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Patologia

-> Conceitos importantes:


Patologia: Ciência que estuda a causa das doenças, os
mecanismos que as produzem, os locais onde ocorrem
e as alterações morfológicas e funcionais que
apresentam.
Etiologia: estudo das causas
Patôgenese: estudo dos mecanismos
Etiopatogênese: Compreende o conjunto de fatores
que favorecem o aparecimento das doenças.

Patologia da célula
Lesão celular

REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL

ACÚMULOS INTRACELULARES APOPTOSE


DEGENERAÇÕES NECROSE
Degenerações
Definição: Lesão reversível (se eliminada a causa, a célula volta a
normalidade) com alterações bioquímicas que resultam em um
acúmulo de substâncias no interior (no citoplasma) da célula.
Essas alterações são decorrentes da incapacidade da célula em
manter sua homeostasia.
As degenerações se iniciam com uma alteração do sistema
enzimático da célula. Esse sistema é responsável pela síntese ou
degradação de uma substância, estando alterado esse sistema
não consegue realizar plenamente sua função, causando assim,
um acúmulo de substâncias que seria sintetizada dentro da
célula. Levando em consideração a natureza do acúmulo (
água, lipídeo, proteínas e glicídeos) as degenerações são
classificadas em :
Degenereção hidrópica : quando o acúmulo dentro do
citoplasma é a água e eletrólitos
Degeneração por esteatose ou lipidose: quando o acúmulo
dentro do citoplasma são lipídeos
Degeneração hialina: Quando o acúmulo dentro do
citoplasma é de proteínas.
Degeneração por acúmulo de carboidratos: Quando o
acúmulo dentro do citoplasma são os glicídeos.
Degeneração hidrópica
É uma lesão celular reversível caracterizada pelo acúmulo de
água e eletrólitos no interior das células, tornando-as
tumefeitas (inchadas). Ela é provocada por distúrbios no
equilíbrio eletrolítico que resulta em uma retenção de
eletrólitos e água. Para entender a etiopatogênese, temos que
relembrar o funcionamento normal de uma célula: Os
eletrólitos e água são transportados através das membranas
por meio dos canais iônicos e bombas eletrolíticas (bomba de
Na/K e Ca). Para o funcionamento correto algumas bombas
precisam de ATP e outras precisam da estrutura da membrana
e a integridade das proteínas. Desse modo, quando ocorre uma
alteração na produção ou consumo de ATP, interferência na
integridade das membranas ou modificações na atividade de
uma ou mais moléculas que formam a bomba, podem diminuir
o funcionamento dessa bomba eletrolítica.
ETIOLOGIA: A degeneração hidrópica pode ser provocada por
alguns agentes lesivos:
Redução da produção de ATP : a hipóxia ( diminuição de O2)
os inibidores da cadeia respiratória e os agentes tóxicos
que lesam a membrana mitocondrial reduzem a produção
de ATP.
Aumento do consumo de ATP: a hipertermia (febre)
aumenta o consumo de ATP
Lesão na membrana celular: as toxinas com atividade de
fosfolipases e agressões geradoras de radicais livres lesam
diretamente a membrana celular.
Substâncias inibidoras da ATPase Na/K: Oubaína
PATOGÊNESE: Em todas essas situações, diferentes causas
conduzem a um fenômeno comum,: retenção de sódio, redução
de potássio e aumento da pressão osmótica da célula, levando
a entrada de água no citoplasma e à expansão da célula.
QUADRO MICROSCÓPICO: Ao microscópio de luz é possível
observar as células tumefeitas (inchadas), diminuição da matriz
citoplasmática, dilatação das organelas, desestruturação do
citoesqueleto, grânulos citoplasmáticos e diminuição da basofilia
do citoplasma (menos corado).
DEGENERAÇÃO
NORMAL HIDRÓPICA
QUADRO MACROSCÓPICO: O aspecto macroscópico do órgao, vai
variar de acordo com a intensidade da lesão. Em geral, os
órgaos aumentam de peso e volume, há uma diminuição da
consistência, a coloração é mais pálida (porque as células
degeneradas ficam aumentadas e comprimem os capilares
que não conseguem transportar o sangue direito), há uma
oligoemia (diminuição do sangue) e há também um acúmulo de
água (diluição)
Como eu responderia a questão sobre etiopatogênese
e aspectos macroscópicos e microscópicos da
degeneração hidrópica:
A degeneração hidrópica é um tipo de lesão reversível
que é caracterizada pelo acúmulo de água e eletrólitos
no citoplasma da célula. Esse ácumulo pode ser
derivado de alguns agentes lesivos, como por exemplo
a redução da produção do ATP, o aumento do
consumo de ATP, a lesão nas membranas celulares e
substâncias inibidoras da bombas. Qualquer alteração
que afeta o funcionamento da bomba eletrolítica,
resulta em retenção de sódio, redução de potássio,
aumento da pressão osmótica intracelular levando a
entrada de água no citoplasma e a expansão da célula.
Em relação ao quadro microscópico, as células que
apresentam degeneração hidrópica ficam tumefeitas,
o citoplasma apresenta grânulos e ele fica menos
corado. Já o quadro macroscópico, o órgão apresenta
uma palidez, oligoemia, e aumento de peso e volume
desse órgão.
Esteatose
É o acúmulo de gorduras neutras (triglicerídeos) no citoplasma
de células, que normalmente, não as armazenam. A lesão é
comum no fígado, no epitélio tubular renal e no miocárdio.

ETIOLOGIA: A esteatose pode ser provocada por agressões


muito diversas, ela aparece toda vez que um agente interfere
no metabolismo de ácidos graxos da célula, aumentando sua
capacidade, síntese ou dificultando sua utilização, seu
transporte ou excreção. A esteatose é causada por agentes
toxicos, hipóxia, alterações na dieta e distúrbios metabólicos.
Em condições normais, os hepatócitos retiram da circulação os
ácidos graxos, e triglicerídeos. Por isso, os agentes lesivos
interferem em diferentes passos do metabolismo lipídico como:
maior aporte de ácidos graxos, síntese de ácidos graxos a
partir do excesso de Acetil CoA, redução na utilização de
triglicerídeos e menor formação de lipoproteínas.

O álcool é a causa mais frequente da esteatose hepática, pois o


etanol é toxico o que causa lesão no Retículo Endoplasmático
Rugoso, o que diminui a síntese proteíca, diminui apoproteínas e
aumenta os ácidos graxos.. O álcool aumenta a oferta de ácidos
graxos e triglicerídeos ao fígado.

PATOGÊNESE:
Quando a causa da esteatose é hipóxia, ocorre a falta de O2 e
portanto, a diminuição na síntese de ATP.
Quando a causa da esteatose é a baixa utilização (desnutrição),
ocorre a redução da formação de lipoproteínas e a excreção
de triglicerídeos.
Quando a causa é agentes tóxicos, ocorre a lesão do RER
reduzindo a síntese de proteínas.
QUADRO MACROSCÓPICO:
O órgão com esteatose apresenta um aumento de peso e
volume, a cápsula estendida, bordas arredondadas e coloração
amarelada, vasos em fenda, oligoemia, diminuição da
consistência.

PROGRESSÃO DA ESTEATOSE: É possível reverter esse quadro,


mas se não tratado pode evoluir para uma morte celular
irreversível. Esse tipo de degeneração é do tipo elitista, ou seja,
desaparece após abstinência. Pode ocorrer reações
inflamatórias e cirrose ( cicatrização e fibrose).
QUADRO MICROSCÓPICO:
É possível observar no microscópio gotículas de gordura no
citoplasma (acúmulo) e vacúolos opticamente vazios.
Lipidose
É o acúmulo de outros lipídeos não triglicerídeos. Em geral, são
caracterizados pelo acúmulo de colesterol no citoplasma,
especialmente nos macrófagos. Ela pode ser generalizada ou
localizada.

As lipidoses generalizadas geralmente são doenças congênitas


(derficiências enzimáticas) chamadas de esfingolipídeos e
envolve as doenças:
Doença de Fabry - alfa-galactose
Doença de Niemann - Pick - esfingomielinase
Doença de Tay- Sashs - hexosaminase A
Doença de Gaucher - glicosilceramidase (acúmulo de
glicocerebrosídeos - lipídeos complexos)
As lipidoses localizadas podem ocorrer na pele (xantomas) e
nas artérias (aterosclerose)

Xantomas são lesões na pele sob forma de nódulos ou


placas que, quando superficiais, tem cor amarelada. Na
microscopia, são macrófagos carregados de colesterol.
Aparecem geralmente em condições de hiperlipidemia.
A aterosclerose é o acúmulo de lipídios, dos grupos não
triglicerídeos (colesterol) no citoplasma dos macrófagos
formando uma placa de ateroma.

Quando o nível de colesterol está muito alto, ele se instala na


parede das artérias formando uma placa de ateroma, os
macrófagos também acumulam muito colesterol em seu
interior na tentativa de fazer a retirada dele da corrente
sanguínea. As placas de ateroma, resultam em uma redução
do fluxo sanguíneo.

A aterosclerose é uma doença multifatorial, depende fatores


genéticos, ambientais e de natureza inflamatória. Tem como
principais fatores de risco, hipertensão arterial, tabagismo,
diabetes melito, estresse e sedentarismo.
ETIOPATOGÊNESE
O colesterol, sai da circulaçao e vai para a matriz extracelular
(camada íntima do vaso), os macrófagos fagocitam esse
colesterol e tornam-se em céulas espumosas. Quando cheios de
colesterol em seu interior, eles se rompem e se acumulam na
camada íntima da artéria. Com esse acúmulo ocorre a
formação de placas de ateroma que com o passar do tempo
vai diminuindo a luz do vaso.

QUADRO MISCROSCÓPICO
Espessamento da camada íntima aterial, presença de cristais
de colesterol.

COMPLICAÇÕES DA ATEROSCLEROSE
As consequências principais da aterosclerose são:
(1) isquemia, aguda ou crônica em diversos orgãos
principalmente coração e encéfalo.
(2) aneurisma, sobretudo na aorta abdominal, que pode se
romper e causar hemorragia.
Degeneração Hialina
Essa degeneração consiste no acúmulo de material proteíco
(proteínas) no interior das células. Esse acúmulo é caracterizado
à microscopia de luz, pela presença de material vitreo, amorfo,
hialino e brilhante.
Em alguns casos, a degeneração resulta da condensação de
filamentos intermediários e proteínas associadas, vírus,
corpúsculos apoptóticos e proteínas endocitadas.
Corpúsculo de Mallory : Encontrado tipicamente em
hepatócitos de alcóolatras crônicos. Além do alcoolismo, é
encontrados também na cirrose, hepatite e pancreatite
alcóolicas, hepatite crônica e outras.
O álcool causa uma desorganização das proteínas do
citoesqueleto causando aglutinação.
Degenereção por acúmulo
de carboidratos
ACÚMULO DE GLICOGÊNIO: Essa degeneração consiste no
acúmulo de glicogênio, tendo como causa básica uma
deficiência enzimática que atuam no processo de degradação.
As glicogenolises são doenças genéticas e geralmente está
localizada no fígado, rins e músculos (esquelético e cardíaco)
DEGERAÇÃO POR ACÚMULO DE MUCOPLISSACÁRIDES
Doenças genéticas, decorrentes de distúrbios no metabolismo
dos mucopolossacárides por deficiência enzimática, resultando
em acúmulos intracelulares, especialmente em neurônios e
macrófagos.

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