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Andrologia e Ginecologia de cães e gatos – aula 09.06.

2017
Determinação e diferenciação sexual de felinos e caninos

Nós temos o sexo cromossômico XX e XY, porém pode haver comportamentos masculinos para XX
e femininos para XY. Além disso, tem-se o sexo gonadal que é determinado pela genética, que através de
eventos gênicos (cascata gênica) responsáveis pelo desenvolvimento e diferenciação das gônadas, com isso
qualquer alteração desses genes poderá comprometer a fertilidade do animal. O sexo fenotípico é aquele
possível de ser visualizado, estando relacionado à genitália externa e interna. O sexo comportamental
relacionado à masculinização do SNC, neste caso existe uma proteína (fetoproteína) que chega ao cérebro e
masculiniza, caso contrário, as características comportamentais do SNC serão femininas.
Mecanismo:
A determinação do sexo cromossômico (XX ou XY) é feita no momento da fecundação, porém a
diferenciação sexual ocorre no desenvolvimento embrionário. Assim, de acordo com o cromossomo do
indivíduo, as células primordiais irão se dispor no córtex ou na região medular. A partir disso, nos machos
(cromossoma XY), as células precursoras de Sertoli são responsáveis por expressar o TDF (fator
determinante dos testículos) que é responsável pela formação dos cordões seminíferos e início da
diferenciação sexual da gônada masculina, ou seja, ocorre desenvolvimento testicular. Com isso, as células
de Sertoli passam a secretar o hormônio anti-mulleriano (AMH) que causa a regressão do ducto
paramesonéfrico e a diferenciação das células de Leydig que tem função de produzir a testosterona que
induz o desenvolvimento dos órgãos genitais internos (canais deferentes, parte do epidídimo e testículo) e
sofre ação da 5α-redutase, transformando testosterona em di-hidrotestosterona, responsável pelas
características comportamentais masculinas (masculinização do SNC) e pelo desenvolvimento dos órgãos
genitais externos (bolsa escrotal, glândulas acessórias e pênis).
No caso das fêmeas (XX), não há presença de TDF, possibilitando o desenvolvimento ovariano. Com
isso, também não há AMH e os ductos paramesonéfricos originam os ovidutos, útero, cérvix e parte da
vagina, até o completo desenvolvimento do aparelho genital feminino.
A gônada primordial tem capacidade para desenvolver macho ou fêmea e através da determinação
genética – gene SOX. No caso dos machos, o SOX irá influenciar o aparecimento do gene SRY (responsável
pela determinação do sexo masculino), com ele presente, todo o arcabouço indiferenciado começa a
desenvolver o Fator Determinante dos Testículos (TDF), ou seja, a organogênese do testículo com liberação
de AMH (células de Sertoli), regredindo os ductos paramesonéfricos e impedindo qualquer desenvolvimento
feminino, bem como ocorre liberação de andrógenos (células de Leydig).

Na imagem acima, temos um cão com presença da bolsa escrotal, porém na posição ventral
observou-se que apresenta órgão parecido com vulva, na palpação sentia-se a presença das gônadas e uma
prega persistente desde a região perineal, que se assemelha a um resquício de prepúcio, porém com ausência
do pênis. Pergunta: O que pode ter ocorrido com animal? Este apresenta testículo, porém no
desenvolvimento da genitália externa ficou ambígua, com isso não apresenta capacidade de cópula. Neste
caso, ocorreu um distúrbio na genitália externa, provavelmente, por problema de receptores da di-
hidrotestosterona, prejudicando a ação completa do hormônio para formação do pênis, prepúcio e glande, e
levando à ambiguidade dos órgãos.
Com isso, define-se que qualquer alteração gênica, fenotípica ou gonadal pode levar o animal a uma
infertilidade permanente, impossibilitando seu uso para reprodução e com finalidade somente para ”cão de
guarda” uma vez que é um animal de companhia.

Neste caso, temos um gato macho, tricolocor com Síndrome de Klinefelter, ou seja, há um desarranjo
cromossômico por incompatibilidade, e determina o nascimento deste tipo de gato tricolor, o qual é infértil
(excessão das fêmeas).

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