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Degenerações e Alterações Celulares

O alvo das lesões pode ser em qualquer um vai se apresentar como uma deposição (ou
dos componentes celulares (nas células, matriz acúmulo) de substâncias nas células.
extracelular, microcirculação sanguínea, vasos
As degenerações são agrupadas de acordo
linfáticos e terminações nervosas).
com a natureza da substância acumulada (água,
LESÕES CELULARES eletrólitos, lipídeos, carboidratos e proteínas).

Os agentes agressores causam modificações DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA


moleculares, que geram alterações
Lesão celular reversível caracterizada por
morfológicas, podendo aparecer nas células, no
acúmulo de água e eletrólitos no interior de
interstício ou em ambos. Dependendo da
células, tornando-as tumefeitas(inchada).
duração, da intensidade e a natureza do agente
agressor as lesões podem ser reversíveis ou É causada pelo distúrbio no equilíbrio
irreversíveis. hidroeletroeletrolítico resultando em retenção
de eletrólitos e água nas células.
RESPOSTA DAS CÉLULAS A
AGRESSÕES/ ESTRESSE CELULAR Para a homeostase das células a bomba
eletrolítica é de grande importância, sendo
As células respondem as agressões, podendo assim quando se diminui o seu funcionamento
torná-las mais resistente ou adaptadas à pode causar a degeneração hidrópica. Algumas
agressão, porém dependendo da intensidade agressões que podem diminuir o funcionamento
pode induzir a morte celular. As respostas e as desta bomba é: alterando o consumo de ATP,
modificações celulares que surgem após as interferindo na integridade da membrana e
agressões é denominada de estresse celular modificando a atividade de uma ou mais
molécula que formam a bomba eletrolítica.
As alterações e as modificações celulares que
surgem após as agressões, resultam em Podem ser causadas por: hipóxia,
modificações metabólicas que causam depósitos desacopladores da fosforilação mitocondrial,
anormais de substâncias(degenerações), morte inibidores da cadeia respiratória, agentes tóxicos
celular ou distúrbio na proliferação e que lesam a membrana mitocondrial pois
diferenciação celular. reduzem a produção de ATP., hipertermia
exógena ou endógena(febre), toxinas com
DEGENERAÇÕES
atividade de fosfolipase, agressões geradoras de
Lesão reversível secundária a alterações radicais livres, substâncias inibidoras de ATPase.
bioquímicas que resultam em acúmulo de Aspectos morfológicos: Macroscopicamente, os
substâncias no seu interior. Morfologicamente órgãos aumentam de peso e volume,
coloração mais pálida. Microscopicamente as Em hepatite virais, como a febre amarela é
células são tumefeitas(inchadas), citoplasma com encontrado os corpúsculos hialinos de
aspecto granuloso e torna-se menos basófilo, a Councilman-Rocha Lima (hepatócitos em
lesão é mais discreta. Em estágios mais apoptose).
avançados as células apresentam pequenos
vacúolos de água distribuídos de modo regular DEGENERAÇÃO MUCOIDE
no citoplasma. Conhecidas por 2 condições: hiperprodução de
muco por células mucíparas do trato digestivo
e respiratório, levando-as a se abarrotar de
glicoproteínas(mucinas), podendo causar morte
celular ou síntese exagerada de mucinas em
adenomas e adenocarcinomas.

ESTEATOSE

Acúmulo de gorduras neutras no citoplasma de


células que normalmente não armazenam. É
DEGENERAÇÃO HIALINA comum no fígado, epitélio tubular renal e no
miocárdio, pode ser encontrada em músculos
Acúmulo de material proteico e acidófilo no
esqueléticos e no pâncreas.
interior das células. Em alguns casos, a
degeneração é resultante da condensação de Causada por agentes tóxicos, hipóxia, alterações
filamentos intermediários e proteínas associadas na dieta e distúrbios metabólicos.
que formam corpúsculos dentro das células, em
Aspectos morfológicos: No fígado
outros casos é de acúmulo de material de
macroscopicamente, há aumento do volume e
origem viral e outras vezes o material hialino é
peso, apresenta consistência diminuída, borda
decorrente de proteínas endocitadas.
arredondas e coloração amarelada.
Em hepatócitos de alcoólatras é encontrado o Microscopicamente os triglicerídeos se
corpúsculo hialino de Mallory-Denk, formado por acumulam em pequenas vesículas ou glóbulos
filamentos intermediários(queratina) associado a revestidos por membrana(lipossomos). Na fase
outras proteínas do citoesqueleto. inicial são encontrados vacúolos com tamanhos
variados com tendência a se fundir e formar
vacúolos cada vez maiores. Na sua forma
comum os hepatócitos apresentam um grande
vacúolo de gordura no citoplasma com o
núcleo deslocado pra para a periferia.
Seta azul: esteatose macrovesicular. Seta preta: Arteriolosclerose: Colesterol e seus ésteres,
esteatose microvesicular além de outros lipídeos e proteínas plasmáticas,
se depositando na íntima de pequenas artérias
LIPIDOSES.
e arteríolas. Especialmente no rim e no encéfalo
Acúmulo intracelular de outros lipídeos que não de pessoas com hipertensão arterial. O
triglicerídeos. Podem ser localizadas ou processo é diferente da aterosclerose, pois os
sistêmicas. lipídeos depositados, originados do plasma
associam-se a proteínas formando o que se
Depósitos de colesterol: Podem ser formados denomina lipo-hialinose da íntima
em artérias(aterosclerose), na pele(xantomas) e
em locais com inflamação crônica. Xantomas: Lesões encontradas na pele sobre a
forma de nódulos ou placas que, quando
Aterosclerose: doença caracterizada pelos superficiais tem coloração amarelada.
depósitos de colesterol, ésteres do colesterol e Microscopicamente são formados por
em menor quantidade fosfolipídeos e aglomerados de macrófagos carregados de
glicerídeos na íntima de artérias de médio e colesterol, com aspecto espumoso.
grandes claibres. Aspectos morfológicos:
aumento dos espaços interendoteliais, que
favorecem a penetração de lipídeos na íntima,
adesão e agregação plaquetária e maior
expressão de moléculas de adesão no
endotélio.

Esfingolipidoses: Doenças de armazenamento


de esfingolipídeos e seus produtos. São
doenças genéticas, são encontrados em
lisossomos.

GLICOGENOSES

Doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo


de glicogênio em células do fígado, rins,
músculos esqueléticos e coração e quem tem
como causa deficiência de enzimas envolvidas arquitetura celular, depois a arquitetura tecidual
no processo de sua degradação. é perdida.

MUCOPOLISSACORIDOSES

Depósitos anormais de poliglicano e/ou


proteoglicanos ocorrem em doenças
metabólicas, que resultam de deficiências
enzimáticas e se caracterizam por acúmulo
intralisossômico dessas moléculas e/ou de seu
catabólitos.

MORTE CELULAR NECROSE POR LIQUEFAÇÃO

Morte celular é um processo e como todo Chamada de necrose coliquação ou coliquativa,


processo, possui uma sucessão de eventos, é a região necrosada adquire consistência mole,
dividida em três categorias: programada, regular semifluida ou liquefeita. É comum após anóxia
e acidental. do tecido nervoso, na suprarrenal ou mucosa
gástrica. Microscopicamente o tecido liquefeito
NECROSE sem organização e com restos nucleares

Significa morte celular ocorrida em organismo


vivo seguido de autólise, muitos agentes lesivos
podem produzir necrose, entre eles: redução
de energia por obstrução vascular (isquemia,
anóxia), inibidores dos processos respiratórios da
célula, geração de radicais livres, ação direta
sobre enzimas(inibindo processos vitais da
célula), agressão direta à membrana do
citoplasmática. Pode ter características
peculiares de acordo com a causa e o órgão NECROSE LÍTICA
atingido Denominação que se dá para hepatócitos em
hepatite virais, os quais sofrem lise ou esfacelo
NECROSE POR COAGULAÇÃO (necrose por esfacelo)
Sua causa mais frequente é a isquemia,
também denominada de necrose isquêmica. NECROSE CASEOSA
Macroscopicamente a área atingida é O aspecto macroscópico de massa de queijo.
esbranquiçada e saliente. Microscopicamente Microscopicamente, a principal característica é a
além das alterações nucleares, como a cariólise, transformação das células necróticas em uma
as células apresentam citoplasma com aspecto massa homogênea, acidófila, contendo núcleos
de substância coagulada, no início ainda há picnóticos, na periferia, núcleos fragmentados,
as células perdem totalmente seus contornos e
os detalhes estruturais, na parte central resposta do organismo para promover
encontra-se cariólise extensa. É comum na reabsorção e permitir reparo posterior,
tuberculose, na paracoccidioidomicose e na podendo seguir a regeneração, cicatrização,
tularemia. eliminação ou calcificação.

REGENERAÇÃO
Quando o tecido que sofreu necrose tem
capacidade regenerativa, os restos celulares são
reabsorvidos por meio da resposta inflamatória.

CICATRIZAÇÃO
Processo pelo qual o tecido necrosado é
substituído por tecido conjuntivo cicatricial,
ocorre tipicamente quando a lesão é extensa e
NECROSE GOMOSA
as células afetadas não têm capacidade
Trata-se de uma variedade de necrose por regenerativa
coagulação no qual o aspecto do tecido
necrosado é de elástico como borracha(goma) ENCISTAMENTO
ou fluido e viscoso, é encontrada na sífilis tardia
Quando o material necrótico não é absorvido
por ser muito volumoso ou por causa de
ESTEATONECROSE
fatores que impedem a migração de leucócitos,
Necrose enzimática do tecido adiposo, a reação inflamatória acontece somente na
encontrada na pancreatite, originando depósitos periferia da lesão, levando a proliferação
esbranquiçados ou manchas com aspectos conjuntiva e formação de uma cápsula que
macroscópicos de pingo de vela encista o tecido necrosado

ELIMINAÇÃO
Se a zona de necrose atinge a parede de uma
estrutura canalicular que se comunica com o
meio externo, o material necrosado é lançado
nessa estrutura e eliminado, originando uma
cavidade. Comum na tuberculose pulmonar

CALCIFICAÇÃO
Certos tipos de necrose frequentemente
EVOLUÇÃO calcificam, como a necrose caseosa,
especialmente na infância.
As células mortas e autolisadas se comportam
como um corpo estranho e desencadeiam
GANGRENA meia lua, em pata de cavalo, em lança e em
naveta.
Forma de evolução da necrose que resulta da
ação de agentes externos sobre o tecido
necrosado. A desidratação da região quando
em contato com o ar gera a gangrena seca, a
zona de gangrena tem cor escura, azulada ou
negra. Gangrena úmida ou pútrida resulta da
invasão de microrganismos anaeróbicos, que
tendem a liquefazer os tecidos e produzir
odores fétido que se acumula em bolhas,
comum em necroses do tubo digestivo, dos
pulmões e da pele. A gangrena gasosa é
secundária a contaminação de microrganismo
no tecido necrosado do gênero Clostridium,
comum em feridas infectadas e foi muito
frequente na Primeira Guerra Mundial.

APOPTOSE

Conhecida como morte celular programada, é a


lesão em que a célula é estimulada a acionar
mecanismos que levarão a célula a morte. As
células não sofrem autólise, nem ruptura de
membrana, a apoptose não induz inflamação

É um mecanismo importante na remodelação


de órgãos durante a embriogênese e na vida
pós-natal.

A apoptose que ocorre em condições


patológicas é desencadeada por inúmeros
agentes como: vírus, hipóxia, radicais livres,
substâncias químicas, agressões imunitárias e
radiações ionizantes.

Muitas proteínas citosóliticas estimulam ou


inibem a apoptose

Aspectos morfológicos: Afeta a célula


individualmente, a célula encolhe e o citoplasma
fica mais denso, há redução do volume celular,
por eliminação de eletrólitos e água, núcleo em

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