Helena Victória
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Fertilização
1. Introdução:
A fecundação ou fertilização é o processo pelo
qual há a formação de um zigoto, por meio da fusão dos
gametas feminino (até então denominado ovócito II) e
masculino (espermatozóide), gerando uma célula diploide.
A fecundação normalmente ocorre na ampola
(embora possa ocorrer em outras regiões da tuba).
Além disso, antes desse evento de fato ocorrer, uma
série de eventos sequenciais a antecede para que ela
se torne realmente viável e adequada.
2. Trajeto dos espermatozóides:
Primeiramente, é preciso que haja ejaculação
para que os espermatozóides sejam liberados na vagina
da mulher. Esse evento ocorre com a mediação de
estímulos parassimpáticos e simpáticos (responsáveis
pela ereção e liberação do esperma, respectivamente),
por meio da contração dos ductos genitais e do músculo
bulboesponjoso do pênis.
Ao adentrarem a vagina, os gametas masculinos
se deparam com um pH ácido, o que já realiza uma pré-
seleção dos espermatozóides mais resistentes. Ainda na
vagina, o sêmen sofre coagulação, o que permite uma
melhor fixação desse no fórnice da mulher. Em seguida,
ele se liquefaz novamente, o que favorece sua
caminhada até o ovócito.
Ao chegar no colo uterino, o muco cervical do
útero pode facilitar ou dificultar a passagem dessas
células, dependendo de sua textura que se altera
conforme o período do ciclo menstrual em que a mulher
está (alta viscosidade atrapalha).
Na cavidade uterina, as prostaglandinas
presentes no líquido estimulam a contração da
musculatura lisa do órgão, o que facilita sua
movimentação até o istmo da tuba uterina. Além disso,
nesse mesmo momento, os espermatozóides entram
Embriologia - aula 2
em contato com as células de defesa do útero, que
realizam mais uma seleção nos gametas.
Os espermatozóides tem sua movimentação
direcionada através de quimiotaxia e de gradientes
térmicos e químicos existentes na tuba que recebe a
célula feminina. Assim, a célula é atraída para a trompa
onde a temperatura está 2°C mais alto que o normal e
seus receptores para progesterona também irão os
direcionar até o ovócito.
Depois disso, os espermatozóides ainda não
estarão totalmente aptos à fecundação, pois é preciso
que ocorra neles um processo denominado capacitação
e outro denominado reação acrossômica,
acrossômica dentro do
sistema genital feminino. Os gametas que não sofrerem
esses eventos, não serão capazes de fecundar.
a) Capacitação do espermatozóide:
Para que o espermatozóide seja capaz de
interagir com o ovócito e passar pelas regiões que o
envolvem (corona radiata e zona pelúcida), é necessário
que ele sofra o processo de capacitação (que
noramlmente ocorre no istmo).
Esse processo resulta na hiperativação do
gameta masculino que, por sua vez, tem sua
movimentação favorecida por uma alteração na rapidez
em que sua cauda se move, nadando de maneira mais
veloz.
Isso reduz os riscos de estagnação do gameta
em alguma região do útero, pelo muco cervical, por
exemplo, além de contribuir para que o sptz desvie o
epitélio ciliado da tuba e tenha sua passagem pela
corona radiata facilitada.
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ETAPAS DA CAPACITAÇÃO:
- No sistema genital feminino há altas concentrações de
íons HCO³-
HCO³-, Ca²+
Ca²+ e de proteínas albumina.
albumina
- A entrada de albumina feminina na célula masculina irá
induzir uma mudança na bicamada lipídica dos
espermatozóides.
- Com isso, haverá a retirada da camada de
glicoproteínas e ptns plasmáticas seminais que
recobrem a região acrossômica do espermatozóide
(permitindo o futuro contato direto do acrossoma com
as camadas que envolvem o ovócito).
- Os íons HCO³- adentram gameta masculino. Além disso,
a progesterona, ligante do receptor ABHD2 na
membrana do espermatozóide, irá modular
positivamente os canais de Ca²+ ali presentes.
- A entrada de Ca²+ e HCO³- (normalmente a nível de
cauda do sptz) alteram o pH do gameta masculino,
culminando na hiperativação da célula.
Obs: a baixa afinidade de testosterona com o receptor
ABHD2 explica o porque alterações hormonais na
mulher - pelo uso de anabolizantes, por exemplo -
podem gerar dificuldades na fertilização
Depois disso, os espermatozóides estão
condicionados para passar pela corona radiata e entrar
em contato com a zona pelúcida e sofrer a reação
acrossômica.
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b) Reação acrossômica:
Ao entrar em contato com a corona radiata,
enzimas presentes no acrossoma do espermatozóide
(ex: hialuronidase)
hialuronidase são liberadas, o que ocasiona uma
dispersão das células foliculares dessa região do ovócito,
permitindo a passagem livre dos espermatozóides.
A zona pelúcida é uma camada de glicoproteínas
que cerca o ovócito, facilita a ligação do espermatozóide
e induz a reação acrossômica. A passagem do gameta
masculino por essa região também é favorecida graças
as enzimas do acrossôma do sptz (que dissolvem a Z.P.)
e é mediada pelo receptor ZP3.
Com isso, a célula masculina finalmente entrará
em contato direto com a célula feminina. Esse contato
irá culminar na liberação dos grânulos corticais
presentes na membrana do ovócito. Esses grânulos
contém enzimas lisossomais que alteram as
propriedades da Z.P., tornando-a impermeável a outros
espermatozóides - o que evita a poliespermia. Esse
processo é chamado de reação cortical.
ETAPAS DA REAÇÃO ACROSSÔMICA:
- Liberação das enzimas do acrossôma.
- Espermatozoide passa pela corona radiata, entrando
em contato com a zona pelúcida.
- Enzimas do acrossoma com a atuação do receptor
ZP3 irão favorecer a passagem do sptz pela Z.P.
- Gameta masculino entra em contato com o feminino, o
que culmina na reação cortical, evitando a poliespermia.
- Logo, há a interação (sistema
sistema chave-
chave-fechadura)
fechadura da
proteína de superfície izumo do espermatozóide com a
proteína de superfície juno do ovócito. Essa ligação
recebe auxílio da molécula CD9 presente no gameta
feminino.
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- Ocorre a fusão das M.P.s das células e a cabeça e a

cauda do sptz entram no citoplasma do ovócito. Nesse
momento, a membrana celular e a mitocôndria ficam
para trás (o que explica porque possuímos apenas
mitocôndrias maternas).

- Assim, há a segunda divisão meiótica do ovócito II, com

a formação do 2° corpúsculo polar.

- Dando seguimento, os cromossomos maternos são

descondensados e o núcleo do ovócito torna-se o pró-
pró-
núcleo feminino (22X).

- Nesse momento, o núcleo do espermatozóide aumenta

de tamanho até se tornar o pró-
pró-núcleo masculino (22X
ou 22Y).
22Y) Com isso, sua cauda é degenerada.

- Por fim, ocorre a fusão dos pró-núcleos feminino e

masculino, formando um único agregado diploide,
denominado zigoto.
zigoto

- Nesse momento, há uma forte liberação de zinco. É

tido pela comunidade científica que quanto mais forte
foi a liberação, melhor foi a fecundação.

- Os acrossomos, então, se organizam em um fuso de

clivagem, em preparação para divisões futuras.