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1. INTRODUÇÃO
Tendo o nome originado do latim vasa limpidus (água límpida), a linfa é justamente
o avesso do sangue: este logo brota, em tons vivos de vermelho, no momento em que as veias
e artérias sofrem algum dano. Aquela não, permanecendo escondida dentro dos canais por
onde passa. E talvez seja esta a causa de ter ficado por tanto tempo oculta aos olhos dos
estudiosos. Somente no século 17, o pesquisador francês Jean Pecquet começou a decifrar os
segredos deste processo. No entanto, sua descoberta passou despercebida, e foram necessários
20 anos para ser aceita pela Academia de Ciências daquela época.
suaves, lentas, intermitentes e relaxantes, que seguem o trajeto do sistema linfático, tendo
como objetivo aprimorar algumas de suas funções, trazendo vários benefícios como redução
dos edemas linfáticos, inchaços pós-operatórios, lipoedema, celulite, retenção hídrica, acne,
estimulando a regeneração e a defesa dos tecidos, aumentando a diurese e a eliminação das
toxinas, devolvendo assim, o equilíbrio hídrico e homeostático do organismo.
Vodder desenvolveu sua técnica de maneira intuitiva enquanto que a linfologia não
estava mais do que em seus primeiros dias de existência. Seu método era empírico, mas eficaz
levando numerosos médicos a se interessarem pelo mesmo, entre eles: E. Künhnke, M.
Collard, H. Mislin e Michael Földi. Eles esperavam poder utilizar o método de E. Vodder em
medicina, a fim de tratar os linfoedemas. Em efeito, até então os tratamentos e as técnicas
cirúrgicas não ofereciam solução satisfatória para os pacientes afetados pelo linfoedema.
Portanto este trabalho tem a finalidade de fazer um estudo comparativo das três
técnicas de Drenagem, e o que difere são pequenos detalhes quanto o local de aplicação, tipo
de movimento, um trabalha em ciclos, outro em fases, outro salientou as anastomoses. Numa
linha geral, apresentam os mesmos princípios, segue o sentido da drenagem fisiológica de
retorno, suas técnicas vão sendo adaptadas isoladamente ou associadas.
2. DESENVOLVIMENTO
É uma técnica manual específica, cuja ação principal é sobre o sistema linfático
superficial e toda sua estrutura anatômica e fisiológica, de grande eficácia terapêutica e
estética, com efeitos iniciais imediatos, onde drenará os líquidos excedentes que circundam as
células, mantendo o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais.
Não só absorve formas de edemas aparentes, como também o faz a formas menos
visíveis, como, por exemplo: os edemas pós-operatórios dos membros, o edema do braço
depois de uma mastectomia, assim como os edemas pós-traumáticos, como os que aparecem
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quando se faz uma fratura óssea; mas também é eficaz em formas de edemas ainda menos
visíveis, como os que podem dar origem a dores de cabeça, dores da coluna vertebral, de uma
tendinite ou bursite. A Drenagem Linfática Manual segundo Földi estimula o processo
imunitário, ao aumentar, na zona cortical dos linfonodos, a produção de linfócitos.
Segundo Földi, este fato também se poderia explicar pelo aumento da produção de
linfócitos, cujo núcleo tem um papel alimentício e regenerador para os tecidos. Este fenômeno
foi observado em úlceras varicosas, osteoporoses, celulite e enxertos de órgãos. A Drenagem
Linfática Manual exerce uma ação sedante, tranqüilizante e relaxante.
A Drenagem Linfática Manual tem indicação nos casos de edema tecidual, pré e pós-
operatório, circulação sanguínea de retorno comprometida, desintoxicação e regeneração
tecidual, e no auxílio do relaxamento. Apesar de ser uma massagem suave, o DLM produz
efeitos profundos e sistêmicos, tendo suas contra-indicações absolutas e relativas, o que
significa que não pode ser usado em qualquer caso, o que exige do profissional conhecimento
maior em anatomia e fisiologia humana, principalmente em sistema linfático.
Todos estes aspectos e muitos outros fazem da DLM uma massagem de altíssimo
nível, o que a coloca no rol das melhores técnicas do mundo. Desde que, por volta dos anos
30, o Dr. Vodder e a sua esposa criaram e introduziram com êxito a Drenagem Linfática
Manual no tratamento de afecções crônicas das vias respiratória superiores, o seu campo de
aplicações médicas foi-se ampliando e aprofundando com o passar do tempo e vários outros
pesquisadores desenvolveram métodos próprios de DLM.
Hoje a DLM esta padronizada segundo o método Foldi. Em alguns casos a DLM,
constitui um procedimento principal de tratamento, como é o caso dos Linfoedemas, enquanto
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Dr. Földi desenvolveu um método eficaz de DLM que atua drenando, tanto a linfa
superficial como a linfa profunda, pois somente com um fluxo constante e correto da linfa
teremos resultados realmente eficazes. Neste método trabalhamos a linfa de forma que o
paciente obtém resultados rápidos e comprovados, podendo atuar em situações que os outros
métodos não atuam.
utiliza desde manobras de drenagem manual até bandagens compressivas, havendo manobras
próprias para lipoedema (celulite). Com todas estas aplicações, o método Földi tem a
vantagem de ser prático e fácil, que hoje, na Europa, é considerado o mais completo, sendo
muito indicado em tratamentos pré e pós- cirúrgicos, relaxamento corporal, tratamentos de
patologias músculo-tendíneas, HLDG (celulite), entre outros muitos problemas.
Quanto aos aparatos linfopressores, ambos os autores os utilizam, sendo que Leduc,
em edemas importantes utiliza a pressão antes da Drenagem Linfática Manual e Földi salienta
os aparatos linfopressores seqüenciais, por simular o efeito de bomba, e indica primeiro
drenar a área central com a Drenagem Linfática Manual, para não formar uma banda fibrótica
constritiva e contra indica em casos de mastectomia radical, linfedema secundário e lesão de
plexo braquial.
Drenagem dos linfonodos: realizada por meio do contato direto dos dedos indicador
e médio do terapeuta com a pele do paciente, posicionados sobre os linfonodos e vasos
linfáticos de maneira perpendicular. É executada com pressão moderada e de forma rítmica,
baseada no processo de evacuação. A drenagem dos linfonodos visa à evacuação da linfa e
deve ser realizada diretamente sobre as regiões ganglionares. Os dedos estabelecem contato
com a pele, e em posição quase perpendicular exercem leve pressão no nível dos gânglios
linfáticos. De acordo com a região anatômica, esta manobra pode ser feita com os dedos
indicadores e médios, com todos os dedos ou com os dedos de uma mão sobre a outra.
Bracelete: mais utilizada quando o edema atinge grandes áreas. Pode ser feita uni ou
bimanual de acordo com a necessidade. A manobra de pressão em bracelete visa o
aumento do fluxo linfático, a ser recolhido em direção aos linfonodos regionais. É
realizada por meio de pressões intermitentes. A fase de pressão deve durar em torno de
dois segundos, segue-se relaxamento com o mesmo tempo de duração e assim
sucessivamente.
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As manobras do método Dr. Vodder são lentas. Devem-se executar cada manobra em
aproximadamente 1 segundo. Devem-se repetir cada manobra de cinco a sete vezes no mesmo
lugar. A pressão será mais leve quanto maior for o edema. O paciente não pode sentir dor em
nenhuma hipótese e a pele não deverá ficar avermelhada. Devem-se começar toda e qualquer
drenagem linfática pela liberação do ângulo venoso. As manobras do método Dr. Vodder são:
efleurage, rotação no lugar, deslizamento em anel(bracelete), enfuso (vôo do cisne), passo de
ganso, balancinho, fricção digital superficial, amassamento deformante, descolamento(fazer
inhoque), patão, pirâmide, roda gigante e bombeamento.
Quanto ao sentido das rotações podem ser de duas maneiras: nadar (imaginando um
nado de peito, girando a mão esquerda no sentido anti-horário e a direita no sentido horário)
ou contrario de nadar (mão esquerda no sentido horário e direita anti-horário). Dentre as
manobras de drenagem propostas por Vodder, distinguem-se quatro tipos de movimentos:
círculos fixos, movimentos de bombeamento, movimento doador, movimento de rotação.
Círculos Fixos
Movimento de Bombeamento
Movimento Doador
A drenagem da mão começa com a drenagem das eminências tênar e hipotênar por
meio de círculos com os polegares, com a pressão levando a linfa às evacuações radiais e
ulnares. A palma da mão é drenada por meio de círculos com os polegares até as articulações
metacarpo falangeanas. Os dedos são drenados por meio de círculos combinados com as
pontas dos dedos e do polegar ao longo das massas laterais.
3. RESULTADOS
O que ocorre nas diversas situações de seu uso em indivíduos saudáveis ou com
doenças e lesões mais graves, ou ainda submetidos a cirurgias oncológicas,
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Godoy, Belczack & Godoy (2005) alertaram que várias técnicas de massagem são
utilizadas de maneira inadequada e denominadas falsamente como drenagem linfática manual,
causando prejuízos aos pacientes. Para Casley-Smith (NIETO, 1994), uma drenagem linfática
mal aplicada é um dos piores impedimentos para a função do sistema linfático. Além disso,
ela apresenta contra indicações de seu uso para diversas situações clínicas, oferecendo alto
risco para a saúde, no caso da não observância destas e/ou do despreparo técnico-científico
por parte dos profissionais que a utilizam (GODOY, BELCZACK & GODOY, 2005; VIÑAS,
1998; NIETO, 1994; HERPERTZ, 2006; FÖLDI & STRÖBENREUTHER, 2005;
FERRANDEZ, THEYS & OUCHET, 2001; GUIRRO & GUIRRO, 2002; CAMARGO &
MARX, 2000).
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4. CONCLUSÃO
Devido a esse consenso na literatura, conclui-se que não existe diferença nos
parâmetros de aplicação da técnica de drenagem linfática manual para finalidades terapêuticas
e estéticas. Outras técnicas de massagem e terapias manuais são indicadas como coadjuvantes
e complementares para o tratamento de algumas disfunções estéticas, porém devem respeitar a
integridade dos tecidos manipulados e não podem ser denominadas como drenagem linfática
manual.
Portanto este trabalho teve a finalidade de fazer um estudo comparativo das três
técnicas de Drenagem, e o que difere são pequenos detalhes, quanto o local de aplicação, tipo
de movimento, um trabalha em ciclos, outro em fases, outro salientou as anastomoses. Numa
linha geral, apresentam os mesmos princípios, seguem o sentido da drenagem fisiológica de
retorno, suas técnicas vão sendo adaptadas isoladamente ou associadas.
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REFERENCIAS
BADGER, Caroline; SEERS, Kate; PRESTON, Nancy & MORTIMER, Peter. Physical
therapies for reducing and controlling lymphoedema of the limbs (Protocol for a
Cochrane review). Cochrane Library, 2002; Issue 1. Oxford: Update Software.
CAMARGO, M. C.; MARX, A.G. – Reabilitação Física no câncer de mama. São Paulo:
Roca, 2000.
CASLEY-SMITH, Judith R.: BORIS, Marvin; WEINDORF, Stanley & LASINSKI, Bonnie.
Treatment for Lymphedema of the Arm – The Casley-Smith Method. Cancer, 1998; 83 (12
Supp/American): 2.843-58.
GUIRRO, E.C. de O., GUIRRO, R.R. Fisioterapia Dermato-Funcional. 3ed. São Paulo:
Manole 2007.
LEDUC, A.; LEDUC, O. – Drenagem Linfática: teoria e prática. São Paulo: Manole, 2000.