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Fisiopatologia – Macho AV1

Conteúdo:
1- Anatomia da reprodução masculina
2- Transporte de gametas
3- U

Anatomia da reprodução masculina


As gônadas masculinas (testículos) se situam fora do abdome, no escroto, uma estrutura semelhante
a uma bolsa. O testículo se localiza dentro do processo vaginal, uma extensão separada do
peritôneo, o qual atravessa a parede abdominal pelo canal inguinal, e os vasos e nervos alcançam o
testículo no funículo espermático (cordão espermático) que se posiciona dentro do processo vaginal.
O ducto deferente acompanha os vasos, mas se separa deles no orifício do processo vaginal para se
unir à uretra.
Os espermatozoides deixam o testículo pelos ductúlos eferentes e vão em direção ao ducto
espiralado do epidídimo, que continua como ducto deferente. As glândulas acessórias eliminam seu
conteúdo no ducto deferente ou na porção pélvica da uretra.
Origem
O embrião tem os folhetos (Endoderma,
mesoderma e ectoderma) em que de cada
um irão se originar os sistemas.

• Endoderma: Sistema digestivo,


pulmões, sistema endócrino
• Mesoderma: Músculos, esqueleto,
cardiovascular, sistema
reprodutivo
• Ectoderma: sistema nervoso, pele,
pêlo
Crista gonadal surge com 28 dias nos bovinos, e são espessamentos de células próximo aos
mesonefros.
Formação das gônadas
Tem migração das células germinativas do saco
vitelínico para a crista germinal/gonadal e
começam a se multiplicar e os cordões sexuais irão
envolver as células germinativas levando a
formação das gônadas. Os cordões sexuais
derivam do mesênquima que abriga as células
germinativas e eles são formados por células
somáticas.

Ao lado temos a demonstração do


aglomerado de células na crista
gonadal, e essa migração em bovinos
ocorre por volta dos 28 dias, em que ele
se multiplica nessa região e depois
formando as gônadas

No estágio indiferenciado co-existem 3 ductos:

• Mesonéfrico (ductos de wolf) – se este desenvolve, origina o macho


• Paramesonéfrico (ducto de Muller) – se este desenvolve, origina a Fêmea
• Ureter
O testículo se desenvolve no abdome, medialmente ao rim embrionário, os ductos testiculares se
desenvolvem conectados aos túbulos mesonéfricos, e então, ao ducto mesonéfrico para formar o
epidídimo, o ducto deferente e a glândula vesicular.
A próstata e a glândula bulbouretral se formam a partir do seio urogenital embrionário, e o pênis se
forma da tubulação e alongamento do tubérculo que se desenvolve a partir do orifício do seio
urogenital.

Sexo genético VS Sexo fenotípico


Determinação do sexo – função do espermatozoide Y
Os machos possuem um gene SRY/FTD (fatores testiculares dominantes) que está associado ao
cromossomo Y – eles instruem a crista genital não diferenciada a se desenvolver em testículo.

• Agentes responsáveis pela diferenciação e desenvolvimento – produzidos pelo testículo


fetal:
o Andrógeno (testosterona): determina o desenvolvimento do trato reprodutor
masculino – agindo nos ductos de Wolf, seio urogenital e tubérculo genital os
estimulando
o AMH (hormônio antimulleriano): é uma substância inibidora Mulleriana que é
responsável pela supressão do ducto paramesonéfrico (ducto de Muller), pelo qual
se desenvolveria o útero e a vagina.
*anormalidades na diferenciação e no desenvolvimento das gônadas e dos ductos podem resultar
em diferentes graus de intersexualidade.

SRY = TDF
AMH = MIF

O AMH irá agir nos ductos de Muller impedindo seu desenvolvimento, e os andrógenos irão estimular
o desenvolvimento dos ductos de Wolf

Por ser um gene específico do cromossomo Y, as fêmeas não possuem o gene SRY e portanto
não faz produção de AMH – permitindo o desenvolvimento do ducto de Muller
Machos Fêmeas

Machos: Gene SRY(TDF) age nas células de sértoli, produzindo AMH(MIF) e bloqueando o
desenvolvimento dos ductos de muller. E age nas células de Leydig produzindo testosterona,
estimulando os ductos de wolf a se desenvolverem.
Fêmeas: As fêmeas não têm o gene SRY (TDF), portanto não produz AMH e os ductos de muller não
tem seu desenvolvimento interrompido. Também não tem estímulo para produção de testosterona,
logo não tem estímulo para o desenvolvimento dos ductos de wolf.

Trato reprodutivo masculino


É uma verdadeira fábrica de células, a produção de espermatozoides ocorre no testículo e a
preparação deles ocorre no epidídimo, ficando armazenado na cauda do epidídimo, até o momento
em que haja o estímulo para ejaculação, onde ao passar pelo ducto deferente ocorrerá secreção
pelas glândulas para facilitar seu transporte no trato reprodutivo feminino.

• Ampola: região em que o ducto deferente se amplia


ficando mais largo
• Flexura sigmoide: ou “S” peniano, comporta o pênis
– não entra muito sangue no pênis para ocorrer
aumento de tamanho, e ele precisa ficar guardado
na cavidade.
• Músculo retrator do pênis: presente em todos, ele
relaxa o momento da ejaculação para liberar o pênis
(extremamente importante em animais que tem
flexura sigmóide) – presente independentemente de
o pênis ser fibroelástico ou músculo cavernoso.
Ruminantes e suínos esse músculo controla o
comprimento efetivo do pênis e sua ação na flexura
sigmóide.
• Músculos isquiocavernoso e bulboesponjoso:
importantes no momento da ejaculação
• Cordão espermático: circulado na imagem, ele é importante na termorregulação
LOCALIZAÇÃO
Touro – bovino (bull)
Primeiramente, falando da diferenciação da nomenclatura de boi e touro, a diferença é que o touro
tem testículo e o boi não.

• Testículo fica na região abominal, entre os membros, e fica perpendicular ao abdômen


(traço vermelho indicando). O testículo fica externo a cavidade, na bolsa escrotal, por
conta da temperatura para que ocorra produção efetiva de espermatozóides.
• Ele tem flexura sigmóide – pênis fibroelástico, não tem expansão dele na ereção
• Glândulas vesicular e bulbouretrais bem desenvolvidas, sendo a vesicular muito mais

Garanhão – equino (stallion)

• O testículo não fica tão perpendicular, ficando um pouco deitado no saco escrotal.
• O garanhão não tem flexura sigmóide, o musculo cavernoso é extremamente vascularizado
fazendo com que o pênis aumente de tamanho
• Glândulas vesiculares, próstata e bulbouretrais bem desenvolvidas quando em comparação
aos bovinos
Varrão – suíno (Boar)

• Testículo posicionado mais caudalmente, sendo bem distinto dos 2 anteriores


• Glândulas vesiculares, bulbouretral e prostata bem desenvolvidas (produz parte líquida do
sêmen – fazendo com que o volume seminal seja muito maior – 250/200ml)
• Flexura sigmóide - Pênis fibroelástico
Cão (dog)

• Testículos um pouco mais caudal que os dos bovinos, também localizado entre os membros
• Próstrata bastante desenvolvida e as outras glândulas rudimentares
• Não tem flexura sigmóide – pênis dilata, não é fibroelástico
• Tem osso peniano
• Bulbo fica preso na cadela, visto que o ejaculado sai em jatos e não tudo de uma vez, essa
dilatação impede perda retrógrada de sêmen

Gato (tom)

• Testículo e prepúcio ficam na região caudal, próximo ao ânus


• Glândulas bulbouretral bem desenvolvidas além da próstata
• Espículas na ponta do pênis – importante para induzir ovulação nas gatas
Termorregulação
1- Cordão espermático
É o caminho da saída do testículo até o ducto deferente.
Nessa região tem um emaranhado de vasos (plexo pampiriforme), e essa justa posição faz a troca
de calor (chega sangue quente e sobe sangue frio), sendo uma das formas de termorregulação
testicular que é importante para o armazenamento dos espermatozoides – abaixo tem uma imagem
de mapa de calor do testículo, que dá para ver que a região da cauda do epidídimo é mais fria.

2- Cremaster
Contrai no frio para trazer o testículo para próximo do abdômen, e no caso do calor ele relaxa para
descer o saco escrotal.
3- Túnica dartos
Também auxilia na termorregulação, contraindo fazendo com que a pele do testículo fique toda
enrugada (reduzindo a superfície de contato)
4- Glândulas sudoríparas
Receptores de temperatura localizados na pele do escroto podem provocar respostas para diminuir
a temperatura do corpo todo e provocar palpitação e transpiração.
Anatomia

Testículos
• Protegidos na parede do processo vaginal ao longo da linha de fixação epididimal. Seu eixo
e orientação no escroto diferenciam de espécie para espécie, como vimos anteriormente.
• Células de Leydig: secretam hormônios masculinos nas veias testiculares e nos vasos
linfáticos
• Células de sértoli: contribuem com a produção de fluido tubular e podem produzir AMH
(hormônio antimulleriano)
Cápsula testicular:

Túnica vaginal visceral, cavidade vaginal, túnica vaginal parietal, fáscia escrotal, túnica
dartos e pele do escroto

Epidídimo
• Cabeça do epidídimo: espermatozoide sem
motilidade, infértil, com gota citoplasmática
proximal
• Corpo do epidídimo: pode haver motilidade,
subfertilidade, tem deslocamento da gota
citoplasmática proximal
• Cauda do epidídimo: motilidade normal, fértil, gota
citoplasmática distal, liga-se ao oócito
Armazenamento na cauda do epidídimo depende da
temperatura baixa e da ação do hormônio sexual
masculino

Glândulas acessórias
Vesiculares, bulbouretrais e próstata
Pênis
Dividido em 3 partes:

• Glande: variável entre as espécies (gatos e suínos)


• Corpo
o Fibroelástico – Não tem aumento de tamanho, sendo necessária a flexura sigmóide
(S peniano) para comportar o pênis, o M. retrator do pênis relaxa e contrai fazendo
o controle do comprimento peniano.
o Musculo cavernoso – Tem grande área de expansão através da circulação
sanguínea, já que ele é bastante vascularizado. Durante a ereção há acúmulo
sanguíneo nesses espaços presentes no corpo cavernoso fazendo com que tenha
considerável aumento de tamanho.
• Base (raiz do pênis)

Ao lado temos exemplo de um


pênis Fibroelástico (Boar –
suíno) e um pênis músculo
cavernoso (Stallion – garanhão)
e ainda tem um corte mostrando
a vascularização intensa do
corpo cavernoso que permite
esse considerável aumento de
tamanho.
• Suíno (Boar): pênis em formato de saca rolha
• Carneiro (Ram): tem processo uretral exposto, parecendo um fio na ponta do pênis
• Cães (Dog): tem pênis musculocavernoso e osso peniano
• Gato (Tom): tem espículas que agem estimulando a ovulação da fêmea – pois tem a
particularidade de não ser estimulada por hormônios, como ocorre nas outras espécies, mas
sim as espículas que estimulam a liberação de progesterona – gata tem ovulação induzida

Sistema endócrino
Temos o controle da reprodução feita pelo sistema endócrino e sistema nervoso central, que estão
ligados através do sistema porta-hipotálamo-hipofisário coordenando as funções das gônadas.
Ambos os sistemas atuam iniciando, coordenando ou regulando as funções do sistema reprodutivo.

• Sistema nervoso: controla as funções orgânicas por meio de rápidos impulsos nervosos
elétricos, como a regulação do sistema musculoesquelético
• Sistema endócrino: utiliza mensageiros químicos ou hormônios para regular processo
orgânicos mais lentos, como o crescimento e a reprodução.
o Hormônios: são substâncias químicas fisiológicas, orgânicas, sintetizadas e
secretadas por uma glândula endócrina– atuam inibindo, estimulando ou regulando
ação do tecido alvo
Relembrando:

Hipotálamo: ele consiste da região do terceiro ventrículo e estendendo-se até do quiasma óptico aos
corpos mamilares. Existem conexões neurais entre o hipotálamo e o lobo posterior através do trato
hipotálamo-hipofisário e conexões vasculares entre o hipotálamo e o lobo anterior da hipófise

Hipófise: Localizada na sela túrcica (depressão óssea na base do cérebro). Dividida em 3 partes
anatômicas: lobo anterior, lobo intermediário e lobo posterior.

• Hipófise anterior: possui 5 tipos de células que secretam 6 hormônios – os somatótrofos


(Hormônios do crescimento); Corticotrófos (hormônio adrenocorticotrófico – ACTH); mamótrofos
(prolactina); tireotrofos (hormônio tiro-estimulante – TSH); e os gonadotrofos (hormônio folículo
estimulante – FSH e o Hormônio luteinizante – LH)

Gônadas: em ambos os sexos elas desempenham papel duplo: produção de células germinativas
(gametogênese) e a secreção dos hormônios gonadais.

• Células de Leydig: secretam testosterona

Hormônios: podem ser classificados de acordo com sua estrutura química (glicoproteínas,
polipeptídeos, esteróides, ácidos graxos e aminas) ou modo de ação.
Glicoproteínas (ocitocina, FSH, LH), polipeptídeos, esteróides (derivados do colesterol – testosterona),
ácidos graxos (derivados do ácido araquidônico) e aminas (derivados da tirosina ou do triptofano -
melatonina)
Modos de comunicação intercelular:

• Comunicação neural: neurotransmissor liberado das células nervosas nas junções


sinápticas e atuam na fenda sináptica.
• Comunicação endócrina: hormônios são transportados na circulação até o tecido alvo.
• Comunicação parácrina: célula secreta no líquido extracelular e hormônio atinge as
células vizinhas.
• Comunicação autócrina: células secretam e os mensageiros se ligam em seus próprios
receptores fazendo a autoregulação.

Hormônios

• Hormônios hipotalâmicos que regulam a reprodução: Hormônio liberador de gonadotrofinas


(GnRH) – estimula a liberação de FSH e LH

• Hormônios Adeno-hipofisários:
o FSH: hormônio folículo estimulante atua nas células germinais, nos túbulos
seminíferos dos testículos e é responsável pela espermatogênese até o estágio de
espermatócitos secundários, em que passas adiantes os andrógenos dos testículos
atuam nas fases finais da espermatogênese.
o LH: hormônio luteinizante estimula as células intersticiais (células de Leydig) no
testículo para produzirem andrógenos (testosterona)

• Hormônios esteróides gonadais: produzido nos ovários e testículos e podem ser de 4 tipos:
andrógenos, estrógenos, progestágenos e relaxina (esse último é proteína e não esteróide).
O testículo secreta um único hormônio – testosterona (andrógeno)
o O colesterol se converte em pregnenolona, este se converte em progesterona
que por fim se converte em andrógenos/estrógenos
o Testosterona: desenvolve e mantém as glândulas acessórias; estimula as
características sexuais secundárias, o comportamento sexual e a espermatogênese;
possui efeitos anabólicos.
Controle endócrino
O GnRH (Hormônio liberador de gonadotrofinas – FSH e LH) liberado pelo hipotálamo age na
hipófise estimulando a liberação de gonadotrofinas (FSH e LH).

• FSH: hormônio folículo estimulante – faz modulação das células de sértoli – que pode
produzir inibina fazendo feedback negativo seletivo de FSH na hipófise, para a célula não
ficar sobrecarregada e conseguir dar conta de outras funções.
• LH: hormônio luteinizante – age nas células de Leydig fazendo com que ocorra a
transformação de colesterol em testosterona, e um pouco também em estrógeno. A
testosterona, o estrógeno e DHT (diidrotestosterona) caem na circulação e fazem feedback
negativo no hipotálamo bloqueando liberação de GnRH.
o Testosterona é convertida em DHT, e tem as mesmas funções que a testosterona –
desenvolve e mantém as glândulas acessórias; estimula as características sexuais
secundárias, o comportamento sexual e a espermatogênese; possui efeitos anabólicos.
As células de Sertoli exercem papel vital na regulação da espermatogênese. têm diversas funções
como: controle da maturação e da migração das células germinativas; síntese de proteínas e
esteroides estão envolvidas no controle da passagem das secreções entre compartimentos tubulares
e intersticiais e, formam a barreira hemato-testicular.

Puberdade: um macho/fêmea alcança a puberdade quando se mostra capaz de liberar seus


gametas e exibir comportamento sexual – sendo, portanto, seu início regulado pela maturação do
eixo hipotalâmico-adeno-hipofisário.

• Machos pré-púberes, em resposta a estimulação gonadotrófica, secretam testosterona


progressivamente. Cada pulso de LH é seguido por um aumento transitório na secreção de
testosterona a intervalos de uma hora. À medida que a puberdade progride, o aumento de
testosterona provoca um decréscimo na secreção de gonadotrofinas pelo mecanismo de
retroalimentação negativa.
Espermatogênese
É todo o processo de multiplicação (mitose) e divisão celular (meiose) das células germinativas
(espermatogônias) e diferenciação celular

• Espermiogênese: diferenciação morfológica das células germinativas (espermátides e


espermatozóides)
• Espermiação: liberação dos espermatozoides para o lúmen dos túbulos seminíferos

Sêmen: suspensão celular líquida contendo espermatozoides (gametas masculinos) e secreção dos
órgãos acessórios do trato genital masculino. A porção fluida dessa suspensão, que é formada na
ejaculação, é conhecida como plasma seminal.

Revisando espermatozoide
Os espermatozoides são formados dentro dos túbulos seminíferos dos testículos, e eles contêm
uma série complexa de células germinativas em desenvolvimento que posteriormente formam células
altamente especializadas – os gametas
masculinos. Quando completamente
desenvolvidos, os espermatozoides têm uma
cabeça achatada contendo o núcleo e de uma
cauda, ele é recoberto pelo plasmalema
(membrana plasmática). O acrossomo ou capa
acrossomal é uma estrutura de parede dupla
situada entre a membrana plasmática e a
porção anterior da cabeça. O colo conecta a
cabeça com a cauda, e a cauda é dividida em
peça intermediária, principal e terminal.

• Cabeça do espermatozoide: é o núcleo achatado de forma oval contendo cromatina


altamente condensada (DNA). O número de cromossomos do conteúdo de DNA do núcleo
espermático é haplóide, ou seja, metade das células somáticas da mesma espécie – sendo
resultado das divisões meióticas que ocorrem durante a formação espermática.
• Acrossomo: é uma fina cobertura com dupla camada de membranas que envolve
intimamente o núcleo durante os últimos estágios da formação do espermatozoide. Essa
estrutura semelhante a um capuchão contém enzimas hidrolíticas envolvidas no processo de
fertilização
• Cauda do espermatozoide: composta de colo e peças intermediária, principal e terminal.
A região da cauda entre o colo e o annulus é a peça intermediária, sua parte central junto
ao comprimento total da cauda forma o axonema. O axonema e as densas fibras associadas
da peça intermediária são recobertos perifericamente por numerosas mitocôndrias, e a
bainha mitocondrial gera a energia necessária para a motilidade espermática.
Produção normal de espermatozoides
1. Regulação endócrina dos testículos
2. Divisões mitóticas das espermatogônias
3. Divisões meióticas que resulte em espermátides haplóides
4. Transformação morfológica das espermátides em espermatozoides
Células de Sertoli e as células espermatogênicas (células germinativas)
O epitélio seminífero é composto de 2 tipos celulares: células de Sertoli e células germinativas em
desenvolvimento. As células germinativas sofrem uma série contínua de divisões celulares
(espermatocitogênese) e modificações (Espermiogênese)que começam na periferia e vão em direção
ao lúmen tubular – as espermatogônias se dividem várias vezes até formarem espermatócitos.
Em todos os estágios de diferenciação as células espermatogênicas estão em contato íntimo com
as células de Sertoli que fornece a elas:

• Suporte estrutural (microtúbulos)


• Suporte metabólico (fornecem lactato para
espermatócitos 1o)
• Regulação do meio interno dos túbulos
seminíferos – formam a barreira hemato-
testicular que evita que células de defesa
cheguem até as células haplóides e as
fagocitem.
o Barreira tem junções firmes, essa
barreira faz comunicação entre várias
células de sertoli e resulta na proteção
para as células em desenvolvimento contra a resposta imune, isolando as células
germinativas do resto do organismo
• Secretam proteínas:
o Transportadoras de nutrientes (Fe, Cu, Vitamina A)
o ABP (proteína ligante de andrógenos
o Entre outras
As células de sértoli também são endócrinas, secretam: AMH (diferenciação sexual), Inibina B e
Ativina (regulam a secreção de FSH).

A divisão celular ocorre da base para o


lúmen, em que uma célula diplóide se
replica e divide indo de 2N para 4N até
resultar em células 1N (haplóide).
Espermatogônias após a 1o meiose vira
espermatócito, depois da 2o meiose se
torna espermatócito secundário e
depois forma as espermátides – esse
processo dura cerca de 45 dias no
touro

Espermiogênese
As espermátides são transformadas em espermatozóides por uma série de modificações
morfológicas progressivas, que é a denominada Espermiogênese. As modificações incluem
condensação da cromatina nuclear, formação da cauda e desenvolvimento do capuchão
acrossomático.
Os vários estágios de desenvolvimento são divididos em 4 fases: Golgi, capuchão, acrossomo e
maturação.
1. Fase de Golgi
• Tem formação de grânulos pro-acrossômicos dentro do aparelho de Golgi, que
coalescem formando um único grânulo acrossômico
• Migração dos centríolos (axonema) para baixo – para formar a base de fixação da
cauda à cabeça
• Tem adesão do centríolo e do grânulo acrossômico ao núcleo

2. Fase de capuchão
• Acrossomo recobre o núcleo da espermátide, até que 2/3 da porção anterior do núcleo
esteja coberto, por esse saco membranoso de parede dupla que se adere ao envelope
nuclear
• Migração do complexo de Golgi para baixo
• Alongamento do centríolo (axonema) além da periferia do citoplasma celular,
começando a formar a cauda

3. Fase de Acrossomo
• Alteração no núcleo – achatamento da cromatina, histonas são substituídas
progressivamente por proteínas transitórias – o núcleo vai ficando mais achatado
acompanhando esse processo
• Deslocamento do citoplasma no sentido caudal onde ele circunscreve a porção proximal
da cauda em desenvolvimento – mitocôndrias começam a descer e se concentrar
próxima ao axonema que mais tarde fará parte da peça intermediária
• Formação do anel (annulus) – forma-se próximo ao centríolo proximal e ao longo do
desenvolvimento migra ao longo da cauda
4. Fase de maturação
• Proteínas transitórias são substituídas por protaminas, formando um material fino e
homogêneo que preenche uniformemente todo o núcleo do espermatozoide
• Formação final da cauda – Annulus desce para porção que separa peça intermediária
da peça principal
• Formação do corpo residual – após alongamento da espermátide em um lóbulo
esferoide denominado de corpo residual, que irá ir descendo pela cauda – que é o que
denominamos de gota (proximal e distal) -> nada mais é que o citoplasma

Estágios do ciclo do epitélio seminífero/ espermatogênese


O tempo necessário para completar um ciclo do epitélio seminífero varia entre as espécies

• Cachaço: 9 dias
• Carneiro: 10 dias
• Garanhão: 12 dias
• Touro: 14 dias
Tempo para completar a espermatogênese (espermatogônia até espermatozoide)

• Cachaço: 39 dias
• Carneiro: 47 dias
• Garanhão: 55 dias
• Touro: 61 dias
O que ocorre é que vão tendo sempre novos ciclos sendo iniciados, enquanto um espermatozoide é
finalizado temos uma espermatogônia iniciando o ciclo – é como a universidade, as
espermatogônias são os calouros e os espermatozoides são os graduandos.

Transporte de Gametas
Como saem do epidídimo e chegam no sítio de fecundação
Comportamento reprodutivo

O comportamento dos animais tem importante papel na reprodução, afetando tanto o sucesso de
acasalamento, quanto a sobrevivência da prole. A expressão dos comportamentos sexuais é
influenciada por hormônios presentes na circulação, e modificações no comportamento trazem
mudanças na secreção desses hormônios, afetando os comportamentos subsequentes.

Os componentes dos padrões copulatórios são incitação sexual, corte (demonstrações sexuais),
ereção, protrusão peniana, monta, intromissão, ejaculação, desmonta e refratariedade – a duração
da corte e da cópula varia de acordo com as espécies.

• CORTEJO – prepara para monta


• Aproximação da fêmea – cheira, lambe a fêmea.
o Suínos cheiram urina da fêmea e levanta cabeça fazendo
reflexo de flehmen, empurram o flanco da fêmea com o focinho
o Ovinos, caprinos e bovinos – estimulação táctil da fêmea é feita
pelo focinhamento e lambedura da região perineal
o Garanhão – morde
pescoço da fêmea
• Cheira a vulva
• Reflexo de Flehmen –
órgão vomeronasal
• MONTA
• Curta (Touro, carneiro, bode, gato) – subiu já ejacula e desce (2 segs. geralmente) – ocorre
com ruminantes e gato
• Intermediária (Garanhão) - faz a monta e ejacula por cerca de 30 seg.
• Prolongada (Suínos, cão, camelos) – Faz a monta mais demorada, suínos podem ficar cerca
de 15min
o *Bulbo incha com objetivo de evitar perda retrograda, e o cachorro acaba virando

• Ram – carneiro – da uma ‘cotovelada’ na fêmea e se ela ficar quieta é porque está
aceitando monta
• Boar – varrão/cachaço– se move entre as fêmeas e elas começam a mostrar sinais de cio
(aumenta micção....) e ele inicia cortejo, esfrega cabeça nela, batendo dente e boca
espumando
• Dog – cachorro – cortejo cheira ela e fica lambendo
• Tom – gato- fica rodeando também e o cortejo é mordendo o pescoço da fêmea
*o macho faz ações que as fêmeas normalmente não aceitariam se ela não estivesse no cio
Reflexo de Flehmen
Identifica feromônios através do
órgão vomeronasal, para
identificar se tem alguma fêmea no
cio
➢ Equinos, ruminantes e
felinos que fazem esse reflexo

Característica da cópula
É um momento muito
vulnerável, então as
presas costumam ter
uma cópula mais
rápida, portanto os
herbívoros costumam
ter cópula mais
rápida.
Cópula cão
Ele sobe rápido tem
introdução do pênis e
ele desce, mas ainda
fica agarrado, ainda
ocorrendo a
ejaculação
• Volume ejaculado
o Pequenos ruminantes: 1-2ml
o Bovinos: 3-5ml
o Garanhão: 75-120ml
o Suinos: 200-250ml
o Cão: depende do tamanho do animal, um yorkshire 0,5 ml
*relacionado como tempo de monta

Mecanismo de ereção
Na vascularização do pênis temos veias mais externamente e artérias mais internamente, sendo as
mais fibrosas as Artérias dorsais superficiais e profundas.
Quando o pênis está flácido, a inervação parassimpática faz com que ocorra liberação de NO (oxido
nítrico) com o estímulo sexual, ativando a via NO-GMPc, causando relaxamento vascular (dilatação
de vasos sinusoidais) e intumescimento dos corpos cavernosos. Com a expansão dos corpos
cavernosos, as vênulas sub-túnicas são comprimidas contra a túnica albugínea dificultando a
drenagem sanguínea (aprisionando líquido) e aumentando a pressão intrapeniana, assim levando
ao relaxamento do músculo retrator do pênis e a ereção.
Viagra age bloqueando a reversão de GMP em GMPc, pois apenas o GMPc faz ação

Mecanismo de ejaculação
É um reflexo neural simples que se inicia com estímulo visual, liberando ocitocina (contrai
epidídimo e ducto deferente) e quando animal está com pênis na vagina, tem estimulo na glande
(temperatura e pressão vaginal) que faz reflexo neural simples e tem liberação do ejaculado com a
contração dos músculos: uretral, bulboesponjoso e isquiocavernoso.
*apenas com a contração que se tem a ejaculação, se não houver estímulo da glande ele não irá ejacular
Local deposição sêmen

• Bovinos e ovinos - fórnix vaginal (pequeno volume e alta concentração)


• Equinos e suínos - cérvix/útero (grande volume) – Durante a ejaculação temos
ejaculado chegando no útero, nos suínos ocorre por conta do volume alto
• Cães - cérvix/útero (retenção do pênis) – ejaculação ocorre na vagina, porém por ele
ficar preso acaba chegando ao útero o ejaculado
• Primatas - vagina (coagulação) –
para evitar perda retrograda, o sêmen
forma grumos e não sendo líquido como
nas outras espécies, sendo mais viscoso
*maioria dos casos o volume é inversamente a
concentração
Quanto mais próximo do útero o ejaculado, melhor,
sendo o melhor colocar pós cervical, para reduzir a
perda retrograda

Transporte de gametas
Na cauda do epidídimo (onde é armazenado) o espermatozoide já é viável para sua ação, mas ao
entrar em contato com o líquido seminal (liberado pelas glândulas acessórias no ducto deferente)
ele eixa de ser capaz e só vai ser capaz novamente no trato feminino após passar pelo processo de
capacitação.
Os espermatozoides caminham e chegam na tuba uterina, mas tem uma perda retrograda também
de sêmen (então nem todos chegam lá), além de que os espermatozoides ruins e que morreram vão
sendo fagocitados pelas células de defesa. No útero ocorre o processo de capacitação inicial e
conclui essa capacitação no oviduto, onde se tem a capacitação completa.
*A fagocitose ocorre por ser considerado um corpo estranho

Secreçao das
Contrações gl. acessórias
Cauda do
peristálticas (vesícula
epidídimo Uretra ejaculação
ducto seminal,
(armazenado)
deferente bulboruretral,
próstrata)

Transporte – fase rápida

• Tem migração de neutrófilos e ação


neutrofílica debatendo esse corpo estranho no
útero da fêmea. Nessa fase espalha
espermatozoides pelo trato reprodutivo da
femea
• Colonização dos reservatórios cervicais (reduz
número de leucócitos)
• Perda retrógrada
espermatozoides dentro de neutrófilo
Transporte – fase sustentável
Aqui os espermatozoides estão na cérvix.

• Liberação lenta e transporte


o Contínuo
o Barreira (reduz espermatozoides no sítio de
fecundação) – essas vilosidades da cérvix atuam
como uma barreira e acabam prendendo alguns
espermatozoides
*não pode inseminar muito próximo da ovulação pois vai
perdendo qualidade do oocito, visto que ele tem baixa
viabilidade, pois seu período de sobrevivência pós ovulação é de
8 a 10 horas- já a meia vida do espermatozoide é de 28 a 50
horas. O espermatozoide tem também que passar pelo processo de
capacitação para ser viável.
Transporte - Capacitação

• Epididimal: tem proteínas na cabeça,


mas não estão ativas
• Ejaculado: passou pelo líq. seminal e
este ativa as proteínas, bloqueando a
ligação deste espermatozoide
• Capacitado: ao entrar em contato
com o trato reprodutivo da fêmea, o
pH e o meio, faz com que desestabilize
a bicamada lipídica e tem perda
dessas proteínas o tornando
capacitado. Além disso tem depleção
do colesterol da membrana, mudança
de íons e alterações em glicosaminoglicanos.

Útero:
A atividade contrátil (efeito hormonal) do útero é importante para ajudar na movimentação dos
espermatozoides
Oviduto:

• Movimentos peristálticos da musculatura para levar o


espermatozoide até a tuba
• Correntes de fluido ((ação ciliar))
Capitação do oocito
O complexo cumulus-oócito (CCO) – formado por oócito, zona pelúcida, corona radiata, células do
cummulus oophorus e matriz extracelular – é captado pelo oviduto. Antes da ovulação, ocorrem
contrações na musculatura lisa do oviduto, que são suaves e apresentam variações individuais na
proporção e no padrão de contractilidade.
Durante a ovulação, as contrações tornam-se mais vigorosas e as fímbrias se contraem
sincronamente e “massageiam” a superfície ovariana em movimentos de varredura. Esses
movimentos são provavelmente causados por contrações rítmicas dos vasos sanguíneos, que se
tornam ingurgitados próximo à ovulação.
As fimbrias da tuba uterina possuem ação de varredura, e juntamente com a corrente de fluidos
folicular produzidos pelos cílios das fimbrias, varrem o ovócito secundário para dentro do
infundíbulo. O ovócito chega à ampola da tuba devido aos movimentos peristálticos (relaxamento e
contração no sentido tuba e útero).
Fecundação
Eventos após a capacitação
Motilidade hiperativa: aumenta a atividade para que
consiga passar a células do cumulus e chegar a zona
pelúcida (ZP), onde ele se liga a ZP3 e tem reação acrossomal
– a membrana externa se liga a membrana interna do
espermatozoide e formando vários poros na cabeça do
espermatozoide, que libera as enzimas lisossomais e elas
começam a destruir a zona pelúcida. O espermatozoide é
então englobado (fagocitado pelo oócito), tem
descondensação do núcleo dele e formação do pro-núcleo.
Período de sobrevivência – explicação para necessidade
de sincronia

• Oócito: 8 a 10 horas
• Espermatozoide: 28 a 50 horas

A zona pelúcida tem 3 proteínas (ZP1, ZP2, ZP3):

• ZP1: faz ligação da ZP2 e ZP3


• ZP2: faz ancoragem
• ZP3: responsável por todo processo de fecundação
1. Ligação do espermatozoide à zona pelúcida

Na imagem temos a representação


do espermatozoide se ligando a
zona pelúcida, na proteína ZP3

2. Reação acrossomal:
Após a ligação tem exocitose do acrossomo (organela derivada do complexo de golgi), ou seja, a
fusão da membrana acrossomal com a membrana plasmática do esperma. Este processo libera o
conteúdo acrossomal para fora do esperma e expõe as proteínas da membrana acrossomal
interna na membrana plasmática externa do esperma. (portanto somente espermatozoides que
sofrem reação acrossomal podem penetrar o oócito)

• Enzimas semelhantes às lisossomais:


o Esterases
o Acrosina (proteolítica)
o neuraminidase

Tem também exposição da proteína de fusão, que é importante para ligar na


proteína plasmática do oocito
3. Fusão

Uma vez lá dentro, tem a fusão com a


membrana plasmática do oócito, e é a
proteína de fusão que faz isso – levando
a liberação de grânulos corticais que
modificam a zona pelúcida fazendo
bloqueio da polispermia (fecundação de
mais de um espermatozoide em um
oócito), impedindo a entrada de outros
espermatozoides.
Tem a descondensação nuclear – DNA
do espermatozoide descondensa para
permitir a combinação do DNA dos
gametas masculino e feminino

Bloqueio rápido à poliespermia

• Despolarização: O bloqueio rápido à poliespermia é um mecanismo que impede a fusão de


espermatozoides adicionais com o óvulo. Esse bloqueio é mediado por uma despolarização
rápida e transitória da membrana plasmática do óvulo, que ocorre logo após a entrada do
primeiro espermatozoide fazendo influxo de cálcio


• Reação cortical: Existe também um bloqueio mais lento, provocado pela exocitose dos
grânulos corticais – isso vai levar a uma modificação dos receptores espermáticos da zona
pelúcida, arrancando os resíduos terminais de açúcar do ZP3 e isso faz com que altere a
conformação dele e impede o ligamento de outros espermatozoides, levando ao
endurecimento da zona pelúcida.

4. Fusão do material genético (pró-núcleos) do espermatozoide e do oócito – SINGAMIA


Após a descondensação do DNA que ocorreu na fase anterior, tem o
pareamento dos cromossomos homólogos (SINGAMIA), em que se juntam
para formar um único núcleo... esse processo de fusão celular leva 12h. Tem
fusão dos núcleos haplóides e a cauda do espermatozoide se degenera.
1 Núcleo da mãe e
outro do pai
Os pró-núcleos migram em direção um ao outro na região central do oócito e se juntam, os
envelopes nucleares se segmentam e a cromatina condensa
Desenvolvimento embrionário

• Mórula - quando atinge 32 células


• Mórula compacta – evolução da anterior, essa tem uniões do tipo GAP que faz ela ser mais
compacta
• Blastocisto – vai crescendo até romper a zona pelúcida (blastocisto eclodido)

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