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COLÉGIO PIRÂMIDE

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM – MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A


DISTÂNCIA
SALA DE APOIO A DISTÂNCIA (SAD): PADRE PARAÍSO/MG

RIQUELLI GOMES DE MATOS

HELMINTOS INTESTINAIS

Trichuris trichiura, Enterobius vermicularis e Strongyloides stercoralis

PADRE PARAÍSO

2023
COLÉGIO PIRÂMIDE

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM – MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A


DISTÂNCIA
SALA DE APOIO A DISTÂNCIA (SAD): PADRE PARAÍSO/MG

RIQUELLI GOMES DE MATOS

HELMINTOS INTESTINAIS

Trichuris trichiura, Enterobius vermicularis e Strongyloides stercoralis

Trabalho apresentado como requisito de


obtenção de nota para a disciplina
Parasitologia, pelo Curso de Técnico em
Enfermagem do Colégio Pirâmide/ polo
Padre Paraíso.
Orientador: Diogo dos Santos

PADRE PARAÍSO

2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
2. TRICHURIS TRICHURIS ..................................................................................... 6
2.1 Agente Etiológico............................................................................................................... 7
2.2 Morfologia ......................................................................................................................... 8
2.3 Manifestações Clínicas ..................................................................................................... 10
2.4 Transmissão ..................................................................................................................... 12
2.5 Ciclo Biológico ................................................................................................................ 12
2.6 Diagnóstico ...................................................................................................................... 14
2.7 Profilaxia .......................................................................................................................... 14
2.8 Tratamento ....................................................................................................................... 15
3. ENTEROBIUS VERMICULARIS ...................................................................... 17
3.1 Morfologia ....................................................................................................................... 18
3.2 Agente Etiológico............................................................................................................. 19
3.3 Ciclo Biologico ................................................................................................................ 20
3.4 Manifestações Clínicas ..................................................................................................... 21
3.5 Transmissão ..................................................................................................................... 21
3.6 Diagnóstico ...................................................................................................................... 22
3.6.1 Exame Parasitológico De Fezes ................................................................................ 23
3.6.2 Método de Sedimentação Espontânea (Lutz/Hoffmann, Pons & Janer) .................... 23
3.7 Profilaxia .......................................................................................................................... 23
3.8 Tratamento ....................................................................................................................... 24
4. STRONGYLOIDES STERCORALIS ................................................................. 24
4.1 Agente Etiologico............................................................................................................. 25
4.2 Morfologia ....................................................................................................................... 25
4.3 Ciclo Biológico ................................................................................................................ 28
4.3.1 Ciclo Evolutivo ......................................................................................................... 28
4.4 Manifestações Clinicas ..................................................................................................... 31
4.5 Transmissão ..................................................................................................................... 32
4.6 Diagnóstico Laboratorial .................................................................................................. 33
4.6.1 Exame parasitológico de fezes .................................................................................. 33
4.7 Profilaxia .......................................................................................................................... 35
4.8 Tratamento ....................................................................................................................... 36
4.9 Testes Imunológicos ......................................................................................................... 38
4.10 Métodos Auxiliares Ou Indiretos ................................................................................... 39
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 41
LISTA DE FIGURAS

Figura 1:TRICHURIS TRICHIURA- .............................................................................. 8

Figura 2: Trichuris trichiura - ovo ................................................................................... 9

Figura 3:Trichuris trichuria- vermes adultos fêmea e macho .......................................... 9

Figura 4: vermes adultos macho e fêmea T. trichiura.................................................... 10

Figura 5: Prolapso retal .................................................................................................. 11

Figura 6:Ciclo Biológico de Trichuris trichiura ............................................................ 13

Figura 7:sequência do método de Hoffman, Pons e Janer ............................................. 14

Figura 8: Machos e fêmeas vivem no ceco e apêndice. Fêmeas com ovos na região

perianal ............................................................................................................................ 18

Figura 9: Enterobius vermicularis. A - Macho; B Fêmea grávida ................................. 19

Figura 10:Enterobius vermicularis - Detalhe da asa cefálica ........................................ 19

Figura 11: Ciclo biológico do Enterobius vermicularis ................................................. 20

Figura 12: Método da fita adesiva transparente ............................................................. 22

Figura 13: Representação parasitária S. stercoralis ....................................................... 28

Figura 14: Ciclo evolutivo do Strongyloide stercoralis ................................................. 29

Figura 15: Ciclo Biológico de Strongyloides stercoralis ............................................... 29

Figura 16: Representação técnica de Baermann-Moraes ............................................... 34

Figura 17: Representação de cultura de Stongyloides em placa de ágar. ...................... 35


LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tratamento da Tricuríase........................................................................................... 16


Tabela 2: Exames de fezes para estrongiloidíase ...................................................................... 33
6

1. INTRODUÇÃO

Os helmintos constituem um grupo muito numeroso de animais, incluindo espécies


de vida livre e de vida parasitária. Apresentam os parasitos distribuídos nos filos
Platyhelminthes, Nematoda e Acanthocephala. (NEVES, 2005).

Os helmintos são parasitas mais complexos, compostos por várias células e órgãos
internos. Podem medir desde centímetros até alguns metros de comprimento, como é
o caso da teníase, conhecida popularmente como solitária. Eles não conseguem
sobreviver sem um hospedeiro, sssim, é preciso obter os nutrientes já semidigeridos para
que o seu metabolismo se mantenha ativo. Se forem separados dos hospedeiros, os
helmintos morrem. Possuem alta capacidade de reprodução e proliferação no organismo
do hospedeiro.

Ao contrário dos protozoários, que se multiplicam dentro do hospedeiro, os


helmintos produzem ovos e larvas que só se desenvolvem ao serem lançados no
ambiente junto com as fezes, contaminando as pessoas ao ingerir esses ovos e larvas
presentes no ambiente.

Eles são causadores de várias doenças intestinais; os mais comuns e que


trataremos nesses trabalho serão Trichuris trichuris, o Enterobius vermicularis e o
Strongyloides stercolaris.

2. TRICHURIS TRICHURIS

A Tricuríase é uma infecção causada por Trichuris trichiura. É uma doença parasitária
causada pelo helminto Trichuris trichiura. É bastante comum encontrá-la nos países em
desenvolvimento e, muitas vezes, associada a outras verminoses em indivíduos poli
parasitados. No Brasil, os estados com maior prevalência são os das regiões Norte e
Nordeste.

O contágio acontece através da ingestão de água e alimentos contaminados. Esse fato


explica uma alta prevalência em locais onde não existe saneamento básico adequado e
7

em crianças menores, dada a facilidade com que a população pediátrica leva a mão à boca
sem realizar adequada higienização.

As pessoas infectadas podem apresentar dor abdominal, diarreia e, em infecções


intensas, anemia e desnutrição. O diagnóstico é feito pela detecção dos ovos nas fezes.

A Tricuríase, assim como a ascaridíase, ocorre no mundo todo e é mais prevalente


entre as crianças. É comum a concomitância das duas parasitoses em um mesmo
indivíduo devido à igualdade de condições necessárias para a transmissão e o
desenvolvimento dos seus agentes.

A tricuríase é a 3ª infecção mais comum por vermes filiformes transmitida pelo solo.
Estima-se que 604 a 795 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo
(NEVES, 2005).

Trichuris trichiura ocorre principalmente em regiões tropicais e subtropicais onde


as fezes humanas são utilizadas como fertilizante ou onde as pessoas defecam no solo
e as crianças são as mais infectadas.

A infecção é disseminada pela via fecal-oral. Os ovos ingeridos eclodem e entram


nas criptas do intestino delgado como larvas. Após amadurecerem por 1 a 3 meses, os
vermes migram para o ceco subindo até o cólon, no qual se unem à mucosa superficial,
se acasalam e colocam ovos (NEVES, 2005).

Estima-se que os vermes adultos vivam 1 a 2 anos, embora alguns possam viver por
mais tempo (NEVES, 2005).

2.1 Agente Etiológico


Família: Trichuridae
Espécie: Trichuris trichiura
8

2.2 Morfologia

Os vermes adultos possuem características cinza-rosado, medem em torno de 4


centímetros de comprimento, o corpo em forma de chicote, sendo a região anterior
correspondente à parte mais afilada, e a posterior, a mais grossa e apresentam
dimorfismo sexual.

A fêmea tem cauda afilada e cerca de quatro centímetros de comprimento,


enquanto o macho tem a cauda encurvada ventralmente e cerca de três centímetros de
comprimento representados conforme as figuras 1, 3 e 4 as fêmeas dos vermes
produzem cerca de 7 a 20 mil ovos.

Os ovos medem cerca de 50µm por 20µm e possuem duas membranas que
envolvem as células germinativas. O formato é típico de um barril com duas rolhas
nas extremidades, formadas por massa mucoide representado na figura 2.

O T. trichiura vive no intestino grosso, principalmente na região cecal, com a


cabeça mergulhada na mucosa.

Figura 1:TRICHURIS TRICHIURA-


Vermes adultos fêmea e macho.

FONTE 1:( plpnemweb.ucdavis.edu. Acesso em: 13 fev.2022)


9

Figura 2: Trichuris trichiura - ovo

FONTE 2: (izaxavier.bogspost.com. Acesso em 13 fev.2023

Figura 3:Trichuris trichuria- vermes adultos chicote fêmea e macho

FONTE 3: (De Bethony J, Brooker S, Albonico M, et al: Infecções por helmintos transmitidos pelo solo: ascaridíase,
tricuríase e ancilostomíase, Lancet 367:1521–1532, 2006.)
10

Figura 4: vermes adultos A - macho e B- fêmea T. trichiura

FONTE 4: NEVES, 2004

2.3 Manifestações Clínicas

O T. trichiura mergulha a cabeça na mucosa do ceco e secreta substância lítica


produzida pelas glândulas esofagianas, causando úlceras e sangramento. Quando a carga
parasitária é grande, os vermes podem atingir o reto e, nesse caso, observa-se edema e
sangramento da mucosa local (REY, 2009).

Os aspectos clínicos da doença são inespecíficos, sendo encontrados também em


outras enfermidades causadas por helmintos. O grau de manifestação clínica será
proporcional à carga parasitária e ao status nutricional do paciente. Indivíduos com bom
estado geral/nutricional vão apresentar sintomatologia leve, com sintomas inespecíficos
como hiporexia, irritabilidade de humor, alteração do padrão de sono e palidez muco-
cutânea. Nas infecções um pouco mais expressivas, os sintomas do sistema digestivo
tornam se mais proeminentes, podendo surgir dores abdominais, diarreia com meteorismo
e desconforto gástrico.

Nas crianças a diarreia pode adquirir caráter disentérico ou crônico, com presença
de enterorragia, perda ponderal, anemia hipocrômica e piora do estado nutricional.
11

Ocorre tenesmo e, devido ao esforço da evacuação, pode ocorrer o prolapso retal.


(Figura 5). O sangramento constante pode causar anemia, com prejuízo do
desenvolvimento das crianças.

Quando a carga parasitária é muito elevada, as crianças podem chegar a óbito.


Pelo intenso caráter inflamatório, alguns pacientes podem apresentar também distensão
abdominal com hipertimpanismo à percussão e, muito raramente, quadros de colecistite
e apendicite.

Figura 5: Prolapso retal

FONTE 5: (Fonte: www.portalsaofrancisco. com.br/alfa/tricuriase/. Acesso em 13 fev. 2023)

Na maioria dos casos, os indivíduos contaminados com a tricuríase não


apresentam sintomas. Em outros, considerados mais graves os indivíduos podem
apresentar:
 Dor abdominal;
 Diarreia;
 Anemia;
 Perda de peso;
 Náuseas;
 Prolapso retal.
12

2.4 Transmissão

A transmissão da tricuríase ocorre pela ingestão de ovos larvados do parasito


através da água ou alimentos contaminados.

A doença é transmitida quando as ingerem alimentos ou água que contém os ovos


destes vermes. Isto pode ocorrer quando vegetais contaminados não são totalmente
limpos ou cozidos. Esses ovos estão presentes no solo em áreas onde as pessoas defecam
ao ar livre e onde fezes humanas fezes não tratadas são utilizadas como fertilizante como
ocorre em alguns países da África.

Estes ovos se originam das fezes de pessoas infectadas. Crianças brincando nestes
locais e colocando a mão na boca também podem ser facilmente infectadas. Os vermes
vivem no intestino grosso e têm cerca de quatro centímetros de comprimento.

2.5 Ciclo Biológico

O ciclo do T. trichiura é direto, não ocorre passagem pulmonar, e monoxênico.

O ovo larvado, quando ingerido, libera no intestino delgado a larva que migra
para o ceco, onde sofre mudas e transforma-se em verme adulto. Machos e fêmeas
copulam, e ovos são liberados nas fezes cerca de um mês após a infecção conforme
representado na figura 6.

O ser humano é o único hospedeiro desse verme e contrai a doença através da


ingestão de água, poeira ou alimentos contaminados com ovos envolvendo a larva
infectante em seu interior, caracterizando assim a forma de contagio fecal-oral.

O T. trichiura é uma exceção à regra, pois, ao contrário dos demais geo-helmintos,


ele não possui ciclo pulmonar, permanecendo assim restrito à luz intestinal.
13

Figura 6:Ciclo Biológico de Trichuris trichiura

FONTE 6: Ciclo biológico de Trichuris trichiura. (http://www.cdc.gov. Acesso em: 13 fev. 2023).

Os parasitas vivem habitualmente no ceco do homem, fixados à mucosa pela


porção anterior afilada, e sobrevivem de 6 a 8 anos. A fêmea, após ocorrer a fecundação,
produz grande quantidade de ovos que chegam ao meio externo com as fezes. Em
condições propícias, a massa de células germinativas dá origem a uma larva infectante
dentro do ovo. Uma vez ingerido, o ovo eclode no intestino delgado pondo em liberdade
a larva que migra para o intestino grosso.

Os ovos são eliminados junto as fezes e permanecem viáveis durante vários meses
ou anos em solo úmido e quente, e são infecciosos assim que se desenvolve a larva no
seu interior, o que demora algumas semanas. Caso ocorra a ingestão das larvas, essas
saem dos ovos no lúmen do intestino, migram para o ceco e penetram
na mucosa intestinal. Se desenvolvem, maturando em formas adultas depois de alguns
meses, permanecem com a cauda no lúmen do intestino e a cabeça penetrando a mucosa
(Figura 6).
14

Se houver um macho e uma fêmea, pelo menos, no mesmo indivíduo, acasalam e


a fêmea põe mais de 2000 ovos por dia, excretados nas fezes. As formas adultas podem
sobreviver durante vários anos. Alimentam-se do bolo intestinal, mas também de sangue.
São semelhante ao Ascaris lumbricoides. Os vermes podem viver de um a cinco anos
dentro do intestino humano sem nunca causar sintomas.

2.6 Diagnóstico

O diagnóstico da tricuríase é feito pelo exame parasitológico das fezes para


pesquisa de ovos do parasito à microscopia comum. O método utilizado é o de Hoffman
e Pons e Janer (HPJ), ou sedimentação por gravidade.

O método de Kato-Katz pode ser utilizado para a contagem dos ovos. O exame
direto com lugol também pode ser útil. A eosinofilia, quando presente no exame de
sangue, é pouco expressiva.

Figura 7: Sequência do método de Hoffman, Pons e Janer

FONTE 7: Heminia Yohko Kanamura. Diagnóstico Laboratorial: métodos, vantagens e limitações.


https://slideplayer.com.br/slide/368875

2.7 Profilaxia

As condições socioeconômicas da população estão diretamente relacionadas à


infecção por esses helmintos. Diante disso, tem-se a necessidade do empenho,
principalmente por parte dos órgãos governamentais, para o fornecimento de condições
adequadas de saneamento básico, oferta de água potável e também de profissionais da
área da saúde para a promoção em saúde. Estes últimos têm papel importante na sociedade
15

de orientação sobre os hábitos de higiene, tais como: orientar os pais para evitarem o
contato direto das crianças com o solo e aparar e limpar as unhas de seus filhos
constantemente; realizar a higiene adequada das mãos antes da manipulação de alimentos;
limpar as residências e o entorno; sempre realizar a lavagem apropriada de frutas e
verduras; ingerir apenas água previamente tratada; realizar o controle de insetos, baratas
e moscas; tratar efetivamente os casos suspeitos e, quando possível, realizar a
investigação do agente etiológico por meio do exame parasitológico de fezes.

As medidas profiláticas incluem educação em saúde, construção de redes de


esgoto com tratamento e/ou fossas sépticas, higiene adequada de frutas e verduras
ingeridas cruas; hábitos de higiene e proteção dos alimentos contra poeira e insetos. O
tratamento dos parasitados também é medida preventiva, uma vez que o homem é
praticamente a única fonte de infecção.

2.8 Tratamento

O tratamento da tricuríase é realizado com a prescrição de anti-helmínticos.


Alguns estudos sugerem que o Mebendazol tem alguma superioridade em relação ao
Albendazol. A Nitazoxanida apresenta bom desempenho na eliminação do Trichuris
trichiura. Tem sido observado algum grau de resistência aos anti-helmínticos como o
Albendazol e o Mebendazol ao redor do mundo, sobretudo nos locais onde a OMS
recomenda a prescrição bianual da droga como forma de profilaxia.

O tratamento da tricuríase no Brasil é realizado com o emprego de mebendazol,


albendazol ou ivermectina. É importante ter uma alimentação leve e rica em proteínas,
sais minerais, vitaminas e ferro.

Segue a tabela abaixo representando os principais anti-helmínticos usados no


tratamento da tricuríase.
16

Tabela 1: Tratamento da Tricuríase

Medicamento Mecanismo da ação Dose Efeitos Observações


adversos

Mebendazol Atua impedidindo a ação da 100 mg 2x/dia Em altas doses Evitar uso em
glicose promovendo a diminuição do por 3 dias. observou-se gestantes.
glicogênio e consequentemente do
ATP, que é fundamental para a vida Ou 500mg uma leucopenia e Nas infecções por T.
do helminto. elevação das
Trichiura as taxas de cura
vez ao dia por transaminases.ficam entre 70 a 90%.
3 dias.

Albendazol Tem ação parasitaria contra 400mg em dose Pouco Evitar o uso em
ovos, larvas e helmintos única por três frequênte. gestantes
adultos. Impede a assimilação dias. Quando
da glicose nos helmintos presentes,
sensíveis, o que causa a morte costumam ser
desses vermes pois esta é a breves,
fonte de sobrevivência, cefaléia, dor
epigástrica.
Náuseas e
vômitos.

Ivermectina Esta relacionada com a 200mcg/kg/ em Bem tolerado. Pode ser utilizado,
inibição da atuação do ácido dose única porém não é tão
gama-aminobutirico (GABA) eficaz como os
produzindo a paralisia e morte anteriores
do parasito.

Nitazoxanida Leva a inibição da proteína 7,5 mg/kg/dose Certos


tubulina nos helmintos o que (até 500mg para pacientes
acarreta a orte deles. adultos, e até apresentaram
200 mg para dor abdominal
crianças abaixo e vômitos de
de 12 anos de intencidade
idade). De oscilante. Não
12/12 horas por foram
03 dias evidenciados
efeitos
adversos
hepáticos ou
hematológicos.

FONTE: Speich et al. (2014); Speich et al. (2015); Steinmann et al. (2011); Tavares (2014); Viswanath et al. (2019);
Wimmersberger et al (2018).

*Os anti-helmintícos têm ação apenas na luz intestinal podendo ser administrados novamente em doses
recomendadas após 10 -15 dias.
17

3. ENTEROBIUS VERMICULARIS

Enterobius vermicularis também conhecido como oxiúros são parasitas nematoides


encontrados com mais facilidade em crianças com idades entre 5 e 15 anos, elas são mais
vulneráveis pois frequenta ambientes como escola, creches entre outros, esse contato
interpessoal favorece a contaminação e desenvolvimento do parasita, tem como sintoma
clássico o prurido anal (coceira) que se acomete no período noturno, devido a locomoção
da fêmea do parasita, causando desconforto para a criança.

A enterobiose também conhecida como Oxiurose ou Enterobíase é doença causada

pelo nematódeo Enterobius vermiculares, atinge principalmente as crianças, é a

helmintose mais comum nos países desenvolvidos e de clima temperado.

O gênero Enterobius possui diversas espécies parasitas de animais como macacos e


roedores, mas a espécie E. vermicularis é exclusiva do homem. Embora o E. vermicularis
seja enquadrado na definição de geo-helminto, seus ovos prescindem de passagem pelo
solo, sendo adequadas para o seu desenvolvimento as condições encontradas no interior
das residências e outros ambientes coletivos (creches, enfermarias e orfanatos).

Esse fato, aliado à grande quantidade de ovos eliminados pelas fêmeas (de cinco a
16 mil) e à resistência deles à dessecação, favorece a sua disseminação entre as pessoas
do convívio do parasitado

O Nematódeo Enterobius Vermicularis habita o intestino e a fêmea põe seus ovos na


região perianal e, ao coçar a região, a criança contaminada pode facilmente transmitir o
verme para seus irmãos e familiares.

Os vermes são brancos e têm a espessura de um fio de cabelo conforme apresentados


na figura 8. Se movem bastante, sendo, facilmente visíveis a olho nu, especialmente nas
primeiras horas após a criança ter se deitado para dormir de noite, pois este verme tem
hábitos noturnos.
18

Figura 8: Machos e fêmeas vivem no ceco e apêndice. Fêmeas com ovos na região
perianal

FONTE 8: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4053104/mod_resource/content/0/9.%20Aula%20Enterobiose.

3.1 Morfologia

Os vermes adultos são brancos e filiformes, possuem expansões laterais na


extremidade anterior, chamadas de asas cefálicas, características do gênero conforme
representado na figura 10.

Os vermes adultos possuem dimorfismo sexual. O macho tem cauda encurvada


ventralmente e meio centímetro de comprimento e a fêmea tem cauda afilada e cerca de
um centímetro de comprimento representado na figura 9.

A fêmea ao estar grávida, seu abdome fica repleto de ovos (Figura 9). Os ovos
possuem duas membranas finas e transparentes, medem cerca de 50 µm x 20µm, têm
formato de um “D”, com um lado plano e outro convexo representado na figura 11. O
habitat do E. vermicularis é o ceco e apêndice cecal. As fêmeas grávidas, após a
maturação dos ovos, com larvas de 2º estádio, migram para a região perianal.
19

Figura 9: Enterobius vermicularis. A - Macho; B Fêmea grávida

FONTE 9: (www.saudeemmovimento.com.br. Acesso em: 13 fev.2023)

Figura 10:Enterobius vermicularis - Detalhe da asa cefálica

FONTE 10: (www.med126.com. Acesso em: 13 fev. 2023)

Figura 11: Ovo de Enterobius vermicularis

FONTE 11: Fonte: www. alaineknipes.com. Acesso em: 13 de fev.2023

3.2 Agente Etiológico

Família: Oxyuridae Espécie: Enterobius vermicularis


20

3.3 Ciclo Biologico

O ciclo do parasito é monoxênico representado na figura12, envolvendo um único


hospedeiro, o homem.

Os ovos ingeridos atravessam o trato digestório, indo se localizar no intestino


delgado, onde liberam as larvas que migram até o ceco e se desenvolvem até adultos.
Após a cópula, os machos são eliminados; as fêmeas, grávidas, enchem-se de ovos e
migram para a região perianal, especialmente à noite devido ao calor das cobertas. As
fêmeas se rompem liberando ovos que se tornam infectivos em poucas horas.

A possibilidade de eclosão dos ovos e liberação de larvas infectivas ainda no reto


pode ocasionar a autoinfecção interna, com migração das larvas até o ceco, onde se
transformam em adultos. Quando a criança coça a região anal e em seguida leva a mão à
boca, pode ocasionar a autoinfecção externa, com ingestão dos próprios ovos eliminados.

Figura 12: Ciclo biológico do Enterobius vermicularis

FONTE 12: (Fonte: www. portalsaofrancisco.com.br. Acesso em 14 fev.2023)


21

3.4 Manifestações Clínicas

Em geral, o parasitismo pelo E. vermicularis é assintomático. Quando há uma


grande quantidade de parasitas, pode ocorrer sintomas como desconforto abdominal e dor
na região do ceco. O sinal mais característico da parasitose é o prurido anal devido à
migração das fêmeas na região, impedindo o sono da criança e causando irritação e
nervosismo.

O ato de coçar com as unhas ocasiona lesão da mucosa anal e possibilidade de


contaminação secundária por bactérias. A migração das fêmeas pode levar à sua
penetração na vulva das meninas, resultando em vaginite.

O principal sintoma da infestação por oxiúros é a coceira anal. Enjoo,


emagrecimento e irritabilidade também podem estar presentes.

Alguns casos esporádicos podem apresentar insônia e apendicite, devido à


presença do verme no apêndice. Nas meninas pode haver contaminação na vagina,
gerando infecção urinária e, em casos extremos, esterilidade.

3.5 Transmissão

Essa helmintíase possui distribuição mundial, tendo maior prevalência em


crianças em idade escolar. A transmissão ocorre inevitavelmente em ambiente doméstico
ou em ambientes coletivos como creches, asilos e enfermarias infantis, onde os fatores
responsáveis pela alta taxa de transmissão são: a espécie Enterobius vermicularis
especifica da espécie humana, as fêmeas realizam oviposição de grande número de ovos
na região perianal, tornando-se infectantes em curto período de tempo e resistem até três
semanas contaminando roupas de cama, roupas íntimas, alimentos e poeira
(BONEBERGER, 2007).

Os principais meios de transmissão da Enterobiose:

 Heteroinfecção ou também chamada primo-infecção, caracterizada pela


ingestão de ovos presentes na poeira, alimentos ou mão sujas atingindo
novo hospedeiro;
22

 Autoinfecção externa, quando os ovos presentes na região perianal são


levados através das mãos até a boca.
 Autoinfecção interna, mecanismo de transmissão mais raro, porém
relatado por vários autores, no qual as larvas infectantes eclodem ainda no
reto e depois migram até o ceco transformando-se em vermes adultos;
 Retro infecção, onde as larvas eclodem na região perianal, penetram pelo
ânus e migram pelo reto até a região cecal, onde se transformam em
vermes adultos.

3.6 Diagnóstico

O diagnóstico da enterobiose é feito pela pesquisa de ovos do parasito e/ou das


fêmeas na região perianal, por meio do método de Graham (ou método da fita adesiva, ou
da fita gomada), como é conhecido. Consiste em colocar um pedaço de fita adesiva colada
a um tubo com a parte colante para fora e apor algumas vezes a fita na região anal. Em
seguida, a fita é aderida a uma lâmina de vidro e examinada na microscopia comum, à
procura de fêmeas e/ou ovos característicos representados na figura 13.

Figura 13: Método da fita adesiva transparente

FONTE 13: https://fapap.es/articulo/395/test-de-graham.


23

3.6.1 Exame Parasitológico De Fezes


Os parasitos intestinais geralmente são diagnosticados pelo exame parasitológico
de fezes, sendo que os estágios frequentemente visualizados são cistos, trofozoítos,
oocistos e esporos de protozoários, além de ovos e larvas de helmintos. Os materiais
fecais colhidos de forma inadequada, malconservados ou velhos não terão valor de
diagnóstico (DE CARLI, 2007).
Os trofozoítos de protozoários intestinais frequentemente são encontrados em
fezes pastosas ou líquidas, e nunca em fezes totalmente formadas, pois como o trânsito
intestinal está acelerado, não há tempo suficiente para o encistamento do mesmo
(NEVES, 2005).

Já os cistos dos protozoários somente são encontrados em fezes formadas, e os


ovos de helmintos podem ser visualizados em fezes líquidas ou formadas.

Com relação aos métodos de análises coproparasitológicas, as técnicas mais


utilizadas rotineiramente são os métodos de concentração, como o de Sedimentação
Espontânea, Ritchie e Coprotest, os quais possibilitam a identificação de diferentes
parasitos nas diferentes formas evolutivas. No entanto, os métodos de Baermann-Moraes,
Faust, Graham e Kato-Katz, são mais utilizados na pesquisa e levantamentos
epidemiológicos.

3.6.2 Método de Sedimentação Espontânea (Lutz/Hoffmann, Pons & Janer)


Esse método é bastante empregado na Saúde Pública por sua eficiência e também
pelo baixo custo, pois requer a utilização mínima de vidrarias e é dispensado o uso de
reagentes e da centrifugação.

É baseada em um procedimento simples no qual consiste na combinação da


gravidade e da sedimentação, indicada para a pesquisa de ovos e larvas de helmintos e
cistos de protozoários.

3.7 Profilaxia

As várias possibilidades de transmissão da enterobiose ocasionam frequentemente


a perpetuação e cronicidade do parasitismo e tornam difícil a sua profilaxia.

As medidas que devem ser tomadas incluem o tratamento de todos os parasitados;


sendo necessário:
24

 Não sacudir as roupas de cama, mas sim dobrá-las cuidadosamente


 Ferver as roupas de cama e roupas intimas;
 Utilizar aspirador de pó ou pano molhado ao invés de vassoura para evitar
a flutuação dos ovos, que são muito leves;
 Manter cortadas as unhas das crianças de forma rente;
 Proteger os alimentos de poeira e insetos;
 Educar as crianças para lavar as mãos antes de ingerir alimentos.

3.8 Tratamento

Vários fármacos podem ser eficazes para a eliminação dos vermes, pois os
mesmos são bastante sensíveis às drogas usuais, e outros métodos mais simples como
enemas de água morna também são eficazes (NEVES, 2009).

Os fármacos mais recomendados são Albendazol 400mg em dose única para


adultos, e divididas em duas tomadas para crianças, Mebendazol 100mg duas vezes ao
dia, tanto para adultos quanto para crianças, Invermectina 200 microgramas para crianças
com até 15 kg ou 12 gramas para adultos, e Pamoato de pirivínio na dose de 10 mg/kg/dia
em dose única (NEVES, 2009).

4. STRONGYLOIDES STERCORALIS

O Strongyloides stercoralis é uma espécie dimorfobiótica causador da


estrongiloidíase.

Há pelo menos 52 espécies descritas do nematódeo do gênero Strongyloides, no


entanto, atualmente, somente duas delas são consideradas infectantes para os humanos:
S. stercoralis (Bavay, 1876) e S. fuelleborni (Von Linstow, 1905), a qual possui duas
subespécies: S. f: fuelleborni e S. f: kellyi. (NEVES, 2005)

A estrongiloidíase é comum nas áreas rurais, mas vem sendo cada vez mais frequente
nas áreas urbanas.

É o único helminto capaz de se multiplicar no organismo do hospedeiro devido à


peculiaridade dos seus mecanismos de transmissão.
25

Tem distribuição geográfica mundial, com incidência menor que a de


ancilostomatídeos porque as larvas infectivas têm menor longevidade por não possuírem
dupla bainha como naqueles.

O S. stercoralis é encontrado no intestino delgado, em especial duodeno e jejuno, onde


as fêmeas partenogenéticas vivem com a cabeça mergulhada na mucosa.

4.1 Agente Etiológico

Família: Strongyloididae

Espécie: Strongyloides stercoralis

4.2 Morfologia

O Strongyloides stercoralis é uma espécie dimorfobiótica, possuindo uma forma


parasitária e outra de vida livre intercalando-se no ciclo evolutivo.

Machos e fêmeas de vida livre não parasitam o homem, todavia perpetuam ciclos
reprodutivos no solo, onde originam larvas filarióides capazes de penetrar a pele e
parasitar o homem.

Fêmea parasita partenogenética: A forma parasitária é representada exclusivamente


por fêmeas que se reproduzem por partenogênese. Possui forma filiforme e
semitransparente, medindo de 1,7 a 2,5mm de comprimento e 05mcm de diâmetro. Sua
extremidade anterior é arredondada e possui pequena abertura oral de forma hexagonal
que se comunica com o esôfago. O esôfago é alongado, de constituição muscular
anteriormente e glandular nos 75% da parte posterior (GROVE, 1996). O intestino é
simples e se abre para o exterior através do orifício anal, que se encontra perto da
extremidade posterior, que afila e se curva ventralmente. É revestida por uma fina e
transparente cutícula, que possui delicadas estriações (NETO, 2002).

O aparelho genital é constituído por ovário, oviduto, útero, vagina e vulva, sendo que
a vulva se localiza no terço posterior do corpo do verme e diferencia-se em uma pequena
vagina que se comunica com o útero. O útero dirige-se tanto para a região anterior quanto
para a posterior e contém uma fileira de ovos transparentes e as alças uterinas anterior e
26

posterior se diferenciam em ovidutos e ovários. O ovário duplo caracteriza o nematóide


como anfidelfo, sendo que o ovário anterior se dirige até próximo do esôfago. Não há
receptáculo seminal (MORAES; 1971).

Vive geralmente na intimidade da lâmina própria da mucosa das porções proximais


do intestino delgado, nas vilosidades do duodeno e da porção posterior do jejuno e aí põe
seus ovos. Quando a infecção é intensa, larvas podem ser encontradas no íleo e nas
porções iniciais do cólon.

Ovos: Apresentam uma casca fina e medem cerca de 50 a 58mcm de comprimento por
30 a 34mcm de largura, tendo forma elíptica (GROVE, 1996).

Em sua maioria são embrionados no momento da postura. Contêm em seu interior


larvas de primeiro estágio. Raramente são encontrados nas fezes dos indivíduos
parasitados porque as larvas eclodem muito rapidamente (CIMERMAN, 2001).

Larvas rabditóides: As larvas rabditóides ou de primeiro estágio (L1) medem de 250 a


350 mcm por 14 a 16mcm de diâmetro, têm esôfago de forma rabditóide, dividido em três
porções, corpo, istmo e bulbo com dilatações nas extremidades e constricção na parte
mediana e apresentam um vestíbulo bucal muito curto que se inicia na cutícula da
extremidade anterior até o início do esôfago, com 02 a 03mcm (NEVES,2005).

Ao esôfago seguem intestino, reto e ânus. Possuem um esboço genital conspícuo,


correspondendo a um conjunto de células situado ao lado do intestino e no terço posterior
do corpo da larva. A extremidade posterior termina bruscamente.

Uma vez eclodidas dos ovos elas se insinuam no epitélio glandular, na luz
intestinal e nas fezes e por isso são as formas encontradas no EPF de indivíduos infectados
(MORAES; 1971).

São as larvas comumente observadas nas fezes ou nos fluidos gastrointestinais e


quando eliminadas nas fezes evoluem para adultos de vida livre, ou seguem maturação
originando formas infectantes.

Antes de originar a fase infectante as larvas rabditóides passam por uma fase
intermediária que corresponde ao segundo estágio (L2) ou fase pré-infectante, seu
esôfago perde a forma rabditóide, alonga-se e surge uma cutícula que caracteriza a
ocorrência da primeira muda larval.
27

Larvas filarióides: As larvas filarióides são encontradas no meio externo, nas fezes e no
solo, oriundas da segunda muda larval, correspondendo a formas de terceiro estágio (L3),
capazes de infecção percutânea e migração tecidual, através da secreção de
metaloproteases. Medem de 350 a 450 mcm de comprimento por 10mcm de largura, têm
corpo afilado, terminando em uma ponta entalhada. O tubo digestivo é formado por
esôfago, intestino, reto e ânus. O esôfago é filiforme e longo, equivalendo à metade do
comprimento da larva.

Vermes fêmeas de vida livre: A fêmea de vida livre mede cerca de 1,2mm de
comprimento por 50 a 75mcm de diâmetro, tem um esôfago também rabditóide e um tubo
digestivo terminando em ânus, próximo à sua extremidade posterior, que é pontiaguda e
reta, já a sua ponta anterior é arredondada. Possuem um aparelho genital do tipo anfidelfo,
semelhante ao da fêmea parasita. Ambos os ovários realizam um trajeto determinado e se
diferenciam em oviduto, receptáculo seminal e útero. Uma fêmea adulta apresenta o útero
repleto de ovos.

Vermes machos de vida livre: O macho é pequeno, medindo 0,5 a 0,7mm de


comprimento por 40mcm de largura. Também possui esôfago rabditóide e o tubo
digestivo terminando em cloaca e sua extremidade posterior se curva ventralmente, tendo
duas espículas, que são necessárias para a cópula, sustentadas por uma estrutura
conhecida como gubernáculo. O aparelho genital é composto por testículos, vesícula
seminal e vaso deferente que desemboca na cloaca.
28

Figura 14: Representação parasitária S. stercoralis

FONTE 14: (Fonte: www. portalsaofrancisco.com.br. Acesso em 14 fev.2023).

4.3 Ciclo Biológico

4.3.1 Ciclo Evolutivo


O Strongyloides stercoralis alterna suas fases de vida em dois tipos de ciclo
biológico, sendo eles o direto ou homogônico e o indireto ou heterogônico representado
na figura 15, ambos monoxênicos, ou seja, com participação de um único hospedeiro, o
homem.

A forma parasitária adulta é a fêmea partenogenética, que libera ovos embrionados


no intestino, os quais eclodem liberando a larva rabditoide, que é eliminada para o meio
exterior com as fezes. A ocorrência de um ou de outro ciclo depende das condições
climáticas e da constituição cromossômica das larvas.
29

Figura 15: Ciclo evolutivo do Strongyloide stercoralis

FONTE 15: Center for Diseases Control and prevention (CDC), 2008.

Figura 16: Ciclo Biológico de Strongyloides stercoralis

FONTE 16: Adaptado de NEVES. Et al. 2005.


30

Ciclo homogônico ou direto: Tem duração de 02 semanas, as fêmeas depositam seus


ovos, originados partenogeneticamente e já contêm larvas, na intimidade da mucosa
intestinal do duodeno e das porções posteriores do jejuno e deles eclodem rapidamente
larvas rabditóides que migram para a luz através da ruptura da mucosa e são eliminadas
no solo em meio às fezes. O solo e as condições ambientais em que são eliminadas
precisam ser propícios, tendo temperatura média de 25 a 32º C, a terra úmida e quente,
dessa forma essas larvas originam outras infectantes filarióides em 24 a 48 horas.

A infecção ocorre por via transcutânea, mas pode ser induzida experimentalmente
por administração oral de água contaminada com larvas filarióides. Entrando em contato
com a pele ou mucosa humana as larvas filarióides penetram ativamente, através da
secreção de metaloproteases que degradam a matriz extracelular, principalmente em áreas
mais delgadas, como os espaços interdigitais, chegam a pequenos vasos, migrando por
via hematogênica ao coração e posteriormente alcançam as arteríolas e capilares
pulmonares, atravessam para os alvéolos, ascendem por via bronquiotraqueal até a
nasofaringe onde são deglutidas e se instalam no duodeno, onde evoluem para fêmeas
partenogenéticas e começam a oviposição originando larvas rabditóides.

Nesse ciclo ocorrem 02 ecdises no solo, de larvas dos estágios 1 a 3 (L1 L2 L3),
quando ocorre a infecção e 02 outras mudas no intestino delgado, de larva do terceiro
estágio à forma adulta parasita (L3 L4 fêmea parasita). Somente formas adultas são
detectadas no homem, reproduzem-se assexuadamente por partenogênese e podem viver
por mais de 05 anos (NEVES, 2005).

A duração do ciclo desde a penetração na pele à eliminação nas fezes dura entre
03 e 04 semanas.

Ciclo heterogônico ou indireto: As larvas rabditóides sofrem 04 mudas no solo e se


transformam em machos e fêmeas de vida livre dentro de 02 a 05 dias. A fêmea fertilizada
pelo macho põe ovos no solo, dos quais eclodem larvas rabditóides que podem seguir
dois caminhos, ou se transformam em filarióides (L3 infectiva) ou desenvolvem estágios
rabditóides sucessivos gerando larvas L3 e L4 e posteriormente formas adultas de vida
livre, que correspondem às únicas formas com reprodução sexuada.

O Strongyloides stercoralis é o único nematóide que tem uma fase de vida livre
adulta.
31

A larva infectante não se alimenta e depende de alimento armazenado para


sobreviver, portanto sobrevive por até 02 semanas até encontrar um hospedeiro
susceptível.

4.4 Manifestações Clínicas

A estrongiloidíase pode se apresentar clinicamente de uma forma aguda ou crônica.


A doença é determinada principalmente pela carga parasitária, ou seja, pelo número de
parasitas no indivíduo, influenciada pelo seu estado imunológico.

A sintomatologia varia amplamente desde casos assintomáticos, em 30 a 50% dos


casos, ou oligossintomáticos, com achado de eosinofilia e no outro extremo, quadros
graves com doença disseminada podendo levar a óbito.

A forma aguda é pouco detectada em áreas endêmicas e as manifestações clínicas são


decorrentes da penetração da larva na pele e da sua migração, podendo o paciente evoluir
com tosse seca, febre, artralgia e cefaléia e a eosinofilia é freqüentemente presente
A forma crônica pode se manifestar com intensidade leve, moderada ou grave,
não sendo obrigatória a eosinofilia.

A forma leve geralmente é assintomática. Nas formas moderada e grave há


predomínio de manifestações digestivas, como dor abdominal, diarréia e vômitos, que são
mais intensas na forma disseminada, podendo levar à desidratação, distúrbios
hidroeletrolíticos e hipoalbuminemia, com eosinofilia geralmente ausente.

Manifestações dermatológicas: A penetração da pele pelas larvas filarióides passa


despercebida em um terço dos indivíduos e nos demais pacientes pode causar inflamação,
edema, petéquias ou pápulas eritematosas nos locais invadidos. Os pés são os sítios mais
comuns de penetração.

Os indivíduos que tiveram contato prévio com o parasita podem desenvolver reações
de hipersensibilidade como prurido e urticária. Nos casos de infecção crônica as lesões
cutâneas são encontradas em até 90% dos pacientes.

 Erupção maculopapular ou urticária recorrente que aparece geralmente em


nádegas, períneo e coxas devido a autoinfecção repetida, mas pode ser
encontrada em qualquer zona da pele
32

 Larva currens: erupção serpiginosa ou urticária patognomônica que avança


até 10 cm/hora

Manifestações gastrointestinais: Os sintomas relacionados ao sistema digestório no


adulto são geralmente transitórios, recorrentes e de pequena intensidade e ocorrem 02
semanas após a penetração cutânea. Larvas adultas na parede intestinal podem induzir
duodenite, levando a dor abdominal, às vezes simulando úlcera duodenal, exceto pelo
fato de a alimentação agravar a dor na estrongiloidíase. Mais frequentemente ocorre dor
abdominal alta, principalmente epigastralgia, exacerbada pela alimentação. Pode haver
também diarréia, esteatorréia, pirose, mal-estar, náuseas, vômitos e emagrecimento.

Em crianças pode ser notado retardo do crescimento e desenvolvimento, além de


emagrecimento, ambos atribuídos à dificuldade de absorção intestinal causada por uma
enterocolite, sobretudo na estrongiloidíase crônica.

Acometimento do sistema nervoso central: Sinais e sintomas meníngeos são as


manifestações mais comuns do raro envolvimento neurológico nessa doença, ocorrendo
no caso de infecções disseminadas. Hiponatremia pode acompanhar a meningite.
Também podem ser encontradas larvas no Líquido Cefálio Raquidiano, vasos meníngeos,
dura-máter e espaço epidural, subdural e subaracnóideo.

Manifestações e achados pulmonares

• Tosse, sibilância, dispneia, rouquidão


• Pneumonite
• Hemoptise
• Insuficiência respiratória
• Infiltrados intersticiais difusos ou consolidação nas radiografias
de tórax

4.5 Transmissão

A transmissão da estrongiloidíase ocorre pela penetração de larvas filarioides


presentes no solo, através da pele do homem e também pelos mecanismos de autoinfecção
interna e autoinfecção externa.
33

4.6 Diagnóstico Laboratorial

Descrevem-se a seguir os métodos laboratoriais utilizados no diagnóstico de


estrongiloidíase, com suas vantagens e limitações.

4.6.1 Exame parasitológico de fezes


O achado microscópico de larvas nas fezes, líquido duodenal ou ocasionalmente
em outros tecidos ou líquidos permite fazer diagnóstico definitivo de estrongiloidíase
conforme mostrado na tabela 2. Ainda assim, devido à baixa densidade de larvas, um
único exame não é sensível.

Tabela 2: Exames de fezes para estrongiloidíase

FONTE: Buonfrate e col., Clinical Microbiology and Infection 2015.

Vários métodos são utilizados para identificar as larvas nas fezes por
microscopia:

Microscopia após concentração

- Técnica do funil de Baermann (ainda considerada como padrão ouro)

- Técnica de concentração formol-éter (TCFE)


34

Microscopia com culturas

- Método de Harada- Mori, cultura em filtro de papel

- Método de Koga, cultura em placa de ágar

Microscopia direta

- Uso de microscópio de disseção para identificar larvas em placas de ágar

- Esfregaço direto de fezes em coloração salina de lugol.

O uso desses métodos depende da disponibilidade local de recursos e


especialmente da experiência do microscopista .

Os exames de fezes para detecção de Strongyloides que usam a técnica do funil


de Baermann e o método Koga de cultura em ágar são hoje os melhores métodos
diagnósticos disponíveis nessa área. Eles detectam o parasita com maior sensibilidade
que outros métodos.

Figura 17: Representação técnica de Baermann-Moraes

FONTE 17: LOK, 2007

A cultura em placa de ágar representada na figura 18, é realizada semeando-se


amostras de fezes ou outro líquido a ser analisado em uma placa contendo o meio de
35

cultivo ágar, sendo um método mais demorado, pois demanda espera de cerca de 48 horas
para sua realização.

É o método mais sensível, principalmente quando somado ao de Baemann-


Moraes, constituindo a técnica de Baermann-Moraes-placa de ágar, entretanto, não é
muito utilizado na prática clínica, sendo realizado principalmente em nível de pesquisa.

Figura 18: Representação de cultura de Stongyloides em placa de ágar.

FONTE 18: LIM et al, 2004.

4.7 Profilaxia

A estrongiloidíase não é uma doença de notificação obrigatória e para minimizar


a ocorrência do complexo ciclo de transmissão, as equipes de saúde das regiões
endêmicas devem elaborar programas de controle adotando as medidas preconizadas para
as geo-helmintíases, ressaltando a atenção aos hábitos higiênicos principalmente a
lavagem adequada dos alimentos, utilização de calçados, educação e engenharia sanitária,
além da melhoria da alimentação.

A infecção é prevenida evitando o contato direto da pele com solo contendo larvas
infectantes. Pessoas em risco, especialmente crianças, devem usar calçado quando
caminharem em solo infectado.
36

Identificar pacientes em risco e realizar testes diagnósticos apropriados antes de


iniciar terapia imunossupressora.

Os contatos domiciliários não correm risco de infecção. A adequada eliminação


das excretas humanas reduz substancialmente a prevalência da estrongiloidíase.

As precauções padrão devem ser respeitadas nos pacientes internados com


estrongiloidíase. As medidas higiénicas como uso de luvas e batas ou túnicas e uma
cuidadosa lavagem das mãos são importantes para aqueles suscetíveis de entrarem em
contato com as fezes do paciente.

4.8 Tratamento

Das infecções causadas por nematódeos, a estrongiloidíase é a mais difícil de ser


tratada.

O mebendazol, em doses eficazes para outros parasitos, não atua sobre S.


stercoralis, mas, observando-se a contraindicação no período gestacional e durante a
lactação, as outras drogas do grupo dos benzimidazólicos (tiabendazol, cambendazol e
albendazol) e a ivermectina são empregadas no tratamento específico da estrongiloidíase.

A forma de ação, a dose, a eficácia e os efeitos colaterais destes medicamentos


estão resumidos a seguir:

 Atua somente sobre as fêmeas partenogenéticas, provavelmente inibindo


o desencadeamento das vias metabólicas do parasito.
 Na estrongiloidíase crônica é recomendado na forma líquida para
crianças, na dose de 30mgkgldia e, na forma de comprimidos, para adultos,
na dose de 50mg/kg/dia, divididas em duas tomadas, por dois ou três dias.
 Para o tratamento em um só dia podem ser administrados 50mglkg
divididos em quatro tomadas, após as refeições. Em ambos esquemas não
se deve ultrapassar a dose diária de 3g.
 Os efeitos colaterais observados são: náuseas, vômitos, diarréia, tonturas,
cefaléias, sonolência e erupções cutâneas, que regridem com a suspensão
do tratamento. Uma vez que este medicamento não está disponível em
37

apresentação parenteral, há dificuldade de sua utilização em situações


clínicas graves.
 Nos casos de hiperinfecção e na doença disseminada o tratamento deve ser
mantido por dez ou mais dias.
 Em pacientes com AIDS preconiza-se a repetição da terapêutica por dois
ou três dias, mensalmente. Atua sobre fêmeas partenogenéticas e sobre
larvas. Apresentado sob as formas líquidas e comprimidos, sendo
recomendada a dose única de 5mgIkg tanto para crianças como para
adultos. A eficácia também é maior que 90%. São raros os efeitos
colaterais; quando presentes, observam-se cólicas, náuseas, vômitos,
diarreia e sonolência.

Albendazol

Atua sobre a fêmeas partenogenéticas e sobre larvas. Apresentado sob as formas


líquidas e comprimidos; é recomendado tanto para crianças acima de 2 anos como para
adultos na dose de 400mgldia durante três dias consecutivos (com eficácia em tomo de
50%), ou 800mgldia durante três dias (com eficácia de 90%). Não deve ser administrado
nas formas disseminadas.

Os efeitos colaterais observados são: cefaleia, tonturas e desconforto


gastrointestinal.

Ivermectina

Recomendada em dose única oral de 200pmkg com eficácia acima de 80%. Nas
formas graves e disseminadas da doença e em pacientes com AIDS, recomendam-se
multidoses de 200 pmkg nos dias 1,2, 15 e 16 de tratamento.

Os efeitos colaterais são leves, observando-se diarreia, anorexia e prurido. A


repetição do tratamento é indicada devido a possibilidade de reinfecção ou de algumas
fêmeas ainda sobreviverem propiciando a eliminação de larvas.

Nos casos de auto-infecção interna, em que há constipação intestinal, é importante


que o paciente receba, além da terapêutica específica, um laxativo para restabelecimento
do funcionamento intestinal, com a finalidade de impedir a evolução das larvas
rabditóides para filarióides pelo retardamento da eliminação do material fecal.
38

4.9 Testes Imunológicos

Estes métodos são úteis na avaliação da resposta imune do hospedeiro nos casos
de formas assintomáticas e no esclarecimento do diagnóstico clínico, além da
possibilidade de emprego em inquéritos soro epidemiológicos por apresentarem elevada
sensibilidade com relação aos métodos parasitológicos.

A maior limitação encontrada na padronização dos testes é a dificuldade de se


obter quantidades suficientes de larvas filarióides de S. stercoralis.

Outra limitação é o fenômeno de "reação cruzada" com outras parasitoses,


principalmente esquistossomose e filariose e, dependendo da técnica, com
ancilostomídeos.

No decorrer dos anos têm sido desenvolvidos diferentes testes imunológicos:

A intradermorreação que sinaliza a resposta imune celular do hospedeiro foi a reação


pioneira; embora não seja atualmente utilizada na rotina diagnóstica, há a possibilidade
de sua reintrodução através do desenvolvimento de testes cutâneos empregando-se
antígenos recombinantes.

A resposta imune humoral é avaliada pela detecção de anticorpos IgG e subclasses


(principalmente IgG4), IgA, IgM e IgE no soro, saliva ou, ocasionalmente, em LCR.
Várias técnicas têm sido descritas, incluindo a aglutinação indireta em partículas de
gelatina, hemaglutinação indireta, radioimunoensaio, radioimunoabsorção, reação de
imunofluorescência direta em biópsias, imuno-histoquímica.

As reações de imunofluorescência indireta (IFI) são empregadas utilizando como


antígeno larvas filarióides (homólogas ou heterólogas) em cortes de congelação ou em
partículas. A saliva tem sido recomendada, como fluido alterativo para detecção de
anticorpos IgA, pela técnica de IFI, devido a sua fácil aquisição e colheita não-invasiva.
Nos testes imunoenzimáticos ELISA utilizam-se extratos salino e alcalino (homólogos
ou heterólogos) como antígenos e detecção de várias classes de imunoglobulinas, e nos
testes de Western blotting (WB) para detecção de IgG específica, pode-se utilizar extrato
salino de S. stercoralis, visualizando principalmente as frações protéicas de 97,66,41,3 1
e 28kDa.
39

As reações de IFI, ELISA e WB, pela alta sensibilidade e especificidade, têm


provado serem eficazes como testes complementares para diagnóstico e monitoramento
da resposta imune do paciente, principalmente em áreas endêmicas, onde o efetivo
diagnóstico pode contribuir para o tratamento precoce da infecção.

Os testes sorológicos não podem distinguir entre infecções passadas e presentes,


e embora títulos de IgG tendam a diminuir com a erradicação do parasito, muitos
indivíduos permanecem soropositivos por um longo período, após a cura da infecção.
Apesar dessas limitações, os testes sorológicos têm sido propostos como screening para
estrongiloidíase, em populações de risco, uma vez que os exames de fezes possuem
sensibilidade muito baixa.

4.10 Métodos Auxiliares Ou Indiretos


Auxiliam no diagnóstico, contribuindo para esclarecimento em casos de suspeita
clínica.

Hemograma: Na fase aguda, a taxa de eosinófilos pode ser elevada até 82%; entretanto,
diminui na fase crônica (8% a 15 %) desaparecendo nos casos de evolução grave ou fatal.
A eosinopenia está associada a um mau prognóstico, uma vez que os eosinófilos
desempenham um papel importante na proteção à estrongiloidíase fulminante. Após seis
meses do tratamento especifico a contagem de eosinófilos volta a níveis normais (1% a
3%).

Raios X de tórax: identificando a síndrome de Loeffler, e de trato digestivo,


demonstrando aceleração do trânsito intestinal, ou apagamento difuso do relevo mucoso
duodenojejunal e imagem de tubo rígido nos casos graves.

Ultrassonografia e tomografia computadorizada: também podem ser requisitadas.

Biologia Molecular: A avaliação de antígenos recombinantes, obtidos por tecnologia


empregada em biologia molecular, têm demonstrado resultados de elevada sensibilidade
e especificidade quando empregados no imunodiagnóstico. Através de biblioteca de DNA
complementar (cDNA), três antígenos recombinantes (Pl, P4 e PS), têm sido identificados
como promissores no diagnóstico e monitoramento da terapêutica para S. stercoralis. Os
antígenos recombinantes 5a e 12a detectam anticorpos IgE e IgG4 específicos em soros
de pacientes com estrongiloidíase crônica.
40

5. CONCLUSÃO

As helmintoses intestinais constituem ainda importantes entidades mórbidas para o


homem pois têm ampla distribuição geográfica, elevados índices de prevalência e em
alguns casos morbilidade significante.

Fatores relacionados aos hábitos e condições de vida, além dos marcadores de risco
apresentados pelo próprio grupo de indivíduo, são agravados dentro dos ambientes
institucionais devido a fatores como a aglomeração e precariedade de cuidados higiênicos
e sanitários.

Ao contrário dos protozoários, que se multiplicam dentro do hospedeiro, os


helmintos produzem ovos e larvas que só se desenvolvem ao serem lançados no
ambiente junto com as fezes, contaminando as pessoas ao ingerir esses ovos e larvas
presentes no ambiente.

Nesse trabalho foram descritos três principais helmintos causadores de várias


doenças intestinais; Trichuris trichuris, o Enterobius vermicularis e o Strongyloides
stercolaris. Apresentado a sua morfologia, ciclo biológico e tratamento.

Das infecções causadas por nematódeos, ficou claro que a estrongiloidíase é a mais
difícil de ser tratada e requer diagnóstico mais preciso.
41

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- WEMERK, Heloísa. Apostila de Parasitologia Humana: Helmintos parte II. Rio de


Janeiro, 2010.

- CARVALHO, José; GRISARD, Edmundo; MARCIA, Maria. Parasitologia.


Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2011.

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Janeiro, 2009.

- NEVES, David Pereira et al. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

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https://www.msdmanuals.com/ptbr/profissional/doen%C3%A7asinfecciosas/nemat%C3
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- MARTINS, Fabiana. NEMATOIDES. Laboratório de Imunopatologia da


Esquistossomose-LIM-06 Hospital das Clínicas da FMUSP. Disponível em:
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Fevereiro 2018. Disponível em:
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strongyloidiasis-portuguese-2018.pdf. Acesso em: 14/02/2023

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