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TÉCNICA DE DRENAGEM PARA O

PÓS-OPERATÓRIO DE
CIRURGIAS FACIAIS.

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

Prof.ª Karla Benetti

São José do Rio Pardo


2021/2
FUNÇÕ ES DO SISTEMA
LINFÁTICO
 Drenagem de excesso de líquido intersticial (que vem dos espaços tissulares) e o
retornam ao sangue. Ajuda, dessa forma a manutenção do equilíbrio hídrico nos
espaços intersticiais.

 Transporte de lipídios alimentares: os vasos linfáticos transportam os lipídios e as


vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), absorvidas pelo TGI ao sangue.

 Realização das respostas imunes: o tecido linfático inicia as respostas altamente


específicas dirigidas contra micróbios específicos ou células anormais.

 Resumindo: retorno do liquido intersticial para a corrente sanguínea, destruição de


microorganismos e partículas estranhas da linfa e respostas imunes específicas
(produção de anticorpos).
COMPOSIÇÃ O DO SISTEMA
LINFÁTICO

Capilares linfáticos

• Primeira estrutura do sistema linfático;


• Inicia no espaço intersticial (é uma rede capilar muito fina);
• As paredes celulares são muito permeáveis;
• Após captar o líquido intersticial, os capilares direcionam esses
líquidos para um vaso linfático maior: os pré-coletores.
Fonte: (MARIEB; WILHELM;
MALLATT, 2014)
COMPOSIÇÃ O DO SISTEMA
LINFÁTICO
Pré-coletores

• A linfa começa a sua movimentação;

• Os pré-coletores tem muitas microválvulas (linfangion) que fazem


uma atividade rítmica mantendo o fluxo da linfa em uma só
direção;
COMPOSIÇÃ O DO SISTEMA
LINFÁTICO
Coletores linfáticos

• Possuem maior calibre;


• Também tem válvulas;
• Conduzem a linfa para o centro do sistema linfático;
COMPOSIÇÃ O DO SISTEMA
LINFÁTICO
Troncos linfáticos

 Coletores terminais da linfa;


 Maior calibre;
 A junção dos troncos intestinais e lombares dá origem ao DUCTO
TORÁCICO. Ele contém uma dilatação, denominada cisterna do quilo
Fonte: MARTINI, 2014
Fonte: MARTINI, 2014
COMPOSIÇÃ O DO SISTEMA
LINFÁTICO

• O DUCTO LINFÁTICO DIREITO tem a função de drenar a linfa do


membro superior direito, do hemitórax direito e da porção direita
da cabeça.

• O DUCTO LINFÁTICO drena toda a parte do corpo que o direito não


drena.
SISTEMA LINFÁTICO

• Quando a linfa se aproxima dos linfonodos, ela é transportada por


ductos eferentes até chegar a dois grandes coletores: o ducto
torácico esquerdo e o ducto linfático direito.

• Ductos linfáticos: são vasos do segmento final da drenagem


linfática, já que desembocam a linfa no sistema venoso.
MARTINI, 2014
MARTINI, 2014
COMPOSIÇÃ O DO SISTEMA
LINFÁTICO
• Os LINFONODOS (gânglios linfáticos) são estruturas presentes nos trajetos dos vasos
linfáticos, em grupos ou em séries.

• Podem ser superficiais (no subcutâneo) ou profundos (na fáscia muscular, cavidade
torácica e abdominal).

• Eles filtram a linfa e defendem o organismo de infecções – para que microorganismos


(que estão na linfa) não entrem na corrente sanguínea.

• Estão presentes em maior quantidade nas axilas, região inguinal e pescoço.

 Aferentes: vasos linfáticos que chegam ao linfonodo


 Eferente (hilo): vasos linfáticos que saem do linfonodo.
Fonte: (MARIEB; WILHELM;
MALLATT, 2014)
p. 656

Fonte: (MARIEB; WILHELM;


MALLATT, 2014)
RESUMO

PRÁTICA
Técnica da DLM - facial

• A estrutura dos vasos e capilares linfáticos possui fibras colágenas


e tem propriedades da contratilidade e do alongamento –
importantes para definir pressão e as manobras da técnica de
DLM.

• Os vasos coletores projetam-se no caminho das vias linfáticas para


evitar o refluxo da linfa.

ALBERINI, 2020
Técnica da DLM - facial

• Os troncos linfáticos são encontros entre os vasos linfaticos;

• Os ductos linfáticos são os vasos da porção final do sistema


linfático, que desembocam na altura da jugula, no sistema venoso;

ALBERINI, 2020
Técnica da DLM - facial

• As estruturas compactas e agrupadas que filtram a linfa são


denominadas linfonodos.

• A linfa compreende o líquido intersticial, de aspecto cristalino, que


caminha dentro dos vasos linfáticos.

ALBERINI, 2020
Técnica da DLM - facial

• Funções do sistema linfático:

• Homeostasia (equilíbrio celular);


• Imunológica (idenficar agressores e acionar células de defesa);
• Manutenção do equilíbrio entre os volumes líquidos e a
concentração proteica.

ALBERINI, 2020
Técnica da DLM - facial

• Contra indicações absolutas:

• Febres;
• Infecções;
• Neoplasias;
• Bacteremias.

ALBERINI, 2020
Técnica da DLM - facial

• Indicações:

• Edema tecidual;
• Tratamento de revitalização;
• Tratamento de pré e pós cirurgia plástica.

ALBERINI, 2020
Técnica da DLM - facial

• Manobras:

• Evacuação (remoção): se faz por compressão e descompressão das


cadeias linfáticas;

• Captação (absorção): se faz por meio de movimentos que


impulsionam a linfa, por pressões digitais e das mãos em direção
às cadeias linfáticas.

ALBERINI, 2020
• Roteiro prático:

ALBERINI, 2020
ALBERINI, 2020
ALBERINI, 2020
PRÉ -OPERATÓ RIO – EX. DE
ORIENTAÇÕ ES
 Interromper hábito de fumar – interfere na cicatrização e oxigenação dos tecidos;

 Orientar sobre a não exposição ao sol antes (ao menos 2 semanas antes) e
depois da cirurgia;

 Não esmaltar as unhas no dia da cirurgia;

 Orientar a realizar todas as recomendações e prescrições médicas – preparações


no dia anterior da cirurgia (ex.: jejum, alimentação leve);

 Orientar para que comunique ao médico todas as anormalidades que ocorrerem


antes da cirurgia (ex.: gripe, indisposição)
PRÉ -OPERATÓ RIO -
TRATAMENTOS
• Esfoliação e hidratação cosmética.

• Massagens para ativação da vascularização do local (TÉCNICA EM OUTRA AULA).

• Limpeza de pele.

• Drenagem linfática para diminuição de líquidos e toxinas.


PRÉ -OPERATÓ RIO
• LIMPEZA DE PELE – ficará um bom tempo sem fazer – até a recuperação

• Fonte da imagem: https://extratosdaterra.com.br/blog/limpeza-de-pele-profunda-x-limpeza-de-pele-diaria/


PÓ S OPERATÓ RIO
DRENAGEM LINFÁTICA FACIAL PÓ S
OPERATÓ RIA DE CIRURGIAS ESTÉ TICAS

• Visa:
 recuperar o tecido,

 oxigenação dos tecidos


 liberação do liquido que esta entre os tecidos,

 eliminar toxinas,

 ativar a circulação sanguínea,

 aumentar a vitalidade da pele.


CONTRAINDICAÇÕ ES DA
DRENAGEM LINFÁTICA
MANUAL PÓ S-OPERATÓ RIA

• Contraindicações da drenagem pós operatória:


 Presença de calor,
 rubor,
 odor,
 abertura dos pontos.
ITENS OPCIONAIS - PRÁTICA DE DRENAGEM
LINFÁTICA FACIAL – PÓ S OPERATÓ RIA

 Musicoterapia;

 Aromaterapia;

 Cromoterapia;

 Etc. (que não irá comprometer o relaxamento da cliente);


PRÁTICA DE DRENAGEM
LINFÁTICA FACIAL – PÓ S
OPERATÓ RIA
 Atenção à higiene – evitar infecções;

 Não é necessário utilizar cremes ou óleos;

 Movimentos lentos, superficiais e harmoniosos;

 Sem dor;

 Atenção ao posicionamento do cliente (evitar dor);

 Cuidado com o local da cirurgia (corte, pontos) – proteger o local com


uma mão (se for preciso).
PRÁTICA DE DRENAGEM
LINFÁTICA FACIAL – PÓ S
OPERATÓ RIA
 Direção proximal-distal:

•A drenagem linfática do rosto tem início na região do pescoço


(próximo ao centro do corpo) , depois queixo e boca, depois nariz e
bochecha, e termina na região da testa (distante do centro do corpo).
PRÁTICA DE DRENAGEM
LINFÁTICA FACIAL – PÓ S
OPERATÓ
 Pressão nas manobras:
RIA
•Edema grande: pressão muito suave.
•Edema controlado: drenagem suave.

 Frequência:
•Pode ser feito diariamente com orientação do cirurgião.
•Geralmente três vezes na semana.
•O cirurgião irá prescrever o início da drenagem – trabalho em conjunto.
•Por volta de 10 sessões – avaliar.
TRAJETO - DRENAGEM
LINFÁTICA PÓ S-CIRÚ RGICA
• Diferença no trajeto da drenagem:

• Clássica: segue o trajeto fisiológico do fluxo linfático.


• Pós cirúrgica: segue o trajeto da drenagem linfática manual reversa (pela
existência da interrupção dos vasos linfáticos pelo corte cirúrgico,
geralmente em grandes cirurgias) – se fizer a drenagem clássica, a linfa ficará
retida próxima ao corte cirúrgico.

• Os vasos linfáticos fazem comunicações (anastomoses) que em caso de


necessidade, podem ser estimulados pelas manobras da drenagem linfática
reversa.
• Deve ser feita até a reconstituição dos vasos lesados (cerca de 30 dias).
DRENAGEM LINFÁTICA REVERSA

• O fluxo da linfa se inverte?

• Resposta no próximo slide!


DRENAGEM LINFÁTICA REVERSA

• Não! O FLUXO NÃO INVERTE!

• O sistema linfático faz anastomoses (comunicações entre


vasos linfáticos);
• Permite que o liquido seja desviado;
• O que está em excesso em um lugar, vai para outro;
TÉCNICA DE DRENAGEM PARA
O PÓS-OPERATÓRIO DE
CIRURGIAS FACIAIS

Princípios Básicos
Fonte: https://www.pinterest.cl/pin/584271751628218990/
Parte baixa da face

Região sublabial

Região supralabial

Região nasal
Ao finalizar a drenagem na
parte baixa, estimular os
linfonodos nesta sequência:
1 - submentonianos,
2 - submandibulares,
3 – cervicais,
4 – supraclaviculares.

1 – Linfonodos parotídeos 1 – Linfonodos parotídeos


superficiais – drenam a parte superficiais – drenam a parte
superior e região temporal superior e região temporal

3 - Linfonodos 3 - Linfonodos
cervicais cervicais

2- Linfonodos 2 - Linfonodos
submandibulares submandibulares

1 - Linfonodos
submentonianos

4 - Linfonodos
supraclaviculares
Ao finalizar a drenagem na
parte baixa, estimular os
linfonodos nesta sequência:
1 - submentonianos,
2 - submandibulares,
3 – cervicais,
4 – supraclaviculares.

3 - Linfonodo
cervical
Parte alta da face

Região orbicular
Região frontal

1 – Linfonodos parotídeos
1 – Linfonodos parotídeos superficiais – drenam a parte
superficiais – drenam a parte superior e região temporal
superior e região temporal
2 - Linfonodos pré-
2 - Linfonodos pré- auriculares
auriculares

3 - Linfonodos
cervicais
3 - Linfonodos
cervicais

4 - Linfonodos
supraclaviculares
Parte alta da face

Região orbicular
Região frontal

1 – Linfonodos parotídeos
superficiais – drenam a parte
1 – Linfonodos parotídeos
superior e região temporal
superficiais – drenam a parte
superior e região temporal

2 - Linfonodos pré-
2 - Linfonodos pré- auriculares
auriculares

3 - Linfonodos
cervicais
3 - Linfonodos
cervicais

Ao finalizar a drenagem da
parte alta, fazer a
desobstrução dos
linfonodos
1 - temporais,
2 – pré-auriculares,
3 – cervicais, 4 - Linfonodos
4 – supraclaviculares. supraclaviculares
Cuidados especiais

• Trabalhar com micropore em cima dos curativos – evitar


tração do local da cirurgia e evitar “perda” dos curativos
originais.

• Enviar a linfa para o linfonodo mais próximo da região, para


evitar encharcar a cicatriz.
Cuidados especiais

• Se atentar às cicatrizes – muitas vezes as vias compensatórias


deverão ser usadas e dessa forma a drenagem se dá de
maneira diferente da convencional.
Como já conhecem o fluxo facial - para
associar e iniciar a aprendizagem da

x reversa corporal:
 Segmento prejudicado
 Apenas quando há grande prejuízo do
segmento linfático – em cirurgias
extensas.

 Obs.: seta azul apenas demonstrativa


para fixar o conhecimento sobre o
fluxo – não aplicar a reversa na face.
Sugestõ es de leitura
• O pré e pós-operatório das cirurgias plásticas: intervenções
estéticas e terapêuticas:
• http://
www.novomilenio.br/Revista/wp-content/uploads/2020/07/A
RTIGO-26-GEANE.pdf
• Autora: Geane Hubner de Freitas Martins - Fisioterapeuta pela
Universidade Severino Sombra. Especialização em Acupuntura
pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde/Instituto Mineiro de
Acupuntura e Massagem – INCISA/IMAN. Especialização em
Docência para a Educação Profissional pela Faculdade SENAC
Minas. Especialização em Reabilitação Musculoesquelética pela
Faculdade EMESCAM. Professora do Curso de Estética da
Faculdade Novo Milênio.
Sugestõ es de leitura
• A importância da atuação do tecnólogo em estética na ação
conjunta com o Cirurgião Plástico, diante das Intercorrências
em Procedimentos de Pós-Operatório de Cirurgias Plásticas
Estéticas:
• http://siaibib01.univali.br/pdf/Amanda%20Lussoli%20Sdrego
tti%20e%20Danubia%20de%20Souza.pdf

• Amanda L. Sdregotti – acadêmica – Cosmetologia e Estética


UNIVALI
• Danubia de Souza – acadêmica – Cosmetologia e Estética
UNIVALI
• Vandressa Bueno de Paula – Tecnóloga em Cosmética e Estética e
professora da UNIVALI
Sugestão de leitura.
• Escala para avaliação de resultados de cirurgia estética do abdome: https://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-51752011000100026&script=sci_artte
xt
Alessandra Grassi Salles: Doutorado pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo; Coordenadora do Grupo de Cosmiatria da Divisão
de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Marcus Castro Ferreira: Professor Titular da Disciplina de Cirurgia Plástica da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Chefe da Divisão de
Cirurgia Plástica e Queimaduras do HC-FMUSP, São Paulo, SP, Brasil
Adelina Fátima do Nascimento Remigio: Especialista pela Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica; Médica Pesquisadora da Disciplina de Cirurgia Plástica da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Rolf Gemperli: Professor Livre-Docente pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo; Professor Associado da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Referências

• ALBERINI, Rita de Cassia. Dermatoterapia Funcional. Curitiba: Contentus, 2020.

• CARREIRÃO, Sérgio. Cirurgia plástica para a formação do especialista. 2. ed., Rio de


Janeiro: Atheneu, 2018.

• MARIEB, Elaine; WILHELM, Patrícia; MALLATT, John. Anatomia Humana. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2014;

• MARTINI, Frederic. Anatomia e fisiologia humana. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 2014;

• NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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