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CÂNCER DE PÊNIS

O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50
anos, embora possa atingir também os mais jovens. No Brasil, esse tipo de tumor
representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente
nas regiões Norte e Nordeste. Com um percentual de mortes: 400 por ano (2020 - Atlas
de Mortalidade por Câncer - SIM).
Seus riscos estão atrelados a:

Baixas condições socioeconômicas e de instrução

Má higiene íntima


Estreitamento do prepúcio. Homens que não se submeteram à circuncisão
(remoção do prepúcio, a pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis) têm
maior predisposição ao câncer de pênis
Infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano)

Para prevenir o câncer de pênis, é necessário fazer a limpeza diária do órgão com água e
sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar
aos meninos desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os
dias.

- A cirurgia de fimose (quando a pele do prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a


exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de
prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de internação. Também
chamada de circuncisão ou postectomia, a cirurgia de fimose é normalmente realizada na
infância. Quando a circuncisão é realizada na infância, há redução do risco de
desenvolver esse tipo de câncer. Bons hábitos de higiene reduzem o risco tanto em
homens que realizaram quanto nos que não realizaram a cirurgia.

- Observar com atenção mudanças na região como surgimento de feridas, manchas e


secreção.

- Meninos de 11 a 14 anos de idade e meninas de 9 a 14 anos devem tomar a vacina anti-


HPV, disponível gratuitamente no SUS que também pode prevenir o surgimento da
doença e procurar um médico tão logo os sintomas sejam notados.
- A utilização do preservativo é imprescindível em qualquer relação sexual, já que a
prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver
a doença. O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente
transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo.

A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera


persistente, ou também uma tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis.
A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode
ser um indicativo de câncer no pênis. Nesses casos, é necessário consultar um
especialista. Além da tumoração no pênis, a presença de gânglios inguinais (ínguas na
virilha), pode ser sinal de progressão da doença (metástase).

A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa
fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido.
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos,
laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos
da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento),
mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de pênis traga mais


benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.

Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu


tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como:

• Tumor ou úlcera em pênis na ausência de uma doença sexualmente transmissível ou


persistente após seu tratamento.

• Espessamento ou mudança na cor da pele do pênis ou prepúcio.

Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é
importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não
melhorarem em alguns dias.

Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de


cura. No entanto, mais da metade dos pacientes demoram até um ano após as primeiras
lesões aparecem para procurar o médico. Todas as lesões ou tumorações penianas,
independentemente da presença de fimose (dificuldade ou incapacidade de exposição da
glande, por estreitamento da pele), deverão ser avaliadas por um médico, principalmente
aquelas de evolução lenta e que não responderam aos tratamentos convencionais. Essas
lesões deverão passar por biópsia (retirada de um fragmento de tecido) para análise,
quando será dado o diagnóstico final.

O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios


inguinais (ínguas na virilha). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidas.
Nas lesões superficiais a realização de postectomia e tratamento local com medicamentos
é possível em alguns casos. A cirurgia é o tratamento mais eficaz e frequentemente
realizado para controle local da doença. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar
o crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação total do pênis, que traz
consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais cedo for
iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura e menos traumático é o
tratamento.

Referências:

Barbosa Junior AA, Athanázio PRF, Oliveira B. Câncer do pênis: estudo da sua patologia
geográfica no Estado da Bahia, Brasil. Rev Saude Publica. 1984;18:429-35.

Brunini R, Torloni H, Henson DE, Gotlieb SLD, Souza JMP. Câncer no Brasil: dados
histopatológicos 1976- 1980. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde; 1982.

Fonseca AG. Tratamento cirúrgico contemporâneo do câncer de pênis [dissertação]. São Paulo
(SP): Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2001.

Sociedade Brasileira de Urologia. Estudo epidemiológico sobre câncer de pênis no Brasil


[Internet]. Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.sbu.org.br/site/1/ associadosSBU.php.

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