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DRENAGEM LINFÁTICA

E ASSOCIAÇÕES
TERAPÊUTICAS
LIDIANE ROCHA
•Graduada em Estética – Universidade Anhembi Morumbi (SP);

•Especialização em Pré e Pós Procedimentos Médicos - Universidade Anhembi Morumbi


(SP);

•Pós Graduada em Cuidados Paliativos e Terapia da Dor (PUC);

•Mestra em Biofotônica para Ciências da Saúde – Universidade Nove de Julho (SP);

•Docente do curso de Estética e Cosmética - Universidade Nove de Julho (SP);

•Docente pós graduação – Biocursos (MA), UNIVIC (BA), ELLUS (SP), FACIS (SP);

•Palestrante em Congressos e Simpósios da área estética.


RELEMBRANDO O
SISTEMA LINFÁTICO
(PARTE 1)
SISTEMA LINFÁTICO / IMUNE
Um sistema de extrema importância para o corpo humano e auxilia a
drenagem venosa (veias – menor permeabilidade; capilares linfáticos – maior
permeabilidade).

As veias são responsáveis por levar as sobras do metabolismo das células


(metabólitos, proteínas, gorduras, açucares, toxinas, bactérias nocivas, entre
outros)de volta para o coração, mas não consegue sozinho (micro moléculas),
o Sistema Linfático tem a capacidade de levar as macromoléculas.
SISTEMA LINFÁTICO / IMUNE
Além disso, auxilia na maturação das células de defesa (linfócitos T
e B) e produção de anticorpos.

O Sistema Linfático remove o excesso de fluido do corpo e devolve


para o Sistema Cardiovascular.

Composição do SL: Capilares linfáticos, vasos linfáticos, troncos


linfáticos, linfonodos, timo, baço e tonsila palatina.
CAPILARES LINFÁTICOS
Tem o fundo cego (começam
do nada) e nascem em
paralelo aos capilares
venosos, captando o líquido
intersticial, infiltram-se entre
as células (paredes
extremamente finas).
VASOS LINFÁTICOS
Calibre progressivo, são coletores que correm ao lado das artérias e veias,
passando pelos linfonodos.

 Vasos aferentes (pré coletores) levam a linfa ao linfonodo;


 Vasos eferentes (pós coletores) trazem a linfa FILTRADA para fora do
linfonodo;

Existe menor número de vasos eferentes, por isso acontece uma redução da
velocidade do fluxo da linfa através dos linfonodos.
VASOS LINFÁTICOS
VASOS LINFÁTICOS

Passam entre os músculos e


dependem da contração
muscular para levar a linfa
ao coração. O sistema de
válvulas aos pares
(Linfagion) impede o refluxo.
LINFONODOS
São órgãos pequenos,
arredondados em forma de um
feijão. Existem grupos de
linfonodos na região cervical,
clavicular, axilar, inguinal,
fossa poplítea e em regiões
mais profundas do corpo.
LINFONODOS
Importante papel imunológico, através da filtração da linfa. No interior dos
linfonodos encontram-se macrófagos (perseguem e ingerem bactérias
nocivas) e na parede externa estão os linfócitos (detectam e destroem
bactérias nocivas).
RELEMBRANDO O
SISTEMA LINFÁTICO
(PARTE 2)
TRONCOS LINFÁTICOS
Após a filtragem da linfa nos linfonodos, os vasos eferentes
convergem em vasos de maior calibre denominados TRONCOS
LINFÁTICOS.
TRONCOS LINFÁTICOS
DUCTOS LINFÁTICOS

São 2 ductos:
• Ducto torácico e
• Ducto linfático direito.
DUCTOS LINFÁTICOS
DUCTOS LINFÁTICOS
Os ductos por sua vez desembocam a linfa no
coração através das VEIAS SUBCLÁVIAS.
LINFA
 É o líquido intersticial que leva o nome de linfa quando está

dentro dos vasos linfáticos;

 Desloca-se lentamente (6x mais lenta que o sangue);

 Incolor e viscosa, com grande concentração de proteínas;

 Contém grande quantidade de células de defesa;

 O Sistema linfática encaminha 3 litros de linfa ao coração por

dia.
SISTEMA LINFÁTICO
A HISTÓRIA DA
DRENAGEM
LINFÁTICA MANUAL
UM POUCO DE HISTÓRIA...
 Criada por Emil e Estrid Vodder, final anos 20, início dos anos
30.
 Riviera Francesa, reabilitação;
 Atendiam pacientes ingleses por causa do clima, e
apresentavam inflamações do linfonodos do pescoço e sofriam
de doenças crônicas respiratórias (sinusites, amidalites, rinites,
faringite, entre outras);
UM POUCO DE HISTÓRIA...
• Vodder era doutor em filosofia e história da arte e Estrid
era naturopata;
• A técnica foi apresentada em 1936 em um Congresso em
Paris e na Dinamarca;
• Por muitos anos foi considerada um método alternativo
(não acadêmico).
UM POUCO DE HISTÓRIA...
• Wittlinger (1966) e sua esposa estudaram a técnica com
Vodder e utilizavam em um albergue em tratamentos
terapêuticos na Austria;

• Foldi (Michael Foldi) era diretor da Universidade de


Medicina de Budapest e colaborou com os fundadores.
UM POUCO DE HISTÓRIA...
• Foldi e Wittlinger fizeram um experimento em 40 ratos. Cortaram a vias
eferentes dos vasos linfáticos do pescoço (encefalopatia) produzindo
edemas linfostáticos.
• Dez ratos foram tratados com cumarina (benzopirona), dez com DLM,
dez com DLM e cumarina e dez foram o grupo controle.
• DLM aplicada durante 20 minutos no pescoço e face;
• Resultados: Edemas desaparecem por completo nos ratos tratados, o
grupo controle desenvolveu um grande edema na cabeça (bochechas,
língua e olhos).
UM POUCO DE HISTÓRIA...

• Johannes Asdonk (1962) aprendeu DLM com


Vodder.

• Reconhece: DLM é o descongestionamento do


interstício.

• Ministra com Vodder o primeiro curso em 1965.


UM POUCO DE HISTÓRIA...
• Desavenças entre Vodder e Asdonk;

• Asdonk preconizou o uso da compressão;

• Acompanhou mais 20.000 pacientes e publicou as


primeiras indicações e contra indicações da DLM.
EDEMA
 EDEMA COMUM: quase sempre generalizado composto por água e
sal;
 LINFEDEMA: Localizado, excesso de linfa, obstrução dos canais
linfáticos, ou então após destruição do mesmos (retirada de
linfonodos);
 MIXEDEMA: Localizado, ocorre geralmente em casos de
hipotiroidismo, ocorre acúmulo de água, sais e proteínas (duro e pele
opaca).
INTRODUÇÃO A
DRENAGEM
LINFÁTICA
DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL
“Entendemos por Drenagem Linfática Manual – DLM
- a ativação manual da drenagem do líquido
intersticial através de fendas microscópicas nos
tecidos (canais prelinfáticos) e da linfa através de
vasos linfáticos”

Dr Ulrich Herpertz, 2014.


DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL - DLM
É diferente das outras técnicas por não produzir vasodilatação arteriolar
superficial (hiperemia), por utilizar pressões manuais extremamente
suaves (de até 15 a 45mmHg) e lentas (em média de 12 vezes por
minuto).
COMPONENTES DA DLM
• Pressão: nunca produzir hiperemia (até 30mmHg).
• Velocidade: respeitar a velocidade de contração do sistema linfático,
utilizando manobras lentas e suaves.
• Direção: respeitar a anatomia das áreas de drenagem (conforme sistema
linfático).
• Iniciar a técnica: realizando a estimulação nos principais grupamentos de
linfonodos e TERMINUS.
• Induzir ao relaxamento;
• Propiciar ambiente tranqüilo e reservado.
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
(PARTE 1)
DLM ou DLME?
CONTRAINDICAÇÕES
 Infecções agudas;
 Insuficiência cardíaca;
 Trombose;
 Hipertensão;
 Asma crônica e bronquite asmática;
 Gestantes somente com liberação médica;
 Doenças descompensadas.
DLM SEGUNDO VODDER
• A técnica Vodder difere no uso de pressão adaptada e sua aplicação;
• Técnica de alongamento da pele, não deslizando;
• Combinação de MLD com tratamento de compressão;
• Fase I (tratamento intensivo) consiste em tratamento diário com até duas sessões
por dia por até 2 horas;
• Na fase 2, o objetivo do tratamento é manter os resultados alcançados na fase 1.
• A Escola Vodder, que começou na Alemanha na década de 1960 e depois se
expandiu para a Áustria, foi a escola original para drenagem linfática manual
(MLD) e, mais tarde, para terapia física descongestiva combinada.
DLM SEGUNDO LEDDUC
• A técnica de Leduc é fundamentada em todo caminho dos coletores linfáticos
e linfonodos, utilizando duas manobras básicas: de captação ou reabsorção e
manobras de evacuação ou demanda.

• Na captação, os dedos fazem pressões sucessivas, direcionados pelo punho


num movimento circular. Já na evacuação, há um desenrolamento dos dedos
partindo do indicador até o anular em contato com a pele, que sofre um
estiramento no sentido proximal enquanto é realizada a manobra. As
repetições vão depender do número escolhido para as manobras.
Impacto da drenagem linfática
manual em parâmetros
hemodinâmicos em pacientes
com insuficiência cardíaca e
edema de membros inferiores.
O tratamento físico do edema dos membros
superiores.
• O tratamento consiste na aplicação de drenagem linfática manual (tipo Leduc), no uso de
ligaduras multicamadas e no uso de compressão pneumática intermitente.
• A população estudada foi representada por 220 pacientes submetidos a cirurgia de mama.
Os autores seguiram sua evolução durante as primeiras 2 semanas de tratamento. Os
pacientes não foram hospitalizados. O edema foi medido usando marcas tatuadas na pele.
• O membro que desenvolveu edema foi comparado com o membro saudável. A redução
mais importante foi obtida na primeira semana. A diminuição foi equivalente a 50% da
média da diferença entre os dois membros superiores. Durante a segunda semana, os
resultados obtidos estabilizaram-se; No entanto, houve uma ligeira diminuição no final da
segunda semana.
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
(PARTE 2)
DLM SEGUNDO GODOY
DLM SEGUNDO GODOY
ATUALIDADE...
• Vodder sempre será lembrado;

• DLM evoluiu;

• Possíveis melhoras por modificações;

• Removidos alguns movimentos.


PARTICULARIDADES
DA TERAPIA
QUADRANTES LINFÁTICOS

• Cabeça e pescoço,
• MMSS e tórax;
• Abdome;
• MMII.
FREQUÊNCIA

• Sugestão no aumento da frequência;

• Paciente sempre reavaliado;

• Depende do quadro clinico (Asdonk Kliniken).


GRUPAMENTOS
Cisterna do quilo ou de Picquet: 50 por cento do
pacientes dissecados não tem mais cisterna;

Terminus (escola Vodder);

Cubitais;

Poplíteos.
MAIS ALGUMAS REGRAS
– Proximal a distal;
– Repetição de manobras;
– Contar mentalmente;
– Total concentração (precisão);
– Não devem causar dor;
– Ativação linfática varia.
AVALIAÇÃO INDIVIDUALIZADA
• Não existe quantidade de
repetições;

• + edema = + repetições;

• Duração mínima por manobra:


1,5 segundos.
AMBIENTE DE TRABALHO
• Ambiente calmo;
• Temperatura ambiente;
• Aromaterapia;
• Musicoterapia;
• Lençol térmico JAMAIS;
• Cliente não pode sentir frio ou
calor.
ERGONOMIA
• Posicionamento correto do cliente na maca;

• Posicionamento correto do profissional em relação


ao paciente;

• Maca ideal.
POTENCIALIZADORES
POTENCIALIZADORES
 Laser de baixa intensidade Infravermelho.

 Único reconhecido pelas escolas Vodder;

 DLM não deve ser combinada com outras formas de


massagem;

 Nenhum equipamento que gere efeito térmico.


FOTOBIOMODULAÇÃO – LASER DE BAIXA
INTENSIDADE INFRAVERMELHO
FOTOBIOMODULAÇÃO – LASER DE BAIXA
INTENSIDADE INFRAVERMELHO
NUPEN
PPB ALTERNATIVA PARA DLM?
TERAPIA COMPRESSIVA
– Utilização de bandagens compressivas
elásticas ou não.

– Vodder, Ledduc e Godoy.

– Finalidade: conter edema.


BANDAGEM
COMPRESSIVA
DRENAGEM LINFÁTICA EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS
Revista Galileu 2020.
DLM E METÁSTASES
DLM E METÁSTASES
ESTÍMULO SISTÊMICO CERVICAL

• Congresso de linfologia, Raul Beltramino 1995.


• 20 min de estimulação – DL sistêmica;
• Escolas Vodder indicam 10 minutos.
DLM X MASSAGEM
• Estímulos suaves potencializam, estímulos fortes
paralisam.
• Massagem aumenta freqüência cardíaca – DLM
diminui.
• Massagem aumenta deposição no interstício –
DLM reduz água no interstício.
PRESERVAÇÃO DO ESTÍMULO LINFÁTICO

• Saudáveis: 72h.

• Patologias: 2h e 30m.

• Associações: Compressão inelastica, elástica,


taping.
REFERÊNCIAS
 GERSON, Joel [et al.]. Fundamentos de estética 2: Cengage Learning, 2011.

 LACERDA, Vanessa. Histórico da DLM: Apostila para curso de Estética – UAM,


2011.

 FERES, Margareth; PADOVEZ, Fabiana. Apostila Estética em Medicina e


Cirurgia – UAM, 2012.

 PADOVEZ, Fabiana; FORTUNATO, Fabiola; AUAD, Luciana. Procedimento


Operacional Padrão – SPA & Wellness Center – UAM, 2012.

 AUGUSTO, Adriana [et al.]. Curso didático de estética 1: Yendis, 2008.

 Atualização em Linfologia. Orlando Sanches, 2017.


REFERÊNCIAS
 http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1049909112457010
 http://europepmc.org/abstract/med/19240683
 https://www.hindawi.com/journals/bmri/2013/767106/abs/
 http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1462388914000969
 http://www.kineweb.es/kinesiotaping-linfedema.pdf
 https://link.springer.com/article/10.1007/s00520-015-2874-7
 http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/cncr.11641/full
 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3887507/
 https://journals.uair.arizona.edu/index.php/lymph/article/view/17387
 http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0269215508096173
 http://online.liebertpub.com/doi/abs/10.1089/pho.2007.1098
 http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14764170802516680
 http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0094129811000666

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