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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIENCIAS DE SAUDE

Embriologia do Aparelho Genital

Manacque Mapotere,MSc, BSc.


Formação do Sistema Genital
 Apesar de o sexo cromossómico e genético de um
embrião ser determinado na fertilização pela espécie
de espermatozóide que ferteliza o ovo,

 As caracteristicas morfológicas masculinas e


femeninas, só começam a desenvolver- se na sétima
semana.

 No início, o sistema genital dos dois sexos é


semelhante, por isso, o periodo incial do
desenvolvimento é chamado de estágio
indeferenciado de desenvolvimento sexual
Formação das Gônadas
As gônadas (testiculos e ovários) derivam de tres fontes:

 O mesotélio(epitelio do mesoderma), que reveste a


parede posterior do abdomen

 O mesênquima (tecido conjuntivo do embrião)


subjacente

 As cels germinativas primitivas

 As cels germinativas primordiais originam-se na parede


do saco vitelino, migram para o embrião e entram nos
cordões sexuais primários
As gônadas indiferenciadas

 Os estados iniciais do desenvolvimento das gônadas


ocorrem durante a quinta semana, quando se forma uma
área espessa do mesotélio do lado medial do mesónefro.

 A proliferação deste epitélio e do mesênquima


subjacente produz uma saliência do lado medial do
mesônefro ( com crista gonadal ).

 Cordões epiteliais digitiformes ( cordões sexuais


primitivos ) penetram rapidamente no mesênquima
subjacente.
 A gônada indeferiada é constituida, então, por
um cortéx, externo, e por uma medula, interna

 Nos embriões XX, o córtex da gônada


indiferenciada se diferencia em um ovário, e a
medula regride

 Nos embriões XY, a medula se diferencia no


testiculo e o córtex regride
Células germinativas primitivas
 As células sexuais primitivas, grandes e esféricas,
aparecem no início da quarta semana, entre as cels
endodermica do saco vitelino.

 Durante o dobramento do embrião, este incorpora a


parte dorsal do saco vitelino.

 Depois, as células germinativas primitivas migram ao


longo do mesentério dorsal do intestino posterior até as
cristas gonadais.
 Durante a sexta semena, as células germinativas
primitivas penetram no mesênquima subjacente
e são incorporados pelos cordões sexuais
primários
Determinação do sexo
 O sexo cromossómico genético é estabelecido na
fertelização e depende da fertelização de um óvulo, que
contém um X, por um espermatozóide que pode conter
um X ou um Y.

 O tipo de gônada que se vai formar é determinado pelo


complexo sexual cromossómico (XX ou XY).

 Antes da sétima semana, as gônadas dos dois sexos têm


aspectos idêntico que são denominadas gônadas
indeferenciais.
 O desenvolvimento do fenótipo masculino depende de
cromossoma Y, mas somente o braço curto desse
cromossoma é crítico para a determinação do sexo.

 Dois cromossomas X são necessários para


desenvolvimento do fenótpo femenino

 A gônada indiferenciada consiste em um córtex


externo e uma medula interna. Em embriões XX o
córtex se diferencia em ovário e a medula regride.

 Em embriões XY a medula se diferencia em testículo


e o córtex regride
 O epitélio das cristas gonadais prolifera, as células
epiteliais penetram no mesênquima e formam os
cordões sexuais primários

 O cromossoma Y tem um efeito testículo- determinente


sobre a medula da gônada indeferenciada

 A ausência de um cromossoma Y resulta na formação


do ovário.

 O tipo de gônada presente determina, então, o tipo de


diferenciação sexual que vai ocorrer em ductos genitais
e na genitária externa
 Testosterona, produzido pelo testículo fetal que
determina a masculinidade.

 A diferenciação sexual femenina do feto não


depende de hormónios, ela ocorre mesmo na
ausência de ovários
Desenvolvimento dos testículos
 Embriões com cromossoma em seu complemento
cromossómico sexual geralmente formam
testículos.
 Os cordões sexuais primários que contém céls
germinativas primordiais, são isoladas do epitélio
superficial por uma densa camada de tecido
conjuntivo, denominada túnica albuginea.

 Desta túnica crescem em profundidade septos que


dividem os testículos em compartimentos.
 Os cordões primários diferenciam-se em cordões
seminiferos que se canalizam mais tarde e formam os
túbulos seminiferos

 No interior dos cordões seminiferos, as céls


germinativas sexuais primordiais diferenciam-se em
espermatogônicas-espermatozóides.

 Céls destes cordões tornam-se céls de sustentação ou


de Sertoli, o mesênquima situado entre os túbulos
seminiferos diferenciam-se grupo de céls intersticiais
e começam a secretar testosterona e outras
substancias do final do período embrionário
 As céls de Sertoli (céls de sustentação derivados do
epitélio da superfície do testículo), constituem a
maior parte do epitélio seminífero do testículo fetal.

 Durante o desenvolvimento posterior, o epitélio da


superfície externa do testículo se achata-mesotélio da
superfície externa do testículo adulto.

 A rede testicular torna-se continua com 15 a 20


túbulos mesonéfricos, que se tornam ductos eferentes,
e estes ligam-se ao ducto mesonéfricos-ducto do
epididimo
Formação dos ovários
 No embrião desprovido de cromossoma Y, a
diferenciação das gônadas ocorre mais tardiamente
que no embrião do sexo masculino.

 Os cordoes sexuais primários convergem e formam


uma rede de canalículos, de ovário, que logo
desaparece ao longo de cordões sexuais primários.

 Epitélio superficial do ovário em desenvolvimento da


origem aos cordões sexuais secundários ou cordões
corticais, crescem para o interior do ovário é
importante, nele ficam incorporadas as céls sexuais
primordiais.
 Em torno da 16a semana os cordões corticais
fragmentam-se em grupos de células
denominadas folículos primordiais

 Cada ovogônia é circundada por uma camada de


células foliculares, derivadas das células epitélias
superficiais do cordão cortical

 Antes do nascimento, as ovogônias desenvolvem-se


em ovócitos primários; a maioria deles já entrou na
primeira profase meiotica, mas este processo
permanece em estado de repouso ate a puberdade
 Nenhuma ovogônia se forma na vida pós natal.

 Embora milhões de ovócitos primários estejam


presentes nos ovários do feto, muitos deles sofre
atresia.

 Cerca de um milhão de ovócitos primários estão


presentes em cada ovário, afecta o nascimento
Formação dos ductos genitais
 Os embriões de ambos os sexos tem par idêntico de
ductos genitais

 Durante a 5 e a 6 semana, o sistema genital está em


um estágio indiferenciado

 Os ductos mesonéfricos tem papel essencial no


desenvolvimento do SRM

 Na 8 semana, cada ducto mesonéfrico torna-se


epidimo
 O restante de ducto forma o ducto deferente e o
ducto ejaculador

 Os ductos paramesonéfricos formam-se as gônadas e


aos ductos mesonéfricos, e tem papel essencial no
desenvo do SRF

 Os ductos mesonéfricos, fundem-se formando o


primórdio uterovaginal
Formação dos ductos e glândulas genitais
masculinos
 As cels de Sertoli dos testiculos produzem
testosterona na 8 semana, e MIS com 6 a 7 semana.

 A vesícula seminal desenvolve-se de um diverticulo


que surge na extremidade distal do ducto
mesonéfricos.

 Ductos paramesonéfricos se degeneram, porção mais


cranial destes e as porções mais craniais dos ductos
mesonéfricos formam o apêndice dos testículos e do
epididimo, respectivamente
 O restante ducto de Wolff dá origm ao ducto ou canal
deferente, que cruza o uréter e desemboca finalmente
na uretra, por meio de um ducto ejaculador

 Céls intersticiais de Leydig não são identificadas


durante os dois primeiros meses de desenvolvimento
embrionario.

 Estas céls aparecem durante a 8a semana, a partir do


mesênquima que circunda os cordões testiculares e
sintetizam hormonas: a tetosterona e a androstenidiona
 No final do treceiro mês do desenvolvimento do
embrião, são produzidos os brotamentos celulares
endodérmicos do epitélio do seio urogenital, que
reveste a parte cefálica da uretra.

 Estes brotamentos penetram no mesênquima


circundante para, em conjunto, formar a próstata.

 O epitélio prostatico induz o mesênquima a se


diferenciar em células musculares lisas, que farão parte
do estroma da glândula prostática.

 A próstata se desenvolve abraçando a uretra e será


envolvida por uma capsula.
 As glândulas bulbouretrais também se originam
no endoderma do seio urogenital

Formação dos ductos e glândulas genitais


femininas
 Nos embriões com ovários, os ductos mesonéfricos
regridem por causa da ausência de testosterona, e os
ductos paramesonéfricos se desenvolvem por causa da
ausência de MIS.

 Apesar de a testosterona ser essencial para estimular o


desenvolvimento sexual masculino, o desenvolvimento
sexual feminino não depende da presença dos ovários
ou e hormonios.
 Os ductos paramesonéfricos formam a maior parte do
tracto feminino.

 As tubas uterinas originam-se das partes cefálicas,


não fundidas, os ductos paramesonéfricos.

 As porções caudais fundidas, deste ductos formam o


primórdio uterovaginal (parte superior).

 O estroma do endométrio é do miométrio deriva do


mesênquima esplénico adjacente
Formação da vagina
 O epitélio vaginal deriva do endoderma do seio
urogenital e sua fibromuscular se formam do
mesênquima

 Tubérculo sinovaginal induz a formação de


evaginações-bulbos sinovaginais

 Os bulbos sinovaginais se fundem e formam a placa


da vagina

 Até o final embrionário, a luz da vagina está separada


da cavidade do seio urogenital por Hímen
Glândulas genitais auxiliares da mulher

 Brotos crescem da uretra, penetram no mesênquima e


formam as glândulas uretrais e as glândulas
parauretrais

 Evaginações do seio urogenital formam as glândulas


vestibulares maiores (de Bartholin)
Desenvolvimento da genitália externa
 Ate a 7 semana, a genitalia externa de ambos os sexos é
semelhante

 Na 9 semana a distinção, mas a genitália fica


diferenciada na 12 semana

 No inicio da 4 semana, o mesênquima forma o


tubérculo genital

 As intumescências labioescrotais e as pregas


urogenitais formam-se da membrana cloacal
 O tubérculo genital alonga-se, formando o falo

 A membrana urogenital fica no assoalho da fenda


mediana, o sulco urogenital

 As membranas anal e urogenital se rompem depois


de formarem o ânus e o orificio urogenital

 A uretra e a vagina abrem-se em uma cavidade


comum-vestíbulo da vagina
Desenvolvimento da genitália externa no
homem
 A masculinização da genitália externa indiferenciada é
induzida pelo testosterona produzida pelos testiculares
fetais.

 Com crescimento e alongamento do falo para tornar-se


o pénis, as pregas urogentais formam as paredes do
sulco uretral sobre a superfície ventral do pénis.

 Este sulco é formado por uma proliferação de céls


endodérmicas, a placa uretral que se projecta da porção
cefálica do seio urogenital
 As pregas urogentais fundem-se uma com a outra ao
longo da superfície ventral do pénis, formado a uretra
esponjosa.

 O ectoderme da superfície funde-se no plano mediano


do pénis, formando a rafe peniana envolvendo a uretra
esponjosa dentro do pénis.

 Na ponta da glande do pénis, uma invaginação do


ectoderme forma um cordão celular, a placa da glande
(uretral), que cresce em direcção da raiz do pénis para
unir-se a uretra esponjosa.
 Esta placa se canaliza e se uni a uretra esponjosa já
formada.
 Isto completa a porção terminal da uretra e desloca o
orifício externo desta para a ponta da glande do pénis.

 Durante a 12a semana, uma invaginação circular forma-se


na periferia da glande do pénis.

 Qndo esta invaginação se rompe, forma o prepúcio uma


prega da cobertura da pele, durante algum tempo, o
prepúcio fica aderido à glande e, usualmente, não é
retardado ao nascimento
 Os corpos cavernosos do pénis e o corpo esponjoso do
pénis são formados pelo mesênquima do pénis.

 As intumescências lábiosescrotais, crescem uma em


direcção a outra e se difundem, formando o escroto.

 A linha da fusão destas pregas persiste claramente,


visível como a rafe do escroto
Desenvolvimento da genitália externa na
mulher
 O crescimento do falo cessa gradualmente e torna-se
clítoris

 Clítoris grande com 18 semanas forma-se da mesma


maneira que o pénis, mas as pregas urogentais não se
fundem, excepto na parte posterior, onde se une, para
forma o frénulo dos pequenos lábios

 As partes não fundidas das pregas urogentais formam os


pequenos lábios,
 As pregas lábioescrotais fundem-se na parte
posterior para formar a comissura labial posterior
e, na parte anterior, a comissura labial anterior e
o monte pubiano.

 A maior parte das pregas lábios-escrtais


permanece sem fundir-se formando duas grandes
pregas de pele, os grandes lábios, homólogos do
escroto
Descida dos testículos

A descida dos testiculos ocorre ao 26 semanas e está


associada:

 Aumento dos testiculo e atrofia dos mesonefros

 Àtrofia dos ductos paramesonéfricos induzida por MIS

 Aumento do processo vaginal, que guia os testiculos


pelos canais inguinais para o escroto
O testiculo e o ducto deferente são embainhados por
extensões:

 A extensão da fáscia transversal torna-se a fáscia


espermática interna

 As extensões do músculo obliquo interno e de sua


fáscia tornam-se o músculo e a fáscia do cremaster

 A extensão da aponeurose obliqua externa torna-se a


fáscia espermática externa
Descida dos ovários

 A parte cefálica do gubernáculo torna-se ligamento


ovariano, e parte caudal forma ligamento redondo do
útero

 O ligamento redondo passa pelo canal inguinal e


termina nos grandes lábios
Hermafroditas verdadeiros
 Condição intersexuada rara, têm tecido ovariano e
testicular e genitália, interna e externa variavel

Pseudo-hermafroditismo masculino
 Resulta da falta de produção de uma qntdade adequada
de hormonas masculinas pelos testiculos do feto

Pseudo-hermafroditismo feminino
 Resulta de hiperplasia congênita da adrenal, um
distúrbio das adrenais do feto que causa produção
excessiva de andrógenos e a masculinizaç da genitália
Malformações congénitos do sistema genital
 Útero duplo-resulta da fusão incompleta dos ductos
paramesonéfricos

 A criptorquia e os testículos ectópicos-resultam de


anormal descida dos testículos

 A hérnia inguinal congênita e a hidrocele-resultam da


persistência do processo vaginal

 Hipospádia- resulta da produção inadequada de


andróginos pelos testículos fetais-ausência de fusão das
pregas urogenitais

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