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SISTEMA LINFÁTICO E

DRENAGEM LINFÁTICA
MANUAL

Ftª Ana Catharine Lima


SISTEMA LINFÁTICO
“O sistema linfático é semelhante a um gari, que remove o excesso
de líquido, moléculas proteicas, detritos celulares e outros materiais
dos espaços teciduais.” (Guyton, 2000)

“É um sistema formado por vasos e órgãos linfoides e nele circula a


linfa, sendo basicamente um sistema auxiliar de drenagem do sistema
venoso, ou seja, fazendo retornar para a circulação o líquido acumulado
no interstício. O sistema linfático também ajuda a proteger o corpo
contra infecções”. (Dolores, 2016)
SISTEMA LINFÁTICO
A distribuição dos capilares é desigual
pelo corpo. Não há linfa no encéfalo e
na medula espinhal, mas existem
capilares linfáticos nos nervos
periféricos. A drenagem do sistema
linfático tende a se assemelhar à
drenagem de veias.
HISTÓRICO DA DLM
• 1932 e 1936 – Emil Vodder (Alemanha), Fisioterapeuta, formado
pela Universidade de Bruxelas – Pai da Drenagem Linfática.
Iniciou o tratamento de sinusites, gripes e problemas respiratórios
junto c/ sua esposa Estrid.
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA
LINFÁTICO
• Sistema de transporte – transporta a linfa da periferia
para o centro em sentido único;

• Não possui órgão central bombeador;


• Órgão receptor: Cisterna do Quilo;
• Atuam como sistema de defesa do corpo.
COMPONENTES/ESTRUTURAS
COMPONENTES/ESTRUTURAS
• CAPILARES LINFÁTICOS

■ Grande permeabilidade;

■ Não possuem túnica muscular, válvulas


e inervação;

■ Fica em contato c/ o meio intersticial;

■ Filamento de Casley-Smith (Filamentos


de ancoragem). Zonulae
COMPONENTES/ESTRUTURAS
• PRÉ-COLETORES E COLETORES
■ Superficiais e Profundos;
■ Valvulados;
■ Vasos Aferentes e Eferentes.
COMPONENTES/ESTRUTURAS
• LINFANGION
■ Unidade contrátil;
■ Situado nos vasos linfáticos entre 2 válvulas;
■ Age reflexamente;
COMPONENTES/ESTRUTURAS
COMPONENTES/ESTRUTURAS
• LINFONODOS
■ Linfócitos encapsulados q/ filtram a linfa;
■ Situado entre os vasos aferentes e eferentes;
■ Cadeia de linfonodos

- Cabeça
Sub – mentonianos Submandibulares Mastóideo Parotídeos
COMPONENTES/ESTRUTURAS
■ Cadeia de linfonodos

Subclaviculares ou
Paraesternais
Supramamários
COMPONENTES/ESTRUTURAS
■ Cadeia de linfonodos

Axilar Epitroclear
COMPONENTES/ESTRUTURAS
■ Cadeia de linfonodos

Inguinal Poplíteo
COMPONENTES/ESTRUTURAS
 TRONCOS LINFÁTICOS

1. Troncos Lombares
2. Tronco Intestinal
3. Troncos Broncomediastinais
4. Troncos Subclávios
5. Troncos Jugulares
6. Troncos Descendentes Intercostais
COMPONENTES/ESTRUTURAS
• DUCTOS

■ TORÁCICO – Formado pelos troncos


descendentes intercostais, lombares e
intestinal e formam uma dilatação
entre T12 e L2. Deságuam no sistema
venoso, na junção da subclávia e
jugular E;

■ LINFÁTICO DIREITO –Formado pelos


troncos jugular D, subclávio D e
broncomediastinal D. desembocam
nas veias subclávia e jugular D;
SISTEMA LINFÁTICO
Foi estimado, que cerca de 50% da proteína perdida nos
capilares é recuperada pela circulação linfática, que conta com a
ação dos músculos esqueléticos sobre os vasos, além da
contração da musculatura lisa das artérias e a formação de nova
linfa, empurrando a velha, como principais mecanismos de
propulsão deste líquido incolor e rico em glóbulos brancos.

A linfa é constituída de plasma sanguíneo, plaquetas, linfócitos,


macrófagos, granulócitos, nutrientes, gases O2 e CO2
dissolvidos, leucócitos, cloreto de sódio, ácidos graxos, bactérias
e fragmentos celulares.
(PEREIRA, 2011)
SISTEMA LINFÁTICO
O plasma sanguíneo constitui o ambiente líquido para as células dos
vários tecidos e este retorna em grande parte para as veias do corpo.
Uma pequena proporção deste plasma, especialmente a fração rica em
macromoléculas é coletada pelos capilares linfáticos. A cada 24 horas
aproximadamente, de 1,5 a 3 litros de linfa são devolvidos à corrente
sanguínea através do ducto torácico, o maior canal linfático do corpo.

O sistema linfático é o principal sistema de transporte de gorduras


assimiláveis na digestão e, aproximadamente 96% do seu conteúdo
são recebidos do trato intestinal e fígado. A linfa é um líquido
geralmente claro, incolor e não contêm células a não ser os linfócitos
adicionados na sua passagem através dos linfonodos. A linfa coletada
no trato digestivo, entretanto, pode ter aparência leitosa após uma
refeição devido à presença de gordura.
DRENAGEM LINFÁTICA
• “Massagem que tem objetivo de
drenar o excesso de fluido acumulado
nos espaços intersticiais, de forma a
manter o equilíbrio das pressões
tissulares e hidrostáticas.”

(Guirro & Guirro, 2004)


INDICAÇÕES DA DLM
• EDEMA;
• LINFEDEMA;
• FEG;
• QUEIMADURAS;
• ENXERTOS;
• ACNE;
• HIPERTENSÃO;
• REVITALIZAÇÃO FACIAL;
• PÓS-OPERATÓRIO.
DLM NA PÓS MAMOPLASTIA DE
AUMENTO
• A técnica pode ser realizada com o paciente ainda internado, logo após o
término da cirurgia, mas ela deve ser limitada a manobras de bombeamentos nas
áreas proximais da região operada, sem tocar no retalho cutâneo. Deve-se
ressaltar, que os cuidados devem ser máximos nos primeiros dias de pós
operatórios, principalmente no retalho cutâneo, que se encontra em fase de
aderência, onde movimentos de deslizamento profundo estão contra indicados.
RISCOS DA DLM NO PÓS OPERATÓRIO DE
CIRURGIAS PLÁSTICAS

A DLM não traz risco algum para o paciente de pós


operatório de cirurgias plásticas, somente se for
mal aplicada, sendo utilizada muita força, rapidez
excessiva, ou então direção errada.
A DLM NO PÓS OPERATÓRIO DE CIRURGIAS
PLÁSTICAS
O tratamento inicia-se na fase aguda, pois a drenagem
linfática é um recurso para tratar as conseqüências das
alterações vasculares características da fase inicial
(edema). Porém, devemos levar em conta que a
cicatrização ainda está recente, e a aplicação da técnica
deve ser o mais suave possível, evitando deslizamentos e
trações no tecido em cicatrização (BORGES, 2006.
GUIRRO, GUIRRO,2002).

De acordo com Ceolin (2006), a DLM é de grande


importância no pós-operatório das cirurgias plásticas e
deve ser iniciado precocemente, ajudando na penetração
do líquido nos capilares sanguíneos e linfáticos da região
próxima à lesão.
TÉCNICA DE APLICAÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA
MANUAL NA MAMOPLASTIA DE AUMENTO

Em cirurgias de inclusão de prótese mamária via


transarelomamilar, periareolar e no sulco inframamário, a
drenagem linfática manual segue os mesmos trajetos. A lateral
externa da mama conduz o fluxo para região dos linfonodos
axilares, a lateral interna da mama para os linfonodos
paraesternais e o pólo superior da mama para os linfonodos da
região clavicular. Por sua vez, quando ocorre inclusão de
prótese via axilar, é importante notar que os linfonodos e vias
axilares estão comprometidos, sendo importante drenar a
parede lateral da mama para os linfonodos claviculares e
profundamente para a região veno-linfática.
A DLM NO PÓS OPERATÓRIO DA
LIPOASPIRAÇÃO
Os cirurgiões recomendam no pós-operatório imediato, manter a
compressão por enfaixamento pelo menos nas primeiras 24
horas, de modo a reduzir o edema e prevenir hematomas, o que
impossibilita que as manobras diretas sejam realizadas sobre a
região afetada. Após 48 horas recomenda-se o início da DLM
sendo realizada com movimentos suaves e rítmicos, que atua
prevenindo o edema resultante da lesão cirúrgica. (GUIRRO &
GUIRRO, 2004)

Para Borges (2006), na lipoaspiração em um período de 72


horas a 15 dias, pós cirúrgico, já se evidencia uma força tênsil
no tecido bastante significativo, nesse instante o trabalho do
fisioterapeuta é muito importante na prevenção de possíveis
fibroses e retrações, a aplicação deve ser precoce e gradativa,
por meio de técnicas desobstrutivas e DLM.
A TÉCNICA
• Abordagens: Vodder / Foldi / Leduc / Godoy

• Iniciar e terminar c/ respiração profunda e manobras nos linfonodos. (FOLDI)

• 3 Etapas:

■ ESTÍMULO SOBRE LINFONODOS

■ EVACUAÇÃO / DEMANDA – ocorre na área sã, sem edema;

■ REABSORÇÃO / CAPTAÇÃO – Realizada diretamente sobre o segmento edemaciado.


A TÉCNICA
• DIREÇÃO: Proximal → Distal;
• PRESSÃO: 25–40 mmHg;
• VELOCIDADE / RITMO: Lento,
uniforme e suave;

• DURAÇÃO: 30 min no mínimo;


• FREQUENCIA: Variada.
A TÉCNICA
MANOBRAS - Vodder

• Bombeamento
A TÉCNICA
MANOBRAS - Vodder

• Círculos Fixos
A TÉCNICA
• MANOBRAS - Vodder

• Movimento Giratório ou de Rotação


A TÉCNICA
• MANOBRAS - Vodder

• Movimento do Doador
A
MANOBRAS – Leduc
TÉCNICA
• Bracelete
ORIENTAÇÕES GERAIS
• Segmento corpóreo em posição de drenagem;

• A pressão deve seguir o sentido da drenagem;

• Iniciar c/ manobras que facilitem a evacuação, objetivando


descongestionar as vias linfáticas;

• Importante conhecer as vias linfáticas;

• As manobras devem ser de forma rítmica e intermitente.


COMUNICAÇÃO C/ O CLIENTE
• PRESENÇA DE DESCONFORTO;

• DEFINIR OBJETIVOS;

• ORIENTAR PARA QUE URINE ANTES DA SESSÃO;

• INFORMAR QUANTO A SENSAÇÃO DE FADIGA;

• AVISAR QUANTO A PRESENÇA DE NÁUSEAS OU OUTRO DESCONFORTO;

• RELACIONAMENTO PROFISSIONAL;

• SEGURANÇA E DOMÍNIO DA TÉCNICA.


VAMOS PRATICAR !!!!

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