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Guide de

Enurese
Sumário
1. Introdução 8. Anticolinérgicos

2. Classificação da Enurese 9. A
 ntidepressivos tricíclicos

3. Avaliação clínica da enurese monossintomática 10. Tratamentos alternativos

4. Instrumentos 11. Algoritmo de tratamento

5. Uroterapia 12. Enurese resistente ao tratamento

6. Alarme 13. Enurese não-monossintomática (NME)

7. Desmopressina
1. Introdução
A enurese é definida pela perda intermitente de urina A sociedade internacional de continência em
durante o sono e tem importância clínica após os 5 anos crianças (ICCS) estabeleceu a seguinte graduação de
de idade1, com prevalência de cerca de 10% aos 7 anos resposta ao tratamento:27
de idade2-4, com taxa de resolução espontânea de 15%
ao ano5. • Sem resposta: <50% redução dos sintomas
• Resposta parcial: Melhora de 50-99%
As causas da enurese são multifatoriais, envolvendo
• Resposta completa: Melhora de 100%
fator hereditário8, poliúria noturna11-13, hiperatividade
• Recidiva: >1 episódio mensal
vesical10 e dificuldade no despertar frente ao estímulo |da
• Sucesso contínuo: sem recidiva em 6 meses
bexiga repleta.14,15
• Sucesso completo: sem recidiva em 2 anos
Está associada a distúrbios emocionais, de
comportamento16, disfunção miccional, intestinal17, além de
alterações respiratórias como obstrução de vias aéreas e
apnéia do sono.18-20

A criança enurética frequentemente apresenta alterações


de humor, baixa autoestima com isolamento social e
insegurança, além de terem um alto risco de sofrer punições
verbais e até físicas.25,26
2.Classificação da Enurese
A enurese pode ser classificada Classificação
temporalmente sendo chamada de
da Enurese
Primária, quando a criança nunca
teve o controle dela, e Secundária,
Apresentação
quando o paciente volta a apresentar Sintomas
temporal
enurese após um período de pelo
menos 6 meses seco.
Monossin- Não-Monos-
Primária Secundária
Quanto aos sintomas a enurese tomática sintomática
pode ser Monossintomática, quando
a enurese é seu único sintoma, ou
Não-Monossintomática, quando Enurese Enurese após Enurese Presença
sempre esteve >6 meses é o único de sintomas
apresenta sintomas diurnos.
presente seco sintoma diurnos

Figura 1- Classificação da Enurese


3. Avaliação clínica da enurese
monossintomática
Objetivo: Diferenciar tipos de enurese

Anamnese: • Usar os critérios de Roma IV e a escala de Bristol


• Idade, se houve controle, presença de sintomas para diagnosticar obstipação;
diurnos, frequência urinária, urgência e volume
• Em caso de poliúria global, excluir o diagnóstico de
miccional;
diabetes mellitus (glicosúria, glicemia).
• Hábito intestinal, número de episódios de enurese
por noite e por semana;
Exame Físico:
• Padrão do sono da criança, se possui apneia • Excluir morbidades associadas;
do sono, dificuldade de despertar, distúrbos no
• Exame cuidadoso da genitália e abdome para
comportamento ou déficit de atenção, ansiedade,
avaliar sinais de constipação (fezes palpáveis),
stress, abuso, bullying ou punição;
avaliar região sacral para excluir sinais de
• Investigar antecedente familiar; malformação espinhal oculta.
4. Instrumentos
Diário miccional diurno e noturno - 2 / 3 dias, não Para estimar o volume urinário noturno, orientar o uso de
necessariamente consecutivos, incluindo todas as fralda a noite para pesar a urina perdida durante a noite,
bebidas e diureses somada ao volume da noctúria e da primeira micção diurnal.

Normal: Poliúria noturna é diagnosticada quando o volume urinado


4-7 micções/dia, volume médio urinado de 65-150% noturno é 130% maior que a capacidade vesical esperada
da capacidade vesical esperada para a idade. Fórmula: para a idade ou maior que o volume calculado pela fórmula
((Idade+1) x 30).27 ((Idade+9) x 20).27

Diário de noites secas de 14 dias consecutivos para avaliar Para a enurese monossintomática esta avaliação é
a frequência da enurese. suficiente.

Consenso: O painel acredita que uma história clínica cuidadosa e meticulosa associada a um diário miccional
são as ferramentas mais importantes na avaliação da criança enurética. É importante abordar todos os problemas
comportamentais que a criança pode ter e outros exames diagnósticos normalmente são desnecessários para a
enurese monossinomática.
5. Uroterapia
A uroterapia ou terapia comportamental consiste em uma • evitar ingestão de cafeína, sucos e frutas cítricas, reduzir
série de orientações indicadas no tratamento inicial de todos o consumo de sódio a noite
os pacientes com enurese e deve ser mantida independente • evitar qualquer líquido 2 horas antes de deitar
do tratamento final proposto.27,30 • urinar antes de deitar
O objetivo da uroterapia é didático com orientações sobre • não utilizar fraldas ao deitar
hábitos e serve para desmistificar a enurese.27,31 • calendário de noites secas
• suporte e encorajamento durante o seguimento com
Ela deve incluir orientações sobre: reforço positivo para as noites secas, por exemplo
• o funcionamento normal do trato urinário e dos motivos
desses sintomas A uroterapia é superior à observação mas inferior ao
• o hábito miccional adequado (a cada 3/4 horas) tratamento combinado com alarme ou medicamento.32,33
• evitar manobras retencionistas A taxa de resolução da enurese com a uroterapia é de
• posição para micção adequada que promova o cerca de 20%.34
relaxamento da musculatura pélvica (assento de tamanho
adequado, pés apoiados, angulação do tronco para frente) Consenso: Uroterapia deve ser oferecida como
• hábito intestinal regular (horário para evacuar, de primeiro tratamento, independente de ser mono ou
não-monossintomática. As orientações devem ser
preferência após as refeições) reforçadas em todas as consultas e a associação
• aumentar a quantidade de líquidos durante o dia, com outra modalidade de tratamento vai aumentar
principalmente nas manhãs e início da tarde) as chances de sucesso terapêutico.
6. Alarme
O alarme de enurese é um aparato eletrônico com sensor outros membros da família durante todo o tratamento de
de umidade localizado na roupa íntima e conectado com cerca de 6-8 semanas.38,39 Para o tratamento é importante
um mecanismo vibratório e/ou sonoro que é ativado apoiar toda a família durante este período para reduzir a
quando a criança molha a cama. O objetivo do alarme é taxa de abandono do tratamento.35
acordar a criança nesses episódios para que o cuidador
leve a criança ao banheiro para completar a micção. É um Os resultados do alarme são melhores quando o volume
tratamento comportamental de condicionamento. A idade urinário é igual ou maior que 65% da capacidade vesical
recomendada para utilizar este tratamento é a partir dos 6 esperada para a idade, em crianças com maior número
aos 7 anos, quando a criança tem maturidade suficiente de noites molhadas40 e quando os pais e a criança estão
para aceitar e entender o tratamento.35 motivadas.34 Fatores relacionados com a falha são: pais que
reagem com punições à enurese41, crianças com distúrbios
O alarme é considerado o tratamento mais eficaz em longo- de comportamento, alto status sócio-econômico41 e se o
prazo e tem grau de recomendação 1A. Os resultados tratamento começou no inverno.41
sugerem uma taxa de sucesso de 62-75% e uma taxa de
recorrência de 15-30% no seguimento de longo prazo.36-38 Para a interrupção do tratamento é recomendado aguardar
pelo menos 14 noites secas consecutivas.
O maior problema do alarme é a alta taxa de abandono
do tratamento (30-50%) por conta de falta de motivação/ O alarme não deve ser indicado quando existe
insistência e outros fatores como o fato de o alarme acordar comportamento de punição dos pais ou quando a criança
ou o clima provoca sudorese noturna, pois pode provocar portanto não é indicada a associação a não ser que exista
ativação equivocada do alarme pelo suor ou quando a falha do tratamento com terapia isolada.42
criança dorme com outras crianças pelo risco de bullying O tratamento com alarme é melhor que a oxibutinina e a
posterior. associação dessa com o alarme não melhora a resposta
inicial ao tratamento, sendo reservada para alguns casos
Comparada à desmopressina, estudos sugerem que o refratários42 e o alarme foi melhor que a imipramina na
alarme é melhor no longo prazo, mas os resultados são redução de noites secas.44
equivalentes quando as altas taxas de desistência ao
tratamento são consideradas.35,39 A respeito dos dois tipos de alarme, o alarme que é fixado
no corpo é o preferido pelas crianças em comparação aos
A associação de desmopressina ao alarme melhora a taxa tapetes44 mas não há evidência que um modelo é superior
de noites secas inicialmente, no longo prazo não é benéfico, ao outro.

Consenso: O painel recomenda fortemente o uso do alarme em crianças com enurese monossintomática com alto
número de noites molhadas e com pais motivados. Uma avaliação cuidadosa da criança e da família, identificando
eventuais problemas comportamentais ou presença de punição é importante para o sucesso do tratamento.
O acompanhamento da terapia com alarme deve ser acompanhada de perto pelo alto índice de abandono.
Quando a resposta é ruim, alternativas como a desmopressina deve ser associada.
7. Desmopressina
A desmopressina é um análogo sintético da vasopressina Sua posologia é oral e deve ser administrada 1 hora
(hormônio antidiurético). Ela age aumentando a reabsorção antes de deitar e pelo menos 2 horas após o jantar.
de água nos túbulos renais, aumentando a osmolaridade Deve se iniciar com uma dose de 0,1 a 0,2 mg e ajustar,
urinária e reduzindo o volume de urina.45,46 quando necessário, até uma dose máxima de 0,6 mg/
dia, independente de idade ou peso.48 Importante ressaltar
Desmopressina é um tratamento de primeira linha para que 1 hora antes de tomar a medicação, a criança deve
enurese com grau de recomendação 1A. Os melhores interromper a ingestão hídrica para mitigar o risco de
resultados podem ser obtidos em crianças com poliúria hiponatremia com intoxicação hídrica e para observar a
noturna*, uma bexiga de capacidade funcional preservada** capacidade de concentração urinária ideal.49
e em crianças com mais idade e número limitado de noites
molhadas por semana.31,46

* diurese noturna >130% da capacidade vesical estimada para a idade ou > (idade+9)x20 mL + volume da primeira micção diurna.27
** volume urinado máximo maior que 70% da capacidade vesical esperada para a idade.47
O tratamento inicial deve ser mantido por, pelo menos, 2-4 redução das taxas de recidiva.48,49 Em casos com piora dos
semanas para obter o efeito máximo e, se houver resposta, sintomas após a redução da dose, ela deve ser novamente
deve ser mantido por pelo menos 3 meses. Caso a criança reestabelecida e mantida por mais 3 meses.
fique seca, o desmame da medicação deve ser gradual, A taxa de sucesso da desmopressina chega a 65% e a taxa
com dose terapêutica em dias alternados ou com metade de recidiva, especialmente quando o desmame estruturado
da dose diariamente por 15 dias, com aparente benefício de não é realizado, chega até a 80%.50

Consenso: O painel acredita que a desmopressina deve ser o tratamento de primeira linha para crianças com
poliúria noturna e para aquelas em que o alarme não é ideal. A dose deve ser aumentada de forma gradual até
atingir noites secas e o tratamento deve durar pelo menos 3 meses. Existe evidência para recomendar o desmame
de forma gradual e estruturada. Os pais devem ficar cientes de que apesar da raridade, caso as orientações de
restrição de líquidos não forem seguidas, existe o risco de efeitos colaterais como a hiponatremia.
Outras drogas

8. Anticolinérgicos
O uso de anticolinérgicos em enurese deve ser limitada como monoterapia e devem ser somente indicados após
(grau 1B de recomendação).51,52 Crianças com aumento a falha dos tratamentos de primeira linha.31 Nestes casos,
da frequência urinária reduzido e volume vesical (<65% esta classe pode ser útil em até 40% dos pacientes,
da capacidade vesical estimada), com hiperatividade especialmente em combinação com a desmopressina.53
vesical noturna, são os melhores candidatos para o uso
de anticolinérgicos. A droga mais comumente utilizada é a O maior problema do uso de anticolinérgicos, além dos
oxibutinina, apesar de novas gerações como a solifenacina resultados ruins, é a presença significativa de efeitos
e tolterodina poderem ser utilizadas. colaterais como constipação, aumento do resíduo pós
miccional, boca seca, além de outros. Portanto, quando for
Os resultados com anticolinérgicos, apesar de serem indicado o seu uso, a constipação deve ser avaliada antes
melhores que o placebo, são ruins quando utilizados do início do tratamento.53

Consenso: Os anticolinérgicos devem ser evitados e utilizados apenas em falha do alarme ou desmopressina e em
pacientes com hiperatividade detrusora identificada. Constipação e resíduo pós miccional devem ser avaliados antes
do uso da medicação.
9. Antidepressivos tricíclicos
O antidepressivo tricíclico mais prescrito para enurese é a Imipramina se mostrou mais efetiva no curto prazo com
imipramina. Estudos randomizados demonstraram ligeira menos noites molhadas por semana que o placebo.54,57
superioridade da imipramina em relação ao placebo, mas Imipramina reduziu 1 noite molhada por semana com
pelo risco de cardiotoxicidade e efeitos colaterais deve ser cerca de 20% de crianças secas por pelo menos 14 noites
considerada como 3a linha de tratamento para enurese consecutivas. Todavia, não demonstrou resposta após
(grau 1C de recomendação)54-56 e só deve ser utilizado após o término do tratamento com a maioria dos pacientes
falha ou para pacientes sem acesso as opções de 1a linha. recidivando após a interrupção do tratamento.54

O mecanismo de ação dos tricíclicos na enurese é A terapia combinada, utilizando imipramina com
controverso. É sabido que eles reduzem a quantidade anticolinérgicos, demonstrou melhores resultados no
de sono REM, estimulam a secreção de vasopressina e curto e longo prazo, com menor recidiva que a imipramina
relaxam o detrusor. como monoterapia.54,58 A combinação de tricíclicos com
antidepressivos e desmopressina não apresentou melhores
resultados.54,59
É recomendada dose inicial de 10-25 mg que deve ser A imipramina apresenta limitações devido sua
tomada 1 hora antes de dormir e que pode ser aumentada cardiotoxicidade com risco de aumentar o intervalo QT
em 25 mg após 1 semana de tratamento. A dose máxima e depressão miocárdica em overdose. Outros possíveis
em pacientes de 6-12 anos é de 50 mg/dia e para aqueles efeitos colaterais são alteração de comportamento,
acima de 12 anos, até 75 mg/dia. A cada 3 meses, o irritabilidade, tontura, sonolência, cefaléia, sudorese,
tratamento deve ser interrompido por 2 semanas para letargia, distúrbio do sono, apatia, depressão entre outros.
reduzir o risco de tolerância para observar a eficácia
terapêutica.

Consenso: A imipramina e qualquer antidepressivo tricíclico devem ser reservados para aqueles que falharam aos
outros tratamentos. Deve ser utilizado com cautela e a família deve estar ciente dos possíveis efeitos colaterais
e a medicação não pode ficar ao alcance das crianças. Pelo baixo custo em comparação com os outros
tratamentos, pode ser uma opção para aqueles sem acesso aos tratamentos de primeira linha. A combinação com
anticolinérgicos deve ser considerada para melhorar os resultados.
10. Tratamentos alternativos
Tratamentos alternativos como acupuntura, hipnose, Os resultados com neuromodulação (eletroestimulação
homeopatia, fitoterapia, quiropraxia, entre outros, foram transcutânea) são controversos e parecem reduzir as
testados mas faltam evidências científicas que possam noites molhadas mas não apresentaram resposta completa
recomendar o seu uso. em enurese monossintomática primária. Estudos são
necessários para validar o seu uso em enurese.60

Consenso: Os tratamentos alternativos não devem ser utilizados, exceto a eletroneuroestimulação, que pode ser
tentada em casos em que outros tratamentos falharam.
11. A
 lgoritmo de tratamento Enurese
História clínica + Exame físico + Diário miccional

Enurese Monossintomática Enurese Não-


Primária Monossintomática Primária

Uroterapia
USG rins e vias urinárias
Hiperatividade Resíduo pós-miccional
Poliúria Noturna
vesical noturna Urofluxometria livre

Desmopressina Paciente Motivado


(2 - 4 semanas) Tratamento dos
sintomas diurnos
Sim Não
Enurese
Enurese
Considerar
Sim Não Alarme terapia Desmopressina ou
anticolinérgico Sim Não
Revisar história
Desmopressina
clínica e aderência Enurese
(3 meses) Tratar como como enurese
ao tratamento
monossintomática primária

Sim Não
Considerar terapia
Retirada
combinada (Reboxetina/
Gradual
Imipramina/Anticolinérgico) Considerar terapia combinada
(Desmopressina/Imipramina/Outros)
Figura 2 - Algoritmo de tratamento
12. Enurese resistente
ao tratamento
Alguns pacientes não responderão ao alarme ou à desmo- • A desmopressina está sendo utilizada corretamente?
pressina, sendo considerados resistentes ao tratamento, (1 hora antes de deitar e 2 horas após o jantar)
sendo necessária outras terapias. • O alarme está sendo utilizado da forma correta?
A reavaliação da criança deve ser feita para tentar identificar • Existe algum distúrbio de comportamento concomitante
aspectos clínicos que passaram despercebidos na avaliação como déficit de atenção, hiperatividade entre outros?
inicial.49 Possíveis fatores relacionados à má resposta devem
ser investigados antes de considerar que a criança tem Crianças que não respondem ao tratamento com alarme
enurese resistente ao tratamento.61 devem ser reforçadas e reorientadas sobre o mecanismo
de ação do tratamento e, para aquelas que não estão
Algumas questões devem ser esclarecidas: motivadas, outras alternativas como a desmopressina
• A enurese era realmente monossintomática ou sintomas ou outras medicações devem ser iniciadas.
diurnos eram presentes?
• O paciente apresentava poliúria notuna? Em pacientes resistentes à desmopressina, possíveis
• A criança reduziu a ingestão hídrica nas 2 horas antes causas são: o excesso de soluto urinário secundário à uma
de deitar? dieta rica em sódio, a um ritmo circadiano de excreção de
• O paciente está seguindo a recomendação dietética? sódio alterado ou influências de hormônios vasoativos e
(evitar cafeína e cítricos) prostaglandinas como renina, aldosterona ou peptídeo natri-
• A dose da desmopressina está adequada ou pode urético atrial. Após a definição da resistência à desmopres-
ser aumentada? sina, podemos subdividir os pacientes em aqueles que não
tiveram resposta apesar da redução da diurese noturna pressina, demonstrou a redução da frequência da enurese.64
e aqueles com bexiga hiperativa noturna como possível
etiologia.61 Reboxetina, um antidepressivo com ação noradrenérgica,
reduziu de forma significativa os episódios de enurese em
Alternativas terapêuticas para resistência à desmopres- pacientes resistentes em comparação com placebo, apesar
sina incluem: indometacina, inibidores da cicloxigenase da maior parte das respostas serem parciais.65
que, apesar de reduzirem a excreção noturna de sódio,
uréia e a excreção osmótica, não reduzem de forma A terapia combinada é uma opção nestes pacientes, como
significativa o número de noites molhadas tanto como o uso da desmopressina + anticolinérgico que foi bem
monoterapia ou combinada à desmopressina.62,63 tolerada e resultou em redução significativa dos episódios
enuréticos com melhores respostas se uma alta dose de
Furosemida também foi estudada como 2a linha de trata- anticolérgico é usada (até 10 mg).66,67 O efeito do uso com-
mento para resistência à desmopressina e deve ser tomada binado da desmopressina e alarme é controverso e efeitos
pela manhã para aumentar a diurese e a excreção de sódio imediatos positivos existem68,69, porém os estudos não
e solutos durante o dia e, quando foi associada à desmo- demonstraram resposta duradoura.42

Consenso: A enurese resistente deve ser sempre tratada por um profissional experiente em enurese pela alta
complexidade no tratamento e resposta geralmente ruim ao tratamento disponível. A revisão da história clínica
e do exame físico são essenciais para o sucesso do tratamento.
13. Enurese não
monossintomática (NME)
A enurese não monossintomática é caracterizada pela pre- de Roma IV e escala de Bristol deve ser realizada nas crian-
sença de sintomas diurnos e está associada à enurese e ças com constipação.
presente em cerca de 1/3 de todas as crianças enuréti-
cas.70 Ela tem particularidades que a diferem da enurese O tratamento inicial deve abordar os sintomas diurnos, com
monossintomática, como um risco aumentado de infecção atenção especial para disfunção do trato urinário inferior,
urinária e maior associação com constipação e distúrbios constipação e qualquer distúrbio de comportamento quan-
emocionais e comportamentais. do presente.1

Os pacientes com enurese não-monossintomática preci- Uroterapia deve ser o primeiro tratamento e deve ser man-
sam de avaliação com atenção especial para os sintomas tido por pelo menos 1 mês. Caso os sintomas persistam,
miccionais diurnos (urgência, frequência, incontinência e tratamentos mais específicos devem ser adicionados à
esforço miccional) e constipação. Além do diário miccional, uroterapia. As opções terapêuticas incluem antcolinérgicos,
a avaliação do resíduo pós miccional por ultrassonografia e alfa-bloquadores, eletoneuromodulação, biofeedback e toxi-
urofluxometria são necessários para o correto diagnóstico e na botulínica.
tratamento. A avaliação do hábito intestinal com os critérios
Crianças que não melhoram os sintomas diurnos e noturnos tratamento. A melhora do hábito intestinal é essencial para a
devem continuar com as outras modalidades terapêuticas melhora dos sntomas miccionais.
que focam nos sintomas diurnos como: aumento da dose
da medicação, combinação de medicações ou com outras Se a enurese persiste após a melhora dos sintomas diurnos,
terapias (eletroneuroestimulação, biofeedback). A consti- o tratamento deve seguir a recomendação para enurese
pação, quando presente, deve ser abordada no início do monossintomática.

Consenso: A criança com enurese não-monossintomática deve ser avaliada como se tivesse uma disfunção do
trato urinário inferior: com diário miccional, urofluxometria, ultrassonografia com avaliação de resíduo pós-miccional.
A avaliação da constipacão e dos distúrbios de comportamento não podem ser deixados de lado durante a
investigação clínica e devem ser tratados se presentes. Sintomas diurnos devem ser o foco do tratamento inicial e a
enurese deve ser tratada após a melhora dos sintomas diurnos do trato urinário inferior.
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