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CAPÍTULO 11

ESTENOSE DE URETRA
LUIZ AUGUSTO WESTIN DE CARVALHO
MIGUEL OSTA
TIAGO RIBEIRO
ELOÍSIO ALEXSANDRO DA SILVA

Estenose de Uretra
Definição:

A estenose de uretra ou estreitamento uretral é definida como a obliteração parcial ou total


do lúmen da uretra. Dependendo da localização, pode ou não haver o comprometimento do tecido
esponjoso (espongiofibrose).

Anatomia:

É fundamental o entendimento básico da anatomia da uretra para melhor entendimento da


etiologia, classificação e tratamento das estenoses de uretra.

A uretra não pode ser considerada apenas um tubo. É um órgão complexo que tem sua origem
proximal na próstata. Junto ao ápice prostático encontramos o utrículo e a abertura dos ductos eja-
culatórios, estruturas que podem ser visualizadas à cistoscopia e à uretrocistografia. Distalmente,
encontramos a uretra membranosa, que mede de 2 a 2,5cm. Essa porção é desnuda (não contém
tecido esponjoso ao seu redor), encontra-se envolta pelo esfíncter estriado externo, está conectada
por tecido fibroso ao ligamento puboprostático e recebe o ducto das glândulas bulbouretrais. A vas-
cularização uretral até esta porção provém dos ramos uretrais das artérias prostáticas.

A uretra esponjosa é a porção mais longa, medindo 15 a 16 cm. Recebe esse nome por ser
integralmente envolvida por tecido esponjoso. Em sua porção proximal (bulbar), o posicionamento
da luz uretral ocupa a região dorsal do tecido esponjoso. Na uretra peniana (pendular) a luz se posi-
ciona na porção central e na região glandar, se posiciona ventralmente. Desta forma, a luz uretral é
excêntrica ao longo de suas porções.(Fig. 1)

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Figura 1. Anatomia Uretral: a, colo vesical; b, uretra prostática; c, uretra membranosa;


d, uretra peniana; e, fossa navicular; f, meato

O suprimento arterial da uretra esponjosa provém das artérias bulbares, ramos das artérias
penianas comuns. As artérias dorsais do pênis, também ramo da peniana comum, fornecem o supri-
mento arterial da glande. Portanto, a vascularização da uretra esponjosa se dá por um arco anasto-
mótico formado proximamente pelas artérias bulbares e distalmente pelas artérias dorsais do pênis
(Fig. 2).

Figura 2. Vascularização Uretral: a: artéria bulbouretral; b, artéria dorsal do pênis; c, artéria cavernosa.

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Em sua porção perineal (uretra bulbar), a uretra encontra-se coberta pelo musculo bulbo-es-
ponjoso, e posiciona-se sobre e medialmente às cruras. É considerado um seguimento fixo da uretra,
diferente da porção peniana, ou pendular. Dissecções extensas da uretra pendular podem ocasionar
encurtamento e/ou curvatura peniana.

Etiologia e Patogenia
As estenoses de uretra podem ter origem idiopática, iatrogênica, inflamatória e traumática.
Em meta-análise publicada recentemente, as causas idiopáticas e iatrogênicas apresentaram maior
frequência em países desenvolvidos. Neste estudo, 33% das estenoses de uretra tiveram origem
idiopática, 33% iatrogênica, 19% traumáticas e 15% inflamatórias.

Em nosso meio, a principal causa de lesão uretral é o trauma iatrogênico causado por procedi-
mentos endourológicos, cirurgias prostáticas convencionais e uso de sondas uretrais.

No caso das sondas uretrais, procedimento comum em diversas situações clínicas, a lesão pode
ocorrer por má técnica na colocação da sonda (passagem da sonda com pouca lubrificação ou enchi-
mento do balonete da sonda na luz da uretra), utilização de sondas mais calibrosas que o necessário,
o que pode ocasionar isquemia uretral ou por má fixação da sonda. Preconizamos a fixação do ca-
teter uretral contra o umbigo, posição que diminui sua compressão sobre a junção peno-escrotal da
uretra, minimizando os riscos de estenose nesta área.

Traumas uretrais externos (atropelamento e esmagamento), com comprometimento do pú-


bis, podem ocasionar estenoses ao nível da uretra membranosa. Como este segmento uretral é fixo
ao púbis devido à sua conexão ao ligamento pubo-prostático, o deslocamento do osso púbico causa
uma lesão uretral por cisalhamento. Traumas penetrantes e contusos podem gerar lesões da uretra
anterior. Lesões contusas na uretra bulbar, como as do tipo “em cavalete”, geram compressão desta
porção contra o púbis, podendo ocasionar estenose de uretra.

Com a descoberta dos antibióticos e o acesso mais fácil ao sistema de saúde, estenoses de
uretra secundárias às uretrites estão cada vez mais raras. Essas ocorriam devido à infecção não tra-
tada das glândulas de Littrè evoluindo com micro-abscessos, espongiofibrose e estenose da uretra
subjacente.

A balanite xerótica obliterante é uma doença inflamatória idiopática que causa um processo
inflamatório e esclerosante que pode comprometer o prepúcio, a glande e toda a uretra anterior. É a

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causa mais comum de estenose de uretra de origem inflamatória em países desenvolvidos.

Causas idiopáticas são consideradas quando o diagnóstico de estenose é feito e não há qual-
quer outro fator de risco.

Diagnóstico e Estadiamento
O diagnóstico deve ser suspeitado em todo paciente que apresentar sintomas obstrutivos do
trato urinário inferior e tenham uma história pregressa de manipulação do trato urinário como o uso
de sondas uretrais, cirurgias urológicas endoscópicas ou cirurgias prostáticas convencionais, trau-
matismo de alta energia com comprometimento dos ossos pélvicos ou ainda pacientes com história
de queda a cavaleiro.

Quanto à classificação, classicamente as estenoses de uretra são classificadas em:

• Anteriores: Aquelas localizadas entre a fossa navicular e o segmento mais proximal da uretra
bulbar. Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, para fins de planejamento cirúrgico, subdividi-
mos as lesões da uretra anterior em:

• Uretra peniana ou pendular: Segmento mais móvel da uretra anterior.

• Uretra supra-bulbar: Terço distal da uretra bulbar.

• Uretra bulbar: Terço médio da uretra bulbar

• Uretra infrabulbar: Terço proximal da uretra bulbar

• Posteriores: aquelas lesões localizadas nas uretras membranosa e prostática.

• Estenose da anastomose uretro-vesical.

Quando existe a suspeita clínica de estenose de uretra, devemos lançar mão de exames com-
plementares que auxiliam no diagnóstico e no estadiamento. Estes exames devem nos auxiliar nas
respostas de cinco perguntas que devem ser feitas quando nos deparamos com um paciente com
estenose de uretra:

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1. Há estenose?

2. É única ou múltipla?

3. Qual a localização?

4. Qual a extensão e o calibre?

5. Há espongiofibrose?

• Uretrocistografia (UCG): É o exame inicial que deve ser solicitado em todo paciente com sus-
peita clínica.

Fornece-nos importantes informações relacionadas às três primeiras perguntas, mas pode


subdimensionar a quarta e a quinta levando a um subestadiamento das estenoses (Fig. 3).

Figura 3: A, UCG retrógrada. B, Uretra masculina. a, próstata; b, uretra membranosa; c, uretra infrabulbar; d, uretra bulbar; e,
uretra suprabulbar; f, uretra peniana

Na tentativa de minimizar este subestadiamento, adotamos a seguinte regra na avaliação das


uretrocistografias:

• Estreitamentos com terminação em “ponta de dedo” em geral não tem um grau de espongio-
fibrose importante (Fig. 4).

• Estreitamentos com terminação em “ponta de lápis” tem um importante grau de espongio-


fibrose (Fig. 5).

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Figura 4: UCG retrógrada. * Estenose bulbar “ponta de dedo”.

Figura 5: UCG retrógrada. * Estenose uretra peniana tipo “ponta de lápis”.

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• Ultrassonografia de uretra: É o melhor exame para a avaliação das estenoses de uretra ante-
rior.

Fornece um dimensionamento melhor da extensão, calibre e grau de espongiofibrose propi-


ciando um estadiamento mais preciso.

Nos segmentos mais profundos como uretra infrabulbar, membranosa e prostática, tem uma
atuação mais limitada.

• Ressonância nuclear magnética da uretra: É o exame diagnóstico que propicia o melhor es-
tadiamento para as estenoses de uretra posterior pós traumáticas pois determina com precisão a
distância do defeito entre o ápice prostático e a uretra membranosa, os deslocamentos prostáticos
em todas a direções além de diferenciar bem o edema, a fibrose e o hematoma de partes moles.
Deve sempre ser realizada em conjunto com a uretrocistografia

• Cistoscopia: Indicada principalmente quando há dúvidas se a estenose de uretra é ao nível


da uretra membranosa, prostática ou da anastomose uretro-vesical em paciente submetidos à pros-
tatectomia radical. Esta dúvida muitas vezes é gerada na uretrocistografia devido à contração do
esfíncter uretral externo. Esta contração faz com que não haja gradiente de pressão retrógrado para
um delineamento dos segmentos uretrais posteriores ao esfíncter. A cistoscopia pode facilmente
esclarecer esta importante dúvida, pois estenoses de uretra membranosa têm um tratamento radi-
calmente diferente das estenoses de uretra prostática e da anastomose uretro-vesical (Fig. 6).

Figura 6: UCG retrógrada. *, Estenose de colo vesical pós RTU de próstata. Cistoscopia excluiu a possibilidade de estenose de
uretra membranosa

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Tratamento
Quando pensamos no tratamento das estenoses de uretra, devemos pensar no tratamento de
uma cicatriz e, para tal, os melhores resultados são obtidos com a remoção completa deste tecido
cicatricial, quando possível, e anastomose boca a boca entre os segmentos sadios. Na impossibilida-
de da remoção completa, lançamos mão de técnicas com a utilização de retalhos e/ou enxertos para
substituição de grandes segmentos uretrais.

Dilatações uretrais e mesmo uretrotomias internas têm um papel muito limitado no trata-
mento das estenoses de uretra devendo ser considerados somente como tratamento paliativo, na
grande maioria dos casos.

Antes de abordarmos cada tipo de tratamento, é fundamental termos em mente alguns prin-
cípios básicos da cirurgia de uretra:

• O estadiamento pré-operatório da estenose é fundamental para o planejamento cirúrgico,


mas, muitas vezes, por mais cuidadoso que seja, pode ser insuficiente. Por este motivo, é fundamen-
tal que o cirurgião domine múltiplas técnicas de uretroplastia, pois mudanças de planos são comuns
durante a cirurgia.

• Avaliar a idade do paciente, as comorbidades associadas e respeitar o desejo do paciente.


Condutas diferentes podem ser adotadas para uma mesma estenose em pacientes com condições
clínicas e/ou expectativas de tratamento diferentes.

• Avaliação multiprofissional: A avaliação pré-operatória com equipe multiprofissional, com-


posta por psicologia, nutrição e fisioterapia. É importante ressaltar a grande relevância da avaliação
psicológica no pré-operatório das cirurgias uretrais. Esta prática ajuda o cirurgião no entendimento
das expectativas do paciente facilitando a decisão conjunta do tratamento.

• O uso da cistostomia por um período mínimo de 30 dias pré operatório é uma prática que
deve ser encorajada. A urina passando sob altas pressões em uma uretra obstruída, além de dilatar
o segmento proximal à obstrução causando um subestadiamento da lesão, ainda piora a qualidade
da mucosa uretral que será utilizada durante a cirurgia.

• A manipulação tecidual uretral deve ser delicada e com dissecção do menor segmento ure-
tral necessário para uma anastomose sem tensão. Para alcançar este objetivo, a cada um centímetro

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de uretra doente ressecada, três centímetros de uretra sadia devem ser liberadas.

• A ressecção completa de toda a espongiofibrose é fundamental para uma anastomose ser


realizada em um tecido sadio.

• Fixação da uretra mobilizada após a anastomose.

• Os fios utilizados devem causar o menor grau de reação tecidual (fios monofilamentares,
absorvíveis e com calibre máximo 4-0)

• As sondas utilizadas devem ser preferencialmente de silicone, e ter o menor calibre possí-
vel, na dependência da cirurgia realizada. Geralmente utilizamos sondas 16F para as uretroplastias
termino-terminais e com rotação de retalhos e sondas 20F para uretroplastias com utilização de
enxertos. Além disso, devem permanecer pelo menor tempo necessário para a cicatrização cirúrgica.

• Atenção deve ser dada à posição de litotomia nas uretroplastias posteriores. Deve-se ter em
mente que cirurgias uretrais complexas podem se estender por períodos superiores a 4 horas, au-
mentando em muito as taxas de complicações graves como trombose venosa profunda e síndrome
compartimental dos membros inferiores. A litotomia deve ser o menos forçada possível e o ângulo
entre a coxa e a perna sempre obtuso. Se disponível, perneiras pneumáticas devem se utilizadas.

• Colocação de drenos perineais e compressão da área operada são fundamentais para evitar
hematomas.

Uretroplastia término terminal:


É o procedimento uretral que fornece os melhores resultados cirúrgicos a curto e longo prazo
sendo indicada para estenoses de uretra, independente de sua localização, de até dois centímetros.

Tem como base a remoção completa da estenose e anastomose boca a boca do segmento
uretral proximal e distal espatulados.

Uretroplastia término terminal estendida:


Procedimento de eleição para estenoses de uretra de até 2,5 cm. Nesta modalidade, após a
ressecção da estenose, a placa uretral é reconstruída através da anastomose dorsal dos segmentos
uretrais proximal e distal e um retalho de prepúcio é utilizado onlay para a reconstrução da face

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ventral da uretra.

Uretroplastias com retalhos


Procedimento utilizado preferencialmente para estenoses de uretra maiores do que 2,5 cm lo-
calizadas na uretra pendular. O retalho mais utilizado é o retalho transverso de mucosa do prepúcio,
mas, em casos selecionados, com segmentos uretrais estenosados menores, o retalho longitudinal
de prepúcio também se mostra como uma opção.

A placa uretral é mantida inlay, é realizada a ressecção completa das áreas com espongiofi-
brose e o retalho, seja ele transverso ou longitudinal é rodado onlay. No Hospital Universitário Pedro
Ernesto, temos uma rotina de rotação do retalho sempre para o lado direito, pois, em casos de rees-
tenose tardia e necessidade de novas uretroplastias, uma nova dissecção se dará pelo lado esquerdo,
para que não haja comprometimento da vascularização do retalho.

Uretroplastias com enxerto


Procedimento utilizado para estenoses de uretra maiores do que 2,5 cm localizadas na ure-
tra fixa, mas também na uretra pendular quando os retalhos não se mostram como uma opção
disponível, como por exemplo, pacientes circuncidados ou aqueles portadores de balanite xerótica
obliterante.

Os enxertos mais utilizados são os de mucosa de boca, que podem ser retirados da mucosa
jugal, lábio inferior ou dorso da língua e de mucosa do prepúcio. Atenção deve ser dada ao ducto
da glândula parótida quando optamos pela utilização de mucosa jugal. Quando a retirada é feita do
lábio inferior, devemos sempre respeitar as comissuras labiais, pois, quando não respeitadas, retra-
ções podem ocasionar desvios desta comissura.

Os enxertos podem ser ventais (nutridos pelo corpo esponjoso) ou dorsais (nutridos pelos cor-
pos cavernosos e/ou ligamento triangular).

Em estenoses extensas, multioperadas, com espongiofibrose difusa, damos preferência para


as uretroplastias estagiadas. Nesta estratégia, reconstituímos uma placa uretral ampla com a uti-
lização do enxerto, que passará pelo processo de incorporação, ou “pega” sem contato com a urina
(intake). Estima-se que a fase de maior retração do enxerto ocorra nos primeiros 3 a 6 meses. Sendo
assim, após nos certificarmos que o enxerto permaneceu de boa qualidade e dimensão, podemos

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realizar o último estágio desta estratégia, a tubularização.

Durante a fase do intake, onde o enxerto se nutre por embebição, recomendamos repouso no
leito e curativo compressivo por 48 a 72 horas.

Uretrostomia perineal
Procedimento reservado para uma ou mais das seguintes situações:

• Estenoses de uretra complexas (extensas e com espongiofibrose difusa);

• Estenoses de uretra complexas em paciente com risco cirúrgico elevado ou com idade avan-
çada ou ainda com baixa expectativa de vida;

• Desejo do paciente pela preservação da estética peniana: Algumas técnicas de uretroplastias


podem modificar a aparência do pênis, o que, para alguns, é indesejável.

É digno de nota que muitos pacientes submetidos a uretroplastias estagiadas, onde a uretros-
tomia perineal compõe a 1ª etapa do tratamento, optam por não realizar a etapa final (tubulariza-
ção), permanecendo com a uretrostomia definitivamente.

Independente da técnica utilizada, paciente submetidos à uretroplastia devem ser acompa-


nhados clinicamente por um período mínimo de cinco anos, período o qual ocorre a maioria das
reestenoses (Tabela 1).
TABELA 1: Taxas de reestenose de acordo com o tempo

Complicações
As complicações cirúrgicas das uretroplastias variam muito na dependência da localização e
da técnica utilizada.

A reestenose, independentemente da localização, é a complicação mais comum. Fístulas uri-

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nárias também podem ocorrer em qualquer segmento operado. Ocorrem devido à má técnica e/ou
por obstrução distal ao segmento operado.

Na uretra membranosa, a possibilidade de incontinência urinária e disfunção erétil devem ser


discutidas.

Nas uretroplastias com retalhos, orientação deve ser dada quando à formação de divertículos
da neouretra, assimetria peniana causada pelo dartos rodado e de necrose total ou parcial do pre-
púcio.

Nas uretroplastias com enxerto, devemos sempre orientar sobre a possibilidade de necrose do
enxerto e a necessidade de reenxertia.

Conclusão
As estenoses de uretra são uma realidade crescente nos tempos modernos, devido ao aumen-
to no número de procedimentos minimamente invasivos com utilização de orifícios naturais.

Cuidados básicos como boa técnica de cateterismo vesical, uso de sondas de silicone, de menor
calibre, pelo menor tempo possível e com posicionamento correto podem minimizar esta complica-
ção tão indesejada.

O estadiamento correto e o conhecimento de múltiplas técnicas de uretroplastia são funda-


mentais para a melhora dos resultados em longo prazo.

Referências bibliográficas

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