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DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL

Histórico

As primeiras informações sobre a linfa e vasos linfáticos datam de épocas


remotas da antigüidade, já no ano 450 A.C. Hipócrates (filósofo grego
considerado um dos pais da medicina) através de dissecações estudou este
sistema. No século XVIII o professor italiano Gaspar Asseli dentre outros
anatomistas, confirmaram a descoberta de vasos linfáticos em cães. No
período de 1628, Dr. Gassend fez a descrição de veias leitosas que ele
observou. Em 1651, Pecquet, médico francês, estudou um conduto linfático
que levou o seu nome – sistema de Pecquet, situado na região esquerda do
abdome, na altura do umbigo.

O termo linfático foi utilizado pela primeira vez por Thomaz Bartholin,
anatomista dinamarquês que dedicou sua tese ao Rei Frederico III da
Dinamarca e juntamente com Rudbeeck estabeleceram uma idéia precisa de
um sistema diferente do sistema sangüíneo. Firmou-se a noção do sistema
linfático e ao seu conteúdo deu-se o nome de linfa. Os estudos feitos por
Bartholin serviram para o desenvolvimento da linfografia.

A drenagem linfática manual é conhecida desde 1892, quando o cirurgião


plástico austríaco, Winiwater primeiro a descreveu, tomando como base o
conhecimento da sua época. Drenagem linfática, massagem manual feita
com o propósito de favorecer o escoamento de líquidos excedentes nos
espaços extra e intracelular (intersticial) por excesso de entrada ou por
dificuldade de escoamento (acúmulo, toxinas, celulite, vida sedentária e
estresse) através de manobras que estimulem a circulação, daí aos vasos
linfáticos, vasos venosos, coração e rins.

Redescoberta pelo casal dinamarquês, natural de Copenhague, Estrid e Emil


Vodder, residentes na Alemanha, formados em filosofia e fisioterapia pela
Universidade de Bruxelas - Bélgica, ampliaram,
disciplinaram e sistematizaram o método, e o primeiro
relato escrito foi feito no ano de 1936, quatro anos
depois do início de seus estudos.

Emil Vodder nasceu na Dinamarca em 20 de fevereiro


de 1896. Estudou Medicina, Sociologia e Filosofia
durante 4 anos se preparou para o Doutorado de
Filosofia na Faculdade de Filosofia e Letras na
Universidade de Bruxelas obteve doutorado no ano
1928.

Posteriormente, se dedica a Ciências Biológicas e


ressalta a importância do Sistema
Linfático periférico profundo,
considerando a linfa como o "fluido
claro" em sua forma global: como um
líquido intra e extra celular e como
que se encontra em todas as vias
linfáticas e em todos os gânglios.

A partir de 1936, Emil e Estrid


Vodder, sua esposa - estudou
Naturopatia em Berlim.

A partir dos anos 50 o casal Vodder, ministrou cursos em vários países


europeus, principalmente na Alemanha. Mas foi um de seus discípulos o
professor Leduc da Universidade de Bruxelas, diretor dos laboratórios de
Reabilitação Motora e de Cinesioterapia da Vrije Universiteit Vrussel, que, a
partir de experiências com animais, estabeleceu novas técnicas de
tratamento, atualmente aplicadas. Foi quem aprimorou e ajudou a difundir o
método Vodder pelos países europeus e o professor Collard, também de
Bruxelas, comprovou a técnica por métodos científicos, sendo utilizada nas
áreas voltadas à saúde e difundida por médicos esteticistas,
massoterapêutas e áreas afins. Faleceu em um acidente, em dia 17 de
fevereiro de 1986 , em Copenhague, com quase 90 anos.

No Brasil uma das primeiras a introduzir esse método foi a esteticista


austríaca, discípula de Vodder na Alemanha, Waldraud Ritter Winter,
residindo atualmente em Belo Horizonte, onde difunde este método. Em
Salvador- Bahia, a professora Perpétua Ma. Francisco da Silva, médica
fisiatra e tantos outros profissionais vem expandindo e divulgando este
método a todos aqueles que se interessam por este conhecimento e também
auto-conhecimento.

O QUE É DRENAGEM LINFÁTICA

Técnica usada para drenar e limpar macromoléculas e resíduos celulares que


devido ao seu tamanho não entram no sistema venoso acabando muitas das
vezes por ficarem no organismo devido a má drenagem linfática do organismo.
Como facilmente se depreende, a acumulação destes resíduos acabam por irem
criar problemas de vária ordem quer a nível muscular quer articular o que se
refletirá em todo o corpo e no bem estar geral. A drenagem linfática manual faz
uso de movimentos suaves e cadenciados por forma a relaxar o corpo e por forma
a abrir os capilares linfáticos e introduzir neles as macromoléculas e os resíduos
celulares. Como é sabido são estas macromoléculas e estes resíduos celulares os
responsáveis pela acumulação de água e de gordura criando e ajudando a criar
pernas cansadas, cansaço, celulite, problemas musculares e articulares bem
como muitos outros problemas. A drenagem linfática manual ativa os gânglios
linfáticos e o seu trabalho combatendo assim infecções e estimulando as defesas
imunológicas fazendo assim quer a prevenção de infecções quer o seu combate.

Tem por objetivo aprimorar algumas de suas funções, trazendo vários benefícios
como redução de edemas linfáticos, inchaços pós-operatórios, linfedema, celulite,
retenção hídrica, acne, etc., estimulando a regeneração e a defesa dos tecidos,
aumentando a diurese e a eliminação de toxinas, desenvolvendo assim, o
equilíbrio hídrico e a homeostase do organismo.

É uma técnica de grande eficácia terapêutica, com efeitos iniciais imediatos, de


reconhecimento científico mundial, aprovada pelas pessoas que já usufruíram,
com uma procura cada vez maior e muito comentada pela imprensa leiga. Todos
estes aspectos e muitos fazem da DLM uma massagem de altíssimo nível, o que a
coloca no rol das melhores técnicas do mundo.

As macromoléculas e os resíduos celulares não sendo eliminados, rapidamente


vão absorver água e líquidos para se alcançar o equilíbrio. O corpo tem de manter
o seu equilíbrio e se há resíduos a mais ele tem de acrescentar mais líquidos para
que a percentagem entre os resíduos e os líquidos se mantenha.
1. EFEITOS NA CIRCULAÇÃO SANGUINEA: A pressão exercida age sobre

A Drenagem Linfática Manual é utilizada em diversas


indicações terapêuticas tais como:
Linfoedema Primário e Secundário Sinusite, Rinite e Otite
Linfoedema do braço pós-mastectomia Varizes e pernas cansadas
Edemas pós-operatórios e pós- Edemas da Gravidez
traumáticos Enxaquecas
Problemas circulatórios Artroses, Artrites, Gota
Pós-cirurgia plástica Tendinites
Pós-Lipoaspiração Celulite
a circulação sangüínea venosa, deslocando-a em direção centrípeta.
2. EFEITOS SOBRE O METABOLISMO: Em função da modificação
circulatória, alguns processos metabólicos locais como a nutrição celular,
são beneficiados.
3. EFEITOS SOBRE O TECIDO MUSCULAR: Por ser realizada com
movimentos leves e calmos provocam relaxamento da musculatura,
favorecendo a eliminação do ácido láctico nos músculos que foram
submetidos a exercícios prolongados. Mesmo o tecido muscular que não
está sob fadiga o efeito é benéfico, pos melhora a nutrição das células
musculares.
4. EFEITOS SOBRE A PELE: Como os movimentos são suaves e lentos o
aquecimento da pele é reduzido. Esse efeito é positivo, pois, do caso
contrário, a técnica não seria indicada em casos de pele avermelhada.
Diminui os inchaços, a desintoxicação dos tecidos e a melhoria da
oxigenação e da nutrição celular.
5. EFEITOS SOBRE O SISTEMA NERVOSO: Os contatos no nível da pele
transmitem aos receptores estímulos que serão interpretados pelo sistema
nervoso autônomo, diminuindo a sensação de dor no local e promovendo
bem-estar.
6. Outro efeito muito importante, sob o ponto de vista estético funcional, é a
eliminação ou amolecimento de aderências e retratações cicatriciais.

Contra Indicações:

1. Erupção de pele;
2. Na vigência de infecções ou ferimentos;
3. Neurites;
4. Câncer
5. Varizes graves (trombose)
6. Processo inflamatório agudo
7. Asma
8. Tuberculose
9. Hipotensão arterial
10. Hipertiroidismo
11. Problema cardíaco
12. Febre

MANOBRAS
As manobras de drenagem linfática manual seguem dois princípios básicos : A
EVACUAÇÃO (remoção) e a CAPTAÇÃO (absorção).

O processo de evacuação tem como objetivo auxiliar a remoção da linfa e


desobstruir os pontos proximais, ou seja, as áreas de entrada para os linfonodos
regionais, criando assim a possibilidade de uma “aspiração” da linfa em direção
centrípeta.
Deve-se iniciar sempre pelas manobras que facilitem a evacuação, feitas nos
linfonodos regionais, e só então seguir para as manobras de captação, realizadas
ao longo das vias linfáticas e nas regiões de edemas.

As manobras são divididas em:

• Drenagem dos linfonodos;


• Círculos fixos;
• Círculos fixos alternados;
• Pressão em bracelete.

Drenagem dos linfonodos


Visa a evacuação da linfa e deve ser realizada diretamente sobre as regiões
ganglionares.

Os dedos estabelecem contato com a pele, e em posição quase perpendicular


exercem leve pressão no nível dos gânglios linfáticos.

De acordo com a região anatômica esta manobras pode ser feita das seguintes
maneiras:

• Com os dedos indicadores e médios;


• Com todos os dedos;
• Com os dedos de uma mão sobre a outra.

Círculos fixos
Esta manobra visa captação de linfa, e é realizada no percurso das vias linfáticas
ou em direção a essas vias.

É realizada em movimentos circulares dos dedos, a pele


é deslocada sob os dedos, ou seja, os dedos não deslizam
sobre a pele.

A pressão deve ser intermitente, no inicio e no final do circulo, a pressão deve ser
zero, a pressão maior do círculo deve coincidir com a direção do fluxo linfático.
Círculos fixos alternados

Visa captação da linfa e é realizada no percurso das vias


linfáticas ou em direção a essas vias.

É realizada do mesmo modo que a anterior, porém com as


mãos ou os dedos colocados paralelamente e os círculos
alternando-se. Assim garantimos o deslocamento de
pequenas quantidades de linfa.

Pressão em Bracelete
Visa o aumento do fluxo linfático, a ser recolhido em direção aos linfonodos
regionais.

A manobra é realizada por meio de pressões intermitentes.


A fase de pressão deve durar em torne de 2 segundos ,
segue-se relaxamento com o mesmo tempo de duração e
assim sucessivamente. Pode ser feita com 1 ou ambas as
mãos.

TRAJETO E EXECUÇÃO DAS MANOBRAS

• Cada manobra é realizada sobre o mesmo local de 5 a 7 vezes.


• Faz-se primeiro a face anterior do corpo, depois a posterior.
• Primeiro o abdômen e membros superiores, depois membros
inferiores. Final o pescoço e cabeça.
• Segue-se sempre as vias linfáticas.
• As manobras devem ser lentas, leves e rítmicas.
• A pressão exercida deve seguir sempre o sentido fisiológico da
drenagem, de distal para proximal.

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