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Drenagem Linfática Manual Pós-Operatório Facial

Introdução

POR QUE A DRENAGEM É INDICADA NO PÓS-OPERATÓRIO ?


A drenagem linfática no pós-operatório é indicado também para:

• aliviar dores;
• remoção de hematomas;
• reduz e evita fibrose;
• acelerar o processo de cicatrização e recuperação.
A técnica é considera indispensável em casos de:
• abdominoplastia;
• lipoaspiração;
• mamoplastia;
• hidrolipoaspiração;
• blefaroplastia;
• rinoplastia;
• ritidoplastia;
• mastectomia total ou parcial;
• cirurgias de prótese de silicone.

QUAIS OS CUIDADOS DURANTE AS SESSÕES?

A drenagem linfática no pós-operatório deve ser aplicada no


corpo todo, ou no caso do facial, apenas cabeça e pescoço, para
que a circulação linfática geral seja estimulada. O profissional que
aplicar a técnica deverá tomar cuidado na área operada, os
movimentos deverão ser mais delicados, com o cuidado e intuito
de diminuir o processo inflamatório e, por consequência, as
dores causadas.

Devido às informações citadas acima, vale ressaltar que é


fundamental conhecer o profissional que será responsável pela
realização da drenagem. Solicite seus diplomas, faça uma visita
no local antes da cirurgia também. Essas são recomendações
para minimizar complicações futuras, pois assim como outras
massagens, a drenagem também possui contraindicações.

Na década de 80, foi criada a lipoaspiração, procedimento


cirúrgico para retirar tecido adiposo acumulado em pequenas
regiões do corpo.

Essa cirurgia é realizada através de pequenas incisões, por onde


são introduzidas cânulas que aspiram gordura localizada por
meio de forte pressão a vácuo.
Esse procedimento cirúrgico pode ser realizado com anestesia
local (peridural) ou geral, dependendo da quantidade de gordura
a ser retirada.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica estabelece um limite


seguro de retirada de gordura, que não pode exceder 7% do peso
total do paciente.

Se esse limite for ultrapassado, aumentam os riscos de


complicações cirúrgicas como o tempo de cirurgia, a perda
sanguínea e as irregularidades, por exemplo, uma sobra de pele
no pós-operatório.

No passado, as lipoaspirações provocavam intensas complicações


pós-operatórias dentre as quais pode-se citar os hematomas, as
infecções, a embolia gordurosa, a trombose e as perfurações
devido ao uso do método “seco”, sem nenhuma infiltração
líquida.

Em 1987, desenvolveu-se a técnica tumescente, em que é feita a


infiltração subcutânea de grande volume de solução, contendo
baixa concentração de epinefrina, bicarbonato de sódio e
lidocaína, com objetivos hemostáticos e anestésicos.
Com a adoção desta técnica a cirurgia de lipoaspiração tornou-se
mais segura devido à infiltração de líquido, que facilita a retirada
de gordura. Apesar da evolução das técnicas cirúrgicas utilizadas,
a lipoaspiração ainda deixa seqüelas na região lipoaspirada como
dor, edema, equimoses, lipodestruição, retração cicatricial,
fibroses e outras.

A dor e o edema diminuem progressivamente e este pode


permanecer por três a quatro meses, porém, com o tratamento
esse tempo pode ser reduzido em até sete semanas. As
equimoses podem persistir de duas a três semanas a contar do
pós- operatório.

Logo nos primeiros dias após a intervenção cirúrgica, a


sensibilidade tátil e dolorosa pode estar alterada e, em alguns
casos, abolida, mas, com o tempo, tende a se normalizar.

Além do tratamento medicamentoso para a dor e o edema


resultantes da lipoaspiração, esses sintomas podem ser tratados
com o uso da drenagem linfática manual . A (DLM) é um método
de mobilização da linfa que retira o acúmulo de líquido de
determinadas regiões corporais, resultando em melhora local da
oxigenação e circulação nos tecidos, na aceleração da
cicatrização de ferimentos, no aumento da capacidade de
absorção de hematomas e equimoses e melhora no retorno da
sensibilidade.

A DLM é representada, principalmente, por duas técnicas, a de


Leduc e a de Vodder. Ambas as técnicas associam três categorias
de manobras: captação, reabsorção e evacuação da linfa .
As manobras são realizadas com pressões suaves, lentas,
intermitentes e relaxantes.

A utilização da drenagem linfática manual é descrita em casos de


redução de edemas linfáticos, fibro-edema gelóide, retenção
hídrica e edemas pós-operatórios.
Circulação linfática

A circulação linfática é responsável pela absorção de detritos,


sangue e macromoléculas que as células produzem durante seu
metabolismo, ou que não conseguem ser captadas pelo sistema
sanguíneo. O sistema linfático coleta a linfa por difusão pelos
capilares linfáticos e a retorna para dentro do sistema
circulatório.
Uma vez dentro do sistema linfático, o fluido é chamado de linfa
e tem sempre a mesma composição que o fluido intersticial.

Produzida pelo excesso de líquido que sai dos capilares


sanguíneos ao espaço intersticial ou intercelular, sendo recolhida
pelos capilares linfáticos que drenam aos vasos linfáticos mais
grossos até convergir em condutos que se esvaziam nas veias
subclávias.

A linfa percorre o sistema linfático graças a débeis contrações dos


músculos, da pulsação das artérias próximas e do movimento das
extremidades. Se um vaso sofre uma obstrução, o líquido se
acumula na zona afetada, produzindo-se um inchaço
denominado edema.

Pode conter micro-organismos que, ao passar pelo filtros dos


linfonodo (gânglios linfáticos) e baço são eliminados. Por isso,
durante certas infecções pode-se sentir dor e inchaço nos
gânglios linfáticos do pescoço, axila ou virilha, conhecidos
popularmente por íngua.

Ao contrário do sangue, que é impulsionado através dos vasos


através da força do coração, o sistema linfático não é um sistema
fechado e não tem uma bomba central. A linfa depende
exclusivamente da ação de agentes externos para poder circular.
A linfa move-se lentamente e sob baixa pressão devido
principalmente à compressão provocada pelos movimentos dos
músculos esqueléticos que pressiona o fluido através dele.
A contração rítmica das paredes dos vasos também ajuda o fluido
através dos capilares linfático. Este fluido é então transportado
progressivamente para vasos linfáticos maiores acumulando-se
no ducto linfático direito (para a linfa da parte direita superior do
corpo) e noduto torácico (para o resto do corpo); estes dutos
desembocam no sistema circulatório na veia subclaviana
esquerda e a direita. A linfa segue desta forma em direção ao
abdome, onde será filtrada e eliminará as toxinas com a urina e
fezes.

Ao caminharmos, os músculos da perna comprimem os vasos


linfáticos, deslocando a linfa em seu interior. Outros movimentos
corporais também deslocam a linfa, tais como a respiração,
atividade intestinal e compressões externas, como a massagem.
Permanecer por longos tempos parado em uma só posição faz
com que a linfa tenha a tendência a se acumular nos pés, por
influência da gravidade, causando inchaço.

Passo a Passo da Drenagem

Facial Completo

Passo 1: Comece abrindo os gânglios (esterno - “com as mãos


sobrepostas” , supra- clavícular, infra-clavicular, peitoral e axilar)
com leves movimentos circulares e/ou pressão e descompressão,
depois, encaminhe a linfa do pescoço percorrendo ida e volta na
lateral paralela em movimentos circulatórios – líquido contido
dentro de vasos especiais denominados linfáticos – em direção à
supra-clavicular. Faça esse Movimento, 03 (três) vezes.

Passo 2: Faça o movimento circulares superficial em toda a


mandíbula, levando sentido encruzilhada abaixo da orelhe
descendo pela lateral do pescoço. É necessário repeti-lo três
vezes.

Passo 3: Na sequência, faça movimentos circulares em toda


extensão do pescoço, sempre com sentido a supra-clavícular.
Repita o procedimento três vezes.

Passo 4: Descer do centro ao canto da boca em pequenos


círculos com a ponta dos dedos em direção a mandíbula, logo
após seguir o contorno da mandíbula e descer pela lateral do
pescoço em movimentos circulares, sempre com sentido a supra-
clavícular. Repita o procedimento três vezes

Passo 5: Suba com a ponta dos dedos em movimentos em


círculos, na extensão do suco naso-labial, fazer movimentos
circulares descendo pelo canto da boca até a mandíbula,
contornar a mandíbula em direção a encruzilhada abaixo da
orelha, após descer pela lateral do pescoço em movimentos
circulares em toda extensão do pescoço, sempre com sentido a
supra-clavícular. Repita o procedimento três vezes.

Passo 6: Fazer movimentos circulares com a ponta dos dedos do


centro do rosto (nariz) até as laterais da face, Na sequência, faça
movimentos circulares descendo paralelo as orelhas em direção
as laterais do pescoço, sempre com sentido a supra- clavícular.
Repita o procedimento três vezes.

Passo 7: Apoiar as pontas dos dedos indicadores na ponta do


canal lacrimal e bombear por 03 vezes. Em seguida contornar os
olhos, primeiro na parte inferior (olheiras) com a ponta dos
dedos em movimentos circulares, em direção as têmporas,
retornar ao centro dos olhos e repetir nas pálpebras superiores,
seguindo novamente as têmporas, depois descer pela lateral do
pescoço em movimentos circulares em toda extensão do
pescoço, sempre com sentido a supra-clavícular. Repita o
procedimento três vezes.

Passo 8: Com a ponta dos dedos, dívida a testa em pelo menos


03 a 04 partes e faça movimentos circulares do centro as
têmporas, depois descer pela lateral do pescoço em movimentos
circulares em toda extensão do pescoço, sempre com sentido a
supra-clavícular. Repita o procedimento três vezes.

Componentes do Sistema Linfático

· Linfonodos(gânglios linfáticos): Chamados de nódulos


linfáticos, os linfonodos são pequenos órgãos (com até 2 cm)
presentes no pescoço, no tórax, no abdômen, na axila e na
virilha. Formados por tecido linfoide e distribuídos pelo corpo, os
linfonodos são responsáveis por filtrarem a linfa antes dela
retornar ao sangue, além de atuarem na defesa do organismo,
impedindo a permanência de partículas estranhas no corpo.

· Linfa: a linfa é um líquido transparente e alcalino semelhante ao


sangue, que circula pelos vasos linfáticos, todavia não possui
hemácias e, por isso, apresenta um aspecto esbranquiçado e
leitoso. Responsável pela eliminação das impurezas, a linfa é
produzida pelo intestino delgado e fígado, sendo transportada
pelos vasos linfáticos num único sentido (unidirecional), filtrada
pelos linfonodos e lançada no sangue.

· Vasos Linfáticos: Os vasos linfáticos são canais, distribuídos pelo


organismo, os quais possuem válvulas que transportam a linfa na
corrente sanguínea num único sentido, impedindo assim o
refluxo. Atuam no sistema de defesa do organismo visto que
retiram células mortas do organismo e transportam os linfócitos
(glóbulos brancos) que combatem as infecções no organismo.
· Baço: Maior dos órgão linfáticos, o baço é um órgão de ovalado,
localizado abaixo do diafragma e atrás do estômago. Ele é
responsável pela defesa do organismo, na medida em que suas
funções são: produção de anticorpos (linfócitos T e B) e hemácias
(hematopoiese), armazenamento de sangue e liberação de
hormônios.
Eu
· Timo: órgão localizado na cavidade torácica, próximo do
coração. Além de produzir as substâncias como a timosina e a
timina, o timo produz anticorpos (linfócito T), atuando, dessa
maneira, na defesa do organismo. Curioso notar que otimo é um
órgão que ao longo da vida diminui de tamanho.

· Tonsilas Palatinas: Popularmente, esses dois órgãos localizados


na garganta, são conhecidos como amídalas ou amígdalas
palatinas responsáveis pela seleção dos microrganismos que
penetram no corpo, principalmente pela boca. Nesse caso,
auxiliam no processo de defesa do organismo visto que
produzem linfócitos.

Algumas Doenças do Sistema Linfático

· Elefantíase: A filaríase ou filariose é conhecida como “doença


tropical infecciosa” e corresponde à inflamação dos vasos
linfáticos transmitida por inseto (mosquito culex). Seu nome está
associado com a retenção de líquido ou o inchaço dos membros,
fazendo com que as pernas dos doentes tenham aspecto de
elefante.
· Linfedema: caracterizada pela inflamação e obstrução dos
vasos linfáticos, a linfedema leva ao inchaço excessivo dos
membros.

Curiosidades
· Outras doenças associadas ao sistema linfático são a celulite
(acúmulo de gordura), amenizada com o tratamento da
drenagem linfática; a íngua (inchaço dos gânglios linfáticos) e
alguns tipos de
câncer (linfoma), por exemplo o câncer de mama.
· No corpo humano, a linfa é mais abundante do que o sangue.

As três principais manobras da drenagem linfática

1. Pressão
Movimento que desencadeia uma ação forte sobre a pele pode
prejudicar, em vez de melhorar. A manobra radical fecha o canal
linfático impedindo a condução da linfa, podendo também causar
a destruição do capilar linfático, pois ele é muito frágil.

2. Fluxo
O sistema linfático segue caminhos específicos e a drenagem
deve obedecer a esse sentido. As manobras do abdome superior
(acima do umbigo) devem se direcionar para a região axilar e as
manobras sobre o abdome inferior (abaixo do umbigo) para a
região inguinal.

3. Movimento
O fluxo da linfa dentro do canal é muito lento, e massagens
vigorosas, com movimentos rápidos, vão contra a fisiologia do
sistema orgânico. Além disso, a mão do terapeuta deve fazer uma
leve tração (uma pressão branda) da pele no sentido do fluxo, e
não deslizar sobre ela.

Contra indicações da Drenagem Linfática


A circulação linfática é um meio de transporte dentro do nosso
corpo, assim sendo, ela distribui a linfa de gânglio para gânglio,
de forma tal a manter o equilíbrio corporal
A circulação linfática é um meio de transporte dentro do nosso
corpo, assim sendo, ela distribui a linfa de gânglio para gânglio,
de forma tal a manter o equilíbrio corporal.

A estimulação desta circulação propicia a distribuição de líquidos


e estimula a diurese pelos rins. Com o estímulo renal ocorre um
aumento da metabolização de substâncias e com isso a
eliminação de toxinas. Por outro lado, a circulação linfática
também pode distribuir pelo corpo alguns agentes infecciosos
como os vírus, bactérias e fungos, e, também pode distribuir
pelo corpo células cancerígenas.

Assim sendo, pessoas que apresentem processos infecciosos e


qualquer tipo de câncer estão contra-indicadas a fazer sessões de
drenagem linfática.

Ao fazer drenagem linfática com os requisitos citados acima pode


haver aumento da disseminação tanto da infecção quanto do
câncer piorando ambos os quadros.

Outra contra-indicação da drenagem linfática é a presença de


varizes severas. As varizes são vasos dilatados que apresentam
circulação deficiente. Esta circulação deficiente pode provocar a
formação de trombos(coágulos) no interior destas veias.

A drenagem linfática, por conter manobras de bombeamento


pode provocar o deslocamento deste trombo que se encontra no
interior da veia para algum vaso importante e com isso provocar
quadros como:
• AVC (acidente vascular cerebral),
• IAM (infarto agudo do miocárdio),
• TVP (trombose venosa profunda) e embolia pulmonar.

Estes quadros podem surgir dependendo da região em que o


trombo se deslocará, podendo acometer vasos importantes do
corpo resultando em quadros graves e muitas vezes com
seqüelas irreversíveis.

A drenagem linfática é contra-indicada para:


• Pessoas que tem infecções agudas, • tumores,
• cancro, • abcessos e nódulos não estudados
• Descompensação cardíaca, • Trombose venosa profunda,
• Tromboflebites, • Erisipela Hipertireoidismo, • Arteriosclerose
avançada e • Hipertensão arterial.

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