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CURSO DE MEDICINA – 1º SEMESTRE

CHALINY SUMAIA MATUTINO AMORIM E HANNA BÁRBARA LOPES ROSA

2º RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

ESTUDO DE LÂMINAS DO TECIDO CONJUNTIVO

BARREIRAS - BA
OUTUBRO - 2023
CHALINY SUMAIA MATUTINO AMORIM E HANNA BÁRBARA LOPES ROSA

2º RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

ESTUDO DE LÂMINAS DO TECIDO CONJUNTIVO

2º Relatório da aula prática, do dia 22 de


setembro de 2023, apresentado ao Centro
Universitário Maurício de Nassau -
UNINASSAU BARREIRAS, como pré-
requisito do componente curricular da
matéria de Histologia e Embriologia, sob
orientação da Professora Silvana Santos
Martins Lopes.

BARREIRAS - BA
OUTUBRO - 2023
INTRODUÇÃO

O ser humano é formado por quatro tipos de tecidos: epitelial, conjuntivo, muscular e
nervoso. Cada um deles possui estrutura, função e características próprias.

No que diz respeito ao tecido conjuntivo, Junqueira e Carneiro (2018, p. 327) afirmam
que “os tecidos conjuntivos são responsáveis pelo estabelecimento e pela
manutenção da forma do corpo. Este papel mecânico é determinado pela matriz
extracelular (MEC) que conecta as células e os órgãos”, ou seja, a MEC proporciona
suporte tanto para os tecidos e órgãos, como para todo o corpo, sendo o principal
componente do tecido conjuntivo.

A MEC é composta por fibras proteicas, como as colágenas, elásticas e reticulares,


além de um componente não fibrilar composto por moléculas especializadas -
proteoglicanos, glicoproteínas multiadesivas e glicosaminoglicanos - as quais
constituem a substância fundamental (hidrofílica). (ROSS e WOJCIECH, 2017)

A origem dos tecidos conjuntivos se dá pelo mesênquima - tecido embrionário -, este,


por sua vez, origina-se do do folheto embrionário intermediário, o mesoderma. As
células mesenquimais deslocam do seu local de origem, circundam e adentram os
órgãos em desenvolvimento. (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2018)

Dentre as células do tecido conjuntivo, a principal e mais comum é o fibroblasto. Ele


é responsável pela síntese de fibras elásticas e reticulares, além de glicoproteínas,
proteoglicanos e glicosaminoglicanos (substância fundamental). Não obstante, os
fibroblastos também produzem os fatores de crescimento, os quais limitam a
proliferação e diferenciação celular. (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2018) De acordo
com Ross e Wojciech (2017), um único fibroblasto é capaz de produzir todos os
componentes supracitados da MEC.

Existem diferentes tipos de tecidos conjuntivos e todos são formados por células e
matriz extracelular, todavia, a denominação é dada pelos componentes
predominantes ou a organização estrutural do tecido, quais sejam: tecido conjuntivo
propriamente dito (frouxo e denso - modelado e não modelado), tecido conjuntivo de
propriedades especiais (tecido adiposo, elástico, reticular ou hemocitopoético e
mucoso) e tecido conjuntivo de suporte (cartilaginoso e ósseo). (CARNEIRO e
JUNQUEIRA, 2018)

Neste relatório, serão analisadas lâminas histológicas de tecido cartilaginoso, adiposo,


denso modelado e ósseo.

OBJETIVOS

● Proporcionar ao estudante aprendizado prático do que foi estudado em sala de


aula na disciplina de Histologia;
● Possibilitar ao estudante o aprimoramento do conhecimento dos aspectos
morfológicos do tecido conjuntivo e dos seus componentes celulares;
● Caracterizar microscopicamente e observar cada detalhe e informação que as
imagens das lâminas podem apresentar;
● Auxiliar o estudante no exercício e no manuseio de equipamentos, para que no
futuro possa vivenciar métodos científicos, formular hipóteses e praticar a
ciência;

● Revisar os aspectos relevantes e diferenciais da histologia do tecido conjuntivo


a microscopia óptica.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram utilizadas lâminas de algumas amostras dos subtipos de tecido


conjuntivo: conjuntivo propriamente dito e conjuntivo especial. Para esta observação
foram aplicadas lentes objetivas de 4x, 10x e 40x, no microscópio óptico.

Amostras biológicas:

● Traqueia
● Tecido Adiposo Unilocular e Multilocular
● Tendão
● Osso compacto

Parâmetros avaliados:

● Classificação e diferenciação dos tecidos conjuntivos, quanto à forma das


células, aos seus constituintes e às funções.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

● TRAQUEIA

A traqueia consiste em um tubo flexível que está localizado entre a laringe e os


brônquios, e é formada por anéis cartilaginosos. Sua função principal é conduzir o ar.

Figura 1. Amostra vista de Traqueia ao


microscópio óptico com aumento de 4x.
Aula Prática - UNINASSAU Barreiras BA
22/09/2023.

Neste corte histológico, observa-se três


túnicas: a mucosa (A), constituída por
Epitélio de Revestimento
Pseudoestratificado Cilíndrico Ciliado
com células caliciformes, apoiada sobre
uma lâmina própria constituída por tecido conjuntivo; a submucosa (B), formada por
tecido conjuntivo denso não modelado e que apresenta glândulas. Abaixo encontra-
se o anel de cartilagem hialina (C), que tem a forma de C e serve para manter a via
aérea traqueal aberta. Cada cartilagem é circundada por uma camada fibroblastos
mesclados ao pericôndrio; a adventícia (D), formada por tecido conjuntivo frouxo, que
liga o órgão aos tecidos vizinhos.
Figura 1.1. Amostra vista de Traqueia ao
microscópio óptico com aumento de 10x. Aula
Prática - UNINASSAU Barreiras BA 22/09/2023.

Na região da submucosa, nota-se a presença de


glândulas túbulo-acinosas mistas (glândulas
seromucosas) (G), que junto com as células
caliciformes, produzem componentes do muco
das vias aéreas.

Circundando externamente a cartilagem hialina


há uma camada de tecido conjuntivo denominado Pericôndrio (Pe), constituído por
ligamentos fibroelásticos e feixes de músculo liso. Os ligamentos impedem a
excessiva distensão do lúmen, e os feixes musculares possibilitam sua regulação.

Figura 1.2. Amostra vista de Traqueia ao


microscópio óptico com aumento de 40x. Aula
Prática - UNINASSAU Barreiras BA 22/09/2023.

Nesse aumento, observa-se o Epitélio


Respiratório Colunar Pseudoestratificado
(Ep. C) composto por células ciliadas (Ci),
caliciformes e basais (não diferenciáveis nessa
lâmina), apoiado sobre uma lâmina própria de
tecido conjuntivo (LP). É identificado também os
condrócitos (seta verde), que são células que
aparecem no interior da matriz, isolados ou agrupados, formando os ninhos isógenos
(seta vermelha), dentro de lacunas ou condroplastos. Na periferia da matriz nota-se
também os condroblastos (seta laranja), que são células do núcleo achatado.
● TECIDO ADIPOSO

Figura 2. Amostra vista de Tecido Adiposo ao


microscópio óptico com aumento de 4x. Aula
Prática - UNINASSAU Barreiras BA
22/09/2023.

O tecido adiposo é constituído


predominantemente por adipócitos, células
capazes de acumular gordura em seu interior.
Assim, na análise do tecido ao microscópio
óptico não se consegue visualizar estruturas
diferenciadas.

Figura 2.1. Amostra vista de Tecido Adiposo


ao microscópio óptico com aumento de 10x.
Aula Prática - UNINASSAU Barreiras BA
22/09/2023.

Observa-se o Tecido Adiposo Multilocular


(TAM) cujo citoplasma contém múltiplas
gotículas de lipídios, dando às células um
aspecto esponjoso. Nota-se também o Tecido
Adiposo Unilocular (TAU) o qual cada
adipócito encontra-se repleto de uma única e
grande gotícula lipídica de gordura neutra.
Figura 2.2. Amostra vista de Tecido Adiposo
ao microscópio óptico com aumento de 40x.
Aula Prática - UNINASSAU Barreiras BA
22/09/2023.

As células do Tecido Adiposo Unilocular (TAU)


são grandes e esféricas, apresentam uma fina
camada de citoplasma entre a membrana
plasmática e a gota lipídica, achatando o
Núcleo (N) e deslocando-o para a periferia. Na
fotomicrografia, as células estão agrupadas,
por isso, têm formato oval ou poligonal. A gota
lipídica não é revestida por membrana.

Já no Tecido Adiposo Multilocular (TAM), os núcleos são esféricos e ficam situados


no centro ou na periferia das células. Além disso, há uma faixa de citoplasma bastante
distinta nas “bordas” delimitando uma célula da outra.

● TENDÃO

Figura 3. Amostra vista de Tendão o


microscópio óptico com aumento de
4x. Aula Prática - UNINASSAU
Barreiras BA 22/09/2023.

Corte histológico longitudinal de


tendão, que é classificado como
denso, pois o componente que
predomina são as fibras colágenas do
tipo 1, fortemente acidófilas.
Figura 3.1. Amostra vista de Tendão o
microscópio óptico com aumento de
10x. Aula Prática - UNINASSAU
Barreiras BA 22/09/2023.

Observa-se que as Fibras Colágenas


(FC) são grossas e se apresentam
organizadas paralelamente, em uma
única direção, por isso este tecido é
classificado como modelado
(representação em azul).

Figura 3.2. Amostra vista de Tendão o


microscópio óptico com aumento de
40x. Aula Prática - UNINASSAU
Barreiras BA 22/09/2023.

Entre os feixes de fibras colágenas


notam-se os fibrócitos (círculos em
azul) e os fibroblastos dispostos em
fileiras paralelas (círculos em laranja).
Estes fibroblastos têm núcleo
alongado, sendo o seu citoplasma
dificilmente visualizado, por ser muito
delgado.

Visualiza-se também a presença de substância fundamental amorfa escassa (em


verde).
● OSSO COMPACTO

Figura 4. Amostra vista de Osso


Compacto ao microscópio óptico com
aumento de 4x. Aula Prática -
UNINASSAU Barreiras BA 22/09/2023.

Imagem de um corte histológico


transversal de um fragmento de osso
descalcificado e corado por
Hematoxilina e Eosina. Observa-se o
Músculo Esquelético, a Medula
Óssea Vermelha (MO), o Canal
Medular (CM) e o Osso Compacto
(OC).

Figura 4.1. Amostra vista de Osso


Compacto ao microscópio óptico com
aumento de 10x. Aula Prática -
UNINASSAU Barreiras BA 22/09/2023.

Na parte externa, separando o tecido


muscular do osso compacto, observa-
se o Periósteo (seta preta) composto
por células osteoprogenitoras e
osteoblastos. E na parte mais interna,
revestindo o canal medular, nota-se
células com o núcleo azulado,
formando o Endósteo (seta
vermelha), com a mesma composição.
Figura 4.2. Amostra vista de Osso
Compacto ao microscópio óptico com
aumento de 40x. Aula Prática -
UNINASSAU Barreiras BA 22/09/2023.

Na fotomicrografia de osso compacto


descalcificado, é possível visualizar
Canais de Havers (círculos em preto)
com vaso sanguíneo no seu interior, os
Osteócitos (círculos em verde), dentro
de lacunas (círculo amarelo),
distribuídos de maneira irregular no
interior da matriz extracelular e os
Osteoblastos na superfície do tecido
ósseo (setas).

Na parte mais externa e interna do tecido ósseo, os Osteócitos estão organizados de


forma paralela (círculos em laranja) devido ao sistema circunferencial externo e
interno, formando a lamela circunferencial.

CONCLUSÃO

Conclui-se, portanto, que tanto a aula prática quanto este relatório reforçam o
aprendizado do ensino de Histologia, aliando conhecimento teórico com o prático. Isto
é, a prática laboratorial, além de possibilitar aos discentes relacionar os conteúdos
adquiridos em sala de aula com a prática no laboratório, oportuniza ao aluno aprender
a manusear o microscópio óptico, a observar e classificar os tecidos quanto à forma
das células, os seus constituintes e às suas funções, o que contribui para um melhor
entendimento e experiência para carreira médica.

REFERÊNCIAS
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. HISTOLOGIA BÁSICA: TEXTO E ATLAS. 13.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

ROSS, M. H.; WOJCIECH, P. HISTOLOGIA. TEXTO E ATLAS. 7ª edição. Guanabara


Koogan, 2017.

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