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Crescimento e puberdade normal

Os sistemas reprodutores masculino e feminino desenvolvem-se no início


embrionariamente "indiferentes". Relevante é produto do gene do cromossoma Y SRY
que faz com que a "diferença" sexual apareça, através da inibição ou desenvolvimento
dos ductos de muller.

Os dutos emparelhados mesonéfricos (dutos de Wolff) e os ductos paramesonéfricos


(Müller) contribuem na constituição na maioria dos homens e no trato genital interno
feminino, respectivamente.

O desenvolvimento deste sistema começa no embrião, continua até o período fetal,


em seguida, com as mudanças-chave em torno do nascimento, completam o
desenvolvimento funcional no período pós-natal na puberdade.

Desenvolvimento x crescimento
Desenvolvimento infantil, consiste numa sequência ordenada de transformações
progressivas resultando num aumento de grau de complexidade do organismo,
distingue-se de crescimento por referir-se as alterações da composição e
funcionamento das células (diferenciação celular), à maturação dos sistemas e órgãos
e a aquisição de novas funções.
Crescimento e desenvolvimento
Conceitos:
Crescimento: aumento quantitativo.
Desenvolvimento: aumento ou transformação qualitativa.

Desta forma, o crescimento e desenvolvimento é um processo contínuo. A maioria das


crianças seguem um padrão semelhante de desenvolvimento. Um estágio de
desenvolvimento estabelece as bases para a próxima fase de desenvolvimento. Por
exemplo, no desenvolvimento motor, existe uma sequência previsível de
acontecimentos que ocorrem antes de caminhar.
Os bebês podem mover seus membros (braços e pernas), antes de agarrar um objeto.
Domínio de subir escadas envolve habilidades crescentes de exploração em caminhar
sozinho.
Crescimento e desenvolvimento vão do geral para o específico.
No desenvolvimento motor, a criança será capaz de agarrar um objeto com a mão
inteira antes de usar apenas o polegar e o indicador. Inicialmente os movimentos
motores do bebê são muito generalizados, sem direção, e reflexiva, agitando os
braços ou chutar antes de ser capaz de alcançar ou rastejar em direção a um objeto.
PARA LEITURA:
Desenvolvimento 0 até 6 meses:
Desenvolvimento Físico:
• Processo de fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso: os
movimentos bruscos e descontrolados iniciais vão dando lugar a um controle
progressivo da cabeça, dos membros e do tronco;
• Por volta das 8 semanas é capaz de levantar a cabeça sozinho durante poucos
segundos, deitado de barriga para baixo;
• Controle completo da cabeça por volta dos 4 meses: deitado de costas, levanta a
cabeça durante vários segundos; deitado de barriga para baixo começa a elevar-se
com apoio das mãos e dos braços e virando a cabeça;
• Por volta dos 4 meses o controle das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar num
brinquedo;
• Entre os 4 e os 6 meses utiliza os membros para se movimentar, rolando para trás e
para frente; apresenta também maior eficácia em alcançar e agarrar o que quer ou a
posicionar-se no chão para brincar;
• Desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e eliminação;
• Desenvolvimento progressivo da visão;
• Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90 cm de distância;
• Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar um objeto próximo
ou afastado, bem como de seguir a deslocação dos objetos ou pessoas;
• Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coordenação olho-mão encontram-se próximas
da do adulto;
• Desenvolvimento da função auditiva;
• Entre os 2 e os 4 meses, o bebê reage aos sons e às alterações do tom de voz das
pessoas que o rodeiam;
• Por volta dos 4-6 meses, possui já uma grande sensibilidade às modulações nos tons
de voz que ouve;
Desenvolvimento Intelectual:
• A aprendizagem faz-se sobretudo através dos sentidos;
• Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação;
• A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta;
• Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele, "mamã",
"papá"...), virando a cabeça quando o chamam;

Desenvolvimento 6 até 12 meses:


Desenvolvimento Físico:
• Desenvolvimento da motricidade: os músculos, o equilíbrio e o controlo motor estão
mais desenvolvidos, sendo capaz de se sentar direito sem apoio e de fazer as
primeiras tentativas de se pôr de pé, agarrando-se a superfícies de apoio;
• A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se ou gatinhar;
• A partir dos 9 meses poderá começar a dar os primeiros passos, apoiando-se nos
móveis;
• Desenvolvimento da preensão: entre os 6 e os 8 meses, é capaz de segurar os
objetos de forma mais firme e estável e de manipulá-los na mão; por volta dos 10
meses, é já capaz de meter pequenos pedaços de comida na boca sem ajuda, é
capaz de bater com dois objetos um no outro, utilizando as duas mãos, bem como
adquire o controle do dedo indicador (aprende a apontar);
Desenvolvimento Intelectual:
• A aprendizagem faz-se sobretudo através dos sentidos, principalmente através da
boca;
• Desenvolvimento da noção de permanência do objeto, ou seja, a noção de que uma
coisa continua a existir mesmo que não a consiga ver;
• Vocalizações;
• Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o corpo
aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer uma coisa);
• Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como
"mamã" ou "papá" e ao longo dos próximos meses o bebê vai tentar imitar os sons
familiares, embora inicialmente sem significado;
• A partir dos 8 meses: desenvolvimento do, acrescentando novos sons ao seu
vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as modulações
da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com significado;
• Nesta fase, o bebê gosta que os objetos sejam nomeados e começa a reconhecer
palavras familiares como "papa", "mamã", "adeus", sendo progressivamente capaz de
associar ações a determinadas palavras (por ex: tchau-tchau" - acenar);
• A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida: o
bebê sabe exatamente o que vai acontecer quando bate num determinado objeto
(produz som) ou quando deixa cair um brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa
também a relacionar os objetos com o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao
ouvido);
• Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue manter-
se concentrado durante períodos cada vez mais longos;
• A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses;
Desenvolvimento 1 até 2 anos:
Desenvolvimento Físico:
• Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe os móveis, etc. - o equilíbrio é
inicialmente bastante instável, uma vez que os músculos das pernas não estão ainda
bem fortalecidos. Contudo, a partir dos 16 meses, o bebê já é capaz de caminhar e de
se manter de pé em segurança, com movimentos muito mais controlados;
• Melhoria da motricidade fina devido à prática - capacidade de segurar um objeto, o
manipula, passa de uma mão para a outra e o larga deliberadamente. Por volta dos 20
meses, será capaz de transportar objetos na mão enquanto caminha;
Desenvolvimento Intelectual:
• Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das atividades - permite-lhe
antecipar os acontecimentos e retomar uma atividade momentaneamente
interrompida, à qual dedica um maior tempo de concentração. Da mesma forma,
através da sua rotina diária, o bebê desenvolve um entendimento das sequências de
acontecimentos que constituem os seus dias e dos seus pais;
• Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia;
• Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, a partir dos
15 meses, sem necessidade de recorrer aos gestos;
• Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a linguagem do bebê
começa a adquirir tons de voz diferentes para transmitir significados diferentes.
Progressivamente, irá sendo capaz de combinar palavras soltas em frases de 2
palavras;
• É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "dá-me a caneca";
• As experiências físicas que vai fazendo ajudam a desenvolver as capacidades
cognitivas. Por exemplo, por volta dos 20 meses;
• Sabe que um martelo de brincar serve para bater e já o deve utilizar;
• Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da família;
• Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por ex., finge
que deita chá de um bule para uma xícara, põe açúcar e bebê - recorda uma
sequência de acontecimentos e faz de conta que os realiza como parte de um jogo). A
capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está a começar a compreender a
diferença entre o que é real e o que não é;

Desenvolvimento 2 até 3 anos:


Desenvolvimento Físico:
• À medida que o seu equilíbrio e coordenação aumentam, a criança é capaz de saltar
ou saltar de um pé para o outro quando está a correr ou a andar;
• É mais fácil manipular e utilizar objetos com as mãos, como um lápis de cor para
desenhar ou uma colher para comer sozinha;
• Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos e depois a
bexiga);
Desenvolvimento Intelectual:
• Fase de grande curiosidade, sendo muito frequente a pergunta "Por quê?";
• À medida que se desenvolvem as suas competências linguísticas, a criança começa
a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física - trata-se de juntar
as competências físicas e de linguagem (por ex., quando faço isto, acontece aquilo), o
que ajuda ao seu desenvolvimento cognitivo;
• É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32 meses, já
capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre
um assunto por um breve período;
• Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria como
"eu" e pode conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho fome";
• A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz de voltar
a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada nela por períodos
mais longos);
• A criança está a começar a formar imagens mentais das coisas, o que a leva à
compreensão dos conceitos - progressivamente, e com a ajuda dos pais, vai sendo
capaz de compreender conceitos como dentro e fora, cima e baixo;
• Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências numéricas
simples e de diferentes categorias (por ex., é capaz de contar até 10 e de formar
grupos de objetos - 10 animais de plástico podem ser 3 vacas, 5 porcos e 3 cavalos);
Desenvolvimento 3 a 4 anos:
Desenvolvimento Físico:
• Grande atividade motora: corre, salta, começa a subir escadas, pode começar a
andar de triciclo; grande desejo de experimentar tudo;
• Embora ainda não seja capaz de amarrar sapatos, veste-se sozinha razoavelmente
bem;
• É capaz de comer sozinha com uma colher ou um garfo;
• Copia figuras geométricas simples;
• É cada vez mais independente ao nível da sua higiene; é já capaz de controlar os
esfíncteres (sobretudo durante o dia);
Desenvolvimento Intelectual:
• Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para os
adultos;
• Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de papéis;
• Compreende o conceito de "dois";
• Sabe o nome, o sexo e a idade;
• Repete sequências de 3 algarismos;
• Começa a ter noção das relações de causa e efeito;
• É bastante curiosa e investigadora;

Desenvolvimento 4 a 5 anos:
Desenvolvimento Físico:
• Rápido desenvolvimento muscular;
• Grande atividade motora, com maior controle dos movimentos;
• Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda;
Desenvolvimento Intelectual:
• Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras; manifesta
um grande interesse pela linguagem, falando incessantemente;
• Compreende ordens com frases na negativa;
• Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas;
• Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas;
• Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade;
• Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior", "dentro",
"debaixo", "atrás";
• Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar objetos
reais;
• Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos macios,
animais.
Desenvolvimento 5 a 6 anos:
Desenvolvimento Físico:
• A preferência manual está estabelecida;
• É capaz de se vestir e despir sozinha;
• Assegura sua higiene com autonomia;
• Pode manifestar dores de estômago ou vômitos quando obrigada a comer comidas
de
que não gosta; tem preferência por comida pouco elaborada, embora aceite uma
maior
variedade de alimentos;
Desenvolvimento Intelectual:
• Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos
verbais;
• Grande interesse pelas palavras e a linguagem;
• Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa;
• Segue instruções e aceita supervisão;
• Conhece as cores, os números etc.
• Capacidade para memorizar histórias e repeti-las;
• É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do menor ao
maior);
• Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em baixo", etc,
bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã";
Puberdade:
O termo puberdade é usado para designar as alterações biológicas que possibilitam o
crescimento, desenvolvimento e maturação dos indivíduos.
Meninas – início entre 9 e 13 anos.
Meninos – início entre 10 e 14 anos.

O que é adolescência e puberdade?


A adolescência compreende um complexo processo de maturação que transforma a
criança em adulto.
A puberdade reúne os fenômenos biológicos da adolescência, possibilitando o
completo crescimento somático e a maturação hormonal que asseguram a capacidade
de reprodução e de preservação da espécie.
A puberdade tem início e evolução influenciados por fatores genéticos e ambientais
caracterizando-se pela ocorrência de:
- Adrenarca: resultante do aumento da secreção dos andrógenos suprarrenais (entre 6
e 8 anos de idade óssea) e que parece ser independente da ativação do eixo
hipofisário-gônadas.
- Ativação ou desinibição de neurônios hipotalâmicos secretores de hormônio liberador
de gonadotrofinas
(GnRH), com consequente liberação dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-
estimulante (FSH) pela glândula hipófise.
- Gonadarca (aumento dos esteroides sexuais produzidos pelos testículos e ovários).
Adrenarca:
Evento independente e paralelo.
Desenvolvimento da zona reticular suprarrenal, com aumento da atividade da 17 alfa
hidroxilase e P450 C 17.
Secreção de andrógenos pela suprarrenal DHEA, DHEA-S, androstenediona.
Aparecimento de pelos pubianos e axilares, glândulas sebáceas e acne.
Puberdade Pré-menarca:
Início da puberdade marcado pelo aumento gradual dos picos de LH e de FSH,
inicialmente durante o sono e depois durante o dia.
LH estimula as células da teca interna, com a síntese de precursores androgênicos.
FSH aumenta a síntese de aromatase, que converte os precursores em estrogênio.
Ovários maiores, com aspecto multifolicular ao ultra-som.
Eventos puberais:
A altura final, o ritmo como o crescimento se processa, o início e a velocidade com que
o desenvolvimento puberal ocorre, a maturação óssea, o desenvolvimento dentário
sofre significante influência de fatores genéticos. As interações com os fatores
ambientais se dão de forma distinta, isto é, as condições ambientais que alterem
algum aspecto do crescimento não o fazem obrigatoriamente em todos.
A nutrição, incluindo a ingestão de nutrientes específicos, é um dos mais significativos
determinantes do crescimento.
Aspectos psicossociais como maus-tratos podem prejudicar o crescimento, a despeito
da nutrição adequada e de não haver doença orgânica.
A grande variabilidade quanto ao início, duração e progressão das mudancas puberais
tem, como consequência, a questão de a idade biológica nem sempre estar de acordo
com a idade cronológica.
Assim, é preciso que se leve em conta a fase puberal do desenvolvimento quando se
analisa o crescimento de um adolescente.
Desenvolvimento somático – Estirão:
Ação conjunta do hormônio do crescimento e do estrogênio, com ativação do IGF – I.
Baixas doses do estrogênio estimulam o hormônio do crescimento. Doses altas o
inibem.
Ganho de peso, com alteração importante no percentual de gordura corporal.
Desaceleração do crescimento após menarca.
Estirão de crescimento:
Para estudo....
A interação entre os hormônios gonadais e adrenais com o hormônio de crescimento
torna-se essencial para o estirão de crescimento normal e para a maturação sexual.
O estirão de crescimento, período em que se ganha 20% da estatura final, nas
meninas, ocorre no início da puberdade e, nos meninos, na fase intermediária.
A avaliação do crescimento é feita por meio de comparação com uma curva de
referência: a atualmente recomendada é a da Organização Mundial de Saúde. Acima
do escore Z*-2, a estatura é considerada adequada para a idade; acima do escore Z -3
e abaixo de Z-2, o diagnóstico é de baixa estatura para a idade; estaturas inferiores ao
escore Z-3 são consideradas muito baixas para a idade.
A velocidade de crescimento (aumento estatural no intervalo de um ano) é medida em
centímetros por ano. Até os 4 anos, as meninas têm velocidade de crescimento
discretamente mais elevada que os meninos. A partir daí, ambos crescem a uma
velocidade de 5 a 6 cm/ano até o início da puberdade, quando a velocidade de
crescimento sofre uma aceleração, alcançando valores de 10 a 12 cm/ano no sexo
masculino e 8 a 10 cm/ano nas meninas. Para acompanhamento do peso de
adolescentes, a Organização Mundial de Saúde recomenda a utilização do gráfico de
Índice de Massa Corporal (IMC= Pese/Altura x Altura). O IMC está adequado para a
idade (eutrofia) quando seus valores se encontram entre os escores Z -2 e Z +1. A
obesidade é caracterizada por valores de IMC acima do escore Z +2, enquanto valores
maiores que Z +1 e menores que Z +2 são classsificados como sobrepeso. Valores
inferiores ao escore Z -2 são caracterizados como magreza, sendo esta acentuada
quando o IMC é inferior ao escore Z -3.
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, o déficit de peso está
presente em apenas 3,4% dos adolescentes brasileiros, enquanto o excesso de peso
tem uma prevalência de 21,7% (3,7% em 1974-75) entre adolescentes do sexo
masculino e de 19,4% no sexo feminino (7,6% em 1974-75).
Para avaliação da velocidade de crescimento, são utilizados gráficos de Tanner e
Whitehouse. Pelo fato de a estatura sofrer influência de fatores genéticos, o cálculo do
alvo genético avalia a herança (estatura dos pais) na determinação da faixa de
estatura final.
Assim, para calcular o alvo genético, é utilizada a seguinte fórmula:
*ESCORE Z = (valor observado para o indivíduo) - (valor da média do referencial)
desvio padrão do referencial
INTERPRETAÇÃO:
Um escore Z > 0 significa que o valor da medida do indivíduo é maior do que a média
da população de referência,
Um escore Z < 0 corresponde a um valor menor que a média.
No caso específico da antropometria, o escore Z representa o desvio do valor da
média de um indivíduo (exemplo: seu peso ou sua estatura), em relação ao valor da
média da população de referência, dividido pelo desvio padrão dessa população.
Composição corporal:
Durante a puberdade, os homens adquirem massa magra a uma velocidade maior e
por mais tempo do que a mulher. Na mulher, a massa muscular relativa diminui do
início ao final da puberdade (80% para 75% do peso corpóreo). Embora haja aumento
absoluto da massa muscular, seu percentual sofre queda porque o tecido adiposo
aumenta mais rapidamente.
No homem, a massa muscular aumenta de 80 a 85% do peso corpóreo para 90% na
maturidade. Esse aumento reflete a ação dos andrógenos circulantes 8,9.
O ganho de tecido adiposo é mais acentuado no sexo feminino, sendo importante para
que os ciclos menstruais se instalem e se mantenham regulares.
Órgãos e tecidos:
A maioria dos órgãos duplica de tamanho durante a puberdade.
O tecido linfoide sofre uma involução nesse período.
Hormônios:
Apesar de hormônios tireoideanos ainda serem necessários para o crescimento
normal, os hormônios gonadais desempenham um papel de maior significância.
A puberdade é caracterizada pelo aumento da amplitude dos pulsos de secreção de
hormônio luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH), detectáveis já antes que os
sinais externos da puberdade sejam evidentes.
Além do aumento do hormônio de crescimento e dos esteroides sexuais, há aumento
na resistência à insulina.
A testosterona estimula a eritropoiese. Por isso, há aumento de células vermelhas no
sexo masculino
Hipotálamo: GNRH
Fator liberador de gonadotrofinas.
Decapeptídeo com meia vida de 2 a 4 minutos.
Secreção pulsátil.
Fatores que influenciam a sua secreção:
- Centros corticais.
- Sistema Límbico.
- Neurotransmissores.
- Esteroides sexuais.

Durante a infância o hipotálamo é muito sensível ao feedback negativo exercido por


pequenas quantidades de estradiol e testosterona produzidos pelas gônadas.
Quando se aproxima a puberdade, a sensibilidade do hipotálamo diminui e
consequentemente há um aumento da pulsatilidade de GnRH.

1-Na instalação da Puberdade, mecanismos neurais independentes de esteróides


gonadais e, mais tarde, o feedback dos esteróides gonadais, desinibem e estimulam
os neurônios secretores de GnRH.
2-Na Puberdade, aumenta a atividade dos secretores de GnRH e, secreções
episódicas de gonadotrofinas, aumentam com o tempo à medida que ocorre a
maturação dos sinais integradores que passam a sofrer influências de sinais internos e
externos.
3 -Os neurônios secretores de GnRH, que projetam-se na EM, secretam GnRH que
estimula a secreção das gonadotrofinas FSH e LH e dos hormônios gonadais.

4-Os esteróides sexuais promovem as características sexuais secundárias nos tecidos


periféricos, regulam a secreção de GnRH por feedback e agem no SNC facilitando os
comportamentos sociais.
Maturação sexual:
- Clinicamente, é avaliada em cinco estágios, levando-se em conta, desenvolvimento
mamário e pelos pubianos no sexo feminino, aspecto dos órgãos genitais e pelos
pubianos no masculino.

- A sequência de eventos puberais é ordenada, sendo controlada por fatores


neuroendócrinos, responsáveis por seu início e progressão.

- O primeiro sinal de puberdade masculina é o aumento do volume testicular (9-14


anos - volume de 4 ml), seguido
do aparecimento de pelos pubianos e aumento de pênis5
.
- A semenarca (primeira ejaculação) ocorre com volume testicular em torno de 10 a
12ml, e o sêmen dos dois primeiros anos costuma ter baixa concentração de
espermatozoides.

- As pilificações axilar e facial coincidem com o estágio III de pelos pubianos, enquanto
a mudança no timbre de voz com o estádio V. A ginecomastia puberal surge em mais
de metade dos adolescentes do sexo masculino e em 90%
desaparece em 3 anos.

Características sexuais secundárias


Espermatogênese
Desenvolvimento do sistema reprodutor
Produção de testosterona
masculino.

Produção de espermatozoides
Maturação sexual:
- A telarca (aparecimento do broto mamário entre 8 e 13 anos) é o primeiro sinal da
puberdade feminina, seguido do surgimento de pelos pubianos (pubarca) e axilares, e
posteriormente da menarca. A telarca pode ser assimétrica ou unilateral no início do
desenvolvimento puberal.
- A menarca ocorre dois a cinco anos após a telarca, e os primeiros ciclos menstruais
costumam ser irregulares, frequentemente anovulatórios e mais prolongados.
- O início da adolescência é marcado por diminuição no interesse nas atividades dos
pais, grande preocupação com as mudanças pubertárias, intenso relacionamento com
amigos do mesmo sexo, aumento da necessidade de privacidade e falta de controle
em relação aos impulsos, podendo ser confundido com o isolamento social de alguns
distúrbios psiquiátricos de maior incidência nessa fase de vida. Aqui, a linguagem
obscena costuma se intensificar, assim como a atividade masturbatória. A fase
intermediária é o momento de maior intensidade nos conflitos com os pais, quando a
aceitação dos valores do grupo se torna mais importante. A necessidade de
experimentações aumenta, as relações com o outro costumam ser fugazes e
descompromissadas, engajando-se mais frequentemente em comportamentos de
risco, requerendo intensificação das ações de prevenção. Na fase final da
adolescência, quando há maior estabilidade emocional, o envolvimento grupal é
menos intenso, há maior aceitação dos valores parentais, busca de objeto amoroso
único e habilidade de se comprometer e de se impor limites.
- O grande marco da puberdade para as mulheres é a menarca, o início da
menstruação, o que ocorre, em média, entre as idades de 12-13; para os homens, é a
primeira ejaculação, que ocorre em média aos 13 anos. No século 21, a idade média
em que as crianças, especialmente as meninas, atingem a puberdade é anterior em
comparação com o século 19, quando era de 15 para as meninas e 16 para os
meninos.
- Isto pode ser devido a uma série de fatores, incluindo a melhoria da nutrição,
resultando em um crescimento rápido do corpo, aumento de peso e deposição de
gordura, ou exposição a perturbadores endócrinos, como xenoestrogenos, que às
vezes pode ser devido ao consumo de alimentos ou outros fatores ambientais.
- A puberdade, que começa mais cedo do que o habitual é conhecida como puberdade
precoce. Puberdade, que começa mais tarde do que o habitual é conhecida como
puberdade atrasada.
- As primeiras alterações observam-se, de uma forma geral, nos quadris, que alargam,
e na silhueta, que começa a arredondar devido à formação de uma fina camada
adiposa sob a pele. A cútis e o pelo podem tornar-se mais oleosos devido ao fato das
glândulas sebáceas aumentarem a sua atividade. Pode aparecer a acne.
- Pouco depois as mamas começam a mudar. Muitas vezes os mamilos tornam-se
maiores e sobressaem mais. A auréola de pele circundante pode tornar-se mais
grossa e escura e, em alguns casos, aparecem alguns pelos. Podem passar entre três
e quatro anos até a mama atingir o seu desenvolvimento, podendo crescer de forma
assimétrica.
- Nesta fase é frequente encontrar etapas de crescimento rápido, pode-se crescer até
dez centímetros num ano. Tal pode provocar algum incomodo e, inclusive, atrapalhar
até que a pessoa se habitue à nova estatura.
- O pelo púbico começa a crescer fraco e fino, no início. Gradualmente escurece,
torna-se mais grosso e enriçado. Estende-se sobre a zona da púbis e para trás entre
as pernas e, frequentemente, até aos joelhos. O clitóris e os lábios menores crescem.
Estes lábios podem ser de diferentes tamanhos e sobressair dos lábios maiores.
Também cresce o pelo do corpo: nas axilas, pernas e braços.
- Mais tarde aparece a primeira menstruação. Pode surgir inesperadamente ou chegar
precedida de vários dias de distúrbios abdominais. As dores de cabeça e a
irritabilidade acompanham frequentemente as alterações hormonais Geralmente a
menstruação começa cerca de dois anos após o início do desenvolvimento do peito e
do aparecimento do pelo púbico.
Desenvolvimento nos rapazes:
- As primeiras alterações observam-se no aumento do tamanho dos testículos e no
aparecimento do pelo púbico. Os testículos podem crescer de forma assimétrica. A
zona que rodeia o mamilo pode aumentar de tamanho e escurecer, podendo ocorrer
uma inflamação temporária benigna nesta zona.
- Posteriormente, os rapazes começam a ganhar peso e musculatura, em especial à
volta dos ombros. O pénis cresce rapidamente, apresentando ereções cada vez mais
frequentes que podem acontecer por diferentes tipos de excitação, não
exclusivamente sexuais. Nesta fase, os rapazes preocupam-se com o tamanho do seu
pénis. É útil saber que todos os pénis têm um tamanho bastante parecido.
- Neste período os rapazes crescem rapidamente. O pelo, das axilas, à volta do pénis
e dos testículos fica mais espesso. As glândulas sebáceas da pele produzem mais
gordura, pelo que pode aparecer acne na cara, pescoço, peito e costas.
- Nesta fase os rapazes têm as primeiras ejaculações, que geralmente ocorrem
durante o sono.
- Aparece lentamente mais penugem na zona da barba, pernas, peito e nas costas. A
espessura do pelo e a extensão das zonas que cobre não é sinal de virilidade, sendo
normal muitos rapazes apresentarem pouca penugem no corpo.

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