occipitais poplíteos
Parotídeos Inguinal
Submandibulares
Circulação linfática
A rede linfática é duas vezes maior que a sanguínea e com
muitas ramificações.

Sua circulação é lenta, aproximadamente 3 litros de linfa


penetram no sistema cardiovascular em 24 horas, perdendo
velocidade com qualquer lesão sofrida pelo tecido (cirurgia,
cortes, traumatismo).

Por isso esses locais afetados “incham”.


Circulação linfática
O sistema linfático para fluir depende de forças
internas e externas, como:
1.Gravidade
2.Movimentos passivos
3.Massagem
4.Contração muscular
5.Pulsação das artérias próximas aos vasos
6.Peristaltismo visceral
Linfa
Líquido intersticial que circula dentro dos linfáticos.

Composição: semelhante ao plasma sanguíneo, consiste de


água, eletrólitos, proteínas plasmáticas que escaparam do
sangue por meio dos capilares sanguíneos.

Ausência de células sanguíneas.

O corpo humano tem mais de 10 litros de linfa


(aproximadamente 16% do peso corporal).
Capilares Linfáticos
• São pequenos vasos compostos de um cilindro de
células endoteliais, presentes em todos os tecidos do
corpo, que vão transportar dejetos celulares até a
corrente sanguínea para serem eliminados.

• Tem mão única, levando o líquido intersticial somente


para a corrente circulatória prevenindo a formação de
edemas.
Capilares Linfáticos
Função

Drenar o excesso de líquido que sai do sangue e


banha as células, filtrando-o e encaminhando-o
para a circulação sanguínea.
Capilares Linfáticos
Importante!!!

Os capilares linfáticos são mais


permeáveis que a maioria dos capilares
sanguíneos que não conseguem absorver
moléculas de grande tamanho como
proteínas e microrganismos.
Linfonodos
Os linfonodos são formações que se dispõem ao longo dos vasos
do sistema linfático e são em numero de 600 a 700 ao todo. Estão
geralmente situados na face anterior das articulações.

Uma importante função dos linfonodos é a


detecção e o freamento da disseminação de
células cancerígenas.

São reguladores da corrente linfática; filtram impurezas da linfa e


produzem linfócitos.
Há grupos de linfonodos na axila, virilha,
pescoço, perna e em várias regiões
profundas do corpo.
Técnicas que visam incrementar o fluxo da
linfa devem considerar o sentido natural da
drenagem nos diferentes segmentos.

Sentindo do
fluxo linfático
dos
diferentes
segmentos.
Importante!!!
Intensidade da
infecção determina A sobrecarga de trabalho
uma proliferação exigirá um número maior
mais acentuada das de células de defesa.
células dos nodos.

A filtragem da linfa fica mais restrita, com


represamento do fluxo.

INGUA: aumento do volume e da sensibilidade dos nodos


linfáticos localizados próximos a área comprometida.
O Edema

• É o acúmulo de líquidos, em quantidades anormais


nos espaços intercelulares ou nas cavidades do
organismo.
• O edema é a consequência de um aumento nas forças
que tendem a mover os fluídos do compartimento
intracelular para o extracelular (interstício)”.

• A modificação da pressão ou resistência da parede


capilar é o fator principal que influencia a entrada ou
saída de líquidos através das paredes dos capilares.
DRENAGEM LINFÁTICA
MANUAL
Objetivo

Drenar o excesso de fluido acumulado nos espaços


intersticiais, de forma a manter o equilíbrio das
pressões tissulares e hidrostáticas.
Efeitos

Aumenta a velocidade de transporte da linfa


Estimula a contração da musculatura lisa dos vasos
linfáticos
Previne a formação da fibrose
Produz relaxamento das fibras musculares
esqueléticas
Melhora as condições de absorção intestinal, atuando
na motricidade das alças.
Aumenta a captação de oxigênio pelos tecidos,
favorecendo a nutrição celular
Aumenta a quantidade de líquidos a serem eliminados
Reduz o edema
Aumenta a velocidade de cicatrização de um
ferimento pelo aumento da vascularização arterial e
venosa.
Aumenta a capacidade de reabsorção dos hematomas
e equimoses;
Promove relaxamento.
Contraindicações

Processos infecciosos agudos, tanto de origem


virótica, como bacteriana, com picos febris ou não.
Flebite, trombose, tromboflebites e processos
vasculares agudos.
Edemas oriundos de insuficiências renais.
Tumores malignos – somente com prescrição médica.
Afecções da pele (dermatites).
Em qualquer contraindicação que o médico
especifique.
Indicações

Insuficiência venosa
Linfedemas
Contratura e tensão muscular
Estados pré e pós operatórios e pós trauma
Edema gestacional.
Síndrome pré-menstrual
Tratamento do fibroedema gelóide - FEG
Tratamento pré e pós cirurgia plástica
Tratamento coadjuvante de cicatriz hipertrófica e
queloidiana
Edemas faciais
Pressão

Pressão adequada:
Deve ser suficiente para propulsionar o líquido
intersticial para dentro dos capilares linfáticos.

Pressão leve: 30 a 40 mmHg para que ocorra um


aumento da pressão tissular, induzindo o processo de
reabsorção.
Ritmo

Uniforme
Regular
Ininterrupto
Sempre adaptado ao tecido tratado.
Movimento é lento
Caminho

O trajeto das manobras segue a anatomia do local,


orientado pelas vias linfáticas que estabelecem
continuidade entre si .

Há a necessidade de se drenar um local mais proximal


para se avançar a um local mais distal.
Repetição

3 a 9 vezes em cada local


Sentido da linfa corporal
Sentido da linfa facial
MASTECTOMIA
O CÂNCER

É uma doença crônico-degenerativa com evolução


prolongada e progressiva.
É uma sobreposição celular de células anormais
advindas de células normais com alto poder de
disseminação.
Segundo Elaine Guirro,5% apenas é hereditário.
CÂNCER DE MAMA

É o carcinoma que se origina nas estruturas glandulares e


ductos das mamas.

Este tipo de câncer é altamente susceptível à


metástase(processo de transferência da neoplasia para um
outro órgão).

Ao crescer no interior da mama, o câncer invade a


circulação linfática.
A disseminação via Linfática leva aos linfonodos do
mesmo braço produzindo depósitos metastáticos,
podendo cair na circulação sanguínea e ir até ossos,
cérebro, pulmões, fígado e pleura.
Existem várias maneiras de prevenção e detecção:
 Auto exame
 Exame clínico
 Mamografia e ultrassom das mamas
Linfedema

É o edema dos vasos linfáticos que ocorre devido á


obstrução, destruição, retirada cirúrgica.

O linfedema pós-mastectomia radical é braquial cuja causa


é:
- pela retirada dos linfonodos da região axilar,
- a radioterapia pode criar uma região de tecido cicatricial
que danifica os vasos linfáticos.
Uma vez instalado, o linfedema crônico, pode ser
controlado, mas não curado.

O linfedema pode acarretar:


 Tensionamento de pele, rachaduras e infecção
 Diminuição de ADM
 Alteração sensitiva das mãos
 Predisposição à infecções sistêmicas
 Redução da autoestima
Protocolo de tratamento pós-mastectomia:

Drenagens linfáticas, massagem sobre a cicatriz,


fortalecimento e alongamento baseados na técnicas de
facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).
As pacientes devem evitar

Realizar grandes esforços;


Carregar pesos;
Aferir a pressão no braço;
Injeções, vacinas;
Sol, uso de pulseiras, queimar-se;
Raspar a axila com giletes;
Picadas de insetos...
Aderências

Podem desenvolver aderências na cicatriz, pela


cirurgia, ou pela radioterapia, podendo levar à
alterações posturais, restrições de ombro e caixa
torácica e diminuição da ADM se o MM Peitoral
for retirado.
Reabilitação pós-mastectomia

Depende da atuação multidisciplinar, mas podemos e


devemos trabalhar na diminuição das dores, prevenção
do linfedema, ADM, aderências cicatriciais e
manutenção da postura.
Avaliação
Durante a internação devemos anotar

Dados pessoais, data e tipo de cirurgia;


Presença de drenos (tempo de permanência);
Medicamentos prescritos;
Condições da cicatriz.
Avaliação do membro envolvido como perimetria,
temperatura e aspectos observados.

AVALIAÇÃO AMBULATORIAL

Além dos dados pessoais, tipo e data da cirurgia, anotar:


Perimetria - medir em intervalos de 4 ou 7 cm.
O Linfedema pode ser classificado como
Drenagem linfática
A atuação deve ser feita com massagens manuais,
enfaixamentos compressivos, malhas de compressão.

A massagem favorece a neoanastomoses linfáticas,


motricidade linfática, relaxamentos.
A drenagem inicia-se em regiões
distantes da cirurgia para que essa
região seja preparada para receber
a linfa da região afetada.

Inicia-se com pela região axilar


contralateral, tórax e membro
afetado e as manobras sempre de
distal para proximal.

As manobras em semicírculos ou
ondulações na axila contralateral,
em seguida, drenar a mama íntegra
e tórax.
O MS do lado não afetado também pode ser drenado para
aumentar reflexamente a drenagem do membro afetado.

Deve ser drenado abaixo da cirurgia, associado com a


respiração diafragmática que aumenta a drenagem.
Trabalharemos sobre as cicatrizes que podem estar aderentes e
retráteis, onde a radioterapia pode piorar e aumentar a aderência
levando a uma cicatriz patológica.

Trabalhar com massagem de fricção transversal.

No pós-operatório imediato, além da drenagem poderemos


associar exercícios respiratórios e fortalecimentos isométricos.
No segundo dia, deveremos estimular os movimentos até o limite
das retrações (ativo-assistido) e ir aumentando a quantia dos
movimentos e evitar no início a abdução e as rotações do membro
acometido, mas a escápula e cervical, podemos trabalhar.

Após a paciente ir apresentando melhoras da força e edema,


podemos iniciar a abdução e rotações lentamente.

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