Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HELMINTOS INTESTINAIS
PADRE PARAÍSO
2023
COLÉGIO PIRÂMIDE
HELMINTOS INTESTINAIS
PADRE PARAÍSO
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
2. TRICHURIS TRICHURIS ..................................................................................... 6
2.1 Agente Etiológico............................................................................................................... 7
2.2 Morfologia ......................................................................................................................... 8
2.3 Manifestações Clínicas ..................................................................................................... 10
2.4 Transmissão ..................................................................................................................... 12
2.5 Ciclo Biológico ................................................................................................................ 12
2.6 Diagnóstico ...................................................................................................................... 14
2.7 Profilaxia .......................................................................................................................... 14
2.8 Tratamento ....................................................................................................................... 15
3. ENTEROBIUS VERMICULARIS ...................................................................... 17
3.1 Morfologia ....................................................................................................................... 18
3.2 Agente Etiológico............................................................................................................. 19
3.3 Ciclo Biologico ................................................................................................................ 20
3.4 Manifestações Clínicas ..................................................................................................... 21
3.5 Transmissão ..................................................................................................................... 21
3.6 Diagnóstico ...................................................................................................................... 22
3.6.1 Exame Parasitológico De Fezes ................................................................................ 23
3.6.2 Método de Sedimentação Espontânea (Lutz/Hoffmann, Pons & Janer) .................... 23
3.7 Profilaxia .......................................................................................................................... 23
3.8 Tratamento ....................................................................................................................... 24
4. STRONGYLOIDES STERCORALIS ................................................................. 24
4.1 Agente Etiologico............................................................................................................. 25
4.2 Morfologia ....................................................................................................................... 25
4.3 Ciclo Biológico ................................................................................................................ 28
4.3.1 Ciclo Evolutivo ......................................................................................................... 28
4.4 Manifestações Clinicas ..................................................................................................... 31
4.5 Transmissão ..................................................................................................................... 32
4.6 Diagnóstico Laboratorial .................................................................................................. 33
4.6.1 Exame parasitológico de fezes .................................................................................. 33
4.7 Profilaxia .......................................................................................................................... 35
4.8 Tratamento ....................................................................................................................... 36
4.9 Testes Imunológicos ......................................................................................................... 38
4.10 Métodos Auxiliares Ou Indiretos ................................................................................... 39
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 41
LISTA DE FIGURAS
Figura 8: Machos e fêmeas vivem no ceco e apêndice. Fêmeas com ovos na região
perianal ............................................................................................................................ 18
1. INTRODUÇÃO
Os helmintos são parasitas mais complexos, compostos por várias células e órgãos
internos. Podem medir desde centímetros até alguns metros de comprimento, como é
o caso da teníase, conhecida popularmente como solitária. Eles não conseguem
sobreviver sem um hospedeiro, sssim, é preciso obter os nutrientes já semidigeridos para
que o seu metabolismo se mantenha ativo. Se forem separados dos hospedeiros, os
helmintos morrem. Possuem alta capacidade de reprodução e proliferação no organismo
do hospedeiro.
2. TRICHURIS TRICHURIS
A Tricuríase é uma infecção causada por Trichuris trichiura. É uma doença parasitária
causada pelo helminto Trichuris trichiura. É bastante comum encontrá-la nos países em
desenvolvimento e, muitas vezes, associada a outras verminoses em indivíduos poli
parasitados. No Brasil, os estados com maior prevalência são os das regiões Norte e
Nordeste.
em crianças menores, dada a facilidade com que a população pediátrica leva a mão à boca
sem realizar adequada higienização.
A tricuríase é a 3ª infecção mais comum por vermes filiformes transmitida pelo solo.
Estima-se que 604 a 795 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo
(NEVES, 2005).
Estima-se que os vermes adultos vivam 1 a 2 anos, embora alguns possam viver por
mais tempo (NEVES, 2005).
2.2 Morfologia
Os ovos medem cerca de 50µm por 20µm e possuem duas membranas que
envolvem as células germinativas. O formato é típico de um barril com duas rolhas
nas extremidades, formadas por massa mucoide representado na figura 2.
FONTE 3: (De Bethony J, Brooker S, Albonico M, et al: Infecções por helmintos transmitidos pelo solo: ascaridíase,
tricuríase e ancilostomíase, Lancet 367:1521–1532, 2006.)
10
Nas crianças a diarreia pode adquirir caráter disentérico ou crônico, com presença
de enterorragia, perda ponderal, anemia hipocrômica e piora do estado nutricional.
11
2.4 Transmissão
Estes ovos se originam das fezes de pessoas infectadas. Crianças brincando nestes
locais e colocando a mão na boca também podem ser facilmente infectadas. Os vermes
vivem no intestino grosso e têm cerca de quatro centímetros de comprimento.
O ovo larvado, quando ingerido, libera no intestino delgado a larva que migra
para o ceco, onde sofre mudas e transforma-se em verme adulto. Machos e fêmeas
copulam, e ovos são liberados nas fezes cerca de um mês após a infecção conforme
representado na figura 6.
FONTE 6: Ciclo biológico de Trichuris trichiura. (http://www.cdc.gov. Acesso em: 13 fev. 2023).
Os ovos são eliminados junto as fezes e permanecem viáveis durante vários meses
ou anos em solo úmido e quente, e são infecciosos assim que se desenvolve a larva no
seu interior, o que demora algumas semanas. Caso ocorra a ingestão das larvas, essas
saem dos ovos no lúmen do intestino, migram para o ceco e penetram
na mucosa intestinal. Se desenvolvem, maturando em formas adultas depois de alguns
meses, permanecem com a cauda no lúmen do intestino e a cabeça penetrando a mucosa
(Figura 6).
14
2.6 Diagnóstico
O método de Kato-Katz pode ser utilizado para a contagem dos ovos. O exame
direto com lugol também pode ser útil. A eosinofilia, quando presente no exame de
sangue, é pouco expressiva.
2.7 Profilaxia
de orientação sobre os hábitos de higiene, tais como: orientar os pais para evitarem o
contato direto das crianças com o solo e aparar e limpar as unhas de seus filhos
constantemente; realizar a higiene adequada das mãos antes da manipulação de alimentos;
limpar as residências e o entorno; sempre realizar a lavagem apropriada de frutas e
verduras; ingerir apenas água previamente tratada; realizar o controle de insetos, baratas
e moscas; tratar efetivamente os casos suspeitos e, quando possível, realizar a
investigação do agente etiológico por meio do exame parasitológico de fezes.
2.8 Tratamento
Mebendazol Atua impedidindo a ação da 100 mg 2x/dia Em altas doses Evitar uso em
glicose promovendo a diminuição do por 3 dias. observou-se gestantes.
glicogênio e consequentemente do
ATP, que é fundamental para a vida Ou 500mg uma leucopenia e Nas infecções por T.
do helminto. elevação das
Trichiura as taxas de cura
vez ao dia por transaminases.ficam entre 70 a 90%.
3 dias.
Albendazol Tem ação parasitaria contra 400mg em dose Pouco Evitar o uso em
ovos, larvas e helmintos única por três frequênte. gestantes
adultos. Impede a assimilação dias. Quando
da glicose nos helmintos presentes,
sensíveis, o que causa a morte costumam ser
desses vermes pois esta é a breves,
fonte de sobrevivência, cefaléia, dor
epigástrica.
Náuseas e
vômitos.
Ivermectina Esta relacionada com a 200mcg/kg/ em Bem tolerado. Pode ser utilizado,
inibição da atuação do ácido dose única porém não é tão
gama-aminobutirico (GABA) eficaz como os
produzindo a paralisia e morte anteriores
do parasito.
FONTE: Speich et al. (2014); Speich et al. (2015); Steinmann et al. (2011); Tavares (2014); Viswanath et al. (2019);
Wimmersberger et al (2018).
*Os anti-helmintícos têm ação apenas na luz intestinal podendo ser administrados novamente em doses
recomendadas após 10 -15 dias.
17
3. ENTEROBIUS VERMICULARIS
Esse fato, aliado à grande quantidade de ovos eliminados pelas fêmeas (de cinco a
16 mil) e à resistência deles à dessecação, favorece a sua disseminação entre as pessoas
do convívio do parasitado
Figura 8: Machos e fêmeas vivem no ceco e apêndice. Fêmeas com ovos na região
perianal
FONTE 8: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4053104/mod_resource/content/0/9.%20Aula%20Enterobiose.
3.1 Morfologia
A fêmea ao estar grávida, seu abdome fica repleto de ovos (Figura 9). Os ovos
possuem duas membranas finas e transparentes, medem cerca de 50 µm x 20µm, têm
formato de um “D”, com um lado plano e outro convexo representado na figura 11. O
habitat do E. vermicularis é o ceco e apêndice cecal. As fêmeas grávidas, após a
maturação dos ovos, com larvas de 2º estádio, migram para a região perianal.
19
3.5 Transmissão
3.6 Diagnóstico
3.7 Profilaxia
3.8 Tratamento
Vários fármacos podem ser eficazes para a eliminação dos vermes, pois os
mesmos são bastante sensíveis às drogas usuais, e outros métodos mais simples como
enemas de água morna também são eficazes (NEVES, 2009).
4. STRONGYLOIDES STERCORALIS
A estrongiloidíase é comum nas áreas rurais, mas vem sendo cada vez mais frequente
nas áreas urbanas.
Família: Strongyloididae
4.2 Morfologia
Machos e fêmeas de vida livre não parasitam o homem, todavia perpetuam ciclos
reprodutivos no solo, onde originam larvas filarióides capazes de penetrar a pele e
parasitar o homem.
O aparelho genital é constituído por ovário, oviduto, útero, vagina e vulva, sendo que
a vulva se localiza no terço posterior do corpo do verme e diferencia-se em uma pequena
vagina que se comunica com o útero. O útero dirige-se tanto para a região anterior quanto
para a posterior e contém uma fileira de ovos transparentes e as alças uterinas anterior e
26
Ovos: Apresentam uma casca fina e medem cerca de 50 a 58mcm de comprimento por
30 a 34mcm de largura, tendo forma elíptica (GROVE, 1996).
Uma vez eclodidas dos ovos elas se insinuam no epitélio glandular, na luz
intestinal e nas fezes e por isso são as formas encontradas no EPF de indivíduos infectados
(MORAES; 1971).
Antes de originar a fase infectante as larvas rabditóides passam por uma fase
intermediária que corresponde ao segundo estágio (L2) ou fase pré-infectante, seu
esôfago perde a forma rabditóide, alonga-se e surge uma cutícula que caracteriza a
ocorrência da primeira muda larval.
27
Larvas filarióides: As larvas filarióides são encontradas no meio externo, nas fezes e no
solo, oriundas da segunda muda larval, correspondendo a formas de terceiro estágio (L3),
capazes de infecção percutânea e migração tecidual, através da secreção de
metaloproteases. Medem de 350 a 450 mcm de comprimento por 10mcm de largura, têm
corpo afilado, terminando em uma ponta entalhada. O tubo digestivo é formado por
esôfago, intestino, reto e ânus. O esôfago é filiforme e longo, equivalendo à metade do
comprimento da larva.
Vermes fêmeas de vida livre: A fêmea de vida livre mede cerca de 1,2mm de
comprimento por 50 a 75mcm de diâmetro, tem um esôfago também rabditóide e um tubo
digestivo terminando em ânus, próximo à sua extremidade posterior, que é pontiaguda e
reta, já a sua ponta anterior é arredondada. Possuem um aparelho genital do tipo anfidelfo,
semelhante ao da fêmea parasita. Ambos os ovários realizam um trajeto determinado e se
diferenciam em oviduto, receptáculo seminal e útero. Uma fêmea adulta apresenta o útero
repleto de ovos.
FONTE 15: Center for Diseases Control and prevention (CDC), 2008.
A infecção ocorre por via transcutânea, mas pode ser induzida experimentalmente
por administração oral de água contaminada com larvas filarióides. Entrando em contato
com a pele ou mucosa humana as larvas filarióides penetram ativamente, através da
secreção de metaloproteases que degradam a matriz extracelular, principalmente em áreas
mais delgadas, como os espaços interdigitais, chegam a pequenos vasos, migrando por
via hematogênica ao coração e posteriormente alcançam as arteríolas e capilares
pulmonares, atravessam para os alvéolos, ascendem por via bronquiotraqueal até a
nasofaringe onde são deglutidas e se instalam no duodeno, onde evoluem para fêmeas
partenogenéticas e começam a oviposição originando larvas rabditóides.
Nesse ciclo ocorrem 02 ecdises no solo, de larvas dos estágios 1 a 3 (L1 L2 L3),
quando ocorre a infecção e 02 outras mudas no intestino delgado, de larva do terceiro
estágio à forma adulta parasita (L3 L4 fêmea parasita). Somente formas adultas são
detectadas no homem, reproduzem-se assexuadamente por partenogênese e podem viver
por mais de 05 anos (NEVES, 2005).
A duração do ciclo desde a penetração na pele à eliminação nas fezes dura entre
03 e 04 semanas.
O Strongyloides stercoralis é o único nematóide que tem uma fase de vida livre
adulta.
31
Os indivíduos que tiveram contato prévio com o parasita podem desenvolver reações
de hipersensibilidade como prurido e urticária. Nos casos de infecção crônica as lesões
cutâneas são encontradas em até 90% dos pacientes.
4.5 Transmissão
Vários métodos são utilizados para identificar as larvas nas fezes por
microscopia:
Microscopia direta
cultivo ágar, sendo um método mais demorado, pois demanda espera de cerca de 48 horas
para sua realização.
4.7 Profilaxia
A infecção é prevenida evitando o contato direto da pele com solo contendo larvas
infectantes. Pessoas em risco, especialmente crianças, devem usar calçado quando
caminharem em solo infectado.
36
4.8 Tratamento
Albendazol
Ivermectina
Recomendada em dose única oral de 200pmkg com eficácia acima de 80%. Nas
formas graves e disseminadas da doença e em pacientes com AIDS, recomendam-se
multidoses de 200 pmkg nos dias 1,2, 15 e 16 de tratamento.
Estes métodos são úteis na avaliação da resposta imune do hospedeiro nos casos
de formas assintomáticas e no esclarecimento do diagnóstico clínico, além da
possibilidade de emprego em inquéritos soro epidemiológicos por apresentarem elevada
sensibilidade com relação aos métodos parasitológicos.
Hemograma: Na fase aguda, a taxa de eosinófilos pode ser elevada até 82%; entretanto,
diminui na fase crônica (8% a 15 %) desaparecendo nos casos de evolução grave ou fatal.
A eosinopenia está associada a um mau prognóstico, uma vez que os eosinófilos
desempenham um papel importante na proteção à estrongiloidíase fulminante. Após seis
meses do tratamento especifico a contagem de eosinófilos volta a níveis normais (1% a
3%).
5. CONCLUSÃO
Fatores relacionados aos hábitos e condições de vida, além dos marcadores de risco
apresentados pelo próprio grupo de indivíduo, são agravados dentro dos ambientes
institucionais devido a fatores como a aglomeração e precariedade de cuidados higiênicos
e sanitários.
Das infecções causadas por nematódeos, ficou claro que a estrongiloidíase é a mais
difícil de ser tratada e requer diagnóstico mais preciso.
41
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- NEVES, David Pereira et al. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2005.