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Luiza Figueiredo Barbosa

EMBRIOLOGIA E DIFERENCIAÇÃO SEXUAL DOS MAMÍFEROS

CAMADAS GERMINATIVAS EMBRIONÁRIAS – ORIGEM DOS SISTEMAS

ECTODERMA

 Cavidade oral e nasal


 Pele, pelos, cascos e glândulas (glândulas mamárias)
 Sistema nervoso (hipotálamo, neuro e adenohipofise)
 Porções da vagina, vestíbulo, pênis e clitoris

MESODERMA
 Músculos, esqueleto e sistema circulatório;
 Sistema urinário e sistema reprodutivo (gônadas, útero, cérvix, epidídimo, ductos deferentes,
glândulas sexuais acessórias).

ENDODERMA
 Sistema digestivo (pâncreas e fígado), sistema respiratório;
 Algumas glândulas

CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS EVENTOS EMBRIOLÓGICOS NO


DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA REPRODUTOR

1º TRIMESTRE DE GESTAÇÃO

1. Migração das células germinativas primordias a partir do saco vitelínico


2. Desenvolvimento dos cordões sexuais e ductos
3. Sexo cada vez mais evidente

2º TRIMESTRE DE GESTAÇÃO

4. Desenvolvimento dos ductos, testículos ou ovários


5. Formação do ligamento lardo

3º TRIMESTRE DE GESTAÇÃO

6. Descência testicular

DIFERENCIAÇÃO SEXUAL – DETERMINAÇÃO SEXUAL E SEU CONTROLE GENÉTICO


MACHO (Heterogaméticos XY)

Fecundação Sexo

FÊMEAS (Homogaméticas XX)

 A organização das gônadas e os modelos arquitetônicos básicos do trato genital estabelecem-se


muito precocemente na embriogênese.
 Indivíduo anatomicamente bissexual, podendo desenvolver características fenotípicas de macho e
fêmea, independente do sexo genético
➢ Exemplos de animais que ainda estão neutros:
• Vaca: seis semanas
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• Cadela: quatro semanas
 Durante a gonadogênese, a determinação do sexo genético, do sexo gonadal e do sexo fenotípico é
indeterminado e cada um depende dos eventos que ocorrem nos estágios anteriores.
 Durante o estágio indiferenciado das gônadas, todos os indivíduos são potencialmente capazes de
desenvolver-se parcialmente, ou mesmo completamente, em machos ou fêmeas, independente do
sexo genético.
 A determinação do sexo processa-se nos três seguintes níveis: GENÉTICO, GONADAL E
FENOTÍPICO.

SEXO GENÉTICO
É determinado durante a fertilização quando um espermatozóide X ou Y penetra um óvulo, formando um
zigoto de constituição XX ou XY.

SEXO GONADAL

É determinado mais tarde, quando a gônadas indiferenciada desenvolve-se em ovário ou testículo,


certamente sob influência do sexo genético.

SEXO FENOTÍPICO
Depende do desenvolvimento de estruturas derivadas dos seios urogenitais

DETERMINAÇÃO SEXUAL NA FASE EMBRIONÁRIA


Sexo genético

Determinado pelo espermatozóide no momento da fertilização

Cromossomo Y com Gene TDF

TUBOS ESPECIALIZADOS SÃO FORMADOS (ÓRGÃOS GENITAIS)

 Crista genital: Testículos ou ovários no abdômen (mesonéfron). Plexo dos ductos testiculares a partir
dos túbulos mesonéfricos.
 Ducto mesonéfrico (Wolffiano): epidídimo, ducto deferente e glândulas vesiculares.
 Seios urogenitais: próstatas e glândulas bulbouretal. Pênis do alongamento do tubérculo do seio
urogenital. Genitália externa
 Ducto paramesonéfrico (Mulleriano) – útero → se for macho, esse ducto vai atrofiar

A migração das células germinativas primordiais para a crista gônadas resulta na formação dos cordões
sexuais primitivos (quimiotaxia).

Aumento de tamanho da crista gônadas que se aproxima do mesonefro

O embrião ainda indefinido sexualmente


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DETERMINAÇÃO SEXUAL NA FASE EMBRIONÁRIA

Quando se tem um embrião XY, o cromossomo Y possui o gene SRY, que produz o TDF (fator de
desenvolvimento testicular), que facilita o desenvolvimento testicular, com a formação das células de
Sertoli, que secretam o hormônio anti-Muller, que causa degeneração dos ductos de Muller e fazem
diferenciação de células de Leydig, que irão secretar testosterona, causando o desenvolvimento do sistema
reprodutor masculino, pênis, escroto e glândulas acessórias, e ocorrerá também a biotransformação em
Diidrotestosterona.

Na ausência do cromossomo Y, tem ausência do gene SRY e com isso não tem a produção de TDF. Com a
ausência de TDF, ocorre o desenvolvimento dos ovários, devido a ausência do hormônio anti-Muller,
ocorrendo o desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos que se tornam ovidutos, útero, cérvix e parte da
vagina.

DIFERENCIAÇÃO SEXUAL

Após a determinação sexual, existe a multiplicação de vários padrões celulares e as células germinativas
primordiais, que migram, que se instalam nas cristas gonadais e formam a gônada, vão dar origem a célula
primordial da linhagem espermática é no macho a espermatôgonia ou ovogônia na fêmea.

 Células mesenquimias: Leydig ou teca e estroma


 Células germinativas epiteliais: Túbulos seminíferos e Sertoli ou folículo I

Quando ocorre essa diferenciação sexual (alterações internas – produção de TDF, células de Sertoli
produzindo fatores anti-Muller), macroscopicamente ainda é impossível se observar alguma alteração:

Feto bovino com 2,5 (macho) e 3,0 cm (fêmea) e no suíno entre 2,0 e 2,5 cm.

- 35 dias no macho e 45 na fêmea

Obs: o macho sempre é menor, pois essa diferenciação ocorre primeiro nos machos

- Gônada fetal equina: crescimento a partir dos 80 dias, pico aos 250 (eCG)

DISTÚRBIOS DO PROCESSO DE DIFERENCIAÇÃO – INTERSEXO


 Anomalia do desenvolvimento
Discordância entre os sexos genéticos, gonadal e/ou fenotípicos

Hermafroditas (macho geneticamente, com estruturas femininas ou vice-versa) ou pseudo-hermafroditas

O que vai variar entre hermafrodita ou pseudo-hermafroditas → o verdadeiro vai ter uma estrutura única
com tecido ovariano e testicular ou pode ter testículo e ovário, sendo obrigatório possuir tecido dos dois.
Então, o diagnostico só pode ser feito com histopatológico.

PODE OCORRER VÁRIAS POSSIBILIDADES (AS MAIS IMPORTANTES SÃO):

 Anastomose dos vasos coriônicos em bovinos (em casos de gêmeos): com essa anastomose, as
placentas se comunicam entre os fetos, e com isso, ocorre uma mistura do sangue dos fetos e quando
se tem uma gestação gemelar de sexos diferentes, as fêmeas em 99% dos casos nasceram com
Freemartin (mascularização da fêmea), pois a testosterona do macho vai induzir isso.
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 Falhas na produção de MIS: macho geneticamente XY, tem o gene SRY, tem célula de Sertoli, mas
as células de Sertoli falha na produção da substância inibidora Muller, ocorrendo a produção de
ductos Muller, produzindo o sistema reprodutor feminino, tendo um macho com estruturas femininas
 Disgenesia gônadas “X”Y – deficiência dos genes para receptores de andrógenos: macho tem falha
na produção de receptores de androgênios, então esse macho vai produzir testosterona, mas não terá
os receptores.
 Inversão sexual XX: gene SRY responde pelo TDF é translocado de Y para X na meiose (O
espermatozoide vai ter o gene SRY, tendo essa fêmea a produção de testículo.
 Intersexualidade induzida por hormônios (uma fêmea gestante que recebe testosterona)

PROCESSO DE DESCIDA DOS TESTÍCULOS I


Localização abdominal do testículo durante a vida embrionária

Descida importante para a fertilidade normal

Precedida pela formação do processo vaginal

Gubernáculo: ligamento que está preso caudalmente ao testículo

Descida do gobernáculo para a região escrotal

Aumento de tamanho do gobernáculo: dilatação da região escrotal; força mecânica para a descida do
testículo

O testículo para descer para o escroto, precisa que se tenha o desenvolvimento do processo vaginal
(derivação da pele para formar o escroto) e o gobernáculo (estrutura fica aderida a parte ventral do testículo),
que esta ligado ao processo vaginal, que com o tempo vai se desenvolvendo e crescimento, e pelo seu
crescimento, ele vai tracionando e pulando o testículo para dentro do processo vaginal, que dará origem ao
escroto.

PROCESSO DE DESCIDA DOS TESTÍCULOS II


Regressão do gobernáculo (atrofiar) – testículo é tracionado através do canal inguinal

Crescimento vesical: pressão que auxilia a passagem do testículo pelo canal inguinal

Descida completa do testículo: gubernáculo torna-se um pequeno botão que liga o testículo a parte mais
inferior do escroto

Como o testículo é tracionado através do canal inguinal, ele entra no escroto. Porem para que isso ocorra,
precisa que se tenha ligamentos adequados, canal inguinal interno e externo com abertura para passagem.
Então, qualquer alteração no gubernáculo, canal inguinal interno e externo e ligamento, pode favorecer a não
descida do testículo, podendo se ter um indivíduo criptorquidia.

A migração testicular para o escroto é testosterona dependente, podendo em cães por exemplo, realizar a
aplicação de HCG (é LH, que induz células de Leydig, que produz testosterona) ou testosterona. Contudo,
tem que se ter cuidado, pois esse animal pode ter um fator genético na produção testicular, então esse animal
deve ser descartado da reprodução.

Metade da vida fetal em bovinos, caprinos e ovinos – então já nasce com testículo
Luiza Figueiredo Barbosa
Último ¼ de vida no suíno – então já nasce com testículo

Pouco antes ou logo após o nascimento em equinos – pode ser um pouco mais tardio

Obs: equinos epidídimo desce primeiro e ligamento próprio estendido até o nascimento

RESUMO

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