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GASTROENTEROLOGIA

Doença hemrroidária
Objetivos *Irrigado pelos ramos terminais
da artéria retal superior
1 – Revisar a morfofisiologia
Plexo hemorroidário externo: fica
anorretal
no espaço subcutâneo do canal
2 – Compreender a etiologia, anal, abaixo da linha pectínea
fisiopatologia, manifestações
clínicas, diagnóstico e *Irrigado pelos ramos terminais
tratamento da constipação das artérias retais inferiores
intestinal e hemorroida
Etiopatologia
3 - Elucidar a influência dos
hábitos de vida nesses quadros Constipação intestinal
Morfofisiologia Se define como a defecação
insatisfatória com número
O reto corresponde aos últimos reduzido de evacuações e
17 a 20 cm do tubo digestivo, tem dificuldade para evacuar pelo
como função ser reservatório de menos nos últimos 3 meses
matéria fecal até o reflexo de
evacuação A ocorrência aumenta com a
- Possui pregas nas parede, idade, na infância é mais comum
fazendo com que as válvulas em meninos, já na vida adulta em
impeçam o refluxo mulheres
Vascularização anorretal • Avaliar tamanho, comprimento,
peso fecal (teor de fibras),
Há uma rede arteríolas e vênulas consistência (observa-se a
que se comunicam formando os profundidade de penetração de
corpos cavernosos e plexos um objeto no bolo fecal) e
hemorroidários frequência (pelo menos 3 vezes
Corpos cavernosos  ficam na semana)
preenchidos com sangue e CI Primária
murcham na evacuação para
passagem das fezes, contribuem Provocada por hábitos de vida, a
para a continência fecal anatomia do órgão é preservada
Plexo hemorroidário interno: fica • Ingesta alimentar inadequada;
no espaço submucoso do canal • Sedentarismo;
anal, acima da linha pectínea,
formado por uma rede de vasos • Gravidez; alterações hormonais
calibrosos e compressão sobre o intestino
GASTROENTEROLOGIA
• Perda do reflexo da evacuação; Com trânsito lento  deve-se a
continências dos esfíncteres disfunção da musculatura
anais interno e externo colônica ou na inervação
intrínseca, provocando
• Posição; postura para defecar
diminuição da peristalse normal
• Viagens; OU incoordenação da atividade
• Pouca disponibilidade de motora no cólon distal
sanitários; Obstrução  pela contração da
CI Secundária musculatura pélvica durante a
evacuação, há acúmulo de bolo
Ocorre por doença sistêmica ou fecal na região retossigmoidiana
psicossocial
Outros distúrbios relacionados a
Doenças do cólon: estreitamento evacuação = incontinência fecal,
anatômico, bloqueio mecânico do encoprese (perda das fezes
lúmen, lesões extraluminais, inteiras) e abuso sexual
doença diverticular
Manifestações clínicas
- Qualquer lesão que provoque
dor ao evacuar (abcessos, Sensação de evacuação
fissuras, prolapsos, retocele e incompleta, necessidade de
tumores) esforço para evacuar, fezes
endurecidas, diminuição na
Doenças neurológicas: Chagas frequência de evacuações,
destrói os plexos neuronais, pode necessidade manobras, dor anal
ter acúmulo de material fecal no ou perianal, prolapso,
cólon desconforto abdominal,
Distúrbios endócrinos e flatulência, estufamento, dor
metabólicos: geram diminuição abdominal
da água no organismo e redução Queixas gerais: cefaleia,
do peristaltismo irritabilidade, distensão
Medicamentos: analgésicos, abdominal, anorexia, desânimo
anestésicos, antiácidos, - Se hemorragia, pode ser o
antidepressivos, diuréticos primeiro sintoma de câncer do
Distúrbios psiquiátricos: cólon ou reto (atenção a perda
depressão, ansiedade ponderal)

CI idiopática ou funcional Doença hemorroidária

Problema crônico Congestão, dilatação e aumento


dos corpos cavernosos do canal
Com trânsito normal  sentem anal formando emaranhados
apenas dificuldade para evacuar vasculares, submucosos ou
e/ou apresentam fezes subcutâneos, flexíveis que se
endurecidas
GASTROENTEROLOGIA
enchem de sangue constituindo 1º grau  sem prolapso
os mamilos hemorroidários
2º grau  prolapso durante
Aspectos etiológicos esforço, retrai espontaneamente
• Veia varicosa; dificuldade para 3º grau  prolapso durante
esvaziar o sangue no canal anal esforço/evacuação, necessário
durante evacuação ser recolocado digitalmente
• Deficiência na musculatura da 4º grau  prolapso sem
submucosa; prolapso do plexo possibilidade de ser recolocado
hemorroidário interno
Mamilo externo: caracteriza-se
• Esforço excessivo; por dilatações dos vasos
subcutâneos, formando um
• Hiperplasia vascular; dilatação
e aumento dos corpos abaulamento de consistência
cavernosos mole, indolor e de coloração
vinhosa
• Comunicação arteriovenosa;
Pode ser assintomática ou não =
• Disfunção do esfíncter anal sangramento, prolapso,
interno; distensão dos corpos exsudação perianal (muco,
cavernosos prurido e dermatite) e
Fatores desencadeantes: abuso desconforto anal
de laxativos, constipação, Complicações: anemia ferropriva,
diarreia crônica, gravidez e a trombose vascular, infecção
posição ereta perianal

Diagnóstico
Constipação intestinal
Anamnese: início do sintoma
pode coincidir com problemas
emocionais, definir se é crônico
ou não, hábitos alimentares e
atividade física
Exame físico
Abdome: pode apresentar
 Os mamilos hemorroidários distensão, hérnias, massas
apresentam consistência palpáveis e fecaloma
amolecida e forma Perianal: escoriações, fístulas,
abaulada, pode haver três fissuras, hemorroida, DSTs
internos (principais, acima
da linha pectínea) e os *Exame neurológico e análise da
demais (secundários) cavidade oral
GASTROENTEROLOGIA
Exames complementares Formadores de massa 
aumentam o bolo fecal, mais
Hemograma, glicemia em jejum,
indicados para tratamento a
função da tireoide, exame do
longo prazo
sedimento urinário (associação
com ITU) e urocultuta Surfactantes/emolientes 
facilitam a mistura de água e
Retossigmoidoscopia: observação
gordura na massa fecal,
da mucosa retal
amolecendo-a
Colonoscopia: suspeita de tumor
Lubrificantes  lubrificam a
• Enema opaco e defecografia parede intestinal e diminuindo a
(avalia a anatomia e dinâmica da absorção de água pelo cólon
evacuação)
Salinos  produzem um fluxo
• Determinação de tempo de osmótico de água para o lúmen
trânsito colônico, manometria intestinal
anorretal e eletromiografia
Estimulantes  podem inibir a
Doença hemorroidária absorção ativa de sódio,
Anamnese: avaliar hábitos estimular o plexo nervoso da
evacuatórios e alimentares, uso mucosa do cólon
de laxativos, doenças anteriores Doença hemorroidária
e cirurgias
• Medidas higiênico-dietéticas;
• Exame proctológico evacuar sempre que sentir
• Anoscopia desejo, não usar laxativos, dieta
rica em fibras e líquidos
Dx diferencial: procidência retal,
papila anal hipertrófica, plicoma, • Cuidados locais; evitar papel
hemangioma, condiloma, fissura higiênico e sim banhos de
anal, processos infecciosos, assento com água morna
tumores • Medicação tópica; pomadas a
base de anestésicos e anti-
Tratamento inflamatórios
Constipação intestinal • Drogas vasoativas;
• Orientações ao paciente; sobre • Técnica cirúrgica;
uso de laxativos, alimentação hemorroidectomia
(fibras e água), exercícios
• Reeducação dos hábitos
Referências
evacuatórios; não deixar de • Gastroenterologia essencial
atender ao desejo de evacuar,
postura no vaso • Medicina interna de Harrison

• Laxativos; • Clínica médica doenças do


aparelho digestivo

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