Você está na página 1de 9

Introdução

No presente trabalho de Embriologia trataremos do desenvolvimento do sistema genital


feminino e masculino.

O presente trabalho de pesquisa bibliográfica tem em vista o auxílio de material tanto para os
colegas como para o docente, tendo em vista a complexidade dos meios de estudo e de
aplicação da Embriologia como ciência, servirá também como meio de compreensão no
estudo da formação dos órgãos genitais masculinos e femininos.

Laxmi Ntundumula e Odilo M. M. Xadreque Embriologia do Sistema Genital Pá g. 1


OBJECTIVOS

1. Objectivos Específicos
 Descrever a formação do sistema genital;
 Desvcrever o desenvolvimento do sistema genital feminino e masculino

2. Objectivos Gerais

 Descrever os estágios do desenvolvimento das gônadas;


 Explicar a formação dos ductos genitais;
 Descrever o desenvolvimento da genitália externa;
 Descrever a descida das gônadas;
 Descrever as malformações congénitas

Laxmi Ntundumula e Odilo M. M. Xadreque Embriologia do Sistema Genital Pá g. 2


SISTEMA GENITAL

Embora o sexo genético (sexo cromossômico) seja determinado durante a fecundação, não
existem indicações de masculinidade ou feminilidade até a sétima semana embrionária. O
período inicial do desenvolvimento genital é semelhante em ambos os sexos (Moore., 1990).

1. Desenvolvimento das gônadas


Segundo Moore e Persaud (2000), as gônadas (testículos e ovários) procedem de três origens:

 O mesotélio (epitélio mesodérmico) que reveste a parede abdominal posterior.


 O mesênquima subjacente (tecido conjuntivo embrionário).
 As células germinais primitivas.
1.1. Gônadas indiferenciadas

As etapas iniciais do desenvolvimento gonadal tem lugar durante a quinta semana, momento
em que se forma uma área engrossada de mesotélio no lado medial do masônefro. A
ploriferação deste epitélio e mesenquima subjacente produzem uma saliência no lado medial
do mesônefro, a crista gonadal. Em seguida crescem uns cordões epiteliais digitiformes, os
cordões gonadais. A gônada indiferenciada é constituída, então, por um córtex externo e uma
medula interna. Nos embriões com uma dotação cromossômica sexual XX, o córtex da
gônada se deferência em um ovário e a medula sofre uma regressão. Em aqueles com uma
dotação XY, a medula da lugar a um testículo e o córtex regride (Moore e Persaud., 2000).

1.2. Células germinativas primitivas

Estas células sexuais esféricas de grande tamanho são visíveis no começo da quarta semana
entre as células endodérmicas do saco vitelino. Durante o dobramento do embrião, a patrte
dorsal do saco vitelino se incorpora ao embrião. As células germinativas primitivas migram
ao longo do mesentério dorsal do intestino posterior até as cristas gonadais. Ao longo da
sexta semana, as células germinativas primitivas penetram no mesênquima subjacente e se
incorporam aos cordões gonadais (Moore e Persaud., 2000).

1.3. Determinação do sexo

O sexo cromossômico e sexual se estabelece na fecundação de um espermatozóide X ou Y


fecunda o ovulo com um cromossoma X. O tipo de gônadas que se desenvolve se determina
pelo complexo cromossômico sexual do embrião (XX ou XY). Antes da sétima semana, as
gônadas de ambos os sexos possuem um aspecto idêntico e se denominam gônadas
indiferenciadas. O desenvolvimento do fenótipo masculino depende um cromossoma Y. São
necessários dois cromossomas X para o desenvolvimento do fenótipo feminino (Moore e
Persaud., 2000).

O cromossoma Y tem um efeito determinante de testículos sobre a medula da gônada


indiferenciada. A ausência de um cromossoma Y determina a formação de um ovário. O tipo
de gônada presente determina o tipo de diferenciação sexual que ocorre nos condutos genitais
e na genitália externa (Moore e Persaud., 2000).

Laxmi Ntundumula e Odilo M. M. Xadreque Embriologia do Sistema Genital Pá g. 3


1.4. Desenvolvimento dos testículos

No começo da sexta semana um conjunto de cordões sexuais primitivos começa a crescer na


crista genital a partir do mesonefro, e as células germinativas primordiais migram para os
cordões sexuais primitivos (Carlson., 1994).

No fim da sexta semana o testículo mostra evidências de diferenciação. Os cordões sexuais


primitivos aumentam de tamanho e ficam mais bem definidos; acredita-se serem as suas
células precursoras das células de sartoli. Ao se diferenciarem, os cordões sexuais se separam
do epitélio superficial (epitélio germinativo) por uma camada densa de tecido conjuntivo
chamada túnica albugínea. As porções externas dos cordões sexuais testiculares formam os
túbulos seminíferos, enquanto as porções internas se assemelham a uma rede e terminam
formando a rete testis (Carlson., 1994).

1.5. Desenvolvimento dos ovários

No embrião desprovido de cromossoma Y, a diferenciação das gônadas ocorre mais


tardiamente que no embrião do sexo masculino. Os cordões sexuais primários convergem e
formam uma rede de canalículos, a rede ovárica, que logo desaparece ao longo cordões
sexuais primários. Á medida que isto ocorre, o epitélio superficial do ovário em
desenvolvimento dá origem aos cordões sexuais secundários ou cordões corticais. Em torno
da 16a semana, os cordões corticais fragmentam-se em grupos de células denominados
folículos primordiais, cada um dos quais contendo uma ovogônia, derivado da célula
germinativa primordial. A ovogônia multiplica-se rapidamente por mitose, produzindo
milhares de células germinativas primitivas. Antes do nascimento, todas as ovogônias
desenvolvem-se em ovócitos primários; a maioria delas já entrou na primeira prófase
meiótica, mas este processo permanece em estado de repouso ate a puberdade (Moore.,
1990).

2. Desenvolvimento dos ductos genitais


Tanto os embriões masculinos como femininos possuem dois pares de conductos genitais. Os
conductos mesonéfricos (ou wolfianos) desempenham uma função importante no
desenvolvimento do aparelho reprodutor masculino, enquanto que os conductos
paramesonéfricos (ou mullerianos) agem no feminino. Ao longo das semanas quinta e sexta,
o aparelho genital se encontra num estado indiferenciado e estão presentes ambos pares de
conductos genitais (Moore e Persaud., 2007).

2.1. Desenvolvimento dos ductos e glândulas genitais masculinas

Os testículos fetais produzem hormonas masculinas (como a testosterona) e uma substâqncia


inibidora mulleriana (SIM). As células de Sartoli começam a produzir SIM entre as semanas
sexta e sétima. As células intersticiais produzem a testosterona ao longo da oitava semana. A
medida que se degenera o mesónefro, se mantém alguns túbulos mesonefricos, que se
transformam em conductilos eferentes. Estes conductilos se abrem até ao conducto
mesonéfrico, que se vai transformando em conducto epidídimo. A parte distal ao epidídimo

Laxmi Ntundumula e Odilo M. M. Xadreque Embriologia do Sistema Genital Pá g. 4


do conducto mesonéfrico adquire um recobrimento grosso de músculo liso e se converte em
conducto diferente. Uma evaginação lateral do extremo caudal de cada conducto mesonéfrico
da lugar a vesícula seminal. A parte do conducto mesonefrico situada entre o conducto desta
glândula e a uretra se converte em conducto ejaculador (Moore e Persaud., 2007).

2.2. Desenvolvimento dos ductos genitais e glândulas femininas

Nos embriões femininos, os conductos mesonéfricos regridem por ausência de testosterona e


os paramesonéfricos se desenvolvem como conseqüência da ausência de MIS. O
desenvolvimento sexual feminino não depende da presença de ovários nem de hormonas. Os
conductos paramesonefricos constituem quase todo o aparelho genital feminino. As trompas
uterinas se desenvolvem a partir das porções craniais não fusionadas dos conductos
paramesonéfricos. As porções caudais fusionadas desses conductos formam o primórdio
uterovaginal (Moore e Persaud., 2007).

2.3. Desenvolvimento da vagina

Pouco depois que o extremo maciço dos condutos genitais paramesonéfricos estarem ligados
ao seio urogenital, duas evaginacoes maciças se estendem desde a porção pélvica do seio.
Estas evaginações,chamadas bulbos sinovaginais, proliferam e formam uma lamina vaginal
maciça. As prolongações, em forma de alas, da vagina ao redor do útero, que formam a
cúpula vaginal, são de origem paramesonéfrico. De tal modo que a vagina tem dupla origem,
um terço superior deriva do conducto uterino e dois terços inferiores do seio urogenital
(Sadler., 2000).

Segundo Sadler (2000), o interior da vagina permanece separado do interior do seio


urogenital por uma lâmina delgada, o hímen.

2.4. Glândulas genitais auxiliares em mulheres

A partir da uretra crescem brotos que penetram no mesênquima circundante e formam as


glândulas uretrais e glândulas parauretrais. As evaginações do seio urogenital formam as
glândulas vestibulares maiores (de Bartholin) (Moore e Persaud., 2000).

3. Desenvolvimento da genitália externa


Na terceira semana de desenvolvimento as células mesenquimáticas, originadas na região da
linha primitiva, emigram ao redor da membrana cloacal e formam um par de ligeiras
eminências, as pregas cloacais. Em direcção cranial á membrana cloacal as pregas se unem e
formam o tubérculo genital. Em direcção caudal as pregas cloacais se subdividem em pregas
uretrais, anteriores, e pregas anais, posteriores (Sadler., 2000).

A cada lado das pregas uretrais se advertem outro par de elevações, as eminências genitais,
que formaram mais adiante as eminências escrotais e na mulher os lábios maiores. Até ao
final da sexta semana é impossível diferenciar o sexo dos embriões (Sadler., 2000).

Laxmi Ntundumula e Odilo M. M. Xadreque Embriologia do Sistema Genital Pá g. 5


3.1. Desenvolvimento da genitália externa no homem

A diferenciação dos órgãos genitais externos masculinos é causada por andrógenos


produzidos pelos testículos fetais. Á medida em que o falo se alonga para constituir o pênis, a
prega urogenital funde-se com a superfície ventral do pênis, formando a uretra esponjosa. As
saliências lábios-escrotais crescem em direção do plano mediano e fundem-se formando o
escroto. A linha de fusão das pregas lábios-escrotais está claramente indicada pela rafe
mediana (septo escrotal) (Moore., 1990).

3.2. Desenvolvimento da genitália externa na mulher

O crescimento do falo primitivo cessa gradualmente e torna-se clitóris, um órgão sexual


muito sensível. As partes não fundidas das pregas urogenitais formam os pequenos lábios. A
maior parte das pregas lábios-escrotais permanece sem fundir-se formando duas grandes
pregas de pele, os grandes lábios, homólogos do escroto (Moore e Persaud., 2000).

4. Descida dos testículos


Os testículos não permanecem no local do seu desenvolvimento original, eles migram da sua
posição intra-abdominal para o escroto (Carlson., 1994).

O controle da descida testicular foi dividido em três fases: A primeira está associada ao
aumento de tamanho dos testículos e regressão concominante dos rins mesonéfricos. Isto
causa o deslocamento caudal dos testículos. A 2ª fase, comumente chamada descida
transabdominal, traz os testículos até o nível do anel inguinal, mas não até o escroto. A
terceira fase, denominada descida transinguinal, leva os testículos até o interior do escroto
(Carlson., 1994).

5. Descida dos ovários


Os ovários Também descem desde a parede abdominal posterior até a pelve, imediatamente
por debaixo do bordo pélvico (Moore e Persaud., 2000).

O gobernaculum insere-se ao útero, formando o ligamento ovárico proximalmente e o


ligamento redondo, distalmente. O processo vaginal oblitera-se normal e completamente
(Moore., 1990).

6. Malformações congênitas do sistema genital


6.1. Anomalias da diferenciação sexual
 Sindrome de Turner- Quando um indivíduo possui apenas um cromossoma X (X0)
(Carlson., 1994).
 Hermafroditismo verdadeiro- Indivíduos desta extremamente rara condição possuem
tecido testicular e ovariano (Carlson., 1994).
 Pseudo-Hermafroditismo feminino- Esta anomalia se deve a exposicao do fecto
feminino a quantidades excessivas de androgênios e seus efeitos são, principalmente,
a masculinização dos órgãos genitais externos (Moore e Persaud., 2007).

Laxmi Ntundumula e Odilo M. M. Xadreque Embriologia do Sistema Genital Pá g. 6


 Pseudo-Hermafroditismo masculino- É comumente causada pela produção
inadequada de hormônios pelos testículos fetais (Carlson., 1994).

6.2. Anomalias da descida testicular


 Criptorquismo- São comuns, em meninos prematuros, os casos de testículos que não
desceram (Carlson., 1994).
 Testículos ectópicos- Ocasionalmente, um testículo migra para outro ponto que não é
escroto, incluindo a coxa, o períneo e a parede abdominal ventral (Carlson., 1994).
 Hérnia inguinal congênita- Quando o canal peritoneal que conduz ao escroto fetal não
se fecha, ocorre uma condição chamada processo vaginal persistente (Carlson., 1994).

Laxmi Ntundumula e Odilo M. M. Xadreque Embriologia do Sistema Genital Pá g. 7


Conclusão
O período inicial do desenvolvimento do sistema genital corresponde ao estagio indiferente
dos órgãos de reprodução, porque no começo, o sistema genital é semelhante em ambos os
sexos, não existem indicações de masculinidade ou feminilidade.

O aparelho genital consiste em: gônadas ou glândulas sexuais primitivas, os ductos genitais e
os órgãos genitais externos, os três componentes passam por um período de indiferenciação
em do qual podem desenvolver-se em sentido masculino e feminino.

Laxmi Ntundumula e Odilo M. M. Xadreque Embriologia do Sistema Genital Pá g. 8


Bibliografia
CARLSON, Bruce M. (1994) Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento.
Editora Guanabara Koogan. Rio de Janeiro.
MOORE, Keith L e Persaud, T. V. N (2000) Embriologia Clínica. 6a edicão. Editora
Guanabara Koogan S. A Rio de Janeiro
MOORE, Keith L e Persaud, T. V. N (2007) Embriologia Clínica. 7a edicão. Editora
Guanabara Koogan S. A Rio de Janeiro
MOORE, Keith L (1990) Fundamentos de Embriologia Humana. Editora Manole. São
Paulo
SADLER, T. W. (2000). Embriologia médica. 8a edição. Editorial Médica Panamericana.
Philadelphia.

Laxmi Ntundumula e Odilo M. M. Xadreque Embriologia do Sistema Genital Pá g. 9

Você também pode gostar