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GAMETOGÊNESE MASCULINA 1

RESUMO DAS FUNÇÕES 3

GAMETOGÊNESE FEMININA 4
RESUMO DAS FUNÇÕES 10

MECANISMOS DE FECUNDAÇÃO 11
RESUMO DAS FUNÇÕES: 15

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO I 16

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO II 24

PERÍODO FETAL 36

ANEXOS EMBRIONÁRIOS 40

COMUNICAÇÃO CELULAR NO DESENVOLVIMENTO 44

CÉLULAS TRONCO 46

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 47

CRISTA NEURAL 48

DESENVOLVIMENTO DA FACE E CRÂNIO 51

PERGUNTAS EMBRIOLOGIA (P2) 57


GAMETOGÊNESE MASCULINA
(22/04)
● A primeira semana do desenvolvimento embrionário se dá após a gametogênese,
momento em que um espermatozóide capacitado se encontra com o ovócito e
ocorre a fecundação. Basicamente, a fecundação consiste na união desses dois
gametas haplóides formando uma nova célula diplóide que originará um novo ser.
● Envolve dois tipos de divisão celular, a mitose (espermatogênese) e a meiose
(ovolugênese).
● As espermatogônias são células-tronco (capazes de fazer autorrenovação), por isso
os gametas masculinos podem ser produzidos em grandes quantidades e,
praticamente, por toda a vida do indivíduo.
● É extremamente simples, possui núcleo e praticamente 100% do DNA é
condensado, ou seja, ele não consegue fazer transição.
● A formação da gametogênese masculina ocorre nos testículos, que são as gônadas
(bolsa escrotal) masculinas.
● Durante o período embrionário formam-se células germinativas que na fase da
puberdade dão origem à espermatogônias, e é quando os testículos iniciam a
produção da testosterona.
● As células da espermatogênese estão organizadas dentro de pequenos túbulos
seminíferos, local onde se inicia a produção de espermatozoides.
● O hormônio testosterona é secretado por células de leydig, estão perto das células
germinativas; E dentro dos túbulos seminíferos estão as células de sertoli, que são
responsáveis pela sustentação e nutrição das células germinativas, além de
formarem uma barreira hematotesticular.
● Dessa forma as células de sertoli protegem as células das espermatogênese de
manter contato com substâncias e moléculas provenientes do sangue, essa
proteção evita uma resposta auto imune do indivíduo contra seus próprios gametas
em diferenciação.
● As células de sertoli conseguem produzir
grupos de moléculas sinalizadoras que
controlam cada etapa da espermatogênese.
● Com exceção das células ABP e inibina;
onde ambas não atuam no processo de
espermatogênese.
● A gametogênese divide-se em:
I. PROLIFERAÇÃO/MULTIPLICAÇÃO:
inicia-se na puberdade e continua por
toda a vida do indivíduo. Ao proliferar,
uma espermatogônia dará origem a
um espermatócito e uma
espermatogônia. Esse tipo de divisão
chama-se divisão assimétrica.

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II. CRESCIMENTO: As espermatogônias aumentam um pouco de tamanho
devido ao aumento do seu citoplasma e com isso passam a se chamar
espermatócitos primários. Continuam sendo diplóides.
III. MATURAÇÃO: Período de ocorrência da meiose; O espermatócito primário
passa pela primeira divisão meiótica e origina dois espermatócitos
secundários. Já nas células haploides de cada espermatócito primário
surgem dois hepatócitos secundários. E após a segunda divisão são
formados quatro células chamadas de espermátides. Cada espermátide
passa por um processo de espermiogênese, e nessa fase cada espermátide
é convertida em espermatozoide.
● A espermiogênese muda de forma e adquire estruturas que
contribuem para sua motilidade e para fertilização do óvulo, deixando
de ser uma célula circular, para se tornar uma célula flagelada e com
pouco citoplasma. As vesículas do complexo de golgi se fundem e
formam um acrossomo que fica localizado na extremidade anterior
dos espermatozóides. As enzimas do acrossoma são utilizadas para
digerir a zona pelúcida, uma espessa camada de proteínas (SNARe)
e carboidratos que fica na parte externa do óvulo. Para finalizar a
formação dos espermatozóides, os centríolos migram para a região
posterior e atuam na formação do flagelo; As mitocôndrias se situam
na parte proximal do flagelo e fornece a energia necessária para o
espermatozóide através do batimento flagelar.
● Para a formação de energia é necessário uma fonte base, como
carboidratos, lipídeos, etc. O espermatozoide é tão pequeno e com
tão pouco citoplasma, de onde vem os nutrientes para manter as
mitocôndrias produzindo ATP?
● Vem de um líquido seminal que é liberado com a glicose, possui uma
quantidade de frutose para ser degradada e tem lactato, assim como
no muco uterino.

REGULAÇÃO HORMONAL DA ESPERMATOGÊNESE

● Todo o processo da espermatogênese é formado pela regulação de hormônios


secretados em diversas glândulas.

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● O hipotálamo — localizado na região do encéfalo. Secreta o hormônio liberador de
Gonadotrofinas (GnRH)
● O GnRH atua numa glândula na região inferior do cérebro — Hipófise. Ela secreta o
hormônio folículo estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH).
● O FSH atua nas células de sertoli que realizam a síntese de fatores que regulam a
espermatogênese.
● As células de leydig são estimuladas pela LH e produzem a testosterona e é esse
hormônio que desencadeia a espermatogênese, responsável também por
desenvolver as características sexuais secundárias masculinas.
● A regulação dos hormônios das gonadotrofinas, LH, e FSH é dada por
retroalimentação negativa.
● A testosterona secretada em resposta ao LH exerce efeito recíproco de inibir a
secreção LH e FSH pela hipófise e então inibir a secreção dos hormônios
gonadotrofinas pelo hipotálamo.
● Principais estimulantes da célula de Sertoli: FSH, testosterona e ABP/testosterona
● A célula de sertoli precisa de três estímulos para funcionar.
● O uso excessivo e constante de anabolizante pode sinalizar uma possível inutilidade
da célula fazendo com que ela entre em apoptose.

RESUMO DAS FUNÇÕES


Espermatogônia: é a célula tronco na produção de espermatozoides. Faz autorrenovação,
não morre nunca.
Espermátides: se transformam em espermatozóides a partir da espermiogênese. É a
célula que sofre as transformações, que começa a produzir enzimas, acumular no complexo
de Golgi, elimina seu RER, começa a produzir mitocôndrias, faz o flagelo e sofre alterações
(para que possa ter a estrutura final do espermatozoide). Cada uma vai formar um
espermatozoide.
Célula de Sertoli: Sintetiza e libera proteínas que dão a hierarquia para as células
fabricantes de espermatozoides, além de alimentar a célula tronco, mantendo-a viva.
Coordena todo o processo de espermatogênese. Produz inibina.
Célula de Leydig: produzem testosterona.
Testosterona: estimula a célula de Sertoli. Faz feedback negativo quando está em grande
quantidade (bloqueia a produção de GnRH, FSH e de LH).
ABP/testosterona (proteína ligadora andrógeno): estimula a célula de Sertoli.
Hipotálamo: controla a célula de Leydig. Produz GnRH.
GnRH: estimula hipófise a fabricar LH e FSH.
LH: estimula a célula de Leydig a produzir testosterona.
FSH: estimula a célula de Sertoli.
Inibina: Faz feedback negativo quando há muita testosterona, inibe o FSH.

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GAMETOGÊNESE FEMININA
(29/04)
● Se divide e forma o ovócito primário (2n). O ovócito primário fica guardado até que
haja a menstruação, quando ele vai fazer meiose e dar origem ao ovócito
secundário. O ovócito secundário vai em direção ao útero e é quem será fecundado.
Quando fecundado, o ovócito secundário vira óvulo.

PROCESSO DE FORMAÇÃO

● Os ovócitos são rodeados por células foliculares chamadas de folículo primordial.


Ele é chamado assim até a puberdade, após isso, as células foliculares alteram sua
conformação tornando-se cúbicas, passando a se chamar de folículo primário.
● Na ovogênese adulta, após o ovócito primário receber uma sinalização, ocorre a
primeira divisão meiótica,
formando um ovócito
secundário e uma outra célula
muito pequena chamada de
Corpúsculo Polar, que acaba
morrendo, deixando apenas o
ovócito secundário.
● Se houver fecundação nesse
ovócito secundário, ocorre a
segunda divisão meiótica,
formando um segundo
corpúsculo polar que também
morre, formando assim, um
óvulo pronto para fusionar seu
material genético com o do
espermatozóide.
● No ovócito secundário há uma grande proliferação de células foliculares que formam
um espaço chamado de ANTRO e zona pelúcida (espessa, formada por proteína e
carboidrato).
● As células da parede interna produzem proteínas e hormônios que são acumulados
nesse antro, principalmente a progesterona.
● Um pouco de progesterona vai para a corrente sanguínea, mas a grande maioria
permanece armazenada. Também produzem inibina, que sai mais fácil da célula,
mas tem sua maioria no antro.
● Se o antro está bem formado significa que é um ovócito secundário.
I. Ovócito I + células foliculares: folículo primário
II. Ovócito II + células foliculares + antro: secundário

● A camada externa de células foliculares permanece na parede do ovário, elas se


proliferam e formam o corpo lúteo. Ele secreta progesterona. Se houver gravidez,
vão produzir progesterona por muito tempo, senão, elas serão degeneradas com o
tempo.

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● Menopausa não é por falta de ovócitos primários! Uma mulher nasce com ovócitos
primários suficientes para maturar 1 por mês por 400 anos. Alterações hormonais
que fazem com que morram. E a gravidez é inviável pois o útero não consegue mais
se preparar para o recebimento e permanência do embrião.
● O ovócito secundário é liberado, capturado pelas fímbrias da tuba uterina, seguindo
por ela até chegar no útero. Demora de 5 a 7 dias para chegar. A fecundação
ocorrerá no terço distal da tuba uterina, se ocorrer em outros pontos corre um
grande risco de a gravidez não ir adiante. Ele se fixa no útero, que é onde ocorre o
desenvolvimento.
● Um ovócito secundário só precisa de nutrientes do caminho da tuba uterina até o
útero. Quando se implanta no útero, vai retirar nutrientes da camada do endométrio
e depois da circulação da mãe.
● O óvulo humano é oligolécito (oligo = pouco, lécito = vitelo), e tem apenas vitelo
(nutrientes) para os primeiros dias, depois disso ela vai aderir à parede do útero e
vai tirar nutrientes das camadas do endométrio, depois da placenta, e assim por
diante. O fato de o óvulo ter pouco vitelo, permite que haja clivagem total nas
primeiras divisões (holoblástica total).
● Além do acúmulo de nutrientes no citoplasma do ovócito, há também a produção e o
acúmulo dos primeiros fatores de transcrição que serão usados para induzir a
produção das primeiras proteínas. Esses fatores de transcrição, além de alguns
RNAm ficam prontos no ovócito, pois durante as divisões, o DNA está condensado,
e não tem como produzir proteínas. A produção de proteínas só começa quando
cessam as divisões.
● Os fatores de transcrição não ficam dispersos aleatórios no citoplasma, eles são
colocados em posições específicas, para que quando houver as primeiras divisões
do óvulo, esses fatores fiquem em concentrações diferentes nas células, começando
aí a diferenciação celular.
● A maneira mais utilizada pela célula para organizar os fatores de transcrição é
através do transporte ativo. As proteínas e os RNAm são ligados à dineína e
cinesina (proteínas motoras) e utilizam a rede de microtúbulos para ficarem em
posições específicas e serem estabilizadas.
● Os fatores de transcrição são organizados todo mês, mesmo sem haver fecundação.
● Se eu bagunçar essa organização do citoplasma pode haver fecundação, mas o
desenvolvimento não vai para frente. Ele vai até o estágio de mórula mas não
chega ao estágio de blástula.
● As células foliculares coordenam, em termos moleculares, todo o processo de
maturação. Quando as células foliculares de um ovócito estimulam o começo de
uma maturação, elas liberam uma substância que inibe a maturação de outros
ovócitos. É uma rede de comunicação chamada Inibição Lateral.
● O antro que é formado tem uma função importante. A partir do momento em que as
células foliculares começaram a proliferar, começa a ter uma certa organização entre
elas. As células que estão em contato direto com o ovócito vão produzir substância
para coordenar o processo de maturação. As células que estão mais externas vão
começar a produzir alguns hormônios.
● Para a fecundação, o espermatozoide precisa passar pela barreira de células
foliculares (corona radiata), que está sempre cobrindo a célula.
● A última divisão na meiose ocorre depois da fecundação. Formará uma célula do
mesmo tamanho e a outra muito pequena para não atrapalhar a organização do

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citoplasma e não retirar elementos importantes. A célula pequena se chama
corpúsculo polar.
● O corpúsculo polar é formado porque em toda divisão celular precisa haver meiose.
Porém, não é interessante para a célula nesse momento perder citoplasma, pois é lá
que estão todos os nutrientes (vitelos) necessários para o começo do processo até
chegar no útero, e como o espermatozoide não possui citoplasma, a célula feminina
não pode perder o dela.
● Por isso é formada uma célula com o mínimo de citoplasma, contendo apenas
material genético, para que não haja desperdício quando ela morrer. Ela morre para
que haja apenas um óvulo por ciclo

I. Fase 1 | Penetração da coroa radiada


Só um espermatozóide fertilizar o ovócito. Nesta fase inicial o
acrossoma libera hialuronidases que dissolvem o material da coroa
radiada e o espermatozoide adentra e encontra a zona pelúcida.
II. Fase 2 | Penetração à zona pelúcida e ao citoplasma do ovócito
A zona pelúcida é uma camada de glicoproteínas que cerca o ovócito,
facilita e mantém a ligação do espermatozoide. ZP3 é uma proteína
da zona que possibilita que a reação aconteça. A liberação das
enzimas acrossomais (acrosina) permite que os espermatozóides
penetrem a zona, entrando em contato com a membrana plasmática
do óvulo.
III. Fase 3 | Fusão das membranas dos gametas e fecundação
A adesão inicial do espermatozóide no óvulo é mediada parcialmente
pela interação entre integrinas do ovócito e seus ligantes,
desintegrinas, no espermatozóide.

CLIVAGEM DO ZIGOTO

● Após a fecundação inicia-se o processo de clivagem do zigoto, que consiste em


repetidas divisões mitóticas do zigoto, levando a um rápido aumento do número de
células – agora chamadas de blastômeros.

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● A divisão do zigoto começa aproximadamente 30 horas após a fecundação. Esses
blastômeros se tornam menores a cada divisão. Durante a clivagem, o zigoto ainda
é envolto pela zona pelúcida.
● Blastômeros mudam sua forma e se
alinham firmemente uns contra os outros
— compactação. Este fenômeno pode ser
mediado por glicoproteínas de adesão da
superfície celular.
● A compactação possibilita melhor
interação célula-célula e é um
pré-requisito para a segregação das
células internas que formam a massa
celular interna.
● As células internas da mórula — o
embrioblasto ou massa celular interna —
são envolvidas por uma camada de
blastômeros achatados que formam o
trofoblasto.

FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO

● Logo após a entrada da mórula no útero (aproximadamente 4 dias após a


fecundação), o líquido uterino passa através da zona pelúcida para formar um
espaço repleto de líquido — a cavidade blastocística no interior da mórula.
● Com o aumento do líquido na cavidade, os blastômeros são separados em duas
partes:
a. O trofoblasto, as células externas delgadas que dão origem à parte
embrionária da placenta. Possui função nutritiva.
b. O embrioblasto, um grupo pequeno de blastômeros que é o primórdio
do embrião.
● Após o blastocisto flutuar no líquido uterino por aproximadamente 2 dias, a zona
pelúcida degenera-se e desaparece.
● Esse destacamento da zona pelúcida possibilita que o blastocisto aumente
rapidamente de tamanho. Enquanto flutua livremente na cavidade uterina, o
blastocisto se nutre através das secreções das glândulas uterinas.
● Aproximadamente 6 dias após a fecundação, o blastocisto adere ao epitélio
endometrial. Assim que ocorre a adesão ao epitélio, o trofoblasto começa a proliferar
rapidamente e a se diferenciar em duas camadas: I. O citotrofoblasto, a camada

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interna de células mitoticamente ativo que migra para o externo e perde a membrana
plasmática das suas células, formando o sinciciotrofoblasto; II. O sinciciotrofoblasto,
massa externa de células, sem limite celular definido, que invade o endométrio,
possibilitando a implantação do embrião.
OBS.: Muitos embriões recém-formados são abortados espontaneamente. Os estágios
iniciais da implantação do blastocisto são períodos críticos do desenvolvimento que podem
não acontecer corretamente por causa da produção inadequada de progesterona e
estrogênio pelo corpo lúteo.

FERTILIZAÇÃO

● O processo de fecundação dura, em média 24 horas, que ocorre em fases, sendo


elas:
I. PASSAGEM DO ESPERMATOZÓIDE ATRAVÉS DA CORONA
RADIATA: Durante esse processo uma enzima tem um papel muito
importante, a hialuronidase, liberada pela vesícula acrossômica do
espermatozóide, que tem como função causar dispersão das células
foliculares da corona radiata.
II. PENETRAÇÃO DA ZONA PELÚCIDA: A formação dessa passagem
também é resultado da ação de enzimas acrossomais: acrosina,
esterases e neuraminidase. A enzima mais importante é a acrosina,
sendo a principal responsável pela dissolução da zona pelúcida.
III. REAÇÃO ZONAL: Após a penetração do espermatozóide na zona
pelúcida, ocorrem alterações nas propriedades da zona pelúcida,
tornando-a impermeável a outros espermatozóides.
IV. FUSÃO DAS MEMBRANAS PLASMÁTICAS E OVÓCITO E DO
ESPERMATOZÓIDE: Essas
membranas se fundem permitindo
que a cabeça e a cauda do
espermatozóide entrem no
citoplasma.
V. TÉRMINO
DA SEGUNDA DIVISÃO
MEIÓTICA DO OVÓCITO E
FORMAÇÃO DO PRONÚCLEO
FEMININO: Após a penetração do
espermatozóide, no ovócito é
ativado e termina a segunda
divisão meiose formando um
ovócito maduro.
VI. FORMAÇÃO
DO PRONÚCLEO MASCULINO: O
núcleo do espermatozoide dentro
do citoplasma do ovócito, aumenta
seu tamanho para formar o
pronúcleo. A cauda do
espermatozoide é degenerada nessa fase.

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VII. FUSÃO DOS PRONÚCLEOS: Quando esse evento acontece,
forma-se um único agregado diplóide de cromossoma e se torna um
zigoto. Os cromossomos se organizam em um fuso de clivagem, em
preparação para divisões futuras.

CONTROLE HORMONAL

● O hipotálamo que produz GNRH, o GNRH estimula a hipófise a produzir e liberar


FSH e LH.
● As células foliculares são quem estimula a maturação do ovócito, e essas células,
são estimuladas pelo FSH (Hormônio Folículo Estimulante). O FSH é quem estimula
as células foliculares a começarem a produzir as proteínas necessárias para induzir
o processo de diferenciação e maturação do ovócito.
● As células foliculares produzem três hormônios: Progesterona (TECA INTERNA),
Estrógeno e Inibina (TECA EXTERNA). A progesterona produzida vai ficar dentro do
antro até que o ovócito seja liberado. O estrogênio e a inibina (produzida em menor
quantidade) vão ser liberados para a corrente sanguínea.
● Quando o ovócito é primário, há pouca célula folicular, e consequentemente, há
baixa produção de estrogênio. Estrogênio em baixa concentração bloqueia a
produção de LH. Estrogênio em alta concentração estimula a produção de LH,
gerando um pico.
● A parede do ovário é rica em fibra colágena, que dá resistência mecânica. Para que
essa parede se rompa e haja a liberação do ovócito, é necessário que haja a
presença de uma metaloproteinase chamada colagenase para degradar e fragilizar
uma certa região dessa parede. Em conjunto com isso, é necessária uma força para
que haja o rompimento da parede. Quem exerce essa força é uma proteína
chamada prostaglandina, um mediador inflamatório produzido pela cicloxigenase,
que promove o acúmulo de íons positivos e negativos dentro do antro, forçando a
entrada de H2O e, consequentemente, aumentando a pressão sobre a parede,
forçando seu rompimento no local degradado.
● Quando vai haver a liberação do ovócito, o pico de LH gerado pela alta
concentração de estrogênio, estimula a produção da prostaglandina pelas células da
parte mais externa do folículo, e da colagenase pelas células foliculares que estão
em contato com a parede do ovário. Quem marca a ovulação é o pico de LH.
● Após a ovulação, a concentração de inibina sobe, bloqueando o FSH. Isso garante
que nenhum outro ovócito comece o processo de maturação sem a certeza de que
não houve gravidez. Além disso, o corpo lúteo vai começar a produzir muita
progesterona. Alta concentração de progesterona bloqueia GNRH e FSH. Ou seja,
tanto pela ação da progesterona quanto da inibina, o processo vai estar todo
bloqueado.
● Se por acaso um segundo ovócito se desenvolver um pouco mais atrasado do que o
primeiro, o bloqueio de GNRH pela alta concentração de progesterona impede a
produção de LH, impedindo que esse ovócito seja liberado. Por isso a poliovulação
em seres humanos é muito rara, pois só acontece se os dois ovócitos saírem mais
ou menos ao mesmo tempo.

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● Se não houver gravidez, o corpo lúteo começa a se degenerar. Ao se degenerar, cai
a produção de progesterona e inibina, até chegar a níveis muito baixos. Quando
chegar a níveis muito baixos, ele entra em apoptose. Ao reduzir progesterona e
inibina, o bloqueio de GNRH e de FSH para. O FSH começa a estimular um novo
folículo, e inicia um novo ciclo.
● Se houver gravidez, quando há a implantação do embrião no útero, começa a
produção de um hormônio chamado b-HCG. Esse hormônio estimula o corpo lúteo a
continuar a produção de progesterona e não entrar em apoptose, para que o GNRH
e FSH permaneçam bloqueados até o fim da gestação. Juntamente com isso, a
placenta também começa a produzir progesterona, não dependendo mais apenas do
corpo lúteo.
● Partenogênese é o desenvolvimento sem fecundação. Ele acontece durante o
processo de divisão do ovócito. O ovócito não faz meiose, sendo liberado diploide.
Ao ser liberado, ele começa a se dividir sozinho e forma um embrião. Vai ser um
clone da mãe, pois tem o material genético idêntico ao da mãe. O novo embrião é
obrigatoriamente mulher, só tem os XX vindos da mãe.

● Pílula do dia seguinte: é um dos mecanismos de ação é ter uma alta dose de
progesterona que deixa os espermatozóides perdidos sem saber para onde ir, e
também impede a nidação. Depois que ovulou, as células vão formar um tecido
glandular chamado corpo lúteo, que vai continuar produzindo progesterona. No início
do ciclo a progesterona é praticamente inexistente. Quando o antro começa a se
formar, um pouco vai para a corrente sanguínea. Logo que ovula, a progesterona
sobe e continua alta enquanto o corpo lúteo estiver funcional. A progesterona vai
também bloquear o GnRH, bloqueando o FSH e o LH. Sem FSH outro ovócito não
pode maturar, mesmo se o processo já tiver iniciado, não haverá liberação do
ovócito. A inibina também é liberada na ovulação. Logo depois da ovulação a
concentração de inibina sobe. Ela inibe o FSH porque é fundamental que não haja
formação de ovócitos enquanto a progesterona estiver alta, já que pode ser que haja
uma gravidez em curso.

RESUMO DAS FUNÇÕES


CORPO LÚTEO: o corpo-lúteo é uma glândula endócrina temporária que se forma
após a ovulação e tem importante função como fonte dos hormônios reprodutivos
estrogênio e progesterona
ZONA PELÚCIDA: a zona pelúcida corresponde a uma grossa camada glicoproteica
que envolve o ovócito.
MÓRULA: um dos estágios do desenvolvimento pré-embrionário, precisamente o
quarto estágio da segmentação celular que acontece após o óvulo ser fertilizado
pelo espermatozóide.
BLÁSTULA: a blástula é uma fase inicial do desenvolvimento embrionário que ocorre
quando o óvulo fertilizado se divide várias vezes, mas antes que suas células se
tornem diferenciadas.
BLASTOCISTO: esse é o estágio de desenvolvimento do embrião em que ocorre sua
implantação na parede do útero materno, no tecido endometrial.

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BLASTÔMEROS: é a estrutura que resulta da divisão do ovo fertilizado durante o
desenvolvimento embrionário.
COROA RADIATA: a corona radiata envolve o ovócito e é liberada com essa célula
no momento da ovulação. Essa importante camada produz sinais químicos que
atraem os espermatozoides, ou seja, contribui para um processo conhecido como
quimiotaxia.
ACROSSOMA: o acrossoma, vesícula especial localizada na região da cabeça do
espermatozóide, apresenta enzimas importantes para garantir a penetração do
espermatozóide no ovócito.
HIALURONIDASE: enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do espermatozóide,
é responsável pela dispersão das células foliculares da corona radiata.
ZP3: responsável pela ligação espécie específica, pois ela se liga a um receptor.
INTEGRINAS: integrinas são proteínas de adesão.
DESINTEGRINAS: Inibe a ação de integrinas
CITOTROFOBLASTO: possui alta atividade mitótica, mas não apresenta a síntese de
hormônios. Ele dá origem às outras células do trofoblasto, como o sinciciotrofoblasto.
SINCICIOTROFOBLASTO: é o principal componente da placenta humana, é central
para transporte de nutrientes, tem baixa atividade mitótica e sintetiza o hormônio
gonadotrófico coriônico humano.
PROSTAGLANDINA: são um grupo de lipídios produzidos em locais de dano ou
infecção tecidual que estão envolvidos no tratamento de lesões e doenças.
Controlam processos como inflamação, fluxo sanguíneo, formação de coágulos
sanguíneos e indução do parto.
LH: produzido pela hipófise e é responsável pela ovulação
FSH: estimula a secreção de estrogênio, responsável pelo desenvolvimento e
maturação dos folículos ovarianos.
ESTROGÊNIO: o estrogênio é produzido nas células do folículo ovariano em
desenvolvimento, e ele é o responsável pelo aparecimento das características
sexuais secundárias na mulher, como aparecimento das mamas, alargamento dos
quadris, distribuição de pelos pelo corpo, etc.

MECANISMOS DE FECUNDAÇÃO
(06/05)
● Processo pelo qual duas células sexuais (gametas) se fundem para dar origem a um
novo indivíduo com o genoma resultante dos dois progenitores.
● O espermatozóide e o ovócito têm um mecanismo de atração entre eles. Nos
humanos, as responsáveis por esse mecanismo de atração são as células
foliculares, que ficam em volta do ovócito, produzindo progesterona. O
espermatozoide segue esse gradiente de progesterona, por meio de receptores, até
encontrar o ovócito. Isso é a quimiotaxia.

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MECANISMOS DE PROTEÇÃO

● O acrossoma está dentro da célula ancorada na membrana plasmática por snares.


Essas snares são ativadas por cálcio, que as torcem e as fazem liberar o conteúdo
enzimático do acrossoma quando está em contato com o ovócito. Antes disso, esse
sistema tem que estar bloqueado para que não haja acidentes, o cálcio não pode
entrar antes da hora certa.
● BLOQUEIO DO CÁLCIO: O cálcio pode entrar por duas maneiras: por canais ou por
sistemas internos (pequenos reservatórios de cálcio que são modificações do
retículo liso). O canal de cálcio pode ser bloqueado fisicamente com o uso de uma
proteína ligada fisicamente a ele, impedindo que qualquer ligante se ligue. Ocorre
também o bloqueio físico de receptores de canais de cálcio, impedindo a entrada
acidental.
● MEMBRANA RÍGIDA: Para impedir que a membrana rompa ela precisa ser mais
rígida. Ela fica cheia de lipídios saturados. Mas ela não pode ficar rígida para
sempre, precisa de maleabilidade para quando precisar romper para a fecundação.
O mecanismo utilizado é a adição de colesterol. A membrana do espermatozoide é
rica em colesterol, ele aumenta a ligação entre os lipídeos e aumenta a rigidez da
membrana, a tornando extremamente rígida. Essa configuração também garante
que não haja entrada acidental de cálcio.
● Os mecanismos de proteção estão ativos durante todo o caminho até o terço distal.
Há espermatozóides que chegam muito rapidamente ao ovócito (~30min). Esses
espermatozoides não são viáveis pois seus mecanismos de proteção ainda estão
ativos. Tem uma membrana extremamente rígida e não consegue fazer nada. Para
chegar até o ovócito, o espermatozóide possui receptor de progesterona que no
início do trajeto está bloqueado. O espermatozóide que chega muito rápido nem
segue o gradiente de progesterona. Normalmente os espermatozóides com
capacidade de fecundação levam de 4 a 5 dias para chegarem ao ovócito.
● Fertilização in vitro: Terá que ser feita toda a remoção dos fatores de proteção para
que ele possa fecundar.
● Naturalmente quem faz essa remoção é o muco uterino. A passagem relativamente
lenta no muco uterino faz com que esses componentes sejam removidos.
● A fertilização in vitro (FIV) refere-se a um procedimento projetado para superar a
infertilidade e resultar em uma gestação. Em geral, os ovários são estimulados por
uma combinação de hormônios e medicamentos para fertilidade e, em seguida, um
ou mais ovócitos são aspirados dos folículos ovarianos e inseridos em uma placa.
São fertilizados em laboratório (“in vitro”) por meio da técnica de injeção espermática
intracitoplasmática, que envolve a injeção do espermatozóide diretamente no
citoplasma do ovócito maduro. Este procedimento é extremamente valioso nos
casos de infertilidade decorrente do bloqueio das tubas uterinas ou de oligospermia
(baixo número de espermatozoides). Após a fertilização um ou mais embriões são
transferidos para a cavidade uterina. Essas etapas ocorrem durante
aproximadamente um intervalo de duas semanas, chamado ciclo de fertilização in
vitro.

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ENCONTRO DOS GAMETAS

● O espermatozóide vai ser liberado no trato vaginal e se desloca para o colo do útero
por uma passagem relativamente estreita. Vai chegar na luz do útero passando
pelas paredes uterinas coladas. Nas paredes uterinas encontrará endométrio
vascularizado e tecido epitelial. Tecido endometrial tem uma grande quantidade de
glândulas que secretam muco. Vai até o istmo (comunicação do útero com a tuba
uterina) do útero, a partir dali não tem mais camada do endométrio, é tecido epitelial
ciliado. Cílios fazem movimento para empurrar espermatozoides.
● O ovócito é capturado pelas fímbrias e entra na tuba uterina. No terço distal é onde
tem que ocorrer a fecundação, só lá há a chance de desenvolver um indivíduo
viável. Pode ocorrer em qualquer outro ponto, mas a probabilidade de ter um
indivíduo que se desenvolverá normalmente aumenta quanto mais perto do terço
distal.

CAPACITAÇÃO

● O processo de passagem pelo muco uterino até as células do istmo se chama


capacitação e torna o espermatozoide capaz de fecundar o ovócito. Esse processo
leva dias. No muco uterino, enzimas de glicosidases são secretadas, elas degradam
cadeias de açúcar que estão ajudando a bloquear os receptores. Proteínas vão
acabar se degradando e removendo essas proteínas de bloqueio. Tudo ocorre em
baixa concentração, pois precisa passar por todo o trajeto uterino. A albumina
presente no muco uterino remove o colesterol da membrana, mas é uma remoção
lenta que demora um bom tempo.
● Albumina, uma proteína presente em grande quantidade na circulação sanguínea,
hidrofílica na parte de fora e hidrofóbica na parte de dentro, graças à disposição das
cadeias laterais dos seus aminoácidos. Ao entrar em contato com o colesterol, ela
muda de conformação e consegue interagir com ele “sequestrando” ele da
membrana plasmática do espermatozoide. É um processo relativamente lento.
● Então, à medida que o espermatozóide vai passando lentamente pelo muco uterino,
vai havendo a remoção dos bloqueadores de receptor e a remoção de colesterol da
membrana. Pode levar horas e até dias para acontecer todo esse processo. Além
disso, há substância presentes no muco uterino que se ligam a esses receptores a
medida que eles vão sendo liberados, e ao se ligarem, às proteínas G que estão
acopladas a esses receptores pela face interna da membrana se soltam, pois os
receptores mudam de conformação e liberam elas pra fazer alguma reação química
específica.
● As proteínas G vão ser responsáveis por ativar metabolicamente esse
espermatozoide, ativar alguns processos que estavam silenciados justamente para
impedir a liberação aleatória do acrossoma.
● Quando o espermatozóide chega na região do istmo, teoricamente já capacitado, ele
se liga às células epiteliais dali e começa a ter uma troca de substâncias entre eles,
podendo acontecer também via proteína G, que vai ser importante para o processo
de hiperativação. Com seus receptores liberados, ele começa a reconhecer a

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progesterona. Pela primeira vez, ele começa e começa um batimento flagelar
máximo por conta da ativação de processos internos que ocorrem ali.

HIPERATIVAÇÃO

● No fim da capacitação, com a membrana mais maleável, o espermatozoide se liga


às células do istmo e fica ligado por um certo tempo. Conversam molecularmente
com o objetivo de gerar a hiperativação.
● A hiperativação consiste em dar intensidade de movimento ao flagelo e dar
velocidade ao espermatozoide. Permite que o espermatozóide atravesse camada de
células foliculares sem rompê-las. Se romperem, o conteúdo interno seria liberado,
matando espermatozóide e ovócito.

LIGAÇÃO

● Primeiro o espermatozóide vai atravessar a camada de células foliculares. Depois


precisa reconhecer a presença da proteína ZP3, se for igual a da sua espécie, se
liga à zona pelúcida. Essa proteína permite ativação metabólica interna e ativação
dos canais de cálcio. Quando ZP3 é reconhecida, abrem-se canais de cálcio e ele
entra no espermatozóide, torcendo as snares e fazendo vesícula se fusionar com
membrana para liberar seu conteúdo na zona pelúcida, degradando-a.
● Quando espermatozóide está atravessando a zona pelúcida precisa de
ancoramento, já que suas enzimas acabam degradando a ZP3. Dentro da vesícula
acrossômica tem outro tipo de receptor (ZP2) que se liga nos receptores internos.
● A ZP1 é estrutural, ajuda a manter a estrutura mecânica da zona pelúcida.
● A zona pelúcida é degradada. O espermatozóide chega na membrana do ovócito e a
reconhece por receptores. Estão posicionados lateralmente pois região frontal sofreu
degradação e nas laterais há a presença de receptores.
● Quando esses receptores se ligam eles têm função semelhante à snare. Não é de
torção, mas de curvamento. Ao curvar, vão aproximar membrana do espermatozóide
com a membrana do ovócito, permitindo a fusão membranosa. O pró-núcleo
masculino é transferido para dentro do ovócito.
● Como se garante que apenas um espermatozoide vai entrar? Caso ocorra a entrada
de mais um espermatozóide, a célula entra em apoptose enquanto faz as clivagens.

PREVENÇÃO DA POLIESPERMIA

● É o mecanismo que garante a entrada de apenas um espermatozoide. O primeiro


que chega não necessariamente é o que fecunda.
● Os ovócitos têm canais de sódio dependentes de ligantes internos. Se não houver
fecundação, o canal fica fechado. O ligante está no citoplasma do espermatozoide e
a partir do momento em que ocorrer fecundação, esse ligante vem junto com o pró-

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núcleo, se liga ao canal de sódio e o abre. O canal de sódio aberto permite influxo
de sódio, despolarizando a membrana. Essas cargas positivas vão para a superfície
do ovócito. Proteínas que servem como receptores são sensíveis a alteração de
carga. Quando a carga alterar, vai promover uma alteração conformacional, de
forma que o próximo espermatozóide que chega não consegue reconhecê-la.
● Esse sódio é retirado por bombas de sódio e potássio. Ao ser retirado, as proteínas
voltam à conformação normal. Além do canal de sódio, o ovócito também tem canal
de cálcio dependente de voltagem. A despolarização causada pelo sódio faz o canal
de cálcio dependente de voltagem abrir, fazendo o cálcio entrar na célula. A entrada
do sódio dá mecanismo rápido de bloqueio da polispermia. A entrada do cálcio é de
mecanismo lento, que é liberado para sempre (para aquele ovócito nunca será
fecundado novamente). Cálcio mantém proteínas com conformação alterada e
promove exocitose dos grânulos corticais como se fossem neurotransmissores. Vão
ser liberados ao longo de todo o ovócito.
● Há vesículas na membrana interna do ovócito (grânulos corticais) produzidas
durante a maturação do ovócito. Estão ancoradas na membrana via snare e
possuem enzimas que provocam modificação química na zona pelúcida, a tornando
rígida. Tem grande quantidade de muco, que ao ser liberado vai atrair água e formar
camada viscosa entre a zona pelúcida e o ovócito, e possuem enzimas que alteram
proteínas da zona pelúcida formando casca extremamente rígida. É um mecanismo
lento e definitivo.
● Conteúdo dos grânulos corticais:
I. Proteases: digerem proteínas utilizadas para a ligação dos
espermatozoides.
II. Mucopolissacarídeos: criam camada rica em água, separando
glicocálix e membrana.
III. Peroxidases: ligam resíduo de tirosina, enrijecendo a camada de
fertilização. Formam rede proteica densa.
IV. Proteínas fibrosas: formam camada resistente em volta do óvulo
V. N-acetil glucosidases: removem glicídios da ZP3, sem açúcar o
espermatozóide não reconhece as proteínas.
● O pró-núcleo precisa esperar meiose terminar para liberar material genético. O
cálcio o ativa metabolicamente para que haja divisão do material genético. É o
mesmo cálcio utilizado para a prevenção da poliespermia.
● Uma vez que o cálcio entra, há a liberação de cálcio no retículo do ovócito. O cálcio
entra e é retirado. As entradas de cálcio ativam o metabolismo — Ativar o
metabolismo significa que o cálcio se liga na calmodulina e ativa proteínas que
controlam a divisão celular. É ela quem vai ativar as próximas fases. Quando há
fusão do material genético ocorrem as primeiras clivagens.

RESUMO DAS FUNÇÕES:


ISTMO: possibilitar a comunicação entre a tuba e o útero.
PROTEÍNA G: a proteína G, junto com seu receptor transmite sinais de hormônios e
neurotransmissores, controlando o metabolismo da maquinaria celular, como a
contração, a transcrição e a secreção.

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ZP2: atua como um receptor secundário que se liga ao espermatozóide somente após a
indução da reação acrossômica pela proteína ZP3.
ZP3: responsável por assegurar a ligação espécie-específica durante a fecundação, isto é,
a fusão de material genético de indivíduos de diferentes sexos pertencentes à uma mesma
espécie.
GRÂNULOS CORTICAIS: surgem ainda durante o desenvolvimento do ovócito, são
provenientes do complexo de Golgi e apresentam várias enzimas hidrolíticas. Essas
enzimas atuam na zona pelúcida alterando as glicoproteínas ZP2 e ZP3 para impedir que
outro espermatozoide adentre o ovócito
PROTEÍNAS FIBROSAS: desempenham papel estrutural, conferem resistência e/ou
elasticidade

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO I
1° a 3 semana
(13/05)
● O ovócito está com uma rígida camada glicoproteica ao seu redor. Nesse momento
ele tem que fazer rápidas divisões celulares.
● Não há tempo para descondensar o material genético e por isso não consegue
produzir RNAm. Utiliza RNAs já prontos para fazer síntese proteica. O óvulo se
divide sem sintetizar proteínas, se vira com as proteínas que já tem. Se não produz
novas proteínas, não vai conseguir ter uma grande produção de componentes da
célula, já que a proteína faz quase tudo. Por conta disso, a tendência é que o
tamanho das células reduza.
● A segunda semana do desenvolvimento embrionário é marcada pela implantação do
blastocisto.
● À medida que o blastocisto vai sendo implantado, o embrioblasto sofre mudanças
morfológicas, produzindo um disco embrionário bilaminar composto de epiblasto e
hipoblasto. Esse disco embrionário vai originar as camadas germinativas que
formam todos os tecidos e órgãos do embrião.
● Algumas estruturas extra embrionárias são formadas durante a segunda semana.
São elas:
a. Cavidade amniótica;
b. Âmnio;
c. Saco vitelino;
d. Pedículo de conexão;
e. Saco coriônico.

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ADESÃO CELULAR

● É importante que as células se mantenham aderidas umas às outras para


agruparem e formarem o embrião. As células ficam presas umas às outras pela
caderina. Já que antes da divisão não se precisava de caderina, a partir do momento
em que dividiu e passou a necessitá-las, há muito pouca caderina e não consegue
sintetizar novas. Precisam de outra alternativa.
● A camada rígida formada no bloqueio da polispermia (zona pelúcida modificada) fica
como uma casca em volta do ovócito. As células se dividem e não conseguem se
separar uma da outra. A zona pelúcida modificada agora se chama camada de
fertilização. Ela vai servir para manter células unidas durante as primeiras clivagens.
● A camada de fertilização é muito importante, mas permite muito pouco a troca de
substâncias com o meio externo. Assim, nutrientes presentes no núcleo têm
dificuldade de atravessar e as células em divisão dependem apenas dos nutrientes
acumulados no citoplasma.
● Grandes problemas do embrião: precisa de nutriente e espaço. Se degradar a
camada de fertilização conseguiria captar algumas poucas proteínas no muco
uterino e teria mais espaço para desenvolvimento. O problema é que se ela for
degradada, as células vão se espalhar.

1° ESTÁGIO: DEGRADAÇÃO DA CAMADA DE FERTILIZAÇÃO

● Antes de degradar a camada, a taxa de proliferação reduz drasticamente e as


células da periferia começam a sintetizar enzimas que vão degradar a zona
pelúcida, ao mesmo tempo, produzem caderinas para manter as células juntas e
permitir uma unidade do embrião. As células do meio são as que mais sofrem pois
têm menos nutrientes, por isso atividade metabólica começa na periferia.
● Depois de um certo período, quando o embrião está próximo do istmo, a camada de
fertilização já está bem degradada. Os poros na camada de fertilização permitem a
entrada de lactato (nutrientes), elas percebem que aumentou a quantidade de
nutrientes e o segundo estágio se inicia.

2° ESTÁGIO: ORGANIZAÇÃO DO EMBRIÃO

● Proliferação contínua, mas em taxa baixa e as células começam a se organizar.


● Para organizar, a primeira coisa que tem que fazer é criar um espaço para poder
movimentar as células. As células da periferia não podem ser movimentadas pois
estão com alta expressão de caderina. As células do meio que não possuem
caderinas começam a se mover.
● O embrião aumenta de tamanho e cria um espaço intracelular com
líquido(blastocele). Inicialmente pequeno, depois fica extremamente grande. Esse
espaço permite que as células consigam se movimentar. Em um dos lados há
apenas uma camada de células, essa fina camada permite uma melhor entrada de
nutrientes no interior da célula. As células da borda têm como função captar
nutrientes do muco uterino e transferir para o líquido interno.

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● No estágio de blástula tardia as células da borda especializadas em captar
nutrientes se chamam trofoblastos (as células externas delgadas que dão origem à
parte embrionária da placenta; Possui função nutritiva) em estágio inicial e em
estágio tardio se chamam citotrofoblasto, formando anexos embrionários. Se essas
células ficam responsáveis em captar nutrientes, elas vão ter essa função até o fim
da vida do embrião. O embrião será formado pela massa celular interna, que
consiste em um acúmulo de células em um dos lados.
● As células da massa celular interna são células tronco totipotentes, chamadas
atualmente de multipotentes. Serão capazes de formar todas as células do corpo, a
não ser por anexos embrionários.
● O embrião precisa começar a se organizar melhor. O amontoado de células vai gerar
os 3 folhetos embrionários. Cada folheto vai definir o que cada tipo de célula vai
formar. É o início da diferenciação celular, vai demandar síntese proteica gigantesca,
precisa de muita energia. A pequena energia que vem do muco uterino não é mais
suficiente para essas grandes transformações.
● O embrião precisa de uma outra fonte de nutrição. Precisa ter acesso aos nutrientes
do sangue, que é uma fonte infinita de nutrientes. Quando ele chega nessa fase de
blástula tardia, ele já entrou no útero. No útero tem a camada do endométrio, tecido
altamente vascularizado, com vasos sanguíneos em abundância. O problema é que
o endométrio é revestido externamente por uma camada de células epiteliais. Célula
epitelial tem junção forte. O embrião precisa literalmente abrir um buraco para que
todo o embrião passe.

IMPLANTAÇÃO

● As células do citotrofoblasto perto da massa celular interna vão aderir nas células
epiteliais. Começam a expressar o tipo de caderina que a célula epitelial tem. Ao
aderirem ao epitélio do endométrio, as células que estão em contato com ele
começam a se proliferar rapidamente. Prolifera tão rápido que pula a fase de
citocinese, vai duplicar a célula se dividir o citoplasma.
● Vão se formar grandes massas celulares polinucleadas. Além disso, vai começar a
liberar metaloproteinases (degradam matriz). Essas metaloproteinases vão começar
a degradar as células do epitélio agressivamente. Começam a degradar também o
endométrio.
● Esse grupo de células que se proliferam passam a se chamar sincício trofoblasto. O
vai destruir o endométrio até que se forme uma cavidade grande o suficiente para
permitir que todo o embrião entre na camada do endométrio. À medida que o
embrião vai entrando, as células epiteliais se regeneram e fecham o embrião na
camada do endométrio. O sincício continua atuando e degradando os vasos
sanguíneos, fazendo o sangue entrar em contato com o embrião. Cria uma área
hemorrágica. Se o embrião estiver totalmente implantado ele tem nutriente à
vontade.
● O sincício vai produzir também βHCG, não permitindo que o endométrio descama.
No início, sua concentração é pequena e depois vai aumentando. Quando o embrião
se implanta totalmente, uma grande quantidade de βHCG será produzida. Ele
impede a degeneração do corpo lúteo, que vai continuar produzindo progesterona e
não deixa o endométrio descamar.

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● O citotrofoblasto vai formar anexos embrionários junto com o sincício.
● Caso o embrião não se implante, o sincício vai embora junto e faz cair progesterona.

POR QUE A FERTILIZAÇÃO TEM QUE ACONTECER NO TERÇO DISTAL?

● Porque a implantação só vai acontecer se for em um local exato, o tipo de


citotrofoblasto precisa reconhecer o tipo de células epiteliais naquela região
específica. Também não pode ser implantado enquanto tem camada de fertilização
ou sem citotrofoblasto. É uma questão cronológica, tem que dar tempo de o embrião
chegar no momento correto na região uterina. Depois do istmo o ovócito também
não pode ser fecundado, o espermatozóide só vai estar pronto depois que passar
pelo istmo.

FORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS EXTRA EMBRIONÁRIAS

● É importante saber que a formação da cavidade amniótica, do disco embrionário e


do saco vitelínico ocorre no mesmo momento da implantação, ou seja, todas na
segunda semana do desenvolvimento embrionário

DISCO EMBRIONÁRIO
● O embrioblasto, que era uma camada única celular, se divide e se separa em
duas camadas. A partir daí, essas duas camadas começam a ser chamadas
de disco embrionário, que é uma placa bilaminar. Essas duas lâminas são:
1. Epiblasto: camada de células colunares altas, que forma o assoalho
da cavidade amniótica e está perifericamente em continuidade com o
âmnio.
2. Hipoblasto: camada de células cubóides, que forma o teto da
cavidade exocelômica (saco vitelínico) e está em continuidade com a
membrana exocelômica (membrana vitelínica).

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CAVIDADE AMNIÓTICA
● A partir do epiblasto, começam a surgir as células amniogênicas, os amnioblastos.
Os amnioblastos se separam do epiblasto e envolvem a cavidade amniótica,
produzindo o âmnio.

SACO VITELÍNICO
● O saco vitelínico primitivo é formado pelo hipoblasto e pela membrana da cavidade
exocelômica. As células do endoderma do saco vitelínico formam uma camada de
tecido conjuntivo (mesoderma extra embrionário) que circunda o âmnio e o saco
vitelínico.

OBS.: Assim que a cavidade amniótica (e o âmnio), o disco embrionário e o saco vitelínico
primitivo são formados, surgem as lacunas no sinciciotrofoblasto. O fluido dos espaços
lacunares (composto por sangue materno, restos celulares de glândulas uterinas etc.) forma
a circulação útero placentárias primitiva e nutre o embrião por difusão pelo disco
embrionário. A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é produzida nas lacunas do
sinciciotrofoblasto e ela mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário durante a
gravidez. O corpo lúteo é importante na gravidez, pois ele secre-
ta estrogênio e progesterona, mantendo a gestação. O hormônio hCG, no final da segunda
semana de gravidez, está presente no sangue em quantidades suficientes para ser
detectado por radioimunoensaios, sendo usado como teste de gravidez.

OS DIAS 10, 11 E 12

● Entre os dias 10 e 12 do desenvolvimento embrionário, ocorre uma falha no epitélio


endometrial, que se recupera e recobre o embrião, finalizando a implantação.
OBS.: Com a implantação realizada, o concepto agora é constituído pelo embrião (disco
embrionário – hipoblasto e epiblasto) mais as membranas extra-
embrionárias (citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto e exoderma). A reação que está ocorrendo
no endométrio, a reação decidual, se torna mais exuberante! As células do tecido conjuntivo
endometrial aumentam a quantidade de glicogênio e lipídios que existem em seu
citoplasma, ficando intumescidas. Nos 10° e 11° dias, apesar do disco embrionário
continuar crescendo, ele cresce menos do que o trofoblasto. No 12° dia, o trofoblasto forma
tanto líquido, que forma uma grande cavidade.

13° E 14° DIAS – O FINAL DA SEGUNDA SEMANA

● O evento que marca o final da segunda semana e o início da terceira é a formação


do córion, que nada mais é do que a placenta no final da gestação do bebê.
● O saco coriônico tem uma importância tão grande, que quando você observa um
bebê no final da gestação, lá está ele: o córion viloso, em contato íntimo com o
bebê, absorvendo e transmitindo os nutrientes para o bebê.
OBS.: Uma medida importante para a avaliação do desenvolvimento embrionário inicial e da
progressão da gravidez é o diâmetro do saco coriônico.

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● O embrião de 14 dias já é um disco embrionário bilaminar, que terá uma parte
formada pelo epiblasto e outra pelo hipoblasto (que vieram da divisão do disco
embrionário, como descrito acima).
● O hipoblasto vai dar origem ao endoderma do saco vitelínico, que dará origem ao
mesoderma extra embrionário. Além disso, mais lá na frente, o hipoblasto também
dará origem à placa precordal, que desenvolve o sistema nervoso central do bebê e
também forma a boca e a cabeça.
● Já o epiblasto, vai formar o ectoderma do âmnio, o ectoderma embrionário e a linha
primitiva. A linha primitiva vai dar origem ao mesoderma extra embrionário, ao
mesoderma embrionário, ao processo notocordal e ao endoderma do embrião.

GRAVIDEZ ABDOMINAL

● O embrião se desenvolve normalmente. Vai formar sincício no órgão que for


encontrado pela frente. A maior probabilidade é que seja pelo intestino, ele tem uma
parede relativamente fina, sincício causa hemorragia intestinal. Nesse caso tem
fabricação normal de βHCG. O embrião tem que ser retirado.
● Gêmeos: duas massas celulares internas
● A melhor forma para melhorar a absorção de nutrientes é mudar a conformação das
células. A massa celular se divide em 2 camadas finas de células e se dispõe no
meio do embrião. O sincício capta nutrientes e armazena as duas cavidades
● A cavidade que fica em cima é chamada de epiblasto e a que fica embaixo é
hipoblasto. Em cima e embaixo em relação à região implantada.

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TERCEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO

● A terceira semana do desenvolvimento coincide com a semana seguinte à primeira


ausência do período menstrual, ou seja, 5 semanas após o primeiro dia do último
ciclo menstrual normal. Neste período uma gravidez normal pode ser detectada por
ultrassonografia.
O rápido desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário trilaminar durante a
terceira semana é caracterizado por:
1. Aparecimento da linha primitiva;
2. Desenvolvimento da notocorda;
3. Diferenciação das três camadas germinativas

GASTRULAÇÃO

● Até aqui as células são totalmente indiferenciadas.


● Vai ocorrer a formação do terceiro folheto embrionário (mesoderma) fator de
crescimento de fibroblastos 8 (FGF8) que é responsável por controlar esse processo
e é uma substância sintetizada pelas próprias células da linha primitiva.
● Em um determinado ponto do embrião, mais ou menos no meio, mais para a região
anterior ocorre um abaulamento das células vistas de cima. Vistas por dentro, vê-se
um aumento da proliferação celular naquele ponto específico, formando um botão.
Esse botão tem como nome nó de Hansen/nó primitivo. Uma sinalização molecular
induz a proliferação de células só nesse ponto específico.
● Sabe-se que a região de migração das células está associada com o tipo celular que
será estabelecido. Exemplo: as células que migram nas extremidades laterais do nó
e a partir da parte cranial da linha primitiva se tornam o mesoderma paraxial; as que
migram pela região média se tornam o mesoderma intermediário; as que migram
pela parte caudal da linha formam o mesoderma da placa lateral; e as células que
migram da extremidade mais caudal da linha contribuem para o surgimento do
mesoderma extraembrionário.
Ectoderma: No início da 3a semana, o folheto ectodérmico assume forma de disco, sendo
mais largo na região cefálica do que na caudal. O surgimento da notocorda e do
mesoderma precordal induz o espessamento do ectoderma sobrejacente e a formação da
placa neural. Dessa forma, as células dessa placa formam o neuroectoderma, e sua
indução representa o evento inicial do processo de neurulação (processo pelo qual a placa
neural forma o tubo neural).
● Depois que essas células proliferaram, inicia-se um segundo evento: transição
epitélio-mesenquimal. É uma transição entre o estado epitelial para o estado
mesenquimal. As células vão perder expressão de caderinas para se soltarem umas
das outras, vão começar a expressar integrinas para aderir à matriz extracelular,
começam a expressar metaloproteinases e as liberam.
● As células precisam de metaloproteinases que vão degradar membrana basal.
Células começam a migrar e vão em direção à camada do hipoblasto, induzindo
parte dessas células do hipoblasto à morte ou são empurradas e passam a revestir

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parte interna do citotrofoblasto. As células que migram a partir do nó vão migrar e
substituir completamente as células do hipoblasto. Depois que as células migraram e
fizeram substituição, continuam existindo apenas duas camadas. Essa foi a primeira
onda de migração. Ela era epitelial, sofreu transição epitélio mesenquimal, se tornou
mesenquimal, migrou e voltou a ser epitelial.
● A regulação positiva do fator de crescimento do fibroblasto (FGF) associada à
inibição da atividade da proteína morfogenética óssea 4 (BMP), responsável pela
ventralização do ectoderma e do mesoderma, promovem a indução da placa neural.
Na presença do BMP, o ectoderma é induzido a formar a epiderme, por isso, quando
o ectoderma é protegido da exposição à BMP se diferencia em tecido neural.
Moléculas como noggin, chordin e follistatin estão associadas à inativação da BMP.
● Mesoderma: Inicialmente, as células deste folheto formam uma lâmina fina de tecido
ligado frouxamente de cada lado da linha média. No entanto, por volta do 17o dia,
suas células proximais formam uma placa espessa de tecido, conhecida como
mesoderma paraxial. Mais lateralmente, a camada mesodérmica permanece fina,
sendo conhecida como placa lateral (dividida em duas camadas: camada
mesodérmica somática ou parietal e camada mesodérmica visceral ou esplâncnica).
Além disso, existe o mesoderma intermediário que conecta o mesoderma paraxial
ao da placa lateral.
● No início da 3a semana, o mesoderma paraxial se organiza em segmentos, os
chamados somitômeros, sendo que sua formação ocorre na direção céfalo caudal.
Na região da cabeça, os somitômeros se formam em associação à segmentação da
placa neural em neurônios e contribuem para a formação do mesênquima na
cabeça. A partir da região occipital, os somitômeros se organizam em somitos,
sendo que o primeiro deles surge no 20o dia do desenvolvimento e no final da 5a
semana existem, aproximadamente, 42 – 44 pares. Além disso, vale destacar que o
primeiro somito occipital e os últimos 5 coccígeos desaparecem depois, enquanto os
remanescentes formam o esqueleto axial. Existem 4 pares occipitais, 8 cervicais, 12
torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 8 – 10 coccígeos.
● Para que os somitos sejam formados a partir do mesoderma pré-somítico (paraxial)
deve haver um processo chamado relógio de segmentação, estabelecido pela
expressão cíclica de genes específicos, como os membros das vias de sinalização
NOTCH E WNT.
● Endoderma: O folheto endodérmico é o responsável por originar o sistema
digestório, recobre a superfície ventral do embrião e forma o teto da vesícula
vitelínica. Observa-se que como resultado do crescimento cefalocaudal e do
fechamento das dobraduras da parede corporal lateral uma porção maior do folheto
embrionário é incorporada continuamente ao corpo do embrião para formar o tubo
intestinal, sendo esse tubo dividido em 03 regiões: intestino anterior, intestino médio
e intestino posterior. Vale salientar que o intestino médio se comunica com a
vesícula vitelínica por intermédio de um pedículo largo, o ducto vitelino. Já na porção
cefálica, o intestino anterior é ligado temporariamente por uma membrana
ectodérmica conhecida como membrana orofaríngea. E o intestino posterior termina
temporariamente em uma membrana ecto endodérmica, a membrana cloacal, que
se rompe na sétima semana para criar uma abertura para o ânus.
OBS.: O ectoderma embrionário dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central e
periférico, aos olhos e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos tecidos
conjuntivos da cabeça.

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O endoderma embrionário é a fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e
digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares
de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado e o pâncreas.
O mesoderma embrionário dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células
sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras, ao
revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e órgãos dos sistemas
genitais e excretor e à maior parte do sistema cardiovascular. No tronco, ele é a origem de
todos os tecidos conjuntivos, incluindo cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e
estroma (tecido conjuntivo) dos órgãos internos.

PROLIFERAÇÃO DO NÓ PRIMITIVO

● Inicialmente é apenas um pequeno grupo de células, depois se formará uma linha


primitiva. A proliferação ocorre em tempos distintos. Alguns locais do epiblasto estão
sofrendo a primeira onda, outros estão na segunda, outros fazendo a transição
epitélio-mesenquimal, isso dá a impressão de que o nó está se movendo. A linha só
se movimenta em direção à região posterior. A região anterior é a primeira a ser
formada. Primeiro se forma o nó, depois de um tempo que começa a formar linha.
Nós continuamos. Depois que já tem uma linha grande que ele começa a regredir.
● O nó sempre está mais próximo da placa pré cordal e a ponta da linha fica mais
próxima à membrana cloacal.
● Enquanto está na fase de epiblasto e hipoblasto tem duas regiões nesse disco em
que essas células expressam muita caderina e aderem fortemente, uma parte na
região anterior e outra na posterior. Elas não são substituídas, nada consegue
penetrar entre elas. As células que estão migrando não conseguem substituir as de
baixo e nem conseguem formar mesoderme entre elas. É como um forte botão de
adesão. A região anterior se chama placa pré-cordal e a posterior se chama placa
cloacal. A região da placa pré-cordal vai dar origem à membrana bucofaríngea e
depois à boca. A placa cloacal vai dar origem ao ânus. Esses pontos continuam
sendo epiblastos e hipoblastos. Com o tempo, essas células não conseguem mais
ficar vivas no embrião, foram apoptose, e se forma um tubo no local em que elas
estavam (equivalem ao caminho da boca até o ânus). A placa pré-cordal delimita o
início do embrião e a placa cloacal delimita o fim.
● O processo de gastrulação demora mais de uma semana. As primeiras células que
migraram e formaram endoderme não esperam acabar a gastrulação, já continuam o
desenvolvimento.

NOTOCORDA

● É um bastão formado por células que vai induzir a formação do tubo neural.
● Um grupo de células que vai migrar pelo nó primitivo, em vez de ficar como
mesoderme, vai se organizar como um bastão celular. À medida que a linha A
primitiva vai terminando, vai indo para baixo e ficando no lugar da notocorda. A
Notocorda vai da placa pré-cordal até a membrana cloacal. São as últimas células
da segunda onda de migração.

24
● Esse bastão formado é oco. As células da base da notocorda e do hipoblasto
morrem e formam um sulco. A notocorda vai ficar em forma de C. Na próxima etapa
volta a ser um tubo.

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO II
4° a 8° semana
(20/05)
● Agora a estrutura do embrião está plana, em forma de disco. Esse disco se dobra,
unindo seus dois lados. Com esse movimento, a endoderme forma um tubo interno
(que formará sistema digestivo).
● OBS.: É importante lembrar que no período embrionário os tecidos e órgãos estão
se diferenciando rapidamente. Isso significa que a exposição do embrião a agentes
teratogênicos (como drogas e vírus, por exemplo), em especial nessa época do
desenvolvimento, pode causar grandes anomalias congênitas.
● É durante a quarta semana do desenvolvimento embrionário que os folhetos
germinativos estabelecidos na terceira semana se diferenciam de modo a formar o
primórdio dos grandes sistemas de órgãos do corpo. Ao mesmo tempo, o disco
embrionário trilaminar sofre um processo de dobramento. É através desse processo
que o embrião de formato laminar, plano e achado, assume uma forma cilíndrica e
mais parecida com a forma corporal a qual estamos habituados.
● O disco embrionário cresce vigorosamente durante a quarta semana, porém o
crescimento do saco vitelínico fica estagnado. Os dobramentos fazem com que as
regiões cranial e caudal se movam ventralmente, conforme o embrião se alonga.
● O dobramento mediano do embrião ocorre no sentido craniocaudal e é através dele
que o se dá o alongamento embrionário em comprimento. Ele ocorre em
consequência do rápido crescimento embrionário no eixo notocordal, isto é, do maior
eixo do embrião, e que não é acompanhado pelo crescimento das laterais.
● O crescimento da região cranial do embrião, que começa no 22° dia, e da região
caudal, que se inicia no dia seguinte, levam à formação de duas pregas, a prega
cefálica ou neural e a prega caudal respectivamente.
PREGA CEFÁLICA
● Na região cranial do embrião, a prega neural forma o primórdio do encéfalo no início
da quarta semana. Inicialmente, devido à proliferação celular, o encéfalo em
desenvolvimento, chamado prosencéfalo, projeta-se ligeiramente na direção dorsal,
para a cavidade amniótica.
● Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvimento cresce cranialmente, indo além
da membrana orofaríngea, e então coloca-se sobre o coração em desenvolvimento.

● Em seguida, pelo processo contínuo de crescimento do prosencéfalo, as


estruturas mais craniais do embrião são curvadas ventralmente. Isso significa
dizer que o septo transverso, a área cardiogênica (coração primitivo e celoma
pericárdico) e a membrana orofaríngea são deslocadas para a superfície
ventral do embrião. Dessa forma, a membrana orofaríngea é transferida para

25
a região da futura boca enquanto a área cardiogênica e o septo transverso
vão para a posição relativa ao futuro tórax.
● Após esse dobramento da cabeça, o septo transverso assume posição
caudal ao coração. Posteriormente, ele se desenvolverá de modo a formar
parte do mesentério abdominal do estômago do duodeno e, principalmente, o
tendão central do diafragma, permanecendo assim com a sua função de

separação entre as cavidades torácica e abdominal.

PREGA CAUDAL
● Assim como ocorre na extremidade cefálica do embrião, a extremidade caudal
também se dobra com o surgimento de uma prega, agora chamada prega caudal.
Ela se forma a partir do 23° dia e é consequência do rápido alongamento da parte
distal do tubo neural, que constitui o primórdio da medula espinhal. À medida que o
embrião cresce, a prega caudal se projeta sobre a membrana cloacal, que
futuramente dará origem ao ânus.
● Durante o dobramento, a parte caudal da endoderme da vesícula umbilical também
é incorporada ao embrião de modo a formar o intestino posterior. Futuramente, ele
originará o cólon e o reto. Além disso, a parte terminal do intestino posterior
recém-formado se dilata levemente e gera a cloaca, isto é, a bexiga e o reto
rudimentar.

26
FORMAÇÃO DA NOTOCORDA

● Células migram para a região do nó, em direção à parte anterior e vão até a placa
pré-cordal. Forma inicialmente um bastão oco, as células do meio sofrem apoptose
para formar um tubinho. Células de baixo morrem, criando uma comunicação e
deixando notocorda em forma de C. Essa morte celular é importante para a
comunicação entre líquido das cavidades amniótica e vitelínica, ajuda na
determinação da posição dos órgãos internos.
● Depois há uma contração de células, a notocorda volta a ser um tubo e a
endoderme volta a ser totalmente fechada. Essa comunicação se chama canal
neuroentérico (porque é a região onde vai formar sistema nervoso e trato digestivo)
● Na extremidade cranial, as células da placa notocordal começam a se proliferar e
sofrem um dobramento, que forma a notocorda. Essa estrutura se estende da
membrana bucofaríngea até o nó primitivo, e se degenera conforme os corpos
vertebrais vão sendo formados, mas uma pequena porção dela persiste e forma o
núcleo pulposo de cada disco intervertebral. A notocorda tem como função ser um
indutor primário no embrião inicial. Ela induz o ectoderma a se espessar e formar a
placa neural, o primórdio do sistema nervoso central (SNC).
● Com o fim da gastrulação, a notocorda vai desde a membrana cloacal até a placa
pré-cordal, é um bastão de células embaixo da ectoderme. Daqui para frente se tem:
ectoderme, mesoderme, notocorda e endoderme.
● Agora se inicia a morfogênese do embrião

27
MORFOGÊNESE EMBRIONÁRIA

● Notocorda libera fatores que sinalizam para a mesoderme se modificar. Começa a


se agrupar em 3 grupos bem distintos. Uma parte vai se agrupar ao redor da
notocorda, vai se chamar mesoderme paraxial. A do lado se chama lateral e entre
elas a intermediária.
● A endoderme continua sendo endoderme
● A notocorda começa a secretar fatores: vão induzir a organização da mesoderme e
o ectoderme começa a formar SNC em cima.

NEURULAÇÃO

● Notocorda libera fatores e ectoderme próxima a ela inicia processo de curvamento.


● Células da Crista Neural: Formarão praticamente toda a região facial, ossos da
região facial, neurônios periféricos no corpo inteiro, Bainhas de Mielina do SNC,
células musculares que revestem vasos sanguíneos do coração para cima, córtex da
medula adrenal, todos os melanócitos, formam ectomesênquima.
● Citoesqueleto promove curvatura. Há um adensamento celular, formando placóide
neural, depois começa a se curvar e dobrar ao ponto em que o tubo se fecha e se
destaca completamente o ectoderme e o ectoderme em cima se fecha novamente.
Começa na membrana bucofaríngea e termina na placa pré-cordal. Formando Tubo
Neural.
● Durante esse processo, um pequeno grupo de células da ectoderme se solta, sofre
transição epitélio-mesenquimal e migra. Essas células são chamadas Células da
Crista Neural.
● No fim da neurulação, a mesoderma está organizada e o embrião está em fase de
curvamento que vai formar o tubo digestivo.
● Quando o embrião se dobra, faz o âmnio revestir todo embrião. A cavidade vitelina
vai definhando até restar apenas um cabo que vai ser incorporado no cordão
umbilical. Células da Crista Neural formarão praticamente toda a região facial, ossos
da região facial, neurônios periféricos no corpo inteiro, Bainhas de Mielina do SNC,
células musculares que revestem vasos sanguíneos do coração para cima, córtex da
medula adrenal, todos os melanócitos, formam ectomesênquima.
● Ectoderme formará pele e anexos

ENDODERME

● Forma traqueia, brônquios e pulmões, epitélio gastrointestinal, fígado, pâncreas,


faringe, tireoide e paratireoide.
● Quando embrião assume forma tridimensional ela forma um tubo interno que vai
desde a membrana bucofaríngea até a placa cloacal.
● Para virar estômago, fatores estimulam algumas células do tubo para iniciarem a
proliferação intensa, formando uma bolsa de células anexa ao tubo. Para formar
intestino, toda a secção prolifera muito e vai se alongando, vai formar curvas para
caber no espaço.

28
● Nos órgãos do sistema digestório há vários tipos de tecidos: epitélio, conjuntival,
tecido muscular, etc. Mas como, se o tecido muscular é formado por mesoderme?
Tubo libera fatores que atraem células da mesoderme, que vão se ligar ao epitélio e
formar células musculares.
● Trato respiratório: uma pequena região começa a se proliferar mais do que a outra,
formando abaulação. Continuam proliferando. Chega um ponto em que um grupo de
células no meio param de proliferar, mas as células da ponta continuam proliferando.
Isso ocorre de maneira sequência, criando as bifurcações da traquéia e da árvore
brônquica. É formado por uma camada de tecido epitelial que libera fatores que
atraem células da mesoderme que se posicionam próximas. A partir do momento em
que se posicionaram se inicia uma conversa molecular e misturam seus fatores,
formando o pulmão.
● Origem embrionária do pulmão e fígado por exemplo: endoderme e mesoderme
● SNC: apenas ectoderme

CRISTA NEURAL

● Encéfalo humano é muito grande e desenvolvido. Por isso, precisa de muito sangue
para se manter, portanto pressão sanguínea suficiente. Quando o SNC cresceu, o
diâmetro dos vasos que irrigam a cabeça também cresceu e precisaram de uma
resistência mecânica maior em volta deles. As células da crista neural então
formaram camada de músculo liso para dar mais resistência mecânica ao coração e
vasos que vão em direção à cabeça.

MESODERME

● A MESODERME PARAXIAL é uma massa de mesoderme ao lado da notocorda e


tubo neural. Ela se separa em pequenos gomos, formando somitos. Se sabe a idade
do embrião contando somitos. A mesoderme do somito segmentada forma vértebras
e costelas. Os somitos começam onde começam as vértebras, não se formam na
cabeça. Forma cartilagem, osso, músculo esquelético e derme. Somito deixa de ser
circular e assume formato mais triangular. As células da parte superior ficam com
aparência mais epitelial e as de baixo mais mesenquimais. O somito agora é
separado em duas partes: dermomiótomo e esclerótomo.
I. Dermomiótomo vai formar a derme
II. Esclerótomo vai formar osso, cartilagem e músculo

● Células vão migrar e se posicionar em volta do tubo neural e formar pequenos


processos, formando estrutura básica de uma vértebra, depois formam costelas e
músculos associados. O esqueleto inicialmente é formado por cartilagens do
pescoço para baixo e depois essa cartilagem é substituída e forma osso –
ossificação endocondral. As células do dermomiótomo também vão migrar e se
espalhar por baixo de toda a pele.
● O MESODERMA LATERAL vai formar sistema circulatório, vai revestir cavidade
corporal e estruturas extra embrionárias.
● A MESODERME INTERMEDIÁRIA forma rim e gônadas.

29
CORAÇÃO

● Inicia sua formação no mesoderma cardiogênico, em uma parte muito anterior do


embrião, na frente da membrana bucofaríngea. Primeiro forma um pequeno grupo
de células que contraem, depois surge uma válvula e passa a contrair só de um
lado, vai sendo elaborada. Na curvatura que faz o coração ir para o lugar certo, leva
a boca junto, que agora sai da posição mais anterior, se posiciona acima do SNC. O
coração fica logo abaixo da boca e depois é posicionado mais para baixo.
● Looping cardíaco: primeira forma vesícula contrátil que vai se alongar. Depois se
junta e funciona novamente e vai bifurcar na ponta. Depois essa estrutura vai se
alongar e se dobrar.
● É uma das regiões mais suscetíveis a ter erro no desenvolvimento

FASE EMBRIONÁRIA (4° a 8° semana)

● Chamado de embrião
● Ao final desse período embrionário, os principais sistemas de órgãos iniciaram seu
desenvolvimento. Os tecidos e órgãos se formam, a forma do embrião muda e ao
final desse período, o embrião possui uma aparência nitidamente humana.
● O desenvolvimento humano é dividido em três fases que, de certa forma, estão
relacionadas:
1. A primeira fase é a de crescimento, que envolve divisão celular e a
elaboração de produtos celulares.
2. A segunda fase é a morfogênese,desenvolvimento da forma, tamanho
e outras características de um órgão em particular ou parte de todo o
corpo. A morfogênese é um processo molecular complexo controlado
pela expressão e regulação de genes específicos em uma sequência
ordenada. Mudanças no destino celular, na forma da célula e no
movimento celular permitem que as células interagem uma com as
outras durante a formação dos tecidos e dos órgãos.
3. A terceira fase é a diferenciação, durante a qual as células são
organizadas em um padrão preciso de tecidos e de órgãos capazes
de executar funções especializadas.
● As células que compõem os tecidos de um embrião em estágio bem inicial são
pluripotentes, isto é, elas possuem a capacidade de transformar-se em mais de um
órgão ou tecido, que em diferentes circunstâncias são capazes de seguir mais de
uma via de desenvolvimento. Esse amplo potencial de desenvolvimento torna-se
progressivamente restrito à medida que os tecidos adquirem características
especializadas necessárias ao aumento de sua sofisticação estrutural e funcional.
Tal restrição presume que as escolhas devem ser feitas para que se alcance uma
diversificação tecidual. Evidências indicam que tal fato ocorra devido às induções.
● Grande chance de erro no desenvolvimento

30
QUARTA SEMANA

● As principais mudanças na forma do embrião ocorrem durante a quarta semana. No


início, o embrião é quase reto e possui de 4 a 12 somitos que produzem elevações
visíveis na superfície. O tubo neural é formado em frente aos somitos, mas é
amplamente aberto nos neuroporos rostral e caudal. Com 24 dias, os primeiros

31
arcos faríngeos estão visíveis. O
primeiro arco faríngeo, arco
mandibular, está nítido.
● A maior parte do primeiro arco
origina a mandíbula e a extensão
rostral do arco, a proeminência
maxilar, contribui para a formação
da maxila (maxilar superior). O
embrião está agora levemente
curvado em função das pregas
cefálica e caudal. O coração forma
uma grande proeminência cardíaca
ventral e bombeia sangue e o
neuroporo rostral está se fechando.
OBS.: Os somitos são estruturas epiteliais
transitórias que se formam nas primeiras
etapas do desenvolvimento embrionário
dos vertebrados. A sua formação
cuidadosamente controlada no espaço e no
tempo é fundamental para a correta
formação da coluna vertebral, dos
músculos esqueléticos do corpo e da
organização segmentar do sistema nervoso
periférico. Somito são corpos cubóides
formados pela divisão do mesoderma
paraxial que foi formado pela transição
epitélio mesênquima realizada pelo
epiblasto.
● Três pares de arcos faríngeos são visíveis com 26 dias e o neuroporo rostral está
fechado. O prosencéfalo produz uma elevação proeminente na cabeça e o
dobramento do embrião lhe causa uma curvatura em forma de C. Os brotos dos
membros superiores são reconhecíveis no dia 26 ou 27 como uma pequena
dilatação na parede ventro lateral do corpo. As fossas óticas (primórdio das orelhas
internas) também estão visíveis. Espessamentos ectotérmicos(placóides do
cristalino), que indicam o primórdio dos futuros cristalinos dos olhos, estão visíveis
nas laterais da cabeça. O quarto par de arcos faríngeos e os brotos dos membros
inferiores estão visíveis ao final da quarta semana. Uma longa eminência caudal,
como uma cauda, é também uma característica típica. Rudimentos de muitos
sistemas de órgãos, especialmente o sistema cardiovascular.
● Ao final da quarta semana, o neuroporo caudal está normalmente fechado.

QUINTA SEMANA

● As mudanças na forma do corpo do embrião são pequenas na quinta semana


quando comparadas àquelas ocorridas durante a quarta semana, mas o crescimento
da cabeça excede o de outras regiões.

32
● O alargamento da cabeça resulta principalmente do rápido desenvolvimento do
encéfalo e das proeminências faciais. A face logo faz contato com a proeminência
cardíaca.
● O rápido crescimento do segundo arco faríngeo se sobrepõe aos terceiro e quarto
arcos, formando uma depressão lateral de cada lado, o seio cervical. As cristas
mesonéfricas indicam o local do desenvolvimento dos rins mesonéfricos, que em
humanos, são órgãos excretores provisórios.

SEXTA SEMANA
● Embriões na sexta semana mostram movimentos espontâneos, tais como,
contrações no tronco e nos membros em desenvolvimento. Tem sido relatado que
embriões nesse estágio apresentam respostas reflexas ao toque. Os membros
superiores começam a mostrar uma diferenciação regional, tais como o
desenvolvimento do cotovelo e das grandes placas nas mãos. Os primórdios dos
dígitos (dedos), ou raios digitais, iniciam seu desenvolvimento nas placas das mãos.
● O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre durante a sexta semana, 4 a 5
dias após o desenvolvimento dos membros superiores. Várias pequenas
intumescências, as saliências auriculares, se desenvolvem ao redor do sulco ou
fenda faríngea entre os primeiros dois arcos faríngeos.
● Esse sulco torna-se o meato acústico externo (canal da orelha externa). As
saliências auriculares contribuem para a formação da aurícula (pavilhão), a parte em
forma de concha da orelha externa. Os olhos são agora notáveis, em grande parte
pela formação do pigmento da retina.
● Por causa do surgimento dos precursores dos ouvidos, olhos e palmas das mãos
essa semana é muito relacionada aos sentidos. A cabeça é agora relativamente
muito maior do que o tronco e está dobrada sobre a proeminência cardíaca. A
posição da cabeça resulta da flexão da região cervical (pescoço).
● O tronco e o pescoço começam a endireitar-se e o intestino penetra no celoma
extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical. Essa herniação umbilical é
um evento normal. Ocorre porque a cavidade abdominal é muito pequena nesta
idade para acomodar o rápido crescimento do intestino.

SÉTIMA SEMANA

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● Os membros sofrem uma mudança considerável durante a sétima semana.
Chanfraduras aparecem entre os raios digitais, sulcos que separam as áreas das
placas das mãos e dos pés, que indicam claramente os dedos. A comunicação entre
o intestino primitivo e a vesícula umbilical está agora reduzida. Nesse momento, o
pedículo vitelino torna-se o ducto ônfalo entérico. Ao final da sétima semana, a
ossificação dos ossos dos membros superiores já iniciou.

PERÍODO FETAL

● A partir da 8a semana
● Chamado de feto
● Morfologia humana formada, Ao
final da oitava semana, todas as
regiões dos membros estão
aparentes e os dedos são
compridos e completamente
separados.
● Redução da probabilidade de
interrupção espontânea da gravidez
cai drasticamente
● Fígado na fase fetal é um órgão
hematopoiético
OBS.: Apesar de existirem diferenças sutis
entre os sexos na aparência da genitália
externa, elas não são distintas o suficiente
para permitir uma identificação sexual
precisa, contudo já é possível realizar
genotipagem para diferenciação do sexo.

ESTIMATIVA DA IDADE DO EMBRIÃO


● A estimativa da idade de embriões recuperados após aborto espontâneo, por
exemplo, são determinadas a partir de suas características externas e pela medida
de seu comprimento. Entretanto, o tamanho, isoladamente, pode ser um critério
incerto, pois em alguns embriões a taxa de crescimento diminuiu progressivamente
antes da morte. Os embriões de terceira semana e início de quarta semana são
retilíneos, portanto, sua medida indica o maior comprimento. O comprimento
cabeça-nádegas (CCN) é mais frequentemente usado em embriões mais velhos (14
a 18 semanas). Como não há um marcador anatômico que claramente indique o
CCN, é considerado que o maior CCN é o mais preciso. A altura em pé ou
comprimento cabeça-calcanhar, é algumas vezes medida. O comprimento do
embrião é apenas um dos critérios para o estabelecimento da idade
● Os obstetras datam a gestação presumidamente a partir do primeiro dia do último
período menstrual normal (UPMN). Essa idade gestacional na embriologia é
superficial, pois a gestação não se inicia até que ocorra a fecundação de um ovócito.
A idade do embrião se inicia na fecundação, aproximadamente 2 semanas após o
UPMN.

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35
PERÍODO FETAL
(27/05)
● O desenvolvimento termina por completo
apenas na adolescência
● O desenvolvimento do sistema nervoso
inicia com pequenos espasmos até que
haja uma coordenação muscular.
● Eventos marcantes do período fetal:
Crescimento corporal, aumento de peso,
maturação dos tecidos, órgãos e dos
sistemas e significativa mudança na forma
e dimensões do corpo.

9° À 12° SEMANA

● Surgem centros de ossificação


● Os primeiros ossos que se formam são os da face: mandíbula e maxila. Fora todo
um aparelho muscular conectado no sistema nervoso autônomo que vai permitir a
deglutição. Isso porque logo que nasce, o bebe precisa ser capaz de se alimentar.
● A cabeça corresponde a metade do CR (comprimento da cabeça até fim do tronco)
● Pernas ainda pequenas em relação aos braços
● Genitália indiferenciada
● Inicia a capacidade de deglutição. O embrião começa a fazer ensaios. Engole o
líquido amniótico. Não se afoga, pois, o pulmão está cheio de líquido
● Na metade da 10° semana, as alças intestinais são visíveis. É a última cavidade a
fechar. Os seres humanos têm intestino muito longo, por isso precisa começar a se
desenvolver muito cedo. As alças são puxadas para dentro da cavidade abdominal e
ela fecha. Às vezes pode ocorrer de a alça intestinal invadir o cordão umbilical. Isso
some com o tempo. Se aparecer em um feto mais avançado pode ser corrigido com
pequena cirurgia ao nascimento.
● Começa a formação da urina. O feto urina no líquido amniótico. É o rim treinando
para começar a funcionar. Tem muito poucos metabólitos. Ocorre a maturação dos
rins.
OBS.: Para as medições do comprimento do feto são realizadas de forma diferente. Assim,
CR = comprimento do topo da cabeça até as nádegas. Esta medida é utilizada para
determinar o tamanho e a idade provável do feto.

13° À 16° SEMANA

● Movimento coordenado de membros. Indica maturação do sistema nervoso. Quando


a mãe começa a perceber a movimentação. Os movimentos aumentam com o
tempo: aumenta a força muscular e diminui o espaço.
● Crescimento corporal acelerado.

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● Formam-se as ovogônias nas meninas. Antes do nascimento elas morrem e deixam
só os ovócitos.
● Orelhas próximas a posição fetal. A orelha estava antes deslocada para baixo.
● Genitália externa reconhecível. Na fase inicial se tem lábio escrotal, prega da uretra
e tubérculo genital.
I. Masculina: fechamento completo da prega uretral, a uretra vai formar um
canal que vai desembocar na extremidade do tubérculo genital. Se fecha
completamente. O lábio escrotal inicialmente é pequeno, mas com a descida
dos nos testículos o lábio escrotal se expande e forma bolsa escrotal com
separação.
II. Feminina: o lábio escrotal se separa em duas outras pregas formando
grandes e pequenos lábios futuramente. Fechamento parcial. Região do
tubérculo genital forma clitóris. O resto do corpo se desenvolve e o tubérculo
não, fica pequeno proporcionalmente.

17° À 20° SEMANA

● O crescimento é mais lento. Principalmente porque começa a acumular mais


gordura.
● Todo o RN nasce mais gordinho porque precisa de reserva nutricional. O nascimento
acarreta em mudanças drásticas: temperatura, nutrição... precisa de absorção,
processo digestório. Ganha gordura
subcutânea e parda. É importante para um
RN pela diferença de temperatura entre
útero e ar. Precisa de um sistema de
produção de calor até que seu corpo se
adapte à nova temperatura.
● Movimentos mais perceptíveis pela mãe
● Presença de vérnix caseosa: espécie de
cera produzida pelas células epiteliais que
revestem todo o epitélio externo do
embrião. Protege do líquido amniótico.
Permite que células epiteliais façam
camada de queratina.
● Já tem sobrancelha, cabelo e lanugo.
Lanugo é um pelo fino que nasce em todo
o corpo da criança. Função sensorial e de manter a vérnix aderida na pele.

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● Testículos começam a descer
● Formação da gordura parda

21° À 25° SEMANA

● Ganho substancial de peso


● Faz movimentação rápida dos olhos
● A pele fica enrugada e mais translúcida. A cor
da pele é de rosa a vermelha em espécimes frescos,
pois o sangue é visível nos capilares.
● Surgem as unhas
● Já pode sobreviver ao nascimento: capaz de
respirar e se alimentar
● Epitélio pulmonar está com uma camada de
líquido e paredes estão coladas. A tentativa de separar
essas paredes romperia todo o epitélio, causando
hemorragia. Precisa-se quebrar a tensão superficial do
líquido. Detergente faz isso fácil. Quebra interação das
moléculas de água.
● Surfactante: detergente produzido pelas células
epiteliais só a partir dessa idade. Aí sim o pulmão pode se encher de ar. O choro do
bebe faz com que o pulmão se expanda.
OBS.: Embora um feto com 22-25 semanas possa sobreviver, a chance de morte é elevada,
devido a imaturidade do sistema respiratório.

26° À 29° SEMANA

● Os pulmões e os vasos pulmonares já possuem capacidade de realizar troca gasosa


adequada. O SNC já amadureceu e consegue controlar o movimento respiratório e a
temperatura corporal. O feto começa a dormir 90% do tempo e os outros 10% são
marcados pelo reflexo do susto (movimentos de autodefesa) – início do
funcionamento do ciclo circadiano.
● Pálpebras se abrem definitivamente. Olho se forma sem pálpebra, forma a
membrana, depois tecido muscular, depois vem o sist. Nervoso e se conecta ao
tecido muscular, permitindo abertura e fechamento. Consegue abrir os olhos na ora
que quiser.
● Aumenta o depósito de gordura.
● O cordão umbilical é rico em tecido fibroso e faz não ser tão fácil se enrolar
● Mais chance de sobrevivência em um parto prematuro.

30° À 38° SEMANA

● Ossos bem formados. Crista ilíaca e articulação não totalmente. Precisa ser assim
para permitir crescimento
● Passa a ter reflexo pupilar. A pupila contrai com a luz

38
● Pele passa a ser
rosada e lisa
● Segura-se com
firmeza. É um reflexo
natural primata.
● Rotação do feto.
Delimitado pelos
espaços disponíveis
na cavidade
abdominal.
● Protrusão de mamas

39
NASCIMENTO

● Para expulsar a criança precisa de 2 movimentos: dilatação do colo uterino e


musculatura uterina precisa contrair de forma coordenada. Sempre que uma
musculatura lisa involuntária contrai provoca dor. Quanto maior a contração, mais
dor associada. Isso é controlado hormonalmente
● *sist. nervoso responsável pela sensação de dor na região visceral é muito sensível
pois é uma região vital e precisa indicar se houver algo errado
● Acontece de forma natural, o tecido se organiza. Depois que a criança sai tem a
expulsão da placenta. Começa quase que um segundo parto menos dolorido.
● O útero fica extremamente estirado mas tem uma recuperação rápida no parto
normal. No descolamento da placenta sangue inunda o líquido amniótico

ANEXOS EMBRIONÁRIOS
(27/05)
● Os anexos embrionários são estruturas que derivam dos folhetos germinativos do
embrião, mesoderma, ectoderma e endoderma. No entanto, não fazem parte de seu
corpo e desaparecem com o nascimento, sendo, assim, denominados estruturas
extra embrionárias. Basicamente, esses anexos participam do desenvolvimento do
embrião, auxiliando na nutrição, proteção e trocas de substâncias entre o feto e o
corpo materno.
Anexos embrionários: Vesícula vitelina, Âmnio, Cório e Alantóide.

VESÍCULA VITELINA

● É o primeiro anexo a ser formado e também pode ser chamado de saco vitelino. A
vesícula vitelina se assemelha a uma bolsa e se origina do endoderma e do
mesoderma. O endoderma é um folheto embrionário responsável por originar alguns
órgãos do sistema digestório, assim, a vesícula vitelina, por ser formada por esse
folheto, está diretamente ligada ao intestino do embrião. Dessa maneira, no seu
interior está o vitelo que são as substâncias nutritivas que, juntamente com a
placenta, garantirão a alimentação e nutrição do embrião.

ÂMNIO

● Este anexo embrionário é formado a partir do mesoderma e do ectoderma. Os


animais que apresentam o âmnio durante a gestação são denominados amniotas, já
aqueles que não o apresentam são chamados de anamniotas. Nos mamíferos essa
estrutura é popularmente conhecida como bolsa d'água.
● É uma espécie de membrana, responsável por envolver integralmente o embrião
formando uma cavidade chamada de cavidade amniótica. Nessa cavidade, é

40
encontrado o líquido amniótico, que proporciona um ambiente úmido ao feto e está
relacionado com a sua proteção contra choques mecânicos, desidratação e
substâncias patológicas.
● A cavidade e o líquido amniótico ainda são responsáveis por permitir a
movimentação do feto, o que propicia o desenvolvimento muscular e impede sua
adesão ao âmnio. O líquido da cavidade amniótica é completamente absorvido ao
final do desenvolvimento do indivíduo. geralmente, esta absorção se dá pelo trato
gastrointestinal durante a gravidez.

CÓRIO

● É o mais externo dos anexos embrionários, logo, envolve o embrião e todos os


demais anexos. Também conhecido como serosa, o cório é uma membrana
originada a partir do mesoderma e do ectoderma. Ele propicia não só proteção
mecânica como também proteção térmica ao feto.
● Além disso, o cório está relacionado com a defesa contra a entrada de
micro-organismos patogênicos no concepto. Junto com o alantóide, esse anexo
realiza trocas gasosas entre o ambiente externo e o embrião. Nos mamíferos
placentários, uma porção do cório se une ao endométrio uterino formando a placenta
que, por sua vez, tem função respiratória, nutricional, hormonal, excretora e
imunológica.

ALANTOIDE

● É uma membrana em forma de saco ou vesícula originada a partir do endoderma e


do mesoderma. Os animais que apresentam este anexo no seu desenvolvimento
fetal são chamados de alantoidianos, e os que não apresentam são denominados
alantoidianos.
● O alantóide participa dos processos de trocas gasosas e da remoção e
armazenamento de excretas produzidas pelo metabolismo do embrião. Nos
mamíferos esse anexo é pouco desenvolvido, já que a placenta tem, dentre outras
funções, a de desempenhar o papel dessa estrutura.
● Já nos répteis e nas aves, o alantóide desempenha o papel de receber os produtos
da excreção nitrogenada do concepto.

CAVIDADE AMNIÓTICA, DISCO EMBRIONÁRIO E VESÍCULA UMBILICAL

● No início da segunda semana, com a progressão da implantação do blastocisto,


surge um pequeno espaço no embrioblasto, o primórdio da cavidade amniótica.
● Células chamadas de amniogênicas, ou amnioblastos, se separam do epiblasto e
formam o âmnio, que vai revestir a cavidade amniótica. Concomitantemente,
ocorrem alterações no embrioblasto que resultam na formação de uma placa
bilaminar, o chamado disco embrionário (formado por duas camadas: epiblasto e
hipoblasto).
● Nesse sentido, sabe-se que o epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e
está em continuidade com o âmnio. Já o hipoblasto forma o teto da cavidade

41
exocelômica e é contínuo à delgada membrana exocelômica que, juntamente com o
hipoblasto, revestem a vesícula umbilical primitiva. Dessa forma, o disco embrionário
situa-se entre a cavidade amniótica e a vesícula. Ademais, as células do endoderma
da vesícula produzem uma camada de tecido conjuntivo, o mesoderma extra
embrionário, que envolve o âmnio e a vesícula umbilical.
● Logo após a formação do âmnio, disco embrionário e vesícula umbilical aparecem
lacunas no sinciciotrofoblasto, sendo essas lacunas preenchidas por uma mistura de
sangue materno e restos celulares das glândulas uterinas erodidas. Nesse aspecto,
observa-se que esse fluido, o embriãotrofo, chega ao disco embrionário por difusão
e fornece material nutritivo para o embrião.
● A comunicação dos capilares rompidos com as lacunas no sinciciotrofoblasto
estabelece a circulação uteroplacentária primitiva.
● Seguindo o desenvolvimento, no décimo dia, o concepto (embrião e
● membranas) está totalmente implantado no endométrio, sendo que, inicialmente, há
uma falha superficial no epitélio endometrial, que logo é fechada com um tampão
(coágulo sanguíneo fibrinoso). No décimo segundo dia, esse epitélio está quase
totalmente regenerado. Vale destacar que, após a implantação do concepto, as
células do tecido conjuntivo endometrial continuam sofrendo modificações, a
chamada reação tecidual. A principal função dessa reação é o fornecimento de
nutrientes para o embrião é um local imunologicamente apropriado para o concepto.
● Com 12 dias, as lacunas sinciciotrofoblastos adjacentes se unem e formam as redes
lacunares, que são os primórdios dos espaços intervilosos da placenta. Além disso,
os capilares endometriais ao redor do embrião implantado se tornam congestos e
dilatados, formando os sinusóides maternos.
● Conforme ocorre o desenvolvimento, surgem mudanças no trofoblasto e no
endométrio e o mesoderma aumenta, além de aparecerem os espaços extra
embrionários. Observa-se que esses espaços se fundem e formam uma grande
cavidade, o celoma extraembrionário. Sabe-se que essa cavidade envolve o âmnio e
a vesícula umbilical, exceto onde eles estão aderidos ao córion (membrana fetal
mais externa) pelo pedículo de conexão. Ademais, após a formação do celoma, a
vesícula umbilical primitiva diminui e se forma a vesícula umbilical secundária.

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DESENVOLVIMENTO DO SACO CORIÔNICO

● O aparecimento das vilosidades coriônicas primárias marca o final da segunda


semana. Essas vilosidades são o primeiro estágio de desenvolvimento das
vilosidades coriônicas da placenta. Observa-se que o celoma extraembrionário
divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas: mesoderma somático
extra embrionário (reveste o trofoblasto e cobre o âmnio) e o mesoderma
esplâncnico extraembrionário (envolve a vesícula umbilical).
● O mesoderma somático extra embrionário e as duas camadas do trofoblasto formam
o córion: a membrana fetal externa, responsável por formar a parede do saco
coriônico. Dentro desse saco estão suspensos o embrião, o saco amniótico e a
vesícula umbilical.

PLACENTA

● É formada quando o embrião é implantado no útero a partir de uma associação entre


o cório, e alantóide e o endométrio uterino. A placenta é um anexo que existe
apenas nos mamíferos e é considerada por alguns autores como um órgão.
● Apresenta diversas funções que muitas vezes também são realizadas pelos demais
anexos embrionários. Participa de trocas gasosas e do transporte de oxigênio e
dióxido de carbono entre o sangue materno e o feto.
● Confere ao embrião substâncias nutritivas necessárias para o seu crescimento e
desenvolvimento. Produz hormônios femininos como a progesterona e o estrogênio,
extremamente necessários para a evolução da gravidez.
● Filtra para a corrente sanguínea da mãe os resíduos que serão eliminados através
dos rins.
● Transmite anticorpos maternos e gera imunidade do feto para determinadas
doenças.

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● No nascimento, a placenta se desprende da parede do útero e, cerca de 30 minutos
após o nascimento da criança, é expelida pela cavidade uterina.

COMUNICAÇÃO CELULAR NO DESENVOLVIMENTO


(10/06)
● Quem determina o que uma célula vai ser, é a coleção de proteínas que ela
expressa. Como todas as células têm o mesmo gene, que determina quais proteínas
vão ser expressas são os Fatores de Transcrição.
● Os Fatores de Transcrição vão determinar o padrão de splicing alternativo que os
RNAs vão fazer para formar determinadas proteínas.
● Quando as proteínas estão prontas, há caminhos que elas podem seguir. Elas
podem ir para o Complexo de Golgi, para o RER e lá sofrer alterações químicas,
elas podem ser secretadas virando proteínas de Matriz Extracelular, etc.
● A Matriz Extracelular é formada basicamente por proteínas de matriz produzidas
dentro da célula, e tem proteínas solúveis ali no meio. A Matriz Extracelular é uma
rede em que as proteínas de matriz não conseguem transitar ou se soltar, porém
essas proteínas solúveis conseguem, já que elas não interagem fortemente com as
proteínas de matriz.
● Quando a gente junta a Matriz Extracelular e os Fatores Solúveis, a gente tem o
Microambiente. A própria célula produz esse Microambiente pois é ela quem produz
e secreta as proteínas de matriz e os fatores solúveis.
● A célula produziu o Microambiente, mas para ela perceber o Microambiente, ela
precisa de Receptores. Com receptores, a célula é capaz de induzir uma resposta
para estímulos recebidos do meio extracelular.
● Como funciona essa resposta? O receptor da célula recebe um estímulo do meio
extracelular, muda sua conformação, ativa proteínas do lado de dentro que vão
ativando outras (podem ser poucas ou muitas proteínas envolvidas nesse processo),
e essa mensagem pode ir até o núcleo e lá ativar ou bloquear fatores de transcrição
que vão induzir uma resposta àquele estímulo recebido. Esse mecanismo se chama
Transdução de Sinal. A célula pode dar vários tipos de resposta. Pode ser uma
resposta metabólica, alteração da expressão gênica, pode ser uma alteração de
citoesqueleto, pode ser um controle de proliferação, etc.
● A maneira como uma célula interage com seu Microambiente, e os receptores que
ela possui que vão determinar seu destino final, pois é basicamente o que está fora
da célula que vai dizer para ela o que ela tem que fazer. Ex: No desenvolvimento
embrionário, por que só as células do citotrofoblasto vão formar o
sinciciotrofoblasto? Porque são elas que estão em contato com as células da massa
celular interna e estão recebendo fatores produzidos por elas que estão dizendo
para o citotrofoblasto formar o sinciciotrofoblasto.
● Se as células não tiverem receptores para determinado microambiente, elas não
conseguem responder a ele e entram em apoptose. Ex: Se eu pegar um neurônio e
colocar ele no fígado, ele provavelmente vai entrar em apoptose muito rapidamente,

44
porque ele não tem os receptores necessários para responder àquele
microambiente.
● O microambiente vai mudando no decorrer do tempo. Então se em um determinado
momento tal célula tem tal receptor para tal molécula sinalizadora, pode ser que em
outra fase do desenvolvimento daquela célula, ela não tenha mais, e não consiga
mais responder àquela molécula, e só consiga responder a outras moléculas que
são necessárias naquele momento. Ex: No início do desenvolvimento, toda a
ectoderme é capaz de responder à sinalização da notocorda, então se eu colocar a
notocorda em qualquer lugar da ectoderme nessa fase, o tubo neural será formado.
Porém, depois que o embrião for formado, o ectoderme não será mais capaz de
responder àquela sinalização. É uma questão temporal, ela perde os receptores
porque eles não são mais necessários para ela.
● Há vários tipos de sinalização que uma célula pode receber. Ela pode receber uma
sinalização de sobrevivência, e que se ele não receber aquela sinalização, ela entra
em apoptose. Ela pode receber sinalização para crescer e proliferar, para diferenciar,
ou mesmo para entrar em apoptose (membranas interdigitais, por exemplo). Porém
apesar de ter que receber sinalizações, as células precisam ter receptores para
reconhecer essas sinalizações. É um conjunto.
● Uma célula indiferenciada poder seguir vários caminhos de diferenciação, ela tem
receptores para seguir qualquer caminho. A partir do momento que ela escolhe um,
ela começa a receber sinalização daquele microambiente, há a transdução de sinal
e isso começa a modular a expressão gênica dela. Com isso, ela vai começar a
expressar receptores para responder as moléculas sinalizadores do próximo passo
da diferenciação que antes ela não tinha. Enquanto o microambiente vai mudando
durante a diferenciação, ela vai modulando sua expressão gênica para responder
àquela sinalização. Uma célula não consegue dar um pulo na diferenciação, ela
precisa ir indo passo a passo, mudando seus receptores à medida que o
microambiente vai mudando. Em cada passo tem um microambiente adequado.
● Se eu pegar uma célula e colocar ela no microambiente de sua respectiva
célula-tronco, ela volta a ser célula-tronco? Provavelmente não, pois ela não tem
mais os receptores necessários para responder àquele microambiente, ela já perdeu
esses receptores há muito tempo.

FAMÍLIA DAS MOLÉCULAS SINALIZADORAS

● FGF
● Hedgehog: a. Sonic Hedgehog (Shh)
b. Indian Hedgehog (Ihh)
c. Desert Hedgehog (Dhh)
● WNT
● TGF-BETA: a. Activina
b. BMP (Transdução de Sinal –> SMAD)
c. Nodal
d. VG1

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PADRONIZAÇÃO DOS DENTES

● O mecanismo de padronização dos dentes é extremamente redundante, então tem


mais de uma molécula que faz a mesma coisa, para o caso de dar algo errado com
alguma delas.
● Na parte anterior dos dentes, temos incisivos. Na parte posterior dos dentes, temos
molares. A mudança na morfologia deles é extremamente perceptível.
● Entre esses dois grupos, temos os caninos e os pré-molares, que são uma mistura
morfológica dos incisivos e molares. Se olharmos de anterior para posterior, vemos
um gradiente. O canino é mais parecido com o incisivo, porém tem uma cúspide, e o
pré-molar é mais parecido com o molar.
● O que determina essa diferença morfológica nos dentes são as moléculas
sinalizadoras expressas em cada região.
● Na região anterior, há expressão de BMP4. Na região posterior, há expressão de
FGF8.
● Ao ligar ao seu receptor, o BMP expresso na região anterior ativa dois fatores de
transcrição, o MSX1 e o MSX2. São esses fatores de transcrição que desencadeiam
o processo de formação do dente incisivo.
● Ao ligar ao seu receptor, o FGF expresso na região posterior ativa o fator de
transcrição BARX1. Esse é o fator de transcrição que desencadeia o processo de
formação do dente molar.
● Nos caninos e pré-molares, esses dois fatores se misturam. É uma questão de
gradiente, se em determinado dente tem maior quantidade de BMP, ele será mais
parecido com o incisivo. Se tiver maior quantidade de FGF, ele será mais parecido
com o molar.
● Como garantir que não haverá troca na posição dos dentes? O BMP4 naturalmente
bloqueia a expressão de FGF8, então onde o BMP é expresso, o FGF8 não
consegue expressar. Para que não haja expressão de BMP na região posterior, o
FGF8 estimula a produção de NOGGIN e DAN, dois antagonistas de BMP que irão
impedir o ligamento do BMP ao seu receptor. É um bloqueio físico.

CÉLULAS TRONCO
(17/06)
● Para uma célula ser considerada tronco, ela tem que ser capaz de fazer
autorenovação. Como é feita essa diferenciação de que célula permanece como
tronco e que célula segue na diferenciação? Tem duas possibilidades: Ter um
citoplasma assimétrico ou ter um microambiente assimétrico.
● Durante a regeneração de tecidos, as células diferenciadas têm a capacidade de
desdiferenciar, voltando a ser célula tronco, proliferar, e diferenciar novamente, com
o intuito de preencher o espaço causado por uma lesão, por exemplo.
● Há uma combinação de quatro fatores que se forçar a expressão deles sobre uma
célula diferenciada, ela volta a ser célula-tronco pluripotente (iPSC), semelhante à

46
da Massa Celular Interna. O problema é que não é fácil fazer ela se diferenciar
novamente (tem que fazer ela diferenciar passo a passo, dando fatores específicos),
e muito menos garantir que ela vai continuar diferenciada quando essa célula voltar
para o corpo. As chances dessa célula virar um tumor são muito grandes(geralmente
teratoma).
● O mesmo problema é apresentado quando se trata de utilizar in vitro as células da
Massa Celular Interna de embriões, além do risco de rejeição.
● Em quase todos os tecidos do nosso corpo há um reservatório de células tronco. As
mais utilizadas para pesquisa são as da medula óssea, já que por serem adultas,
estão próximas da diferenciação final, o que reduz a chance de formar tumor.
● Em 1962, Sir John Gurdon provou que os genes associados às fases anteriores à
diferenciação celular final não eram perdidos e nem silenciados, ao colocar o núcleo
de uma célula epitelial dentro de um zigoto sem núcleo, e ver que formou um
embrião.

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO


CENTRAL
(24/06)
● Depois da gastrulação, começa a formação da notocorda. A partir do momento que
formou a notocorda, ela começa a produzir fatores que fazem a ectoderme se dobrar
e formar o Tubo Neural. Como esse processo acontece?
a. Para que uma parte da ectoderme continue sendo Ectoderme, ela
tem que ter baixa concentração de BMP e WNT, porém toda
ectoderme expressa grande quantidade de BMP e WNT. Para baixar
essa concentração, a mesoderme lateral começa a expressar Noggin,
para bloquear BMP, e Dkk, para bloquear WNT.
b. Para que parte da ectoderme se diferencie em Crista Neural, ele tem
que ter alta concentração de BMP, WNT e FGF. A ectoderme já
expressa BMP e WNT, e a mesoderme paraxial começa a expressar
FGF para que possa haver essa diferenciação. Além disso, a
elevação mecânica da Crista Neural causada pela formação do Tubo
Neural, permite que ela se afaste dos bloqueadores vindos da
mesoderme lateral e da notocorda.
c. Para que a outra parte da ectoderme, que está na linha mediana do
embrião, possa se dobrar e formar o Tubo Neural, ela precisa ter
baixa concentração de BMP e WNT, e alta concentração de Shh e
Nodal. Para que isso aconteça, a notocorda que está bem embaixo
dessa ectoderme começa a expressar Noggin e Chordin para
bloquear BMP, começa a expressar Dkk e Cerberus para bloquear
WNT, e começa a expressar Shh e Nodal para aumentar a
concentração deles nesta região.
● Então se eu fizer um cultivo pegando apenas ectoderme e notocorda, vai formar o
Tubo Neural? Sim, porque a notocorda vai produzir os fatores necessários para

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bloquear BMP e WNT (Noggin, Chordin, Dkk e Cerberus respectivamente), e vai
produzir Shh e Nodal. Nesse mesmo cultivo, vai formar Crista Neural? Não, já que
não vai ter a mesoderme paraxial produzindo FGF.
● Após a formação do Tubo Neural, na região anterior, começa um espessamento, que
dará origem ao Córtex (Telencéfalo).
● O desenvolvimento do SNC na porção cefálica ocorre em duas fases:
1. Na primeira fase, as células de determinadas regiões do Tubo Neural começam a
proliferar mais que as outras, formando Vesículas Encefálicas, e elas começam a
crescer muito, como se fosse um balão. Essa é a fase de expansão, onde o
tamanho aumenta, mas a parede ainda é fina, pois só tem uma camada de célula. É
uma proliferação residual (uma parte prolifera e outra não).
2. Na segunda fase, essa camada de células tem que aumentar. Então as células da
primeira camada, chamadas de glia radial (célula tronco do SNC), duplicam, uma
continua sendo célula da glia radial, fica ligada nas duas extremidades, e a outra
diferencia. A que diferencia migra por cima dessa célula tronco, e forma uma nova
camada de neurônios acima da primeira. Para formar a próxima camada, as células
da glia radial dividem de novo, uma continua sendo tronco, e a outra diferencia, e ela
vai migrar por cima das outras até chegar na próxima camada. Essas camadas
continuam até chegar em uma mais externa formada pelas meninges. Dependendo
da camada de células que essas novas células se posicionam, há fatores
específicos que irão formar neurônios específicos. Quando os neurônios estão
formados, eles começam a fazer conexões. A glia radial, é que coordena todo o
processo de proliferação e diferenciação. Essa é a fase de espessamento da
parede.

● Os Giros e Sulcos formados no nosso córtex se dão pela necessidade de aumento


da superfície da camada mais externa, por conta do aumento do número de
neurônios nessa região, há proliferação desigual.
● Os quatro principais fatores solúveis na diferenciação do Tubo Neural (FGF8, BMP4,
Shh e Wnt) são expressos em regiões bem específicas, o que permitem que o
Sistema Nervoso tenha uma diferenciação celular grande, diferentes tipos de
neurônios, pois eles vão criando gradientes de concentração nessas regiões. O
FGF8 é o mais importante para as duas fases de desenvolvimento, mas na segunda
fase, a glia radial tem produção de FGF8 independente do neuroepitélio.
● O Tubo Neural é dividido em três domínios:
a. Prosencéfalo - Telencéfalo - Córtex
- Diencéfalo - Tálamo, Hipotálamo e Olhos
b. Mesencéfalo - Mesencéfalo
c. Rombencéfalo - Cerebelo, Ponte e Bulbo

CRISTA NEURAL
(01/07)

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● Quando a Crista Neural está formada, as Células da Crista Neural iniciam uma nova
transição epitélio mesenquimal na linha mediana do embrião, pois o que impede a
transição epitélio mesenquimal de acontecer é a expressão de Noggin pela
notocorda, só que agora a Crista Neural está longe da notocorda, e o Noggin não
está mais bloqueando o BMP, que inicia a transição epitélio mesenquimal. É o
mesmo mecanismo da gastrulação acontecendo. Há autores que dizem que a
migração das células da crista neural é uma continuação da gastrulação, e que a
crista neural é o quarto folheto embrionário. Essa ideia não é muito aceita.
● Os três fatores solúveis (BMP, WNT e FGF) que fazem a ectoderme diferenciar em
Crista Neural, modulam a transcrição gênica dessas células e elas começam a
expressar outros fatores de transcrição (FoxD3, Slug, Sox9 e Sox10), que são
chamados de Especificadores de Crista Neural, ou seja, uma célula que passou a
expressar esses quatro fatores de transcrição, se torna Crista Neural.
● Esses fatores de transcrição fazem com que as Células da Crista Neural, ao
migrarem, alterem a expressão de caderinas, diminuindo a expressão de
E-Caderinas e N-Caderinas (de alta adesão) e aumentando a expressão de
Caderina 6B e 7 (de baixa adesão). Mas por que alterar a expressão de caderina, e
não parar ela completamente? Porque as células da crista neural fazem migração
coletiva, elas têm que manter certa adesão entre elas. Além disso, a expressão de
caderina é de baixa adesão porque elas não precisam necessariamente ficar presas
às mesmas células sempre, elas podem “trocar” de grupos, dependendo do local
para onde elas vão. Esses fatores de transcrição também fazem as Células da
Crista Neural produzirem metaloproteinases para degradar a lâmina basal, e
integrinas, para elas conseguirem fazer força de tração na matriz extracelular e
migrar.
● A maioria das Células da Crista Neural saem do Tubo Neural multipotentes e
indiferenciadas, elas podem escolher para onde querem ir. Mas a partir do momento
que escolhem, elas entram em contato com determinadas moléculas e
microambientes que fazem com que elas tenham diferenciações finais diferentes.
● O padrão de migração das células da Crista Neural é diferente na região anterior
cefálica e na região posterior cefálica, por conta da presença de somitos na região
posterior. Os somitos formam uma barreira na migração das células. Há locais por
onde elas também não migram por conta da presença da molécula efrina, que repele
as células da crista.
● Na região cefálica não tem mesênquima, então a Crista Neural vai migrando por
tudo, não tem muita barreira. Elas colonizam praticamente toda a região anterior
cefálica e o primeiro arco braquial.
● Na região truncal, as Células da Crista Neural podem migrar por três caminhos:
1. Elas podem ir pelo lado do Tubo Neural, migram entre o Tubo Neural e os
Somitos. Um grupo dessas células formam os gânglios simpáticos (neurônios
do SNP), e outro grupo forma o córtex da adrenal.
2. Elas podem ir pelo lado do Tubo Neural também, mas quando os Somitos se
dividem em Dermomiótomo e Esclerótomo na região anterior, elas entram
nesse espaço e migram por ali. Essas células vão formar os gânglios
sensoriais (neurônios do SNP).
3. Elas podem ir por baixo da ectoderme e formar os melanócitos.
● Os Fatores solúveis conhecidos na Crista Neural da região truncal:

49
● Há fatores solúveis no ambiente das células da crista neural e as fazem diferenciar
em crista neural troncal se tiver BPM2 e BPM4 tende a formar neurônios, fator glial
tende a formar células de Schwann. Se tiver TGFβ e um pouco de BMP2 e BMP4
tendem a formar células musculares lisas. WNT e FGF2 ou FGF6 tendem a formar
células pigmentadas. A diferença da crista neural cefálica para a troncal é que a CN
cefálica não expressa HOX e as células formam osso e cartilagem, a troncal
expressa HOX e não forma osso nem cartilagem. Se forçar a expressão de HOX nas
células da CN cefálica, ela não será capaz de formar osso e cartilagem. Então HOX
impede a crista neural de formar ossos e cartilagens, como a crista neural cefálica
não expressa HOX, ela consegue formar essas estruturas.
● Para uma célula se diferenciar, se tem fatores solúveis em ordens distintas. Por
exemplo, para uma célula virar um melanócito ela vai primeiro expressar SOX10,
que vai estimular a produção das proteínas para que ela se torne um melanócitos.
Para formar cartilagem e osso não pode ter SOX10, mas não se sabe a relação do
SOX10 com o HOX.
● As células da CN só conseguem formar osso, adipócito, cartilagem e músculo liso do
coração para cima. Osso e cartilagem só na cabeça.
● Célula tronco do adipócito do coração para cima consegue formar osso. É de mais
fácil regeneração um osso da face do que do coração para baixo pois tiveram a
mesma origem embrionária. Dá-se para essa célula tronco SHH e FGF8 e ela vai
tender a formar progenitores que vão derivar osso e cartilagem. Se der BMP ela vai
formar osso que pode ser implantado na mandíbula do paciente.
● Uma pesquisadora chamada Nicole Le Douarin resolveu fazer um experimento
comparando o desenvolvimento embrionário de uma codorna com o de uma galinha.
Era tudo muito parecido, mas ela percebeu que existia uma diferença nos núcleos
das células. O núcleo da célula da codorna é mais denso (cromatina condensada)
que o da galinha. Então ela teve a ideia de pegar o tubo neural antes da migração
da crista da codorna e pôr em um embrião de galinha. Quando as células migrarem
pela morfologia do núcleo vai conseguir acompanhar aonde essas células estão indo
e consequentemente quais estruturas as células da CN formarão. Perceberam que
mesmo depois que a célula se diferenciava, a conformação do núcleo era mantida.
Assim ela descreveu quase todas as estruturas derivadas de crista neural. Como
não houve rejeição? A rejeição só acontece a partir do momento que se tem
maturação dos linfócitos.
● Nosso trato gastrointestinal tem um SN próprio chamado entérico que controla de
maneira autônoma todo o movimento do trato gastrointestinal e os neurônios e
células gliais desse sistema. São derivados de crista neural e têm comunicação
direta com o SNC.
● A crista neural forma osso frontal, maxila, mandíbula e osso zigomático. O osso
parietal é uma composição mista – a região mais anterior é formada por crista e a
região posterior é formada por mesoderme. Caso não tenha crista, o osso parietal
não se forma. O occipital é formado por mesoderme paraxial, então se bloquear a
formação da crista ainda forma occipital (a lampreia tem um ossinho parecido com o
occipital).
● Quando as células da crista neural saem do tubo neural, elas são uma coleção de
progenitores. Tem progenitoras mais avançadas na diferenciação e outras menos
avançadas. Progenitores intermediários da crista neural são células tronco.
a. BMP2 e 4: Formam neurônios do SNP

50
b. Fator Glial (GGF e EGF): Formam células de Schwann (Bainha de
Mielina)
c. TGF-Beta: Formam células musculares lisas (vasos sanguíneos, eles
nutrem o córtex e permitem que ele se desenvolva)
d. WNT, FGF2 e 8: Formam melanócitos

● A região truncal, diferentemente da cefálica, expressa HOX, fator de transcrição que


impede a formação de ossos e cartilagens na região cefálica.

DESENVOLVIMENTO DA FACE E CRÂNIO


(08/07)
● SE INICIA NA GASTRULAÇÃO.G
● Quando as células da crista neural saem do tubo neural, elas são uma coleção de
progenitores. Tem progenitoras mais avançadas na diferenciação e outras menos
avançadas. Progenitores intermediários da crista neural são células tronco.
OBS.: Quando as células da crista neural saem do tubo neural, elas são uma coleção de
progenitores. Tem progenitoras mais avançadas na diferenciação e outras menos
avançadas. Progenitores intermediários da crista neural são células tronco.

DESENVOLVIMENTO DA FACE
● Quando as células da crista neural saem do tubo neural, elas são uma coleção de
progenitores. Tem progenitoras mais avançadas na diferenciação e outras menos
avançadas. Progenitores intermediários da crista neural são células tronco.
● O desenvolvimento da face depende da influência indutiva do prosencéfalo (através
de gradientes morfogênicos) da zona ectodérmica frontonasal e do desenvolvimento
dos olhos. Estes fatores estimulam o crescimento das zonas da face.
● O prosencéfalo é a parte mais rostral e frontal das vesículas cerebrais. É originado
do tubo neural, que se modifica em vesículas encefálicas primarias, sendo o
prosencéfalo uma delas (mesencéfalo e rombencéfalo são as demais). O
prosencéfalo funciona como uma base mecânica e como uma região de sinalização
para o começo do desenvolvimento facial.
● Como citado, o estomodeu é o referencial morfológico para o aparecimento dos
cinco primórdios faciais em forma de proeminências:
a. Uma proeminência frontonasal;
b. Um par de proeminências maxilares;
c. Um par de proeminências mandibulares.

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● As proeminências surgem durante a quarta semana pela expansão da crista neural
que se origina a partir das pregas neurais do mesencéfalo e do rombencéfalo rostral.
As proeminências maxilares e mandibulares são originadas a partir do primeiro par
de arcos faríngeos. As células dessas proeminências são a principal fonte
constituinte de tecido conjuntivo, incluindo cartilagem, osso e ligamentos nas regiões
facial e bucal.
● A proeminência frontonasal está intimamente em contato com a porção ventrolateral
do prosencéfalo, e dá origem às vesículas precursoras dos olhos. Também dá
origem a testa, e a parte nasal (esta limita o estomodeu rostralmente e o nariz). Os
limites laterais do estomodeu são formados pelas proeminências maxilares enquanto
as proeminências mandibulares formam o limite caudal do estomodeu.
● Essas proeminências faciais são centros ativos de crescimento da face pois
estimulam o crescimento de outros tecidos a partir dessas estruturas. Esses
processos ocorrem com o crescimento do mesênquima subjacente que é um tecido
conjuntivo embrionário contínuo de uma proeminência para outra.
● Ainda na quarta semana diversos processos ocorrem com o desenvolvimento de
algumas estruturas importantes como os placóides nasais e outras passam a ganhar
formato como o estomodeu. Os placóides nasais são o conjunto de células epiteliais
nasais, e se espessam de forma ovalada bilateralmente. Esse processo ocorre nas
partes ínfero laterais da proeminência frontonasal. O formato morfológico dos
placóides inicialmente são convexos e posteriormente estirados, com uma
depressão plana em cada placóide.
● O mesênquima produz as elevações em forma de ferradura, que são as
proeminências nasais mediais e laterais. Por fim, os placóides se assentam nessas
depressões que são as fossetas nasais. As fossetas são os primórdios das
cavidades nasais e as proeminências nasais laterais são os primórdios das asas do
nariz.
● A proeminência maxilar e mandibular tem origem do primeiro arco faríngeo. Esse
processo ocorre pouco tempo depois que as estruturas faciais tomam formas, elas
são invadidas por células mesodérmicas associadas ao primeiro e segundo arcos
faríngeos.
● Assim como os demais arcos, o primeiro e o segundo arco faríngeo são preenchidos
por mesênquima (que vem da crista neural), e estão associados a uma artéria
principal e a um nervo craniano. Além disso, cada um contém uma haste central de
mesênquima pré-cartilaginoso, que dá origem a cartilagens, ossos e ligamentos da
região facial.
● O primeiro arco faríngeo recebe o nome de mandibular pois constitui tanto estruturas
faciais (porção mandibular e maxilar) e da orelha. A haste central de mesênquima
pré-cartilaginoso é a cartilagem de Meckel, que é um importante componente para
mandíbula embrionária até que esta esteja envolta de osso, que é quando a
mandíbula definitiva está constituída. A cartilagem de Meckel também dá origem ao
ligamento esfenomandibular e o ligamento anterior do martelo. A bigorna surge de
um primórdio com característica semelhante, a cartilagem quadrangular. A
musculatura originada do arco compõe o aparelho de mastigação, a faringe a orelha
média. Todos esses músculos têm como característica em comum é a inervação
pelo V par craniano.
● O segundo arco faríngeo (hióide) participa da formação de estruturas que vão do
hióide até o estribo da orelha. Essas estruturas derivam da cartilagem de Reichert,

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que consiste em uma dupla haste de cartilagem conectada por um fio de tecido
mesenquimal. O segundo arco é muito importante para a formação dos músculos da
expressão facial com a migração do mesoderme.
● Além da face, como citado, participa da constituição de elementos do ouvido, com a
formação do músculo do estribo, que está associado ao osso do estribo. Os
músculos derivados do segundo arco são inervados pelo sétimo par.
● Com o crescimento que ocorre entre a 4a e a 8a semana, os processos nasomedial
e maxilar começam a ser evidenciados, unindo-se até formar o lábio e o maxilar
superior. As proeminências maxilares limitam o estomodeu, e as proeminências
mandibulares constituem o limite caudal do estomodeu entre a quarta e quinta
semana de idade. Na imagem 2, que é uma micrografia eletrônica de varredura,
mostra a vista ventral de um embrião no estágio 14 de Carnegie, é possível ver que
os placóides passam a se localizar em uma região mais lateral, e é também nessa
época que os dois processos nasomediais se fundem.
● As vesículas ópticas são estruturas diencefálicas que assumem a liderança na
formação dos olhos. A formação do olho começa com o sulco óptico, que é uma
evaginação da parede lateral do diencéfalo. Este sulco cresce para formar as
vesículas ópticas que induzem o ectoderme subjacente a formar o primórdio da
lente. Estas estruturas do olho em desenvolvimento são irrigadas pela artéria
hialóide.
● Com o fim da sexta semana, as proeminências maxilares se fundem com a
proeminência nasal lateral ao longo da linha do sulco nasolacrimal. Assim, é feita a
continuidade entre o lado do nariz que é formado pela proeminência nasal lateral e a
bochecha, originada pela proeminência maxilar.
● O desenvolvimento das regiões de maxila, filtro labial, palato primário tem processos
em comum. Estes processos envolvem o crescimento subsequente das
proeminências maxilares e nasais mediais em direção ao plano mediano com fusão
com as demais proeminências.
● Até a sexta semana, o que se entende por mandíbula primordial são massas de
tecido mesenquimal. A partir desse tecido, lábios e gengivas se desenvolvem
quando o ectoderma se espessa linearmente através da lâmina lábio gengival, e
crescem no tecido subjacente. Com o tempo, a lâmina se degenera, deixando um
sulco lábio gengival entre os lábios e a gengiva.
● Uma área residual dessa lâmina forma o freio do lábio superior, que liga o lábio à
gengiva.

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● Durante o período da sétima e décima semanas, há a fusão das proeminências
nasais mediais com as proeminências maxilares e nasais. Neste processo ocorre o
entrelaçamento das células mesenquimais subjacentes.
● A fusão das proeminências resulta na continuidade da mandíbula superior e do
lábio, e também as fossetas nasais são separadas do estomodeu. A fusão das
proeminências nasais mediais formam um segmento intermaxilar, e é esse
segmento que forma a parte média do lábio superior – o filtro –, a parte pré-maxilar
da maxila, gengivas, e o palato primário. O lábio superior é formado inteiramente a
partir das proeminências maxilares. Segmentos inferiores das proeminências nasais
mediais se posicionam profundamente e interagem com extensões mediais das
proeminências maxilares para formarem o filtro. Como podemos observar, vários
ossos e músculos são derivados do mesênquima nas proeminências faciais.

● O desenvolvimento facial necessita de todos os seguintes componentes:


a. A proeminência nasal frontal forma a testa, dorso e o ápice do nariz.
b. As proeminências nasais laterais formam as asas (lados) do nariz.
c. As proeminências nasais mediais formam o septo nasal, o osso
etmóide e a placa cribriforme (aberturas para a passagem dos nervos
olfatórios).
d. As proeminências maxilares formam as regiões das bochechas
superiores e o lábio superior.

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e. As proeminências mandibulares formam o queixo, o lábio inferior e as
regiões das bochechas

DESENVOLVIMENTO DA CAVIDADE NASAL


● Como já foi citado, os placóides nasais ao
serem deprimidos formam as fossetas
nasais. O mesênquima circundante dá
origem às proeminências nasais mediais e
laterais, que resultam na formação dos
sacos nasais primitivos. No começo, os
sacos são separados da cavidade oral
pela membrana oronasal, que rompe na
sexta semana, criando a comunicação
entre as cavidades nasal e oral.
● Então, tampões epiteliais surgem nas
cavidades nasais até a 16ª semana.
● Essas comunicações entre as cavidades
nasal e oral recebem o nome de coanas
primitivas. Com o desenvolvimento do
palato secundário as coanas localizam-se
na junção da cavidade nasal e faringe. As
conchas nasais (superior, média e inferior)
se desenvolvem juntamente a essas
alterações, e o epitélio ectodérmico das
cavidades nasais se especializam para
formar o epitélio olfatório, sendo que
algumas células se tornam células
receptoras olfativas (neurônios). Os
nervos olfatórios são constituídos por
axônios neuronais comunicantes com os
bulbos olfatórios do encéfalo.

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OBS.: Disfunções do desenvolvimento da proeminência frontonasal podem originar
malformações congênitas como a displasia frontonasal. A displasia frontonasal são
malformações nasais que resultam do excesso de tecido no processo frontonasal. O
fenotípico geralmente inclui ponte nasal larga e hipertelorismo (distância excessiva entre os
olhos). Em casos muito graves, as duas narinas externas são separadas, muitas vezes por
vários centímetros, e pode ocorrer a formação de lábio leporino mediano

SEIOS PARANASAIS
● Uma parte dos seios paranasais começam a se desenvolver na parte final da vida
fetal, enquanto a outra parte se desenvolve após o nascimento. São formados a
partir de protuberâncias das cavidades nasais e são segmentos aerados
(pneumáticos) das cavidades nasais dos ossos (como por exemplo os seios
maxilares na maxila e os seios frontais no osso frontal).
● Na maioria dos recém-nascidos os seios paranasais estão ausentes ou se presente
de forma rudimentar. Os seios maxilares costumam ser pequenos neste momento e
crescem lentamente até a puberdade e termina-se de desenvolver antes de todos os
dentes do adulto jovem nascerem. Os seios esfenoidais e frontais não existem no
nascimento. Os seios etmoidais são pequenos até os 2 anos de idade, com uma
curva de crescimento acentuada entre 6 e 8 anos de idade. Os seios etmoidais mais
anteriores crescem com 2 anos, e dão origem aos seios frontais. Os crescimentos
de todos esses seios são importantes para alteração e formato da face, além de
conferir a característica de ressonância à voz na adolescência.

DESENVOLVIMENTO DOS DENTES


● Como os dentes se formam? Há uma intensa proliferação da lâmina epitelial
formando um placóide, esse epitélio começa a expressar o fator de transcrição Pitx2,
que estimula a expressão de Shh.
● O Shh ali induz a expressão de FGF8, e esse FGF8 é um fator quimiotático que atrai
as células da crista neural para aquele lugar. A partir do momento em que as células
da crista neural chegam, a parte do meio do placóide começa a apresentar uma
concavidade, porque as células daquela região param de proliferar, e as células das
bordas continuam proliferando por estímulo de FGF8.
● Quando tem uma determinada quantidade, as células da crista neural começam a
expressar BMP, que bloqueia o FGF8.
● No desenvolvimento do dente, quem é mais importante, o epitélio ou a
mesênquima? Depende da fase em que se olha. No início do desenvolvimento do
dente, o epitélio dental é fundamental para determinar o mesênquima como dental,
porém quando ele avança na diferenciação, não importa com qual tipo de epitélio ele
interaja, ele consegue formar dente.
● As células da parte do meio do placóide que param de proliferar, começam a
diferenciar formando o nó do esmalte juntamente com o mesênquima. O nó do
esmalte será uma das regiões mais importantes para a determinação da morfologia
do dente. É um centro sinalizador que coordena todo o desenvolvimento do dente.

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(WNT3 bloqueia a proliferação e estimula a diferenciação na formação do nó do
esmalte)
● Como funciona o crescimento das cúspides? Os FGF3, 4 e 10 fazem a cúspide
crescer, e na ponta de cada cúspide tem Shh, bloqueando cúspides laterais
supranumerárias que possam vir a crescer.
● O nó do esmalte começa a secretar WNT e BMP, e eles estimulam as células do
mesênquima a proliferar. Ali onde vai ser a futura polpa, elas dividem. Uma continua
sendo indiferenciada, e a outra virá pré-odontoblasto.
● Os pré-odontoblastos são depositados perto da lâmina basal, porque começam a
interagir com ela, e fornecer a sinalização necessária para a diferenciação final
desse epitélio em pré-ameloblasto. Esse pré-ameloblasto vai secretar fatores para
induzir o pré-odontoblasto a começar a produzir a pré-dentina, e a produção da
pré-dentina estimula o pré-ameloblasto a começar a produzir esmalte. O BMP induz
essa mineralização.
● Como é o desenvolvimento da raiz? Os epitélios interno e externo vão começar a
espessar com o retículo estrelado no meio. Em uma determinada porção, o retículo
estrelado deixa de existir, os epitélios se fundem, formando um único epitélio
chamado bainha radicular. Essa bainha radicular vai começar a proliferar e ir em
direção concêntrica.
● Por enquanto, essa raiz é um tubo, e para deixar ela cônica, à medida que ela vai
proliferando, vai diminuindo o número de células em cada camada, em cada
segmento, fazendo com que haja um afunilamento. O shh controla o crescimento da
raiz, estimulado por SMAD.
● Depois de um tempo, as células mesenquimais vão começar a se depositar sobre a
bainha radicular, e vou começar a produzir dentina. Ao começar a produzir dentina,
essa bainha radicular se rompe. Ao se romper, as células do mesênquima que estão
do lado de fora vão entrar em contato com a dentina, e vão começar o processo de
diferenciação em cementoblasto, e vai começar a deposição de cemento.
● Durante a formação do dente decíduo humano, há um broto lateral que vem desse
germe dentário, que vai formar o dente permanente. Esse é o único broto que sai,
por isso só renovamos a dentição uma vez. Em animais que trocam a dentição
sempre, há vários brotos formados esperando para eclodirem.

PERGUNTAS EMBRIOLOGIA (P2)


1. Descreva os mecanismos moleculares para a formação da calota craniana
A formação da calota craniana e do sistema nervoso central acontece em duas etapas, e
ocorrem uma após a outra. Primeiro um mecanismo é ativado para o crescimento do córtex
e formação da cartilagem enquanto o outro está ‘’silenciado’’, nesse momento as células da
crista neural não estão ossificando. Depois do término da etapa 1 o mecanismo se inverte,
silenciando o primeiro e iniciando o segundo. A calota craniana mesmo depois do
nascimento ainda não se desenvolveu totalmente e essa demora para a ossificação
acontece devido ao desenvolvimento tardio do sistema nervoso central, que permanece

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com seu crescendo por mais tempo após o nascimento e por esse motivo que nosso córtex
é maior que o dos outros vertebrados. Quem forma a calota craniana são as células da
crista neural, que migram e ficam esperando o sistema nervoso central crescer e enquanto
ele não se desenvolve elas não começam a ossificação, apenas começam a formar uma
base de cartilagem. A proteína BMP é a responsável por induzir a expressão de Hanex2
que induz a ossificação. Na cabeça, a formação do osso e a cartilagem acontece devido a
ação molecular das células da crista neural. Na cabeça não tem HOX, pois o mesmo
bloqueia o desenvolvimento da cabeça, o que faz com que SIX2 consiga se expressar, e
esse fator é o responsável por estimular as células da crista neural a expressarem noggin,
que por sua vez bloqueia BMP, permitindo que o FGF8 desenvolva o córtex normalmente,
porém, bloqueando a BMP há também o bloqueio da ossificação. Quando o córtex atingir o
tamanho adequado as células da crista neural param de expressar de noggin, e assim o
BMP é expresso pela ectoderme, bloqueando FGF8, parando o processo de crescimento do
córtex e começando o processo de ossificação da calota craniana pela expressão de
HUNX2.

2. Porque pode-se dizer que a cartilagem endocondral é uma ossificação mais


complexa?
Por que nesse tipo de ossificação, primeiro é formado um molde de cartilagem que
posteriormente será invadido por células da mesoderme ou da crista neural que acabarão
substituindo os condrócitos por osteoblastos. Assim, não é a cartilagem que vira osso, ela
só servirá como um molde para posterior ossificação.

3. Esquematize os mecanismos moleculares que darão origem a ossificação


endocondral e a ossificação dérmica.
Fator x- noggin - bmp- runx2- osso dérmico
Six- noggin- bmp- fgf8- sox9-cartilagem

4. Diferencie a ação da crista neural anterior e posterior


Na crista neural cefálica há notocorda, endoderme e ectoderme. A mesoderme existente é
totalmente organizada e frouxa, há poucas células nessa região anterior, e dessa forma a
crista neural tem lugar para migrar sem barreiras. Na região truncal há somitos, mesoderme
vasos sanguíneos, logo a crista cresce e tem pouco lugar para migrar. Na região anterior a
célula da crista neural vai expressar six2 e vai estimular a produção de noggin, que vai
bloquear a expressão de BMP e assim a BMP não vai conseguir bloquear a expressão de
FGF8. O FGF8 também estimula a expressão do fator SOX9, responsável pela formação da
cartilagem de meckel e condrogênese no 1 arco. Em um determinado momento parou de
expressar noggin e começou a expressar BMP que então estimula ranex2 a formar osso e
ossificar a cabeça. Já na região posterior tem a expressão de HOX, que bloqueia o SIX2,
impedindo que forme o osso, sistema nervoso central grande e cartilagem. Anteriormente,
há a expressão de SIX2 pelas células da CN, pois é uma região de HOX negativo e essas
células são capazes de formar osso e cartilagem.

5. Descreva a formação dos arcos branquiais


Na região anterior a endoderme vai começar a crescer como se fosse formar um broto, e
esse broto vai se expandindo lateralmente e vai ficando maior até que encoste na
ectoderme. Quando ele encosta no ectoderme ele fusiona e abre uma fissura, que são as
fissuras iniciais na formação dos arcos branquiais. Essa projeção de endoderme que

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fusiona com a endoderme é chamada de bolsa faríngea. O primeiro arco branquial se forma
entre a primeira bolsa e a segunda.

6. Qual o mais importante fator de desenvolvimento dos arcos faríngeos e por


que?
O sonic tem papel importante na formação do primeiro arco branquial pois é ele quem induz
a formação da cartilagem de meckel, e é ele que determina a orientação inicial da formação
da nossa mandíbula e onde vai começar a ossificação propriamente dita.

7. Descreva uma hipótese


Aneuploidia: não forma córtex mas pode formar osso, assim as células da crista neural
estarão normais mas por algum motivo não expressa six ou noggin, não formando o córtex;

Ciclopia: na ciclopia não há formação de maxila e mandíbula decorrente da não migração


da crista neural para o 1° arco branquial, que foi ocasionado pelo bloqueio de shh
ocasionando morte das células da crista neural.

8. Mecanismos para a formação da face.


A face está relacionada com 5 processos: 1 fronto nasal, 2 maxilares e 2 mandibulares. As
saliências maxilares e mandibulares em bifurcação do 1° arco branquial. Os processos
mandibulares são os primeiros que fusionam e mais tarde o processo frontonasal vai
proliferando para a região inferior e os processos maxilares para a região medial. Quando
as 3 saliências se encontrarem haverá fusão. O ponto de fusão do processo frontonasal
com os maxilares ocorre pela relação entre BPM4 e FGF8, e a extremidade do processo
frontonasal expressa shh que ajuda na proliferação celular e onde há fusão há ácido
retinóico.

9. Formação da língua
Formada pelos 3 primeiros arcos branquiais.

10. Como ocorre as fendas labiais e palatinas


As fendas labiais ocorre devido ao erro na fusão dos processos maxilares com o processo
frontonasal, essa deformidades nunca acontecem na região medial. Pode ser uni ou
bilateral. A fenda palatina ocorre devido a falha na fusão das conchas palatinas com o
palato primário.

11. Esquema molecular dos dentes


BMP- MSX – INCISIVOS
FGF8- BARX - MOLAR
Existe um mecanismo molecular que controla o posicionamento dos dentes, e existe outro
mecanismo redundante que reafirmam isso. Os dentes seguem um gradiente, por exemplo,
os incisivos e os molares formam dois grupos de dentes e os caninos e pré molares são
intermediários. A molécula sinalizadora para os molares é o FGF8- BARX e a que induz os
incisivos é BMP4- MSX1 OU MSX2 os dentes intermediários terão os fatores que estiverem
mais próximos deles, formando um gradiente, uma mistura entre os dois fatores. O fgf8
estimula a formação do molar interagindo com o seu receptor, fazendo a transdução de
sinal e o resultado será a expressão de um fator de transcrição chamado barx1 que
bloqueia alguns genes e ativa a expressão de outros, permitindo que o dente tenha

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características de molar. Do outro lado terá BMP estimulando as células expressarem msx1
e msx2.

12. Por que o dente é formado somente em regiões específicas?


Existe um mecanismo de proteção para que o dente não nasça na posição errada. O BMP
bloqueia fgf8, o fgf8 estimula a secreção de noggin que é antagonista de bmp. O noggin se
liga na bmp e não deixa ela se ligar no seu receptor, bloqueia a sinalização, logo, mesmo se
tiver receptor e chegar bmp na parte posterior o noggin estará bloqueado. Já quando o
dente nasce no palato ou em uma região errada é um problema no sonic, é ele quem
sinaliza a formação da placa dentária onde ocorrerá a formação do botão dos futuros dentes
supranumerários que são uma expansão no domínio de sonic formando uma linha com
desvios.

13. Qual a relação entre os fatores de transcrição e os fatores de crescimento?


Fatores solúveis induzem a célula a produzir inibir o fator de transcrição; Fator solúvel -
receptor na célula – transdução de sinal - resposta celular mexendo na transcrição gênica e
diferenciação celular. Quando o fator solúvel encontra o receptor ocorre interação proteína-
proteína o que causará mudança de conformação. Ao mudar de conformação a célula
desencadeia um tipo de resposta, processo de transdução de sinal. A mensagem presente
no fator solúvel está sendo levada para dentro da célula. O processo de transdução de sinal
pode promover alteração do citoesqueleto, apoptose, proliferação e alteração na expressão
gênica. Todo gene tem uma sequência no DNA que dará origem ao RNA mensageiro, antes
dessa sequência tem a região do promotor. É o promotor que determina quando será
ativado, porque é no promotor que vão se ligar os fatores específicos de transcrição, e aí vai
se ligar a Rna polimerase e ativar ou não a síntese de alguma proteína. Ou seja, os fatores
determinarão quais serão os fatores de solúveis produzidos. Fatores solúveis são moléculas
sinalizadoras do meio extracelular. Quando o fator solúvel encontra seu receptor há uma
mudança de conformação e há uma reação em cadeia (transdução de sinal). Após essa
transdução podem ocorrer 3 coisas diferentes: alteração metabólica, alteração do
citoesqueleto e alteração da expressão gênica.

14. Formação dos dentes


A formação dos dentes começa na lâmina dental, que é um espessamento do epitélio em
arco. Esse epitélio começa a secretar PITX2. A partir do momento em que pitx2 é
expressado, essas células epiteliais estão destinadas a serem lâminas dentais. O pitx2
estimula o shh que estimula a expressão de FGF8. O fgf8, por sua vez, atrai o mesênquima
para a lâmina dental e se cria um espessamento do epitélio e ectomesênquima próximo a
célula. Depois de atraídos, as células do mesênquima começam a produzir bmp,
bloqueando FGF8, não atraindo mais as células do mesênquima. Esse próprio BMP
também induz a proliferação de células epiteliais, e onde há maior contato com o
mesênquima vai proliferar e formar o nó de esmalte e nas bordas continua a proliferação
celular. Se bloquear shh não forma dente.

15. Precisou fazer um transplante e só tinha células tronco embrionárias, você


recomendaria?
Não, pois as células tronco embrionárias não são uma boa opção para a terapia gênica pois
são muito indiferenciadas com muita proliferação e facilmente formam tumores.

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16. Como formar polpa a partir da ectoderme?
Com uma célula da ectoderme, ela precisa voltar na sua diferenciação e utilizar alta
concentração de bmp, wnt e fgf originando crista neural. A partir daí formam os tecidos
advindos da crista neural. No processo de diferenciação em crista neural, quem modula
essa diferenciação são os fatores de transcrição, sox10, foxd3 e slug. Então os fatores
solúveis (bmp, wnt..) vão estimular a expressão dos fatores de transcrição ( sox...)

17. Há grande chance de ocorrer erros no desenvolvimento. Mas, por que não
ocorre?
Pois tem um mecanismo de sinais que são governados por moléculas, no qual é
extremamente forte e possui mecanismos de proteção e moléculas acessórias, pois se
ocorrer algum problema este mecanismo assume.

18. Qual o motivo de haver células diferentes?


Proteínas diferentes! Isso gera a diferenciação celular, permitindo diferentes funções para
as células. Essa proteína não precisa vir de um gene diferente, pode ocorrer alteração pós
traducional. Sua função depende da sua estrutura tridimensional.

19. Quem controla a diferenciação das proteínas?


Os RNAm que diferenciam as proteínas, então quem controla essa diferenciação está
controlando os RNAm. São os fatores de transcrição que controlam os RNAm que serão
produzidos, consequentemente qual proteína que terá. Ou seja, os fatores de transcrição
controlam a diferenciação celular, dependendo de qual fator estiver presente, irá ativar
determinados genes e consequentemente irá gerar proteínas diferentes e células diferentes.

20. Qual a vantagem de ter fator de transcrição fora ou no citoplasma?


É uma maneira de controlar a atividade, pois esse fator só funciona dentro do núcleo. Para
parar sua funcionalidade, basta colocá-lo para fora.

21. Como uma célula se mantém tronco e a outra não?


Dois mecanismos podem explicar isso: 1) Diferença do microambiente: Isso define quem a
célula é. A célula que se manter no microambiente que determine que ela seja célula tronco,
continuará sendo. Porém aquela que sair no momento da proliferação, irá seguir na
diferenciação. 2) Citoplasma simétrico: Em um lado do citoplasma há alguns fatores
específicos enquanto do outro há outros. Quando a célula se dividir, apenas uma terá os
fatores que determinam que ela seja uma célula tronco enquanto a outra terá os fatores que
determinam que ela segue na diferenciação.

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