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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA

DEGENERAÇÕES

PATOLOGIA
GERAL NATÁLIA
BRAZ
DEFINIÇÕ
• Para Rudolph Virchow (1858):ES
-Degenerações são processos patológicos caracterizados por modificações da
morfologia das células, que resultam em diminuição das funções das
mesmas.

• Virchow atribuiu as células 3 atividades fundamentais:


1. Funcionais ou Funções Específicas
2. Nutritivas ou Metabólicas
3. Formativas, ou de Reprodução Celular
• Portanto, além de alterações da estrutura celular, ocorreria: Diminuição
das atividades Funcionais e Metabólicas.
• As Formativas ou de Reprodução Celular compreenderiam :
Atrofia, hipertrofia, hiperplasia e neoplasias
SENDO
ASSIM ... responsável pela lesão celular, mas a reação celular
• Não é a agressão
ou tecidual à agressão.
• A resposta celular à agressão, consiste sempre em
modificações funcionais ou morfo-funcionais da célula.
• Somente quando a reação (resposta) celular, alterar o ajuste entre
as várias funções, é que aparece a lesão celular.
• A primeira lesão é sempre de ordem molecular.
• Podemos dizer que processos patológicos diversos produzidos por
agentes diferentes podem apresentar uma série de alterações
comuns.
O termo Degenerações é portanto, inespecífico e
impreciso e incluem em geral:
Alterações do metabolismo:

• Dos carboidratos
• Das proteínas
• Dos lipídios
• Dos pigmentos
• Atrofia
• Necrose
• Calcificações
LESÃO
CELULAR
• As causas mais comuns de lesão celular são:

1. Isquemia – falta de oxigenação tissular


2. Infecções – lesão por agentes vivos
3. Tóxicos – lesão por agentes químicos
4. Trauma/radiação/ térmico – lesão por agentes físicos

Nomenclatura: Acrescentar o sufixo “OSE” ao termo designativo do órgão


ou tecido afetado Exemplos: Hepatose, Nefrose, Endocardiose, Dermatose,
etc.
DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO
DE ÁGUA
• Degeneração Hidrópica ou Vacuolar ou Balonosa Degeneração Turva:
observação quase exclusivamente microscópica.

• Ocorre: células endoteliais e epiteliais preferencialmente.


• O órgão apresenta-se: volumoso e ligeiramente pálido.
• A intensidade da resposta celular varia conforme o agente agressor
e a gravidade da agressão
DEGENERAÇÃO
• Mecanismo: HIDRÓPICA
- Ação do agente lesivo = Diminui O2 e a respiração mitocondrial. Diminuindo
a atividade da membrana citoplasmática.
Provocando alteração da Bomba de Na/K Com isto, há:
Retenção de Na+ no citoplasma celular = aumento Na+. Retenção de água
no citoplasma. Diminuição de K+ intracitoplasmático.
Diminuição na síntese de ATP .
Diminuição do pH intra celular: pelo aumento da glicólise anaeróbica
compensatória . Aumento da hidrofilia das proteínas, com retenção de mais
água. Alteração do citoplasma onde: O Ca++ ativa a Fosfolipase Endógena:
levando ao rompimento da membrana citoplasmática e ativando as Enzimas
Líticas.
RESULTA
DO
• A entrada de Ca++ em excesso, mata a célula. O Cálcio regula a
permeabilidade das junções tipo “gap” entre as células Ca++. Em
excesso determina: Desacoplamento rápido dos “gaps” e ativa as
enzimas líticas: Fosfolipases, Proteases, ATPases, Endonucleases.

• agudas,
Causas Infecções
mais comuns: Hipóxia, Intoxicações
virais agudas, Infecções endógenas
(uremia),
bacterianas
Intoxicações exógenas (agrotóxicos, medicamentos ), Agentes físicos
(calor e/ou frio), Hipertermias, Alterações circulatórias gerais,
Alterações nutricionais, etc.
DEGENERAÇÃO
HIDRÓPICA
• Atinge preferencialmente células parenquimatosas do: Fígado; Rim;
Coração; Músculo esquelético.
• Macroscopicamente produz no órgão em questão: Aumento de peso;
Aumento de volume; Superfície de cor pálida e aspecto de “carne
levemente cozida”.
• Microscopicamente produz: Tumefação celular e citoplasma
granuloso e acidófilo
DEGENERAÇÃO
HIDRÓPICA
• Geralmente associada a lesões epiteliais.
• Em células infectadas por vírus (epiteliotrópicos) tais como:
• Febre Aftosa – epitélio da língua
• Cinomose – Corpúsculos de inclusão no epitélio vesical de cães
• Estomatite Vesicular Infecciosa
• Ruminite Fúngica:
-Decorrente de Acidose láctica em animais confinados
• Formação de abscessos hepáticos conseqüente à infecção bacteriana
secundária. Determina ulcerações da mucosa ruminal e degeneração
hidrópica no epitélio do rúmen.
Degenerações Hialinas = Acúmulo de
proteína
• Definição: acúmulo de proteínas no interior de células que assumem
um aspecto hialino.

• HIALINO refere-se simplesmente a qualquer material que, ao


microscópico óptico, apresenta-se homogeneamente corado em róseo
pela HE.

• A importância de conhecer as substâncias hialinas reside no fato de


serem o substrato morfológico de várias doenças importantes.
DEGENERAÇÃO
HIALINA
• Degeneração Hialina Epitelial ou Celular: Coagulação das
proteínas celulares intracitoplasmáticas.
• Determinando alterações graves na célula - É a forma mais comum de
ocorrência desta degeneração
• Ocorre no interior das células.
• Estados tóxico-infecciosos, Intoxicações exógenas, Infecções víricas
(ex. Aftosa) – ‘Degeneração de Zenker’, Deficiência de Selênio e
Vitamina E – ‘Doença do Músculo Branco’.
• Vista em: hepatócitos, miocárdio, músculo esquelético e vasos.
DEGENERAÇÃO
HIALINA
DEGENERAÇÃO
HIALINA
• Hialino vem de hyalos, que significa vidro.

• Portanto, as proteínas têm histologicamente aspecto homogêneo e


brilhante, ou refringente, que lembra vidro, e cor rósea forte quando
coradas em HE, (quando ocorre depósito de proteínas nas células).
DEGENERAÇÃO
MUCÓIDE
• Conceito: Hiperprodução de mucina através de estímulos mecânicos, químicos
e, eventualmente, biológicos. Estas células descamam e liberam muco em
situações como gripe, rinite e hipermotilidade gástrica.

• Hiperprodução de mucina pelas células mucíparas:


-Do intestino e trato respiratório (Ocorre nos processos inflamatórios catarrais)
e em doenças auto-imunes (Lupus eritematoso generalizado)
• Hiperprodução de mucina (Alguns tipos de carcinomas ou adenocarcinomas)
• Macro: grande quantidade de substância consistência viscosa e
fluida aspecto translúcido, semelhante a catarro ou
muco
• Micro: Núcleo deslocado para a periferia da célula
DEGENERAÇÃO
MUCÓIDE
• Carcinoma e Adenocarcinoma Mucinoso: É um acúmulo de células
neoplásicas malignas que apresentam o citoplasma repleto de muco,
e um núcleo irregular, com um ou mais nucléolos, que se encontra na
superfície da célula (ou deslocado perifericamente).
• A célula apresenta um aspecto em anel de sinete ou anel de grau.
• Locais de ocorrência: estômago, intestino grosso, vesícula biliar,
próstata e pâncreas
Degeneração Gordurosa ou Esteatose

Definição: Acúmulo anormal de gordura ( triglicérides ) no citoplasma.

• Ocorre preferencialmente:
- Hepatócitos
- Epitélio tubular renal
- Músculo cardíaco
- O fígado é o órgão mais acometido, por ser o local do Metabolismo
das Gorduras
Degeneração Gordurosa ou Esteatose
• Tóxica e Tóxico-infecciosa: Alteração no RER e mitocôndria - Interfere
na síntese protéica plasmática.

• Anóxicas :
- Queda no oxigênio do hepatócito
- Diminuição na oxidação do AG e na síntese de ATP
- Anemias crônicas e Insuficiências cardíacas

• Dietética:
- Dietas hipercalóricas, via absorção intestinal
- Desnutrições, via mobilização das gorduras de depósito
Degeneração Gordurosa ou Esteatose
• Macro:
- Aumento de volume e de peso do órgão
- Consistência diminuída – Friável
- Cor amarelada
- Aspecto untuoso ao corte

• Micro:
-Presença de vacúolos ou gotículas citoplasmáticas
-Vacúolos pequenos = sugestivo de doença metabólica aguda
-Vacúolos grandes = sugestivo de doença tóxica ou viral crônica
Degeneração Gordurosa ou Esteatose

• É reversível se as causas forem removidas.


• Muitas células repletas de gordura rompem-se e morrem.
• Esta é a razão de o processo sempre vir acompanhado de Necrose.
• Conclusão: A Degeneração Gordurosa é uma indicação comum
e inespecífica de agressão célula.
DEGENERAÇÃO
AMILÓIDE
• O termo amilóide foi criado em 1855 por Virchow para indicar:
- Substância amorfa
- Eosinofílica
• Depositada no interstício dos tecidos e na parede de vasos.
• Cora-se pelo iodo e ácido sulfúrico, a semelhança do amido.
• É de composição química variável (homóloga às cadeias leves (light) das
imunoglobulinas. Dependente do indivíduo, da espécie e também da
natureza química dos amiloides.
• Sua presença causa:
-Problemas de ocupação de espaço no interstício
-Interfere com as funções dos vasos sanguíneos
DEGENERAÇÃO
AMILÓIDE
•Ocorrência: Parede
No glomérulo dos vasos sanguíneos
renal:
- Determinando redução no filtrado glomerular
- Uremia
- É a mais comum e mais grave

• Nos sinusoides hepáticos :


-Determinando espessamento da parede sinusoidal
-Compressão dos hepatócitos
-Interferência no transporte de substâncias para dentro/fora da célula

• No baço:
-Deposição na parede da arteríola central
-Determina competitividade de espaço
-Interferindo na nutrição do órgão
DEGENERAÇÃO
• Patogenia:
AMILÓIDE
- Associada a infecções crônicas de caráter tecidual destrutivo
- Superestimulação antigênica provocada por destruição tecidual
- Ocorrendo uma maior resposta do sistema imunológico
-Que produz grande quantidade de imunoglobulinas

• Exemplos:
-Tuberculose
-Mastite das vacas
-Anemia Infecciosa Equina
-Enterites Crônicas dos Cães
DEGENERAÇÃO
• A amiloidose resultaAMILÓIDE
na disfunção do Sistema Imunológico por:

- Descontrole na resposta imunológica


-Exaustão do sistema imunológico, por superestimulação do mesmo
• Consequências:
-Pode ser apenas um achado de necropsia
• No baço pode determinar: -Rupturas espontâneas ou por traumatismos leves
• No rim pode determinar: Hipertensão arterial; Insuficiência renal; Uremia
• No coração pode determinar: Arritmias cardíacas fatais; Interferência
na condução elétrica;

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