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Fecundação

-Também chamada de Fertilização;


-É o processo pelo qual o gameta masculino (espermatozoide) se une ao gameta feminino (ovócito) para formar
uma célula diploide (zigoto ou célula-ovo);
-O desenvolvimento embrionário vai se iniciar com a
formação do zigoto (2n).

Condições para que ocorra

-Em uma condição normal, no testículo, de cada espermatogônia é formado quatro espermatozoides;
-No ovário, ainda na vida intrauterina, o processo de meiose das ovogônias se iniciam, mas vão estacionar na
prófase I. Na puberdade, momentos antes da ovulação e a cada ciclo, alguns ovócitos retomam seu metabolismo e
inicia-se o processo de gametogênese feminina ou oogênese.
-Erros no meio do processo podem acontecer, gerando células com números anormais de cromossomos.
-O que é um gameta feminino viável e sadio?
*É o ovócito secundário parado na metáfase II;
*Apresenta um grande volume de
citoplasma;
*Envolto pela membrana plasmática e
sobre essa membrana existe uma camada
glicoproteica, denominada zona pelúcida;
*O ovócito deve sair do ovário envolto por
algumas células da granulosa, as quais formarão a corona radiata.
-Em relação a durabilidade do ovócito viável dura, em média, 24 horas no organismo feminino.
-O que é um gameta masculino viável e sadio?
*Estrutura modificada que possui as seguintes regiões:
>cabeça: existe o núcleo e o acrossomo (organela rica em enzimas
digestivas);
>peça intermediária: onde se localiza a mitocôndria, responsável por
fornecer energia no processo de deslocamento do espermatozoide;
>cauda: formada pelo flagelo que possui mobilidade.
*A durabilidade do espermatozoide fora do organismo masculino e dentro
do organismo feminino é em torno de 5 dias (em média 48 a 72 horas).
*No organismo masculino os espermatozoides ficam armazenados no
epidídimo (estrutura localizada acima dos testículos) até o momento da
ejaculação.

-O espermatozoide que sai do testículo não possui motilidade, por isso são incapazes de fertilizar. Dessa forma,
ele precisa permanecer alguns dias dentro do epidídimo para que este órgão seja responsável pela maturação
bioquímica desse espermatozoide, e durante o trajeto para o epidídimo é que os espermatozoides vão adquirir a
sua capacidade funcional de motilidade;
-Estima-se que, em média, o espermatozoide demore de 10 a 12 dias para transitar por todo epidídimo até chegar
a porção final (cauda) desse órgão e ficar armazenado. E o tempo de trânsito é regulado, principalmente pelo
hormônio testosterona. Estudos mostram que uma rápida passagem pelo epidídimo possui relação direta na
infertilidade, uma vez que a maturação não vai acontecer de forma adequada;
-No momento da ejaculação é que os espermatozoides são eliminados juntamente com o liquido seminal e prostático;
-Em média o volume ejaculado tem cerca de 3,5 ml, mas pode variar de 2 a 6 ml dependendo da atividade sexual
do indivíduo;
-Em cada ejaculação, são eliminados cerca de 200 a 600 milhões de espermatozoide. E esses espermatozoides
são depositados no fundo da vagina e iniciam seu trajeto até o útero e final da tuba uterina até encontrar o
ovócito;
-A motilidade é diretamente influenciada pelo pH do meio, se o pH é ácido a motilidade é mais lenta e se o pH é
básico a motilidade será mais rápida. De modo geral a velocidade do espermatozoide é de 2 a 3 mm por minuto.

-Depois de serem depositados no fundo da vagina, os milhões de espermatozoide precisam agora iniciar uma
jornada épica: chegar ao útero, subir pela tuba uterina até encontrar o ovócito;
-O útero, assim como as células da tuba, produz uma secreção chamada de muco. Nas fases iniciais e reguladas
durante o ciclo, a consistência desse muco vai variar, de uma secreção mais liquida e fluida para permitir uma
melhor motilidade dos espermatozoides. Após a ovulação esse muco se torna mais consistente;
-Dos milhões de espermatozoides que são eliminados, muitos são perdidos durante a passagem em direção as
tubas.

-Além do espermatozoide ter sofrido o processo de maturação no epidídimo. Dentro do aparelho reprodutor
feminino, o espermatozoide passará por um processo denominado capacitação espermática;
-Corresponde ao período em que o espermatozoide vai adquirir a competência para fertilizar;
-É um período de condicionamento no aparelho reprodutor feminino que dura de 6 a 7 horas;
-A capacitação é direcionada por substâncias secretadas por regiões da parede da tuba uterina, principalmente
íons bicarbonato;
-Somente os espermatozoides que sofreram a capacitação é que serão capazes de atravessar a corona radiata
e realizarem a reação acrossômica;
-Descrição do processo:
*Quando o espermatozoide é ejaculado, existe sobre sua
membrana plasmática ligantes específicos que se ligam a
receptores que estão presentes na zona pelúcida feminina.
Entretanto, esses ligantes estão recobertos por diversas
proteínas e glicoproteínas do liquido seminal e do epidídimo,
fazendo com que o espermatozoide não consiga se ligar a
zona pelúcida e fertilizar. Então, durante o processo da
capacitação espermática, as secreções produzidas pelo
útero e pela tuba uterina vão remover essas proteínas e glicoproteínas do ligantes e expor esse ligante para que
o espermatozoide possa se aderir a zona pelúcida.
*Então o espermatozoide devidamente
capacitado, alcança a ampola da tuba
uterina e encontra o ovócito II que foi
ovulado e realiza a fecundação;
*Se NÃO ocorre a fecundação o ovócito
degenera e é reabsorvido no útero.

-Acredita-se que o ovócito ajude no processo de encontro dos gametas, por meio da liberação de substâncias
quimiotáticas que atraem os espermatozoides;
-Acredita-se, também, que as células foliculares da corona radiata façam parte desse processo;
-Além disso, a temperatura, também, parece influenciar. Próximo a ovulação a mulher tem uma elevação da
temperatura a qual auxilia no encontro do ovócito com o espermatozoide.

Etapas da fecundação

-Dos espermatozoides que conseguira chegar até o ovócito,


pouquíssimos vão conseguir atravessar a barreira de células
foliculares. Os espermatozoides vão empurrando as células da
barreira e o batimento flagelar também ajuda, até que ele consiga
atravessar e chegar a zona
pelúcida;
-A zona pelúcida é uma estrutura
acelular constituída por material
glicoproteico onde existe várias
proteínas (ZP1, ZP2 e ZP3). É a ZP3 que vai se ligar ao espermatozoide. Essa ligação,
faz com que o espermatozoide sofra a sua reação acrossômica, que consiste no
desmanche do acrossomo e liberação de todas as enzimas digestivas, como
acroesina, hialuronidase, etc, que estavam ali. São essas enzimas que vão degradar
o material da zona pelúcida, ajudando a romper a barreira, fazendo
com que o espermatozoide toque a membrana plasmática do ovócito.
E é nesse momento que ele está terminando a sua fertilização.
-A partir do momento que ocorre a fusão das membranas
plasmáticas, o pró-núcleo masculino junto com a cauda é lançado
dentro do citoplasma do ovócito. Nesse momento, o ovócito II vai
retomar a sua segunda divisão meiótica;
-Após a entrada de um espermatozoide dentro do ovócito, a entrada
de outros dever ser impedida, pois isso levaria a um desenvolvimento anormal. Por isso, o ovócito possui mecanismo
para evitar a entrada de mais de um espermatozoide. Existem dois mecanismos que estão envolvidos no processo
de bloqueio da poliespermia:
a) bloqueio rápido: tem duração de alguns segundos ou minutos. Envolve a despolarização da membrana do ovócito.
Ocorre imediatamente após a fusão do espermatozoide e é caracterizado pela abertura de canais iônicos e um
influxo de cálcio muito grande para dentro do ovócito, alterando, momentaneamente, o potencial de membrana do
ovócito. Essa alteração do potencial dura poucos segundos, tempo suficiente para que o bloqueio aconteça

b) bloqueio lento: conhecido como Reação Cortical ou Reação Zonal. O influxo de cálcio, promove a liberação de
várias enzimas presentes nas vesículas (localizadas na periferia do ovócito). Quando o ovócito é fertilizado essas
vesículas se fundem com a membrana plasmática do ovócito, liberando essas enzimas hidrolíticas sob a zona
pelúcida modificando bioquimicamente essa zona, tornando a zona pelúcida totalmente impermeável a novos
espermatozoides.
-Então, quando o espermatozoide penetra no ovócito, esse ovócito
retoma a segunda divisão meiótica a partir da metáfase, com
posterior liberação do segundo corpúsculo polar, ocorre a formação
do pró-núcleo feminino e masculino e inicia-se a primeira divisão da
nova célula (zigoto).

Consequências da fertilização
-Estimulação do ovócito a completar a 2ª divisão;
-Restaura o número diploide da espécie;
-Determinação do sexo cromossômico;
-Mistura dos cromossomos da mãe e do pai, gerando variabilidade genética.

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