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02/02/2023 Dermatofuncional

circulatório). Todos os vasos linfáticos possuem


FUNÇÃO
válvulas que impedem o retorno da linfa em seu
Responsável pela drenagem do excesso de interior, fazendo com que flua em um único
fluidos intersticiais, agindo paralelamente ao sentido.
sistema cardiovascular.
Ductos linfáticos: são nos ductos que a linfa, já
O sistema venoso não da conta de recolher tudo filtrada, volta ao sangue, precisamente no
que o sistema arterial deixou nos tecidos (80-90%) momento em que o ducto se conecta a duas veias,
e, por isso, o sistema linfático auxilia (10-20%), a subclávia e a jugular. Neste momento, a linfa é
sendo mais superficial em relação ao venoso. devolvida ao sistema venoso e segue para a
Desequilíbrios nesses sistemas podem acarretar a circulação sanguínea.
formação de linfedema.
→ Ducto linfático torácico: maior vaso linfático
DEFINIÇÕES do corpo que se origina no abdômen e
desemboca na veia subclávia esquerda na
A linfa é um líquido incolor e viscoso com sua junção com a veia jugular interna
composição bastante semelhante à do plasma esquerda. É a união de vasos linfáticos dos
sanguíneo. É formada por água, eletrólitos, membros inferiores no nível do abdômen
proteínas e leucócitos, representando cera de aos viscerais. Ele é responsável por drenar
15% do peso corporal. a linfa do restante do corpo.

Edema é uma falha do sistema venoso que só


→ Ducto linfático direito: desemboca na veia
gerará efeito se for feito o posicionamento em
subclávia direita em junção com a veia
elevação do membro e bomba muscular
jugular interna direita.
(exercícios ativos que favoreçam o retorno
venoso). Quando a falha no retorno de fluidos está
no sistema linfático se caracteriza como linfedema
e, assim, a drenagem se faz eficaz.

COMPOSIÇÃO ANATÔMICA

Capilares linfáticos: menores vasos condutores


do SL, constituídos de tubos de paredes finas
formados por uma única camada de células
endoteliais sobrepostas que coletam a linfa nos
vários órgãos e tecidos. São responsáveis por
absorver os líquidos do interstício que o SV não
recolheu. Possui poros maiores que o SV e não
são valvulados, sendo seu funcionamento por
Linfonodos ou gânglios linfáticos: pequenas
meio de diferença de pressão.
estruturas ovais interpostas no trajeto dos vasos
Pré-coletores: intermediam capilares e vasos linfáticos que tem como função criar uma barreira
linfáticos. Possuem paredes formadas por tecido ou filtro contra a penetração de micro-organismos,
endotelial, estando o seu endotélio interno coberto toxinas ou substâncias estranhas e/ou nocivas ao
por tecido conjuntivo e fibras elásticas e organismo na corrente sanguínea.
musculares (contratilidade). Esses vasos
Os linfonodos possuem tamanhos variados,
possuem válvulas, o que os diferenciam dos
alguns tem cerca de 1mm de comprimento e
capilares linfáticos.
outros tem até 2 cm.
Vasos linfáticos: possuem paredes formadas por
Nos linfonodos, encontramos diferentes células,
três camadas de células semelhantes a parede
tais como linfócitos B, plasmócitos, macrófagos,
das veias. Conduzem a linfa dos capilares
células reticulares e células foliculares dendríticas.
linfáticos até a corrente sanguínea (sistema
A cisterna do quilo é uma estrutura no abdômen CAUSAS
por onde fluem a linfa de três vasos linfáticos –
tronco intestinal, tronco lombar esquerdo e tronco Insuficiência linfática dinâmica: apesar da
lombar direito. Situa-se posterior à aorta normalidade dos SL, há um aumento de líquidos
abdominal sobre o aspecto anterior dos corpos da intersticial que sobrecarrega e excede a
primeira e segunda vertebras lombares. capacidade do SL.

Órgãos linfoides: existem três órgãos que são Insuficiência linfática mecânica: neste já há
relacionados ao sistema linfático devido à perda de função do SL em algum nível, havendo
presença de tecido linfoide: acúmulo de líquidos e macromoléculas no
interstício, portanto, apresenta alta concentração
Baço: participa da resposta imune através da de proteína, aumentando a pressão osmótica no
formação de linfócitos. interstício. A presença da proteína favorece a
reação inflamatória e cronicidade.
Tonsilas ou amigdala: funciona como barreira
contra moléstias da região oral e faríngea. FEG X LINFEDEMA
Timo: atua no desenvolvimento do sistema O FEG provoca uma modificação na textura do
imunológico, instruindo os linfócitos T e tornando- tecido, resultando em um tecido contorcido e
os imunocompetentes. distrofia local. Desta forma, o FEG causa
dificuldade de absorção de líquidos nos tecidos
A medula óssea vermelha é o local de origem dos
superficiais, levando ao acúmulo de líquido
linfócitos B e T derivados de uma célula tronco
intersticial, agravando a aparência do FEG.
linfoide.
Classificação grau I: linfedema reversível com
DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL elevação do membro e repouso no leito durante
24-48 horas, depressível a pressão.
O QUE É LINFEDEMA?
Classificação grau II: linfedema irreversível com
Acúmulo de líquido intersticial rico em proteína.
repouso prolongado, fibrose no tecido subcutâneo
Podem ser primários (problemas congênitos nos
de moderada a grave e não depressível a pressão.
vasos linfáticos) ou secundários (trauma, lesões,
entre outros). Classificação grau III: linfedema irreversível com
fibrose acentuada no tecido subcutâneo e aspecto
Acomete cerca de 15% da população mundial,
elefantisiaco do membro.
sendo os linfedemas de membros inferiores
correspondentes à cerca de 80% dos casos.
COMPLICAÇÕES MAIS COMUNS
Porém, o linfedema de membros superiores, por
ter uma maior relação com o câncer de mama, Celulite: infecção aguda da pele e tecidos mais
exibem mais estudos. profundos, caracterizada por sinais flogísticos
como – dor, calor, rubor e turgor. É mais
A pressão intersticial de todos os segmentos tem frequentemente causada pelos estreptococos ou
um grande componente regulador – tensão da
staphylococus.
pele.
Erisipela: infecção aguda da pele causada por
Independente da causa, o linfedema aumenta a bactérias estreptococos e afeta a pele e tecidos
pressão hidrostática dos vasos linfáticos distais, A subcutâneos, incluindo vasos linfáticos e gânglios.
persistência favorece a fibrose no interstício, É uma das infecções mais comuns em linfedema
provocando um “endurecimento” da região – e tende a ser recorrente. No ínicio, a pele se
malignização do linfedema. apresenta lisa, brilhosa, vermelha e quente. Com
O equilíbrio se dá pelo débito cardíaco (volume de a progressão da infecção, o inchaço aumenta e
linfa transportada) sendo igual a carga linfática surgem as bolhas.
(líquidos e substâncias intersticiais para o Linfangite: lesão infecciosa dos vasos linfáticos
linfático). de uma determinada região. Essa lesão pode ser
causada por uma bactéria (Streptococus
pyogenes), por um verme (helmintos da espécie TÉCNICAS DE DRENAGEM LINFÁTICA
Wuchereria bancrofti), por disseminação
linfogênica de um câncer ou por lesões químicas Manobras em círculo e semicírculo – técnica de
ou mestástases de tumores. Vodder.

Manobras de reabsorção em bracelete


DIAGNÓSTICO
intermitente – técnica Leduc.
Clínico (inspeção e palpação);
Linfocintografia; Movimentos lineareas – técnica Godoy.
Perimetria;
DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL
Volumetria;
EVACUAÇÃO DE GÂNGLIOS
TRATAMENTO
A evacuação de gânglios tem como objetivo
Deve ser individualizado levando em conta a aumentar o fluxo linfático na região proximal,
causa, localização, gravidade e as doenças deixando-a descongestionada e preparada para
associadas. A terapia física complexa é receber a linfa de regiões mais distantes. A
considerado o método padrão ouro. pressão utilizada deve ser de intensidade média
Educação de cuidados com a pele com 5-7 vezes em cada ponto.
+
Drenagem linfática manual
+
Compressão elástica
+
Exercícios físicos

CUIDADOS COM LINFEDEMAS CRÔNICOS

➢ Educação para cuidados com a pele;


➢ Manter o braço ou pernas elevadas sempre
que possível;
➢ Carregar bolsa, sacolas ou peso no lado não
afetado;
➢ Cuidado com mordidas de insetos;
➢ Manter o peso ideal;
➢ Usar luvas de borracha nos serviços
domésticos;
➢ Cuidado com queimaduras ao cozinhar;
➢ Não retirar cutícula;
➢ Não usar lâminas ou cera na depilação;
➢ Cuidado para não sofrer arranhões ao brincar
com animais de estimação;
➢ Não tomar soro ou injeções do lado afetado;
➢ Evite aferir a pressão arterial no membro
afetado;
➢ Cuidado com relógios, pulseiras ou braceletes
apertados;
➢ Cuidado com calor/forno;
➢ Cuidar da alimentação e fazer exercícios
moderadamente.

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