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Atenção integral à saúde da Mulher

EMBRIOLOGIA GERAL
O período embrionário compreende da 3ª a 8ª semana de gestação (período de formação dor órgãos), enquanto que, o período
fetal se inicia a partir da 9ª semana (órgãos já estão formados). As fases do desenvolvimento se iniciam após a gametogênese, e
são elas:
1. Fecundação
2. Clivagem Pré morfogênico (1ª -2ª semana)
Embrionário 3. Blastulação
4. Gastrulação morfogênese primária (3ª semana)
5. Neurulação morfogênese secundária (3ª - 4ª semana)
6. Organogênese
7. Crescimento
Fetal Morfogênese definitiva
8. Diferenciação
9. Integração

1º período do desenvolvimento – pré morfogênico


Este período é composto por 3 fases – fecundação, clivagem e Blastulação e corresponde a primeira semana de desenvolvimento,
recebe este nome pois as estruturas formadas são muito primitivas, ou seja, não é possível identificar a região caudal, cefálica,
dorsal ou ventral, sem eixos definidos.

1. Fecundação
O local da fecundação é na ampola da tuba uterina, e antes do encontro dos gametas existem os eventos preparatórios para que
isso ocorra:
As fimbrias da tuba uterina realizam uma ação de varredura e
Transporte dos ovócitos “arrastam” o ovócito secundário para o infundíbulo da tuba,
ele passa para a ampola principalmente pelas ondas de
peristaltismo (contração e relaxamento da tuba uterina).
Na ejaculação os espermatozoides são transportados do
epidídimo para a uretra, é no epidídimo que eles adquirem
Transporte dos espermatozoides capacidade fértil inicial. As proteínas presentes no fluído
ejaculado serão adsorvidas à cabeça do espermatozoide o que
impede uma reação acrossômica precoce, assim as enzimas
do acrossoma serão guardadas para o momento da
fecundação.
Capacitação dos espermatozoides ** Os espermatozoides recém ejaculados não possuem
capacidade de fertilizar os ovócitos (estão estacionados na
metáfase II), portanto eles passam pela capacitação, que
ocorre no reprodutor feminino.
• Quando o espermatozoide entra em contato com os
fluidos do sistema feminino, ele adquire a
capacidade fértil final e uma motilidade
hiperativada.
• Isso ocorre, pois, as proteínas seminais são
removidas da membrana que recobre o acrossoma,
permitindo assim que ele libere suas enzimas no
momento da fecundação.

Encontro e junção dos gametas


O espermatozoide percorre o trajeto com ajuda da contração muscular, a partir de então inicia-se as passagens pelas “barreiras”:

1. Penetração da corona radiata: ocorre por meio do movimento flagelar hiperativado + enzima da mucosa uterina +
pequenos escapes de enzimas do acrossoma (principalmente as hialuronidases).
2. Penetração da zona pelúcida: cama entrelaçada de glicoproteínas, ocorre através da ligação espécie-específica (ZP3) +
reação acrossômica – essa ligação desencadeia a exocitose das enzimas hidrolíticas do capuz acrossômico do
espermatozoide, permitindo sua passagem pela zona pelúcida.
3. Reação cortical: o espermatozoide entra em contato com a membrana plasmática do ovócito, o que desencadeia a reação
cortical – a zona pelúcida se torna impermeável, pois ocorre liberação das enzimas lisossomais dos grânulos corticais da
membrana plasmática do ovócito. Há então bloqueio da polispermia.
4. Fusão das membranas: a membrana dos dois gametas se funde, ou seja, se tornam diploides e formam o zigoto.

2. Clivagem
A clivagem é uma serie de divisões celulares sucessivas que ocorrem 30 horas após a fecundação, acontece durante o transporte
do zigoto pela tuba uterina em direção ao útero. Quando já existem 16 a 32 blastômeros, a estrutura passa a ser chamada de
mórula (todas as células são idênticas), aí se inicia o processo de Blastulação.

3. Blastulação
Ocorre logo após a mórula ter alcançado o útero, marcada pela primeira diferenciação celular formando assim o blastocisto. A
partir da 2ª semana, o blastocisto irá perder a zona pelúcida permitindo que ele realize a nidação no endométrio feminino –
porção superior do corpo uterino.
• Trofoblasto: proliferação muito intensa, se diferenciando em citotrofoblasto, as novas células passam a se acumular no
polo embrionário e perdem seus limites citoplasmáticos, formando o sinciciotrofoblasto (grande massa citoplasmática
multinucleada).
• Sinciciotrofoblasto: produz o HCG, o hormônio responsável pela manutenção do corpo lúteo – produtor de progesterona,
iniciando a difusão de nutrientes e oxigenação da estrutura.

Além disso o blastocisto se modifica em Embrioblasto o qual se divide em 2, formando o disco bi laminar – onde surgem os 3
folhetos embrionários. Parte do epiblasto se diferencia em saco amniótico e onde tínhamos a cavidade blastocística, parte do
hipoblasto se diferencia em saco vitelínico.
Neste período de Blastulação há início da formação da placenta a partir da vilosidade coriônica primária, que tem um centro de
citotrofoblasto envolvido por sinciciotrofoblasto, depois a mesoderma extraembrionária começará a adentrar o citotrofoblasto –
formando a vilosidade coriônica secundária. Por fim vasos se formam no mesoderma, gerando a vilosidade coriônica terciária.
→ Entre as vilosidades terciárias temos as lacunas que serão banhadas pelo sangue materno, assim o nutriente terá que
passar por uma barreira placentária para pode alcançar o feto.
→ A placenta possui uma parte materna (endométrio) + parte fetal (saco coriônico = sinciciotrofoblasto + citotrofoblasto +
mesoderma extraembrionário).

2º PERÍODOO DO DESENVOLVIMENTO – MORFOGÊNESE PRIMÁRIA


Gastrulação
Ocorre formação dos três folhetos embrionários primordiais a partir do epiblasto, dando início à morfogênese primária,
ectoderma, endoderma e mesoderma.

3º PERÍODO DO DESENVOLVIMENTO – MORFOGÊNESE SECUNDÁRIA


• Neurulação: a partir da ectoderme há formação do tubo neural e das cristas neurais.
• Diferenciação e metamerização: a partir da mesoderme, formando os somitos.
• Modelagem do embrião ou dobramentos embrionários: endoderme, há formação do intestino primitivo.

1. Neurulação
Esse processo se inicia na 3ª semana e termina na 4ª semana, há formação do tubo neural (medula espinhal e encéfalo) e das
células da crista neural (gânglios nervosos). Com isso no final da 3ª semana, temos a notocorda e os 3 folhetos formados, entre
os folhetos e a organogênese definitiva, temos a organogênese rudimentar, com a formação de esboços dos órgãos:

Obs: lembrar que a direção de fechamento do tubo é sempre do centro em direção a extremidade.
Caso ocorra defeito de fechamento do tubo por falta de ácido fólico na gestação, altera-se a formação do encéfalo e da medula,
podendo causar anencefalia ou espinha bífida com mielosquise.

2. Diferenciação
A mesoderma se diferencia em 3 tecidos:
• Mesoderma paraxial: ao lado do tubo neural
• Mesoderma intermediário
• Mesoderma lateral: se divide em mesoderma lateral somático (dorsal) e mesoderma lateral esplâncnico (ventral).

3. Metamerização
É uma segmentação do mesoderma paraxial em vários blocos iguais chamados somitos, estes são responsáveis pela formação
das vértebras, tecido muscular e esquelético.

4. Modelagem do embrião
O embrião que ainda era plano e achatado, passa a ser cilíndrico (início da 4ª semana), passando pelos dobramentos embrionários,
as dobras ventrais são: lateral, cefálica e caudal.
• Dobra lateral: forma-se um tubo central, ou seja, o intestino primitivo, que formará o digestório e o respiratório, esse
intestino está revestido pela endoderme.
• Dobra cefálica: a área cardiogênica, que estava cefálico e acima do tubo neural, se reposiciona na cervical e depois no
tórax.

4º PERÍODO DO DESENVOLVIMENTO – MORFOGÊNESE DEFINITIVA


Ocorre a partir da 4ª semana:
• Fechamento do tubo neural
• Formação do intestino primitivo
• Encurvamento dos embriões (flexuras)
• Formação dos arcos faríngeos: estruturas que estarão envolvidas com a formação de quase todas as estruturas de cabeça
e pescoço.
• Coração começa a bater

6ª semana
• Começam a se formar os raios digitais, onde haverá apoptose para separação dos dedos.
• Formação da hérnia fisiológica umbilical.

7ª semana
• Região de desenvolvimento hepático bem grande (proeminência hepática): cerca de 10% do peso do embrião por volta
da 10ª semana

Obs: no período fetal há crescimento rápido do corpo e diferenciação dos tecidos, reestabelecendo a proporção corporal.

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