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FORMAÇÃO E

DESENVOLVIMENTO DO
SISTEMA GENITAL MASCULINO E
FEMININO

Profª Drª Ana Karina H. L. Maia


Sistema Genital
 O desenvolvimento do sistema genital é uma fase na
diferenciação sexual em geral de um indivíduo. A
determinação sexual se inicia na fertilização, quando um
cromossomo Y ou X adicional é unido ao cromossomo X;
 Antes da 7ª semana as gônadas de ambos os sexos são
idênticas em aparência (gônadas indiferenciadas);
 As características morfológicas masculinas e femininas só
começam a se desenvolver na 7ª semana;
 E a determinação do sexo acontece na 12ª semana do
desenvolvimento humano.
Sistema Genital
 A diferenciação fenotípica sexual é tradicionalmente dividida
nas seguintes etapas:
 Formação das gônadas;
 Influência das gônadas nos sistemas de ductos sexuais;
 Diferenciação da genitália externa;
 Determinação das características sexuais secundárias.
Formação das gônadas
 Os estágios iniciais do desenvolvimento gonadal ocorrem
durante a quinta semana, quando uma área espessada de
mesotélio (TER simples pavimentoso) se desenvolve no lado
medial do mesonefro (rim intermediário) – crista gonadal;
Formação das gônadas
 As cristas gonadais emitem prolongamentos digitiformes em
direção ao mesênquima subjacente originando os cordões
gonadais que são divididos em duas áreas: um córtex externo
e uma medula interna.
Formação das gônadas
 As células germinativas primordiais são formadas na terceira
semana e são encontradas entre as células do endoderma da
vesícula umbilical. Na quarta semana durante o dobramento
do embrião essas células migram através do mesentério dorsal
do intestino posterior. Na quinta semana elas chegam e
ocupam as cristas gonadais e na sexta semana se incorporam
nos cordões gonadais.
Desenvolvimento dos testículos
 O desenvolvimento do fenótipo masculino requer o cromossomo Y. O
gene SRY para o fator determinante do testículo (FDT) foi localizado no
braço curto do cromossomo Y;
 Sob a influencia do FDT os cordões gonadais se diferenciam nos
cordões seminíferos;
Desenvolvimento dos testículos
 O FDT induz os cordões seminíferos a se condensarem e se estenderem
para dentro da medula da gônada indiferenciada, onde eles se ramificam e
se anastomosam para formar a rede testicular;
 Em seguida ocorre a perda da conexão dos cordões seminíferos com o
epitélio da superfície e ocorre o desenvolvimento de uma cápsula fibrosa
e espessa (Túnica albugínea);
Desenvolvimento dos testículos
 Gradualmente, os testículos se separam do mesonefro em
degeneração e se tornam suspensos pelo seu próprio
mesentério (mesórquio);
 Cordões seminíferos (túbulos seminíferos, rede testicular e
túbulos retos).
Desenvolvimento dos testículos
 Os túbulos seminíferos não apresentam luz até a puberdade;
 A parede dos túbulos são compostas de dois tipos celulares:
células de Sertoli e as espermatogônias;
 As células de Sertoli produzem até a puberdade uma
glicoproteína denominada hormônio antimülleriano ou
substância inibidora mülleriana, que tem a função de suprimir
os ductos paramesonéfricos (ductos de Mueller) a formar o
útero e as tubas uterinas;
 Os túbulos seminíferos são separados pelo mesênquima que
dá origem as células intersticiais de Leydig (testosterona).
Desenvolvimento dos ovários
 O desenvolvimento das gônadas ocorre lentamente nos embriões
femininos. Os cromossomos XX possuem genes (Wnt-4 e Rspo-1) para o
desenvolvimento ovariano;
 O ovário não é identificável histologicamente até a 10ª semana do
desenvolvimento humano;
 Os cordões gonadais não são proeminentes no desenvolvimento dos
ovários, porém se estendem em direção a medula e formam uma rede
ovariana rudimentar;
Desenvolvimento dos ovários
 Os cordões corticais se estendem do epitélio de superfície do ovário em
desenvolvimento para dentro do mesênquima subjacente durante o início
do período fetal;
 Conforme os cordões corticais crescem em tamanho, as células
germinativas primordiais são incorporadas por eles;
Desenvolvimento dos ovários
 Com aproximadamente 16 semanas, os cordões gonadais começam a se
romper em grupos de células isoladas (ovogônias) essas células iniciam o
desenvolvimento dos folículos ovarianos (ovogênese);
 A medida que o ovário se separa do mesonefro em regressão, este fica
suspenso pelo mesovário
Desenvolvimento dos ductos
genitais
 Durante a 5ª e a 6ª semana, o sistema genital está em um
estágio indiferenciado e os dois pares de ductos estão
presentes (ductos mesonéfricos – ductos aparelho reprodutor
masculino; ductos paramesonéfricos – útero e tubas uterinas);
Desenvolvimento dos ductos e
glândulas genitais masculinos
 Na 6ª e 7ª semana as células de Sertoli produz o hormônio
antimülleriano que estimula o desaparecimento dos ductos
paramesonéfricos;
 Na 8ª semana as células de Leyding sintetizam testosterona
que estimula os ductos mesonéfricos a formar os ductos
genitais masculinos. A parte proximal de cada ducto
mesonéfrico se torna convoluta para formar o epidídimo.
Desenvolvimento dos ductos e
glândulas genitais masculinos
 Conforme o mesonefro se degenera, alguns túbulos
persistem e formam o ducto eferente;
 Esses ductos se abrem no ducto do epidídimo;
 Distalmente ao epidídimo, o ducto mesonefro adquire um
espessamento de músculo liso para formar o ducto deferente.
Desenvolvimento dos ductos e
glândulas genitais masculinos
 Evaginações laterais, a partir da extremidade caudal de cada
ducto mesonefrico, tornam-se as glândulas seminais que
produzem o sêmen;
 A parte do ducto mesonéfrico que fica entre o ducto da
glândula seminal e a uretra forma o ducto ejaculatório.
Desenvolvimento dos ductos e
glândulas genitais masculinos
 Próstata: surgem de várias evaginações endodérmicas da
parte prostática da uretra e crescem para o interior do
mesênquima circundante;
 o epitélio glandular da próstata se diferencia a partir dessas
células endodérmicas, o mesênquima forma o estroma e o
músculo liso da próstata.
Desenvolvimento dos ductos e
glândulas genitais masculinos
 Glândulas bulbouretrais: se desenvolvem a partir de
evaginações pares a partir da parte esponjosa da uretra.
 as fibras de músculo liso e o estroma se diferenciam a partir
do mesênquima adjacente.
Desenvolvimento dos ductos e
glândulas genitais femininos
 Os ductos paramesonéfricos se desenvolvem pela ausência
do hormônio antimülleriano;

 Posteriormente o estrogênio produzido pelos ovários


maternos e pela placenta estimulam o desenvolvimento da
tuba uterina, do útero e da parte superior da vagina.
Desenvolvimento dos ductos
genitais femininos
 As extremidades craniais dos ductos paramesonéfricos se
abrem na cavidade peritoneal;
 Caudalmente, os ductos paramesonéfricos passam
paralelamente aos ductos mesonéfricos, até alcançarem a
futura região pélvica do embrião, onde se cruzam
ventralmente se aproximam um do outro e se fundem para
formar o primórdio uterovaginal.
Desenvolvimento da vagina
 A parede fibromuscular da vagina desenvolve-se a partir do
mesênquima circundante;
 O contato do primórdio uterovaginal com o seio urogenital,
formam o tubérculo do seio que por sua vez induz a
formação de um par de projeções endodérmicas (bulbos
sinovaginais);
 Os bulbos sinovaginais se fusionam para formar a placa
vaginal, onde as células posteriormente se degeneram e
formam a luz da vagina.
Desenvolvimento da vagina

 Até o final da vida fetal a luz da vagina é separada da


cavidade do seio urogenital por uma membrana (hímen);
 O hímen se rompe durante o período perinatal e permanece
como uma delgada prega de membrana mucosa dentro do
orifício da vagina.
Deslocamento dos testículos e dos
ovários
 Descida dos testículos: com 26 semanas, os testículos
desceram retroperitonealmente (externos ao peritôneo) na
região superior da parede abdominal;
 através do gubernáculo (ligamento que se desenvolve em
cada lado da parede abdominal) os testículos descem até o
escroto);
 Descida dos ovários: o gubernáculo está preso ao útero
próximo a ligação da tuba uterina. A parte cranial do
gubernáculo torna-se o ligamento ovariano e a caudal forma
o ligamento redondo do útero.
Deslocamento dos testículos
Desenvolvimento da genitália
externa estágio indiferenciado
 Até a sétima semana, as genitálias externas são semelhantes
em ambos os sexos;
 No início da 4ª semana, o mesênquima em proliferação
produz um tubérculo genital (primórdio do pênis e do
clitóris) em ambos os sexos, na extremidade cranial da
membrana cloacal;
Desenvolvimento da genitália
externa indiferenciada
 As saliências labioescrotais e as pregas urogenitais logo se
desenvolvem em cada lado da membrana cloacal;
 O tubérculo genital se alonga para formar o falo primordial;
 A membrana urogenital situa-se no assoalho de uma fenda
mediana;
 O sulco urogenital é limitado pelas pregas urogenitais.
Desenvolvimento da genitália
externa masculina
 A medida que o falo primordial cresce e se alonga para se
tornar o pênis, as pregas uretrais formam as paredes laterais
do sulco uretral na superfície ventral do pênis;
 As pregas uretrais fundem-se uma com a outra ao longo da
superfície ventral do pênis para formar a uretra esponjosa.
Desenvolvimento da genitália
externa masculina
 O ectoderma da superfície funde-se no plano mediano do
pênis, formando a rafe peniana e confinando a uretra
esponjosa dentro do pênis.
Desenvolvimento da genitália
externa masculina
 Durante a 12ª semana, uma invaginação circular de
ectoderma forma-se na periferia da glande peniana, que se
rompe formando o prepúcio;
 As saliências labioescrotais crescem em direção à outra e se
fundem formando o escroto. A linha de fusão dessas pregas é
claramente visível como a rafe escrotal.
Desenvolvimento da genitália
externa feminina
 O falo primordial nos fetos do sexo feminino gradualmente
diminui e torna-se o clitóris;
 as pregas uretrais não se fusionam, exceto posteriormente,
onde elas se unem para formar o frênulo dos pequenos
lábios;
 As partes não fundidas das pregas urogenitais formam os
pequenos lábios.
Desenvolvimento da genitália
externa feminina
 As pregas labioescrotais se fusionam posteriormente para
formar a comissura labial posterior e anteriormente para
formar a comissura labial anterior e o monte pubiano
(elevação de tecido adiposo sobre a sínfise pubiana).
Desenvolvimento da genitália
externa feminina
 A maior parte das pregas labioescrotais permanece não
fusionadas e forma duas pregas de pele, os grandes lábios.
MALFORMAÇÕES DO SISTEMA
GENITAL MASCULINO E
FEMININO
DISGENESIA GONADAL
(Síndrome de Tuner)
 As células germinativas primordiais se degeneram após
alcançarem as gônadas;
 A diferenciação da gônada não ocorre, levando a formação
de uma gônada vestigial;
 A genitália externa se desenvolve com traços femininos (pela
ausência dos hormônios gonadais, porém ela permanece
infantil.
Hermafroditismo verdadeiro
 É uma condição extremamente rara, apresentam tecidos
testiculares e ovarianos;
 A maioria dos hermafroditas verdadeiros apresentam uma
constituição cromossômica 46XX e a genitália externa é
basicamente feminina, embora o clitóris seja tipicamente
atrofiado.
Criptorquidismo
 Testículos que não descem são comuns em crianças
prematuras do sexo masculino;
 O criptorquidismo resulta na esterilidade, porque a
espermatogênese não ocorre normalmente na temperatura da
cavidade do corpo.
Anomalias na genitália externa
feminina
 Essas anomalias podem variar desde o aumento do clitóris,
induzido hormonalmente ou até duplicações;
 A exposição a andrógenos também pode masculinizar as
intumescências genitais resultando na escrotalização dos
grandes lábios.

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