O documento descreve o desenvolvimento do sistema genital masculino e feminino desde a formação das gônadas até a diferenciação completa dos órgãos genitais. Antes da 7a semana, as gônadas são indiferenciadas. Após a 7a semana, sob a influência de hormônios, os sistemas genitais masculino e feminino começam a se diferenciar, resultando nos testículos, ovários, ductos e órgãos genitais externos.
Descrição original:
Título original
Formação e desenvolvimento do sistema genital masculino e feminino
O documento descreve o desenvolvimento do sistema genital masculino e feminino desde a formação das gônadas até a diferenciação completa dos órgãos genitais. Antes da 7a semana, as gônadas são indiferenciadas. Após a 7a semana, sob a influência de hormônios, os sistemas genitais masculino e feminino começam a se diferenciar, resultando nos testículos, ovários, ductos e órgãos genitais externos.
O documento descreve o desenvolvimento do sistema genital masculino e feminino desde a formação das gônadas até a diferenciação completa dos órgãos genitais. Antes da 7a semana, as gônadas são indiferenciadas. Após a 7a semana, sob a influência de hormônios, os sistemas genitais masculino e feminino começam a se diferenciar, resultando nos testículos, ovários, ductos e órgãos genitais externos.
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA GENITAL MASCULINO E FEMININO
Profª Drª Ana Karina H. L. Maia
Sistema Genital O desenvolvimento do sistema genital é uma fase na diferenciação sexual em geral de um indivíduo. A determinação sexual se inicia na fertilização, quando um cromossomo Y ou X adicional é unido ao cromossomo X; Antes da 7ª semana as gônadas de ambos os sexos são idênticas em aparência (gônadas indiferenciadas); As características morfológicas masculinas e femininas só começam a se desenvolver na 7ª semana; E a determinação do sexo acontece na 12ª semana do desenvolvimento humano. Sistema Genital A diferenciação fenotípica sexual é tradicionalmente dividida nas seguintes etapas: Formação das gônadas; Influência das gônadas nos sistemas de ductos sexuais; Diferenciação da genitália externa; Determinação das características sexuais secundárias. Formação das gônadas Os estágios iniciais do desenvolvimento gonadal ocorrem durante a quinta semana, quando uma área espessada de mesotélio (TER simples pavimentoso) se desenvolve no lado medial do mesonefro (rim intermediário) – crista gonadal; Formação das gônadas As cristas gonadais emitem prolongamentos digitiformes em direção ao mesênquima subjacente originando os cordões gonadais que são divididos em duas áreas: um córtex externo e uma medula interna. Formação das gônadas As células germinativas primordiais são formadas na terceira semana e são encontradas entre as células do endoderma da vesícula umbilical. Na quarta semana durante o dobramento do embrião essas células migram através do mesentério dorsal do intestino posterior. Na quinta semana elas chegam e ocupam as cristas gonadais e na sexta semana se incorporam nos cordões gonadais. Desenvolvimento dos testículos O desenvolvimento do fenótipo masculino requer o cromossomo Y. O gene SRY para o fator determinante do testículo (FDT) foi localizado no braço curto do cromossomo Y; Sob a influencia do FDT os cordões gonadais se diferenciam nos cordões seminíferos; Desenvolvimento dos testículos O FDT induz os cordões seminíferos a se condensarem e se estenderem para dentro da medula da gônada indiferenciada, onde eles se ramificam e se anastomosam para formar a rede testicular; Em seguida ocorre a perda da conexão dos cordões seminíferos com o epitélio da superfície e ocorre o desenvolvimento de uma cápsula fibrosa e espessa (Túnica albugínea); Desenvolvimento dos testículos Gradualmente, os testículos se separam do mesonefro em degeneração e se tornam suspensos pelo seu próprio mesentério (mesórquio); Cordões seminíferos (túbulos seminíferos, rede testicular e túbulos retos). Desenvolvimento dos testículos Os túbulos seminíferos não apresentam luz até a puberdade; A parede dos túbulos são compostas de dois tipos celulares: células de Sertoli e as espermatogônias; As células de Sertoli produzem até a puberdade uma glicoproteína denominada hormônio antimülleriano ou substância inibidora mülleriana, que tem a função de suprimir os ductos paramesonéfricos (ductos de Mueller) a formar o útero e as tubas uterinas; Os túbulos seminíferos são separados pelo mesênquima que dá origem as células intersticiais de Leydig (testosterona). Desenvolvimento dos ovários O desenvolvimento das gônadas ocorre lentamente nos embriões femininos. Os cromossomos XX possuem genes (Wnt-4 e Rspo-1) para o desenvolvimento ovariano; O ovário não é identificável histologicamente até a 10ª semana do desenvolvimento humano; Os cordões gonadais não são proeminentes no desenvolvimento dos ovários, porém se estendem em direção a medula e formam uma rede ovariana rudimentar; Desenvolvimento dos ovários Os cordões corticais se estendem do epitélio de superfície do ovário em desenvolvimento para dentro do mesênquima subjacente durante o início do período fetal; Conforme os cordões corticais crescem em tamanho, as células germinativas primordiais são incorporadas por eles; Desenvolvimento dos ovários Com aproximadamente 16 semanas, os cordões gonadais começam a se romper em grupos de células isoladas (ovogônias) essas células iniciam o desenvolvimento dos folículos ovarianos (ovogênese); A medida que o ovário se separa do mesonefro em regressão, este fica suspenso pelo mesovário Desenvolvimento dos ductos genitais Durante a 5ª e a 6ª semana, o sistema genital está em um estágio indiferenciado e os dois pares de ductos estão presentes (ductos mesonéfricos – ductos aparelho reprodutor masculino; ductos paramesonéfricos – útero e tubas uterinas); Desenvolvimento dos ductos e glândulas genitais masculinos Na 6ª e 7ª semana as células de Sertoli produz o hormônio antimülleriano que estimula o desaparecimento dos ductos paramesonéfricos; Na 8ª semana as células de Leyding sintetizam testosterona que estimula os ductos mesonéfricos a formar os ductos genitais masculinos. A parte proximal de cada ducto mesonéfrico se torna convoluta para formar o epidídimo. Desenvolvimento dos ductos e glândulas genitais masculinos Conforme o mesonefro se degenera, alguns túbulos persistem e formam o ducto eferente; Esses ductos se abrem no ducto do epidídimo; Distalmente ao epidídimo, o ducto mesonefro adquire um espessamento de músculo liso para formar o ducto deferente. Desenvolvimento dos ductos e glândulas genitais masculinos Evaginações laterais, a partir da extremidade caudal de cada ducto mesonefrico, tornam-se as glândulas seminais que produzem o sêmen; A parte do ducto mesonéfrico que fica entre o ducto da glândula seminal e a uretra forma o ducto ejaculatório. Desenvolvimento dos ductos e glândulas genitais masculinos Próstata: surgem de várias evaginações endodérmicas da parte prostática da uretra e crescem para o interior do mesênquima circundante; o epitélio glandular da próstata se diferencia a partir dessas células endodérmicas, o mesênquima forma o estroma e o músculo liso da próstata. Desenvolvimento dos ductos e glândulas genitais masculinos Glândulas bulbouretrais: se desenvolvem a partir de evaginações pares a partir da parte esponjosa da uretra. as fibras de músculo liso e o estroma se diferenciam a partir do mesênquima adjacente. Desenvolvimento dos ductos e glândulas genitais femininos Os ductos paramesonéfricos se desenvolvem pela ausência do hormônio antimülleriano;
Posteriormente o estrogênio produzido pelos ovários
maternos e pela placenta estimulam o desenvolvimento da tuba uterina, do útero e da parte superior da vagina. Desenvolvimento dos ductos genitais femininos As extremidades craniais dos ductos paramesonéfricos se abrem na cavidade peritoneal; Caudalmente, os ductos paramesonéfricos passam paralelamente aos ductos mesonéfricos, até alcançarem a futura região pélvica do embrião, onde se cruzam ventralmente se aproximam um do outro e se fundem para formar o primórdio uterovaginal. Desenvolvimento da vagina A parede fibromuscular da vagina desenvolve-se a partir do mesênquima circundante; O contato do primórdio uterovaginal com o seio urogenital, formam o tubérculo do seio que por sua vez induz a formação de um par de projeções endodérmicas (bulbos sinovaginais); Os bulbos sinovaginais se fusionam para formar a placa vaginal, onde as células posteriormente se degeneram e formam a luz da vagina. Desenvolvimento da vagina
Até o final da vida fetal a luz da vagina é separada da
cavidade do seio urogenital por uma membrana (hímen); O hímen se rompe durante o período perinatal e permanece como uma delgada prega de membrana mucosa dentro do orifício da vagina. Deslocamento dos testículos e dos ovários Descida dos testículos: com 26 semanas, os testículos desceram retroperitonealmente (externos ao peritôneo) na região superior da parede abdominal; através do gubernáculo (ligamento que se desenvolve em cada lado da parede abdominal) os testículos descem até o escroto); Descida dos ovários: o gubernáculo está preso ao útero próximo a ligação da tuba uterina. A parte cranial do gubernáculo torna-se o ligamento ovariano e a caudal forma o ligamento redondo do útero. Deslocamento dos testículos Desenvolvimento da genitália externa estágio indiferenciado Até a sétima semana, as genitálias externas são semelhantes em ambos os sexos; No início da 4ª semana, o mesênquima em proliferação produz um tubérculo genital (primórdio do pênis e do clitóris) em ambos os sexos, na extremidade cranial da membrana cloacal; Desenvolvimento da genitália externa indiferenciada As saliências labioescrotais e as pregas urogenitais logo se desenvolvem em cada lado da membrana cloacal; O tubérculo genital se alonga para formar o falo primordial; A membrana urogenital situa-se no assoalho de uma fenda mediana; O sulco urogenital é limitado pelas pregas urogenitais. Desenvolvimento da genitália externa masculina A medida que o falo primordial cresce e se alonga para se tornar o pênis, as pregas uretrais formam as paredes laterais do sulco uretral na superfície ventral do pênis; As pregas uretrais fundem-se uma com a outra ao longo da superfície ventral do pênis para formar a uretra esponjosa. Desenvolvimento da genitália externa masculina O ectoderma da superfície funde-se no plano mediano do pênis, formando a rafe peniana e confinando a uretra esponjosa dentro do pênis. Desenvolvimento da genitália externa masculina Durante a 12ª semana, uma invaginação circular de ectoderma forma-se na periferia da glande peniana, que se rompe formando o prepúcio; As saliências labioescrotais crescem em direção à outra e se fundem formando o escroto. A linha de fusão dessas pregas é claramente visível como a rafe escrotal. Desenvolvimento da genitália externa feminina O falo primordial nos fetos do sexo feminino gradualmente diminui e torna-se o clitóris; as pregas uretrais não se fusionam, exceto posteriormente, onde elas se unem para formar o frênulo dos pequenos lábios; As partes não fundidas das pregas urogenitais formam os pequenos lábios. Desenvolvimento da genitália externa feminina As pregas labioescrotais se fusionam posteriormente para formar a comissura labial posterior e anteriormente para formar a comissura labial anterior e o monte pubiano (elevação de tecido adiposo sobre a sínfise pubiana). Desenvolvimento da genitália externa feminina A maior parte das pregas labioescrotais permanece não fusionadas e forma duas pregas de pele, os grandes lábios. MALFORMAÇÕES DO SISTEMA GENITAL MASCULINO E FEMININO DISGENESIA GONADAL (Síndrome de Tuner) As células germinativas primordiais se degeneram após alcançarem as gônadas; A diferenciação da gônada não ocorre, levando a formação de uma gônada vestigial; A genitália externa se desenvolve com traços femininos (pela ausência dos hormônios gonadais, porém ela permanece infantil. Hermafroditismo verdadeiro É uma condição extremamente rara, apresentam tecidos testiculares e ovarianos; A maioria dos hermafroditas verdadeiros apresentam uma constituição cromossômica 46XX e a genitália externa é basicamente feminina, embora o clitóris seja tipicamente atrofiado. Criptorquidismo Testículos que não descem são comuns em crianças prematuras do sexo masculino; O criptorquidismo resulta na esterilidade, porque a espermatogênese não ocorre normalmente na temperatura da cavidade do corpo. Anomalias na genitália externa feminina Essas anomalias podem variar desde o aumento do clitóris, induzido hormonalmente ou até duplicações; A exposição a andrógenos também pode masculinizar as intumescências genitais resultando na escrotalização dos grandes lábios.