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Em relação ao peso do corpo, as glândulas suprarrenais dos fetos são 10 a 20 vezes maiores que as glândulas dos
adultos, e são grandes em comparação com os rins, devido ao grande tamanho do córtex suprarrenal fetal. A
medula permanece pequena até após o nascimento (Fig. 13-16F). As glândulas suprarrenais tornam-se rapidamente
menores conforme o córtex regride durante o primeiro ano de infância (Fig. 13-16G).
Determinação do Sexo
Sexo cromossômico e genético, estabelecido na fertilização, depende se um espermatozoide portando X ou Y
fertiliza o ovócito portando X. O tipo de gônada que se desenvolve é geralmente determinado pelo complexo
cromossômico sexual do embrião (XX ou XY). Antes da sétima semana, as gônadas dos dois sexos são idênticas na
aparência e são chamadas de gônadas indiferenciadas (Fig. 13-19). O desenvolvimento de um fenótipo masculino
(características) requer um cromossomo Y funcional. Dois cromossomos X são necessários para o desenvolvimento
do fenótipo feminino.
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FIGURA 13-19 Esquemas mostrando a diferenciação das gônadas indiferenciadas de um embrião de
5 semanas (topo) em ovários ou testículos. O lado esquerdo do esquema mostra o desenvolvimento
dos testículos, resultante dos efeitos do fator determinante do testículo (FDT), localizado no
cromossomo Y. Observe que os cordões sexuais primários se tornam os cordões seminíferos, os
primórdios dos túbulos seminíferos. As porções dos cordões sexuais primários que penetram na
medula dos testículos formam a rede testicular. Na secção do testículo, na parte inferior esquerda,
observe que há dois tipos de células: as espermatogônias, derivadas das células germinativas
primordiais, e as células de sustentação ou de Sertoli, derivadas do mesênquima. O lado direito
mostra o desenvolvimento dos ovários na ausência de FDT. Os cordões corticais se estenderam a
partir do epitélio superficial da gônada, sendo penetrados pelas células germinativas primordiais. Elas
constituem os primórdios das oogonias. As células foliculares são derivadas do epitélio superficial do
ovário. As setas indicam as mudanças que ocorrem com o desenvolvimento das gônadas (testículos e
ovários).
FDT induz a condensação dos cordões gonadais e a extensão dentro da medula da gônada indiferenciada, onde
eles se ramificam e se anastomosam para formar a rede testicular (Fig. 13-19). A conexão dos cordões gonadais – os
cordões seminíferos – perdem o epitélio de revestimento, quando a túnica albugínea se desenvolve. Esta túnica
densa, uma cápsula fibrosa espessa, é uma característica do desenvolvimento testicular. Gradualmente, o testículo
se separa do mesonefro em degeneração e passa a ser suspenso pelo seu próprio mesentério, o mesórquio. Os
cordões seminíferos formam os túbulos seminíferos, tubuli recti (túbulos retos) e rete testis.
Os túbulos seminíferos estão separados pelo mesênquima, que dá origem às células intersticiais (células de
Leydig). Pela oitava semana, essas células secretam o hormônio androgênico testosterona, que induz a
diferenciação masculina dos ductos mesonéfricos e da genitália externa. A produção de testosterona é estimulada
pela gonadotrofina coriônica humana, que alcança valores máximos entre a 8ª e a 12ª semana. Os testículos fetais
também produzem uma glicoproteína – o hormônio antimülleriano (HAM) ou substância inibidora mülleriana
(MIS). HAM é produzido pelas células de sustentação (células de Sertoli) até a puberdade, após a qual os níveis
do hormônio decrescem. A expressão do fator de transcrição SOX9 é essencial na diferenciação das células de Sertoli no
testículo. O HAM suprime o desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos, que formam o útero e as tubas uterinas. Os
túbulos seminíferos permanecem até a puberdade (sem lúmen), quando o lúmen começa a se desenvolver. Além
das células de sustentação, as paredes dos túbulos seminíferos são compostas por (Fig. 13-19):
• Espermatogônias, as células espermáticas primordiais derivadas das células germinativas primordiais
• Células de Sertoli, que constituem a maioria do epitélio seminífero do testículo fetal (Fig. 13-19).
A rede testicular torna-se contínua com 15 a 20 túbulos mesonéfricos, que se diferenciam em dúctulos eferentes.
Tais dúctulos estão conectados com o ducto mesonéfrico, que se torna o ducto do epidídimo (Figs. 13-19 e 13-20A).
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FIGURA 13-20 Desenhos esquemáticos que ilustram o desenvolvimento dos sistemas reprodutores
femininos e masculinos a partir dos ductos genitais e do seio urogenital. Estruturas vestigiais também
são mostradas. A, Sistema reprodutor de um menino recém-nascido. B, Sistema reprodutor feminino
em um feto de 12 semanas. C, Sistema reprodutor de uma menina recém-nascida.
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cerca de 2 milhões formam os oócitos primários (Cap. 2, Fig. 2-5) antes do nascimento. Após o nascimento, a
superfície do epitélio do ovário se achata em uma camada única de células, que é contínua com o mesotélio do
peritônio. O epitélio superficial se separa dos folículos corticais por uma cápsula fibrosa espessa, a túnica
albugínea. Na medida em que o ovário se separa do mesonefro em regressão, ele fica suspenso pelo seu
mesentério, o mesovário (Fig. 13-19).
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FIGURA 13-22 A, Vista dorsal da próstata em desenvolvimento em um feto de 11 semanas. B,
Esquema de uma secção mediana durante o desenvolvimento da uretra e da próstata mostrando
inúmeras evaginações endodérmicas da uretra prostática. O utrículo prostático vestigial também é
mostrado. C, Secção da próstata (16 semanas) no nível mostrado em B.
Glândulas Bulbouretrais. As glândulas bulbouretrais são estruturas glandulares do tamanho de uma ervilha
que se desenvolvem a partir de protuberâncias pareadas derivadas da parte esponjosa da uretra (Fig. 13-20A). As
fibras musculares lisas e o estroma se diferenciam do mesênquima adjacente. As secreções dessas glândulas
também contribuem para o sêmen.
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compartimentos peritoneais – a bolsa retouterina e a bolsa vesicouterina (Fig. 13-23B a D).
FIGURA 13-23 Desenvolvimento inicial dos ovários e útero. A, Desenho esquemático da secção
sagital da região caudal de um embrião feminino de 8 semanas. B, Corte transversal mostrando os
ductos paramesonéfricos se aproximando um do outro. C, Secção semelhante a um nível mais caudal
ilustrando a fusão dos ductos paramesonéfricos. Um remanescente do septo que separa os ductos
paramesonéfricos é mostrado. D, Secção semelhante mostrando o primórdio uterovaginal, o ligamento
largo e as bolsas no interior da cavidade pélvica. Observe que os ductos mesonéfricos regrediram.
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FIGURA 13-24 Desenvolvimento da genitália externa. A e B, Diagramas ilustrando a aparência da
genitália durante o estágio indiferenciado (da 4ª até à 7ª semana). C, E e G, Estágios no
desenvolvimento da genitália externa masculina na 9ª, 11ª e 12ª semanas, respectivamente. Cortes
transversais esquemáticos do pênis em desenvolvimento estão à esquerda, ilustrando a formação da
uretra esponjosa. D, F e H, Estágios do desenvolvimento da genitália externa feminina na 9ª, 11ª e 12ª
semanas, respectivamente. O monte pubiano é um coxim de tecido adiposo sobre a sínfise púbica.
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(Fig. 13-24C e D). Em fetos femininos, a uretra e a vagina se abrem no interior de uma cavidade comum, o
vestíbulo da vagina (Fig. 13-24B e H).
Distúrbios intersexuais
Os avanços na genética molecular têm levado a uma melhor compreensão do desenvolvimento sexual
anormal e genitália ambígua. Devido ao estigma psicossocial, e a fim de proporcionar melhor manejo clínico
para recém-nascidos com constituição cromossômica ou gonadal atípica, uma nova nomenclatura foi
introduzida para descrever essas condições, agora denominadas distúrbios do desenvolvimento sexual
(DDS). A nova classificação evita usar o termo “hermafrodita” e, em vez disso, usa-se o termo “intersexual.”
(Lee PA, Houk CP, Ahmed SF, Hughes IA: Consensus statement on management of intersex disorders.
Pediatrics 118:e488, 2006.)
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46,XX. A causa comum de DDS 46,XX é a hiperplasia adrenal congênita. Não há nenhuma anormalidade de
ovário, mas a produção excessiva de andrógenos pelas glândulas suprarrenais fetais causa masculinização da
genitália externa, variando do aumento do clitóris à genitália quase masculina. Em geral, observa-se também a
hipertrofia clitoriana, a fusão parcial dos grandes lábios e a persistência do seio urogenital.
FIGURA 13-25 Genitália externa de uma menina de 6 anos de idade, mostrando um clitóris
aumentado e uma estrutura semelhante a um escroto formada pela fusão dos grandes lábios. A seta
indica a abertura no seio urogenital. Esta masculinização extrema é o resultado de hiperplasia
adrenal congênita.
Hipospadias
Existem quatro tipos de hipospadias: da glande (tipo mais comum), peniana, pênis-escrotal e hipospadia
perineal. Hipospadia é a anomalia mais frequente que envolve o pênis e é encontrada em 1 a cada 125 crianças
do sexo masculino. Na hipospadia da glande, o orifício uretral externo encontra-se na superfície ventral da
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orifício externo da uretra está localizado entre as duas metades não fusionadas do escroto.
As hipospadias resultam da produção inadequada de andrógenos pelos testículos fetais. Acredita-se também
que determinados fatores ambientais podem interromper a expressão de genes relacionados com a
testosterona.
FIGURA 13-26 Hipospadia da glande em uma criança. O orifício externo da uretra está na
superfície ventral da glande do pênis.
Epispadias
Em 1 em cada 30.000 recém-nascidos do sexo masculino, a uretra se abre sobre a superfície dorsal do pênis.
Embora a epispadia possa ocorrer como uma condição separada, é frequentemente associada à extrofia da bexiga
(Fig. 13-13). As epispadias podem resultar de interações ectodérmicas-mesenquimais inadequadas durante o
desenvolvimento do tubérculo genital. Como consequência, o tubérculo genital desenvolve-se mais
dorsalmente do que em embriões normais. Consequentemente, quando a membrana urogenital se rompe, o
seio urogenital se abre na superfície dorsal do pênis. A urina é expelida na raiz do pênis malformado.
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FIGURA 13-27 Vários tipos de malformações uterinas congênitas. A, Útero e vagina normais. B,
Útero duplo (útero didelphys) e vagina dupla. Observe o septo dividindo a vagina. C, Útero duplo
com vagina única. D, Útero bicórneo (dois cornos uterinos). E, Útero bicórneo com um corno
esquerdo rudimentar. F, Útero septado. Observe o septo dividindo o útero. G, Útero unicórneo.
Observe que apenas a metade do útero existe.
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FIGURA 13-28 Formação dos canais inguinais e descida testicular. A, Secção sagital de um embrião
de 7 semanas, mostrando o testículo antes de sua descida da parede abdominal dorsal. B e C, Secções
semelhantes, com aproximadamente 28 semanas, mostrando o processo vaginal e o testículo
começando a passar pelo canal inguinal. Observe que o processo vaginal traz as camadas da fáscia da
parede abdominal à sua frente. D, Secção frontal de um feto aproximadamente 3 dias mais tarde,
mostrando a descida do testículo em posição posterior ao processo vaginal. O processo vaginal foi
seccionado no lado esquerdo para mostrar o testículo e o ducto deferente. E, Secção sagital de uma
criança recém-nascida, do sexo masculino, mostrando o processo vaginal comunicando-se com a
cavidade peritoneal por um pedúnculo estreito. F, Secção semelhante de uma criança de 1 mês, do
sexo masculino, após a obliteração do pedúnculo do processo vaginal. Observe que as camadas
distendidas da fáscia da parede abdominal agora formam as coberturas do cordão espermático.
Criptorquidismo
Criptorquidismo (testículos ocultos ou que não desceram) é a malformação mais comum em recém-nascidos
e ocorre em cerca de 30% de meninos prematuros e em torno de 3% a 4% de meninos a termo. O
criptorquidismo pode ser unilateral ou bilateral. Na maioria dos casos, os testículos descem para dentro do
escroto no final do primeiro ano. Se ambos os testículos permanecem dentro ou fora da cavidade abdominal,
eles não amadurecerão e geralmente ocorre esterilidade. Se não for corrigido, há risco significativamente maior
para o desenvolvimento de tumores de células germinativas, especialmente em casos de criptorquidismo
abdominal. Testículos criptorquídicos podem estar na cavidade abdominal ou em qualquer lugar ao longo da
via usual de descida do testículo, mas eles costumam estar no canal inguinal (Fig. 13-29A). Na maioria dos
casos, a causa dos casos de criptorquidismo é desconhecida, mas uma deficiência de produção de andrógenos
pelos testículos fetais é um fator importante.
Dentro do escroto, o testículo projeta-se para dentro da extremidade distal do processo vaginal. Durante o
período perinatal (primeiras 4 semanas), o pedúnculo de ligação do processo vaginal normalmente se oblitera,
formando uma membrana serosa – a túnica vaginal – que cobre a frente e os lados do testículo (Fig. 13-28F).
FIGURA 13-30 Diagramas de secções sagitais que ilustram as condições resultantes da falha de
fechamento do processo vaginal. A, Hérnia inguinal congênita incompleta no escroto resultante da
persistência da parte proximal do processo vaginal. B, Hérnia inguinal congênita completa no
escroto resultante da persistência do processo vaginal. O criptorquidismo, uma anomalia
comumente associada, também está mostrado. C, Grande hidrocele que surge na porção não
obliterada do processo vaginal. D, Hidrocele do testículo e cordão espermático, resultante da
passagem do fluido peritoneal por dentro de um processo vaginal não fechado.
Hidrocele
Ocasionalmente, a extremidade abdominal do processo vaginal permanece aberta, mas é muito pequena para
possibilitar a herniação do intestino (Fig. 13-30D). O fluido peritoneal passa para o processo vaginal persistente
e forma uma hidrocele escrotal. Se apenas a porção média do processo vaginal permanecer aberta, o fluido
pode acumular-se e dar origem à hidrocele do cordão espermático (Fig. 13-30C).
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2. Um médico afirmou que um homem têm dois rins de um lado e nenhum do outro. Como provavelmente
ocorre este defeito congênito? É provável que algum problema esteja associado a tal condição?
3. Os indivíduos com DDS ovotesticular são sempre férteis?
4. Quando um bebê nasce com genitália externa ambígua, quanto tempo leva para atribuir o sexo
apropriado? O que o médico diz aos pais? Como o sexo adequado é determinado?
5. Qual é o tipo mais comum de disfunção que produz genitália externa ambígua? Hormônios administrados
durante o período fetal de desenvolvimento podem masculinizar ou androgenizar, causando a
ambiguidade da genitália externa em fetos do sexo feminino?
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