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ACÚMULOS INTRACELULARES E

CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS
SUMÁRIO
1. Acúmulos Intracelulares........................................... 3
2. Lipídios............................................................................ 4
3. Proteínas......................................................................10
4. Degeneração Hialina...............................................12
5. Glicogênio....................................................................13
6. Pigmentos....................................................................14
7. Calcificação Patológica...........................................21
Referências Bibliograficas..........................................26
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 3

1. ACÚMULOS um gene mutado, devido a defeitos no


INTRACELULARES dobramento e transporte da proteína
e uma inabilidade de degradar eficien-
Os transtornos metabólicos nas célu-
temente a proteína anormal (exem-
las podem se manifestar com acúmu-
plos: acúmulo de α-1-antitripsina
lo de substâncias, as quais, podem
nos hepatócitos e de várias proteí-
ser separadas em duas categorias:
nas mutadas em distúrbios degene-
Constituintes celulares normais: água, rativos do sistema nervoso central).
lipídios, proteínas e carboidratos.
Acúmulo de uma substância endó-
Substâncias anormais: substâncias gena normal devido a defeitos, ge-
exógenas, como minerais ou produ- ralmente herdados, em enzimas que
tos de agentes infecciosos, ou endó- são necessárias para o metabolismo
genas, como produtos da síntese ou da substância (exemplos: doenças
metabolismo anormal. causadas por defeitos genéticos de
Essas substâncias podem se acumu- enzimas envolvidas no metabolismo
lar no citoplasma ou no núcleo das dos lipídios e carboidratos, resul-
células de modo transitório ou per- tando no depósito intracelular des-
manente e podem ter um caráter ino- sas substâncias, principalmente nos
fensivo ou intensamente tóxico. Em lisossomas).
alguns casos, a célula produz a subs- Deposição e acúmulo de uma subs-
tância anormal, e, em outros, pode tância exógena anormal devido à au-
estar apenas armazenando produtos sência de maquinaria enzimática para
de processos patológicos que ocor- degradar a substância pela célula e
rem em outra parte do corpo. Muitos incapacidade de transportá-la para
processos resultam de acúmulos in- outros locais (exemplos: acúmulos de
tracelulares anormais, mas a maioria partículas de carbono e substâncias
dos acúmulos é atribuída a quatro ti- químicas não metabolizáveis, como
pos de anormalidades: a sílica).
Produção normal ou aumentada de Em muitos casos, se a sobrecarga for
uma substância endógena, mas com controlada ou interrompida, o acúmu-
a taxa de metabolismo inadequada lo é reversível. Nas doenças de depó-
para removê-la (exemplos: degene- sito genéticas, o acúmulo é progressi-
ração gordurosa do fígado e a reab- vo e a sobrecarga pode causar lesão
sorção de gotículas de proteína nos celular, levando, em alguns casos, à
túbulos renais). morte do tecido e do paciente.
Acúmulo de uma substância endóge-
na anormal, tipicamente o produto de
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Metabolismo
Ausência
anormal
da enzima

Célula normal Fígado gorduroso Doença de depósito lisossômico:


acúmulo de materiais endógenos

Defeito no
dobramento Ingestão de
ou transporte materiais
de proteínas indigeríveis

Acúmulo de proteínas anormais Acúmulo de materiais exógenos

Figura 1. Mecanismos de acúmulos intracelulares. Fonte: Aula Sanarflix.

2. LIPÍDIOS citosólicos anormais de triglicerídeos


dentro das células parenquimatosas
Todas as classes principais de lipí-
do fígado, principal órgão envolvido
dios podem se acumular nas células
no metabolismo lipídico, porém, tam-
(triglicerídeos, colesterol/ésteres de
bém pode ocorre no coração, múscu-
colesterol e fosfolipídios). Além disso,
lo e rins. As causas de esteatose in-
complexos anormais de lipídios e car-
cluem toxinas, desnutrição proteica,
boidratos se acumulam nas doenças
diabetes melito, obesidade e anoxia.
de depósito lisossômico.
Nas nações desenvolvidas, as causas
mais comuns de degeneração gor-
Esteatose (Degeneração durosa hepática significativa (fígado
Gordurosa) gorduroso) são o abuso do álcool e
doença hepática gordurosa não alco-
Os termos esteatose e degenera- ólica, que frequentemente está asso-
ção gordurosa descrevem acúmulos ciada com diabetes e obesidade.
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Figura 2. Acúmulo citosólico de triglicerídeos. Fonte: Aula Sanarflix.

Diferentes mecanismos são respon- do álcool, que é usado para a síntese


sáveis pelo acúmulo de triglicerídeos dos ácidos graxos. De outra forma,
no fígado, em especial, o aumento de nós temos a diminuição da β-oxida-
glicerol-3-fosfato (G3-P), intermediá- ção de ácidos graxos devido ao con-
rio da glicólise, que serve como subs- sumo de álcool/fome, hipóxia ou to-
trato para a síntese de triglicerídeos; xina da difteria, levando ao acúmulo
e a ação de intermediários metabóli- de lipídios pela maior mobilização de
cos do metabolismo do álcool, do di- ácidos graxos do tecido adiposo. Os
nucleotídeo de nicotinamida-adenina ácidos graxos livres do tecido adiposo
reduzido (NADH), produto do meta- ou do alimento ingerido são normal-
bolismo do álcool, e da aceleração da mente transportados para os hepató-
conversão de fosfato de hidroxiaceto- citos, onde são esterificados a trigli-
na para G3-P. Outro mecanismo en- cerídeos, convertidos em colesterol
volvido com o acúmulo de trigliceríde- ou fosfolipídios ou oxidados a cor-
os é o aumento na síntese de ácidos pos cetônicos. Alguns ácidos graxos
graxos, por exemplo, o acetil coenzi- são também sintetizados a partir do
ma A, produto final do metabolismo acetato. A liberação de triglicerídeos
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dos hepatócitos requer associação núcleo é preservado e é comprimido


com apolipoproteínas, as quais po- na borda deslocada do citoplasma em
dem, então, ser transportadas do torno do vacúolo adiposo. Acúmulos
sangue para os tecidos, sendo assim, intracelulares de água ou polissacarí-
a diminuição da síntese de apolipo- deos (exemplo: glicogênio), também
protéinas pode levar ao aumento dos podem produzir vacúolos claros. A
níveis de triglicerídeos. O acúmulo ex- identificação de lipídios requer a ex-
cessivo de triglicerídeos dentro do fí- clusão de solventes de gordura usa-
gado pode resultar de entrada exces- dos na inclusão em parafina para as
siva ou de defeitos de metabolismo colorações de hematoxilina e eosina
e exportação dos lipídios. Uma série rotineiras. Para identificar a gordura,
de defeitos desse tipo é induzida pelo é necessário preparar secções de te-
álcool, uma hepatotoxina que altera cidos frescos e congelados ou fixa-
as funções mitocondriais e microssô- dos em formol aquoso. As secções
micas, levando ao aumento de sínte- são então coradas com Sudan IV ou
se e redução da degradação dos lipí- Oil Re -O, ambos os quais conferem
dios. O tetracloreto de carbono (CCl4) uma cor vermelho-alaranjada aos li-
e a desnutrição proteica causam de- pídios presentes. A reação do ácido
generação gordurosa por reduzirem periódico de Schiff (PAS), conjugada
a síntese de apolipoproteína B-100, com digestão pela enzima diastase,
a hipoxia inibe a oxidação dos ácidos é usada para identificar glicogênio,
graxos e a inanição aumenta a mobili- embora não seja específica. Quando
zação dos ácidos graxos das reservas não se demonstra gordura nem polis-
periféricas. Por fim, a diminuição da li- sacarídeo dentro de um vacúolo claro,
beração hepática de VDLR também presume-se que ele contenha água
pode estar envolvida nesse processo. ou líquido com baixo teor de proteína.
O significado da degeneração gordu- No fígado, uma esteatose leve pode
rosa depende da causa e da gravida- não afetar a aparência macroscópi-
de do acúmulo. Quando leve, pode ca. Com o acúmulo progressivo, o
não ter efeito sobre a função celular. órgão aumenta e torna-se progressi-
A alteração gordurosa mais acentua- vamente amarelo, até que, em casos
da pode comprometer a função celu- extremos, chega a pesar de duas a
lar e prenunciar a morte celular. quatro vezes mais que o peso nor-
A esteatose é observada com maior mal, com aparência amarela brilhan-
frequência no fígado e no coração. Em te, macia e untuosa. A degeneração
todos os órgãos, aparece como vacúo- gordurosa começa com o desenvolvi-
los claros dentro das células paren- mento de diminutas inclusões reves-
quimatosas. Na maioria das células, o tidas por membranas (lipossomas)
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intimamente aplicadas ao retículo en- coalescem, criando espaços claros


doplasmático. O acúmulo de gordura que deslocam o núcleo para a perife-
é visto primeiro à microscopia óptica ria da célula. Ocasionalmente, células
como pequenos vacúolos no cito- contíguas se rompem e os glóbulos
plasma ao redor do núcleo e ´´empur- de gordura coalescem, formando os
rando-o`` para a periferia. À medida tão conhecidos cistos gordurosos.
que o processo avança os vacúolos

Figura 3. Fígado gorduroso. A, Diagrama esquemático dos possíveis mecanismos que levam ao acúmulo de triglice-
rídeos no fígado gorduroso. Defeitos em qualquer uma das etapas de captação, catabolismo ou secreção podem levar
ao acúmulo de lipídio. B, Detalhe em grande aumento da degeneração gordurosa do fígado. Na maioria das células, o
núcleo bem preservado é espremido em um anel de citoplasma em torno do vacúolo de gordura. Fonte: Aula Sanarflix.
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Colesterol e Ésteres de Colesterol


SE LIGA! No músculo cardíaco, o lipídio é
O metabolismo celular do colesterol é
encontrado na forma de pequenas gotí-
culas, que ocorrem em dois padrões. Em estreitamente regulado de modo que
um, a hipoxia moderada e prolongada, a maioria das células usa o colesterol
como aquela produzida na anemia pro- para a síntese das membranas celu-
funda, causa depósitos intracelulares de
gordura, criando faixas grosseiramente
lares sem acúmulo intracelular de co-
visíveis de miocárdio amarelado que se lesterol ou ésteres de colesterol. Os
alternam com faixas mais escuras, cas- acúmulos manifestados histologica-
tanho-avermelhadas, de miocárdio não mente por vacúolos intracelulares são
afetado (aspecto tigroide). O outro pa-
drão de degeneração gordurosa é pro- observados em diversos processos
duzido por hipoxia mais profunda ou por patológicos.
algumas formas de miocardite (exemplo:
infecção por difteria) e exibe miócitos
afetados de maneira mais uniforme.

Figura 4. Macrófagos repletos de colesterol (células espumosas, seta) em um foco de colesterolose de vesícula biliar.
Fonte: Aula Sanarflix.

• Aterosclerose: nas placas ateros- lipídicos, a maioria dos quais com-


cleróticas, as células musculares postos de colesterol e ésteres de
lisas e os macrófagos dentro da tú- colesterol. Tais células exibem
nica íntima da aorta e das grandes uma aparência espumosa (células
artérias estão repletos de vacúolos espumosas), e agregados dessas
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células na íntima produzem os • Xantomas: acúmulo intracelular de


ateromas amarelos carregados de colesterol dentro dos macrófagos
colesterol, característicos desse característico dos estados hiper-
distúrbio grave. Algumas dessas lipidêmicos hereditários e adqui-
células cheias de gordura se rom- ridos. Os aglomerados de células
pem, liberando lipídios no espaço espumosas são encontrados no
extracelular. Os ésteres de coles- tecido conjuntivo subepitelial da
terol extracelulares podem crista- pele e tendões, produzindo mas-
lizar-se na forma de agulhas lon- sas tumorais conhecidas como
gas, produzindo fendas bastante xantomas.
distintas em secções teciduais.

Figura 5. Xantonas. Fonte: Aula Sanarflix.


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• Colesterolose: acúmulos focais de Gotículas de reabsorção nos túbu-


macrófagos cheios de colesterol los renais proximais observadas em
na lâmina própria da vesícula biliar, doenças renais associadas à perda
de modo ainda desconhecido. de proteína na urina (proteinúria). No
rim, quantidades mínimas filtradas
• Doença de Niemann-Pick tipo C:
pelo glomérulo são normalmente re-
doença de depósito lisossômico
absorvidas por pinocitose no túbulo
causada por mutações que afetam
proximal. Em distúrbios com extrava-
uma enzima envolvida no trans-
samento maciço de proteína através
porte do colesterol, resultando em
do filtro glomerular há um aumento
seu acúmulo em múltiplos órgãos.
da reabsorção de proteína em vesícu-
las, e a proteína aparece como gotí-
3. PROTEÍNAS culas hialinas róseas dentro do cito-
plasma da célula tubular. O processo
Os acúmulos intracelulares de prote-
é reversível; se a proteinúria diminuir,
ína geralmente aparecem como gotí-
as gotículas de proteína são metabo-
culas eosinofílicas arredondadas, va-
lizadas e desaparecem. As proteínas
cúolos, ou agregados no citoplasma,
que se acumulam podem ser proteí-
que na microscopia eletrônica podem
nas normais secretadas que são pro-
ter aparência amorfa, fibrilar ou cris-
duzidas em quantidade excessiva,
talina. Em alguns distúrbios, como em
como ocorre em certos plasmócitos
certas formas de amiloidose, as pro-
envolvidos na síntese ativa de imuno-
teínas anormais se depositam princi-
globulinas. O retículo endoplasmático
palmente nos espaços extracelulares.
(RE) torna-se imensamente distendi-
Os excessos de proteína dentro das do, produzindo grandes inclusões eo-
células capazes de causar acúmulo sinofílicas homogêneas chamadas de
morfologicamente visível, têm diver- corpúsculos de Russell.
sas causas:
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Figura 6. Gotículas de proteínas reabsorvidas no epitélio tubular renal. Fonte: Aula Sanarflix.

Defeito intracelular no transporte e filamentos grossos de miosina e fila-


secreção de proteínas fundamentais. mentos intermediários. Os filamentos
Na deficiência de α-1-antitripsina, intermediários fornecem um suporte
mutações da proteína tornam o do- intracelular flexível que organiza o ci-
bramento significativamente lento, toplasma e resiste a forças aplicadas
levando ao acúmulo de intermediá- à célula, e estão divididos em cin-
rios parcialmente dobrados, que se co classes – filamentos de queratina
agregam no RE do fígado e não são (característicos das células epiteliais),
secretados. A resultante deficiência neurofilamentos (neurônios), filamen-
da enzima circulante causa enfisema. tos de desmina (células musculares),
Em muitas dessas doenças, a pato- filamentos de vimentina (células do
logia resulta não apenas da perda da tecido conjuntivo) e filamentos gliais
função da proteína, mas também do (astrócitos). Os acúmulos de filamen-
estresse do RE causado por proteínas tos de queratina e neurofilamentos
anormalmente dobradas, culminando estão associados com certos tipos de
em morte apoptótica das células (dis- lesão celular. Nas células hepáticas,
cutida anteriormente). o hialino alcoólico é uma inclusão ci-
Acúmulo de proteínas do citoesque- toplasmática eosinofílica, caracterís-
leto. Existem vários tipos de proteínas tica de doença hepática alcoólica e
do citoesqueleto, incluindo os micro- é composto, predominantemente, de
túbulos, filamentos finos de actina, filamentos intermediários de quera-
tina. Os emaranhados neurofibrilares
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encontrados no cérebro na doença de rotineiras coradas com hematoxilina e


Alzheimer contêm neurofilamentos e eosina (H/E). Esse termo é amplamen-
outras proteínas. te usado com uma finalidade histoló-
Agregação de proteínas anormais. As gico descritiva, em vez de um marca-
proteínas anormais ou anormalmen- dor específico de lesão celular. Essa
te dobradas podem se depositar nos alteração morfológica é produzida por
tecidos e interferir com as funções uma variedade de alterações e não
normais. Os depósitos podem ser in- representa um padrão específico de
tra ou extracelulares, ou ambos, e os acúmulo. Os acúmulos intracelulares
agregados podem causar direta ou de proteína, descritos anteriormente
indiretamente, as alterações patoló- (gotículas de reabsorção, corpúscu-
gicas. Certas formas de amiloidose se los de Russell, hialino alcoólico), são
enquadram nessa categoria de doen- exemplos de depósitos hialinos intra-
ças. Esses distúrbios são algumas ve- celulares. O hialino extracelular tem
zes chamados de proteinopatias ou sido mais difícil de analisar. O tecido
doenças de agregação de proteína. fibroso colágeno em cicatrizes anti-
gas pode aparecer hialinizado, mas
a base bioquímica dessa alteração é
4. DEGENERAÇÃO obscura. Na hipertensão de longa du-
HIALINA ração e no diabetes melito, as pare-
des das arteríolas, especialmente no
rim, tornam-se hialinizadas devido à
O termo hialino geralmente refere-se proteína plasmática extravasada e ao
a uma alteração dentro das células depósito de material da membrana
ou no espaço extracelular que confe- basal.
re uma aparência rósea, vítrea e ho-
mogênea, em secções histológicas
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Figura 7. Degeneração hialina. Na hipertensão de longa duração e no diabetes melito, as paredes das arteríolas,
especialmente no rim, tornam-se hialinizadas devido ao extravasamento e depósito de proteína plasmática na mem-
brana basal. Glomérulo normal (seta amarela); túbulos normais (seta verde); hialinose arteriolar (seta azul); hialinização
glomerular (seta branca). Fonte: Aula Sanarflix.

5. GLICOGÊNIO como controle adicional pela hidrólise


do glicogênio.
O glicogênio é uma reserva de energia
prontamente disponível armazenada O diabetes melito é o principal exem-
no citoplasma de células saudáveis. plo de um distúrbio do metabolismo
Depósitos intracelulares excessivos da glicose. Nessa doença, o glico-
de glicogênio são encontrados em pa- gênio é encontrado nas células epi-
cientes com anormalidade no meta- teliais dos túbulos renais, bem como
bolismo da glicose ou glicogênio. Seja dentro das células hepáticas, células
qual for o contexto clínico, as massas β das ilhotas de Langerhans e célu-
de glicogênio aparecem como vacúo- las miocárdicas. O glicogênio se acu-
los claros dentro do citoplasma. O mula dentro de células em um grupo
glicogênio se dissolve em fixadores de distúrbios genéticos relacionados,
aquosos; para a sua localização, os coletivamente conhecidos como do-
tecidos devem ser fixados em álcool enças de depósito de glicogênio ou
absoluto. A coloração com carmim de glicogenoses. Nessas doenças, de-
Best ou a reação do PAS conferem ao feitos enzimáticos na síntese ou de-
glicogênio uma cor rósea a violeta, e gradação do glicogênio resultam em
a digestão com diástase de uma sec- acúmulo maciço, causando lesão e
ção paralela antes da coloração serve morte celular.
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GLICOGÊNIO

A TÉCNICA PAS B MPS

Figura 8. O glicogênio é o único carboidrato evidenciável histologicamente, requerendo apenas uma fixação imediata
com álcool absoluto e colorações especiais para sua identificação como o Carmin de best ou o PAS (A) com prova de
amilase. Esta prova é importante no diagnóstico diferencial da infiltração glicogênica com a degeneração mucoide
intracelular, visto que tanto o glicogênio quanto os mucopolissacarídeos (MPS) (B) dão reação positiva com o PAS.
Entretanto, a saliva só consegue degradar o glicogênio e não o MPS. Fonte: Aula Sanarflix.

6. PIGMENTOS então, transportado através dos ca-


nais linfáticos para linfonodos regio-
Pigmentos são substâncias coloridas,
nais na região traqueobrônquica. O
algumas das quais são constituintes
acúmulo desse pigmento escurece os
normais das células (exemplo: mela-
tecidos dos pulmões (antracose) e os
nina), enquanto outros são anormais
linfonodos envolvidos. Nos mineiros
e acumulam-se nas células somente
de carvão, os agregados de poeira de
sob circunstâncias especiais. Podem
carvão podem induzir uma reação fi-
ser exógenos, provenientes de fora
broblástica, ou até mesmo enfisema,
do corpo, ou endógenos, sintetizados
e, assim, causar uma doença pulmo-
dentro do próprio corpo.
nar grave conhecida como pneumo-
coniose do trabalhador de carvão. A
Pigmentos Exógenos tatuagem é uma forma de pigmen-
tação exógena localizada da pele. Os
O pigmento exógeno mais comum é pigmentos inoculados são fagocita-
o carbono (poeira de carvão), um po- dos pelos macrófagos da derme, nos
luente difundido no ar da vida urbana. quais residem pelo resto da vida das
Quando inalado, é assimilado pelos pessoas adornadas. Os pigmentos
macrófagos dentro dos alvéolos e, geralmente não suscitam nenhuma
resposta inflamatória.
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PARTÍCULAS DE CARBONO
FAGOCITADAS POR
MACRÓFAGOS

ACANTOSE

ALVÉOLOS
PULMONARES

Figura 9. Pigmentos Exógenos. O pigmento exógeno mais comum é o carbono (poeira de carvão), que é assimilado
pelos macrófagos dentro dos alvéolos + transportado através dos vasos linfáticos para linfonodos regionais na região
traqueobrônquica. Fonte: Aula Sanarflix.

Figura 10. Pigmentos fagocitados pelos macrófagos da derme. Fonte: Aula Sanarflix.

Pigmentos Endógenos derivado do latim (fuscus, castanho),


significando lipídio castanho. Em sec-
A lipofuscina, lipocromo ou pigmento
ções teciduais, aparece como um pig-
do desgaste é um pigmento insolúvel,
mento citoplasmático, frequentemen-
composto por polímeros de lipídios
te perinuclear, finamente granular e
e fosfolipídios formando complexos
castanho-amarelado. É observada
com proteínas, sugerindo que é de-
em células sofrendo alterações re-
rivada da peroxidação de lipídios po-
gressivas lentas e é particularmente
li-insaturados de membranas sub-
proeminente no fígado e coração de
celulares. A lipofuscina não é nociva
pacientes que estão envelhecendo
à célula ou às suas funções. Sua im-
ou naqueles com desnutrição grave e
portância reside no fato de ser o si-
caquexia do câncer.
nal de alarme de lesão por radicais li-
vres e peroxidação lipídica. O termo é
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LIPOFUSCINA
NO CITOPLASMA
DO NEURÔNIO

NEURÔNIO

Figura 11. Lipofuscina. Fonte: Aula Sanarflix.

Figura 12. Grânulos de lipofuscina em miócitos cardíacos mostrados por (A) microscopia óptica (depósitos indicados
por setas) e (B) microscopia eletrônica (note a localização intralisossômica perinuclear). Fonte: Aula Sanarflix.

A melanina, termo derivado do grego a enzima tirosinase catalisa a oxidação


(melas, preto), é um pigmento endó- da tirosina em diidroxifenilalanina nos
geno preto-acastanhado, não deriva- melanócitos. Para as finalidades prá-
do de hemoglobina, formado quando ticas, a melanina é o único pigmento
preto-acastanhado endógeno.
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ÁREA DE MELANINA ABUNDANTE

Figura 13. Acúmulo de melanina. Fonte: Aula Sanarflix.

óptica. O pigmento hemossiderina


SE LIGA! O único outro que poderia ser representa agregados de micelas de
considerado nessa categoria é o ácido ferritina. Sob condições normais, pe-
homogentísico, um pigmento negro que
quenas quantidades de hemossideri-
ocorre em pacientes com alcaptonúria,
uma doença metabólica rara. Aqui, o na podem ser observadas em fagóci-
pigmento é depositado na pele, tecido tos mononucleares da medula óssea,
conjuntivo e cartilagem e a pigmentação baço e fígado, que são ativamente
é conhecida como ocronose.
dedicados à degradação dos eritró-
citos. Os excessos de ferro, locais ou
A hemossiderina é um pigmento sistêmicos, causam acúmulo de he-
granular ou cristalino, amarelo a cas- mossiderina dentro das células. Os
tanho-dourado, derivado da hemo- excessos locais resultam de hemor-
globina, sendo a principal forma de ragias nos tecidos. O melhor exem-
armazenamento do ferro. O ferro nor- plo de hemossiderose localizada é a
malmente é transportado por pro- equimose comum. No local da lesão,
teínas transportadoras específicas, os eritrócitos extravasados são fa-
as transferrinas. Nas células, é ar- gocitados durante vários dias pelos
mazenado em associação com uma macrófagos, que degradam a hemo-
proteína, a apoferritina, para formar globina e recuperam o ferro. Após a
micelas de ferritina. A ferritina é um remoção do ferro, a fração heme é
componente da maioria dos tipos ce- convertida primeiro à biliverdina (“bile
lulares. Quando há um excesso local verde”) e, então, à bilirrubina (“bile
ou sistêmico de ferro, a ferritina for- vermelha”). Em paralelo, o ferro libe-
ma grânulos de hemossiderina, que rado da heme é incorporado na ferri-
são facilmente vistos à microscopia tina e, finalmente, na hemossiderina.
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 18

Essas conversões respondem pelo preto-azulado. Quando a causa bási-


jogo dramático de cores visto em uma ca é a degradação localizada das he-
equimose em recuperação, que tipi- mácias, a hemossiderina é encontra-
camente muda de azul-avermelhada da inicialmente nos fagócitos na área.
para azul-esverdeada e para amare- Na hemossiderose sistêmica, é en-
lo-dourada, antes de resolver. Quan- contrado primeiro nos fagócitos mo-
do há sobrecarga sistêmica de ferro, nonucleares do fígado, medula óssea,
a hemossiderina pode ser deposita- baço e linfonodos e em macrófagos
da em muitos órgãos e tecidos, uma dispersos em outros órgãos, como a
condição denominada hemossidero- pele, pâncreas e rins. Com o acúmulo
se. As principais causas de hemossi- progressivo, as células parenquima-
derose são: tosas de todo o corpo (principalmente
no fígado, pâncreas, coração e órgãos
• Absorção aumentada de ferro
endócrinos) tornam-se pigmentadas.
alimentar;
Na maioria dos casos de hemossi-
• Anemias hemolíticas, nas quais derose sistêmica, o pigmento não
quantidades anormais de ferro são lesa as células parenquimatosas nem
liberadas dos eritrócitos; compromete a função do órgão. Con-
• Transfusões repetidas porque os tudo, o acúmulo mais extremo de fer-
eritrócitos transfundidos consti- ro, em uma doença herdada chama-
tuem uma carga exógena de ferro. da hemocromatose, está associado a
lesões no fígado, coração e pâncreas,
resultando em fibrose hepática, insu-
O pigmento aparece como uma subs- ficiência cardíaca e diabetes melito.
tância granular, dourada e grosseira, A bilirrubina é um pigmento normal
que reside no citoplasma da célu- importante encontrado na bile. É de-
la. Pode ser visualizado nos tecidos rivada da hemoglobina, mas não con-
através da reação histoquímica pelo tém ferro. Sua formação e excreção
azul da Prússia, na qual ferrociane- normais são vitais para a saúde, e a
to de potássio incolor é converti- icterícia é um distúrbio clínico comum
do pelo ferro em ferrocianeto férrico causado por excessos desse pigmen-
to dentro das células e tecidos.
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 19

Figura 14. Grânulos de hemossiderina em células hepáticas. A, Coloração em HE, mostrando pigmento finamen-
te granular castanhodourado. B, Coloração pelo azul da Prússia, específica para ferro (grânulos azuis). Fonte: Aula
Sanarflix.
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 20

MAPA: ACÚMULOS INTRACELULARES

Acúmulos citosólicos anormais de


triglicerídeos dentro das células Esteatose Metabolismo anormal

Aumento de glicerol-3-fosfato (G3-P) Ausência da enzima


Tatuagem
Ação de intermediários metabólicos Defeito no dobramento ou Exógenos
do metabolismo do álcool transporte de proteínas Carbono
(poeira de carvão)
Ingestão de materiais
Aumento na síntese de ácidos graxos indigeríveis
Hemossiderina
Diminuição da β-oxidação Acúmulo de
de ácidos graxos triglicerídeos no
fígado ANORMALIDADES
Endógenos Melanina
Entrada excessiva ou de defeitos de
metabolismo e exportação dos lipídios
LIPÍDIOS PIGMENTO Lipofuscina, lipocromo ou
Redução da síntese de pigmento do desgaste
apolipoproteína B-100
Diminuição da liberação
hepática de VDLR PROTEÍNAS GLICOGÊNIO
Colesterol e ésteres de
colesterol Diabetes Distúrbio do
Gotículas eosinofílicas arredondadas, DEGENERAÇÃO
vacúolos, ou agregados no citoplasma melito metabolismo da glicose
Aterosclerose HIALINA
Aparência amorfa, fibrilar ou cristalina Doenças de depósito de
na microscopia eletrônica glicogênio ou glicogenoses
Xantomas
Hialino Reserva de energia
Causas armazenada no citoplasma
Colesterolose
Agregação de proteínas anormais Aparência rósea, vítrea e
Doença de homogênea, em secções
Niemann-Pick tipo C histológicas rotineiras
Acúmulo de proteínas do coradas com hematoxilina
citoesqueleto e eosina (H/E)
Defeito intracelular no transporte e
secreção de proteínas fundamentais
Gotículas de reabsorção nos túbulos renais proximais observadas
em doenças renais associadas à perda de proteína na urina
(proteinúria)
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 21

7. CALCIFICAÇÃO depósitos arenosos. Às vezes, um


PATOLÓGICA linfonodo tuberculoso é praticamente
convertido em pedra.
A calcificação patológica é a deposi-
ção tecidual anormal de sais de cálcio, Histologicamente, com a coloração
juntamente com quantidades meno- rotineira de hematoxilina e eosina, os
res de ferro, magnésio e outros mine- sais de cálcio exibem aparência gra-
rais. Há duas formas de calcificação nular, amorfa e basofílica, algumas
patológica: vezes agregada. Podem ser intrace-
lulares, extracelulares, ou em ambas
• Calcificação distrófica: deposição localizações. No decorrer do tempo,
local em tecidos que estão mor- osso heterotópico pode ser forma-
rendo. Ocorre a despeito de níveis do no foco da calcificação. Eventual-
séricos normais de cálcio e na au- mente, células necróticas individuais
sência de perturbações no meta- constituem cristais que são incrus-
bolismo do cálcio. tados pelos depósitos de minerais.
• Calcificação metastática: deposi- A aquisição progressiva de camadas
ção de sais de cálcio em tecidos externas cria configurações lamelares
normais. Quase sempre resulta de chamadas de corpúsculos de psamo-
hipercalcemia secundária a algum ma devido à sua semelhança a grãos
distúrbio do metabolismo do cálcio. de areia. Alguns tipos de câncer pa-
pilar (exemplo: câncer da tireoide) são
capazes de desenvolver corpúsculos
Calcificação Distrófica de psamoma. Na asbestose, os sais
A calcificação distrófica ocorre local- de ferro e cálcio se reúnem ao longo
mente e é encontrada em áreas de de espículas delgadas de asbesto no
necrose (coagulativa, caseosa ou li- pulmão, criando formas exóticas de
quefativa), e em focos de necrose halteres com contas.
enzimática da gordura. A calcifica- Quanto a patogenia da calcificação
ção quase sempre está presente nos distrófica, a via comum final é a for-
ateromas da aterosclerose avançada. mação de mineral fosfato de cálcio
Também se desenvolve comumen- cristalino na forma de uma apatita
te nas valvas cardíacas envelhecidas semelhante à hidroxiapatita do osso.
ou danificadas, prejudicando ain- Acredita-se que nas células o cálcio
da mais a sua função. Qualquer que esteja concentrado em vesículas li-
seja o local do depósito, os sais de gadas à membrana por um processo
cálcio aparecem macroscopicamente que é iniciado pela lesão da membra-
como grânulos ou grumos finos bran- na e que possui várias etapas:
cos, muitas vezes palpáveis como
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 22

• O íon cálcio liga-se aos fosfolipí- • Ocorre uma alteração estrutural no


dios presentes na membrana da arranjo dos grupos de cálcio e fos-
vesícula; fato, gerando um microcristal, que
pode, então, propagar-se e levar a
• Fosfatases associadas à membra-
mais deposição de cálcio.
na geram grupos de fosfato, que
se ligam ao cálcio; • Embora a calcificação distrófica
possa ser simplesmente um si-
• O ciclo de ligação de cálcio e fos-
nal de alerta de lesão celular pré-
fato é repetido, elevando as con-
via, com frequência causa uma
centrações locais e produzindo um
disfunção do órgão. Este é o caso
depósito perto da membrana;
na doença valvular calcificada e
aterosclerose.

Figura 15. Calcificação distrófica da valva aórtica. Vista a partir de baixo da valva aórtica não aberta, em um coração
com estenose aórtica calcificada. Esta está acentuadamente estreitada (estenose). As cúspides semilunares estão es-
pessadas e fibróticas, e atrás de cada cúspide observam-se massas irregulares e empilhadas de calcificação distrófica.
Fonte: Aula Sanarflix.

Calcificação Metastática distrófica. Há quatro causas princi-


pais de hipercalcemia:
A calcificação metastática pode
ocorrer em tecidos normais sempre • Aumento da secreção de para-
que há hipercalcemia. A hipercalce- tormônio (PTH) com subsequen-
mia também acentua a calcificação te reabsorção óssea, como no
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 23

hiperparatireoidismo devido a pacientes sob diálise renal crônica, e


tumores das paratireoides, e se- na síndrome do leite-álcali, que resul-
creção ectópica de proteína re- ta da ingestão excessiva de cálcio e
lacionada ao PTH por tumores antiácidos absorvíveis como o leite ou
malignos; carbonato de cálcio.
• Destruição de tecido ósseo, de- A calcificação metastática pode ocor-
corrente de tumores primários da rer amplamente no corpo, mas afeta
medula óssea (exemplo: mieloma principalmente os tecidos intersticiais
múltiplo, leucemia) ou metástases da mucosa gástrica, rins, pulmões,
esqueléticas difusas (exemplo: artérias sistêmicas e veias pulmo-
câncer de mama), turnover ósseo nares. Embora de localização bas-
acelerado (exemplo: doença de tante diferente, todos esses tecidos
Paget) ou imobilização; excretam ácido e, portanto, têm um
compartimento interno alcalino que
• Distúrbios relacionados à vitamina os predispõe à calcificação metastá-
D, incluindo intoxicação por vita- tica. Em todos esses locais, os sais de
mina D, sarcoidose (na qual ma- cálcio assemelham-se aos descritos
crófagos ativam um precursor da na calcificação distrófica. Assim, po-
vitamina D) e hipercalcemia idio- dem ocorrer como depósitos amorfos
pática da lactância (síndrome de não cristalinos ou, em outras vezes,
Williams), caracterizada por sen- como cristais de hidroxiapatita. Ge-
sibilidade anormal à vitamina D; ralmente os sais de minerais não cau-
• Insuficiência renal, que causa re- sam disfunção clínica, mas às vezes
tenção de fosfato, levando ao hi- o envolvimento maciço dos pulmões
perparatireoidismo secundário. produz achados radiográficos e défi-
cits respiratórios. Depósitos maciços
no rim (nefrocalcinose) podem causar
Causas menos comuns de calcifi- lesão renal com o tempo.
cação metastática incluem intoxi-
cação por alumínio, que ocorre em
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 24

Figura 16. Calcificação metastática. Acúmulo de cálcio nos septos alveolares. Fonte: Aula Sanarflix.
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 25

MAPA: CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS

DEFINIÇÃO DISTRÓFICA METAPLÁSICA

Deposição tecidual anormal de Deposição de sais de


sais de cálcio, juntamente com Deposição local
cálcio em tecidos normais
quantidades menores de ferro,
magnésio e outros minerais

Ocorre a despeito de níveis Quase sempre resulta de


séricos normais de cálcio e hipercalcemia secundária
na ausência de perturbações a algum distúrbio do
no metabolismo do cálcio metabolismo do cálcio

Áreas de necrose
(coagulativa, caseosa
Principais causas
ou liquefativa) e necrose
enzimática da gordura

Aumento da
Ateromas da
secreção de
aterosclerose
paratormônio
avançada
(PTH)

Valvas cardíacas
Destruição de
envelhecidas ou
tecido ósseo
danificadas

Distúrbios
relacionados à
vitamina D

Insuficiência renal
ACÚMULOS INTRACELULARES E CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 26

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N.; MITCHELL, R. Robbins & Cotran Patologia - Bases
Patológicas das Doenças. 9. ed. Editora Elsevier, 2016.
MITCHELL, R. N.; KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N.; ASTER, J. C. Robbins & Cotran
Fundamentos de Patologia. 9. ed. Editora Elsevier, 2017.
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