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Introdução a patologia:
• Patologia é a ciência que investiga a causa das doenças e as alterações associadas em
nível celular, tecidual e sistêmico, que resultam na sintomatologia percebida pelo
paciente
• Patogenia se resume as etapas que envolvem o desenvolvimento da doença,
descrevendo como a etiologia inicia as alterações moleculares e celulares que
originam anormalidades estruturais e funcionais características da doença. Ou seja,
descreve com a doença se desenvolveu
• A etiologia se refere a porque a doença surge
• Doença é a incapacidade do organismo se adaptar a uma alteração
• Saúde é o estado de adaptação do organismo ao ambiente, de maneira que o indivíduo
se sinta bem
• Sinal é tudo que é identificável sem que se precise perguntar ao paciente –febre,
pressão arterial, manchas-
• Sintoma é tudo o que precisa ser perguntado ao paciente para ser identificado –dor,
enjoo, queimação-
• Elementos de uma doença: causa (etiologia), mecanismo de ação (patogenia),
alterações morfológicas macro e microscópicas (anatomia patológica), alterações
funcionais, manifestações subjetivas (sintomas) e objetivas (sinais)
• A partir do prognóstico é possível se ter uma previsão do desfecho da doença
• Doenças idiopáticas: a etiologia da doença ainda foi identificada pela ciência
• Causas gerais de agressões: Hipóxia (pouco O2); Anoxia (nada de O2); Radicais
Livres (moléculas com capacidade de se ligar a outras moléculas e desestabilizá-las);
Agentes Físicos (mecânicos, térmicos, agressões) e Agentes Biológicos
Alterações Celulares:
• CIRROSE:
• Tríade hepática: a veia porta leva sangue do intestino para o fígado, que metabolizará
os nutrientes da alimentação. A artéria hepática leva oxigênio para o fígado e o ducto
biliar. Na cirrose essa estrutura vai se alterando e há uma desorganização no tecido
(isolação dos hepatócitos) = disfunção hepática
• Cascata de coagulação: o fígado produz os fatores de coagulação essenciais. Se o
fígado não funcionar adequadamente o resultado é uma coagulação deficiente, o que
gera um maior risco cirúrgico
• Manifestação/complicações: icterícia (aumento da bilirrubina pelo mau
funcionamento hepático, que impregna nos tecidos); hipertensão portal (a passagem
do sangue é dificultada, com aumento de sangue na veia porta, que gera aumento da
pressão); esplenomegalia (o baço terá aumento nos níveis de sangue, pois a veia
esplênica é conectada a veia porta); ascite (acúmulo de líquidos no abdome por edema
ou hemorragia); hemorragias (a veia porta está com acúmulo de sangue e passa a levar
o sangue para os demais vasos da região= dilatação dos outros vasos = varizes
esofágicas = favorecem ocorrência de hemorragias); angioma araneiforme (pequenos
vasos se tornam visíveis na pele, provavelmente por questões dos hormônios
hepáticos); síndrome hepatorrenal; encefalopatia hepática (acúmulo de metabólitos
pelo mal funcionamento do fígado e esses acumulam no encéfalo)
Lesões Celulares Irreversíveis: morte celular
• Absorção
• Cicatrização: após a limpeza, ocorre a deposição de tecido fibroso (fibroblastos,
colágeno). Quanto maior a lesão mais ineficiente ficará o tecido
• Regeneração: Ocorre uma inflamação, com limpeza das células mortas e
posteriormente as células vizinham se regeneram. Pouco comum em grandes necroses
• Calcificação: o organismo para tentar isolar as células necróticas acrescenta sais de
cálcio
• Eliminação: organismo busca eliminar o tecido por vias excretoras pré-existentes ou
por vias néo-formadas. Tuberculose, por exemplo, irá eliminar pelos brônquios, com
formação de espaços vazios. Abcesso: trajeto fistulo (via neoformada) para drenar o
pus para fora. É comum no tecido dentário
• Encistamento: formação de um pseudocisto. Especialmente no SNC –sem condições
de absorver o tecido necrótico por sua reduzida capacidade-
• Ulceração: se o material necrótico de uma superfície (pele ou mucosa) for eliminado
deixa uma solução de continuidade. Ex: úlcera gástrica (perda de células epiteliais);
úlcera bucal (traumática por mordedura); úlcera aftosa
• Gangrena: resulta de uma isquemia (apenas necrose coagulativa) em conjunto com
um agente externo (ar, bactérias)
✓ Gangrena seca: isquemia + desidratação. Comum em diabetes, congelamento
✓ Gangrena seca fisiológica: cordão umbilical após o nascimento
✓ Gangrena úmida: isquemia + bactérias que começam a degradar o tecido necrótico,
liberando enzimas. Comum em necroses intestinais, pulmonares e em diabéticos (por
dentro úmida e por fora seca). Pode levar a morte pela absorção dos produtos
enzimáticos pelo sangue –choque séptico-
Calcificação Patológica:
• Deposição de cálcio em tecidos que habitualmente não apresentariam, normalmente
em tecidos não patológicos
• Microscopia: facilmente identificável por seu caráter de basofilia
• Calcificação distrófica: afeta tecidos lesado, ou seja, há uma deposição de cálcio em
área de lesão celular e necrose. Não depende de níveis basais de cálcio elevados.
Ocorre em áreas de necrose de coagulação, necrose caseosa, em trombos (coágulos),
em valvas cardíacas lesadas e em tumores benígnos ou malignos e também pode
ocorrer na mucosa oral;
• Calculose: “pedra” - quando há deposição de cálcio na luz de vasos- sinônimo: ilitiase
ex: nefroilitiase -cálculo renal; sialolitiase –mucosa oral, por restos de células,
bactérias, acúmulo de muco, sendo comum na submandibular pela saliva ser mais
viscosa e o ducto maior. O sintoma é o aumento do assoalho e a dor, podendo ser
eliminada cirurgicamente ou espontaneamente de acordo com o tamanho-
• Calcificação metastática: afeta tecidos saudáveis e depende da ocorrência de
hipercalcemia (geralmente consequência do excesso de paratormônio, que controla os
níveis de cálcio no sangue e estimula os rins a transformarem D2 em D3 e isso
aumenta os níveis de cálcio, além de estimularem a absorção renal do cálcio).
Comumente ocorre na parede dos alvéolos pulmonares, fundo gástrico e parênquima
renal
• Hiperparatiroidismo primário: o problema está inicialmente e diretamente na
paratireoide; tumor em 80-95% dos casos-; hiperplasia em 5-10%; carcinoma
paratiroidiano em 1%
• Hiperparatiroidismo secundário: o problema tem início em outro órgão e esse acaba
afetando a paratireoide. Insuficiência renal crônica; baixa na calcemia gera hiperplasia
da paratireoide;
• Produção de substância com ação semelhante ao PTH é a síndrome paraneoplásica,
que também gera hipercalcemia; Aumento da mobilização de cálcio ósseo por
tumores ósseos (mieloma, metástase), imobilização prolongada
• Consequências: depende do local e da intensidade da deposição, porém a
hipercalcemia metastática é mais grave
Unidade 3
Distúrbios hidrodinâmicos do organismo
• Edema: troca de líquidos entre os meios intravascular e intersticial. É a manifestação
de um desequilíbrio entre o que entra e o que sai.
• Pressão hidrostática: saída de líquido das artérias para o meio. Entrada de líquido no
lado venoso pois há mais proteínas internamente, formando a pressão oncótica
(85%). O líquido que sobrar irá para os vasos linfáticos (15%) = conduções normais
• O Edema em si não uma doença, sim uma condição
• Sinais: aumento da estrutura; sinal do cacifo (precisa de um anteparo rígido para
existir); no edema cerebral os sulcos desaparecem; alargamento dos espaços entre as
estruturas celulares
• Edema localizado: de cavidades (derrames): hidro + local ex: hidrotorax; cutâneo;
edema generalizado: anasar
• ETIOPATOGÊNESE: São consideradas causas de edema: 1. Aumento da
permeabilidade capilar 2. Aumento da pressão hidrostática intravascular 3. Redução
da pressão oncótica do plasma 4. Obstrução da drenagem linfática 5. Retenção de
sódio
• 1. Aumento da permeabilidade capilar Permite a passagem para o interstício, além da
água e dos íons, das proteínas plasmáticas. É o caso dos edemas: o inflamatórios o
causados por lesão tóxica à parede capilar
• 2. Aumento da pressão hidrostática intravascular o Hipertensão arterial sistêmica (HAS) o
Vasodilatação arteriolar (pelo calor) o Dificuldade no retorno venoso por: • Obstrução ou
estreitamento do retorno venoso; Trombos; Compressão externa de vasos (tumor; gravidez) •
Imobilização (falta da “ bomba muscular”) • Força da gravidade (posição ortostática,
inatividade dos membros inferiores com longos períodos) • Varizes (conceito) • Insuficiência
cardíaca congestiva (conceito, tipos, causas, consequências, localização do edema) • Cirrose
(edema localizado no abdome)
• 3.Redução da pressão oncótica do plasma o Perda de proteínas • Glomerulopatias (síndrome
nefrótica) • Gastroenteropatias o Redução na síntese protéica • Desnutrição • Cirrose hepática
• 4. Obstrução da drenagem linfática o Neoplasias o Pós-cirúrgica de linfonodos o Pós-
irradiação (obliteração vasos linfáticos) o Parasitas (filariose)
• 5. Retenção de sódio o Função renal comprometida: glomerulonefrite pós-estreptocócica
insuficiência renal o Aumento da reabsorção tubular de sódio secreção de renina /
angiotensina / aldosterona (rever)
• 6. diversos fatores em conjunto
• Hiperemia:
• é o aumento da quantidade de sangue dentro dos vasos.
• Classificação: ativa (sangue arterial acumula); passiva (sangue venoso acumula); crônica e
aguda
• HIPEREMIA ATIVA: geralmente processos agudos; Patológica: o Processo inflamatório;
Fisiológica: o Músculos esqueléticos durante exercício físico o Mucosa gastrointestinal
durante a digestão o Pele em ambientes quentes / febre o Face (emoções); Macroscopia: o
Região vermelha-clara ou rósea o Temperatura local aumentada o Volume normal ou
aumentado; Microscopia: o Capilares dilatados cheios de sangue e, frequentemente, edema.
Consequências: o Geralmente inexpressivas o Reversível quando removida a causa
• HIPEREMIA PASSIVA (CONGESTÃO):
• HIPEREMIA PASSIVA LOCALIZADA: Fatores locais que dificultem o retorno venoso:
Trombose Insuficiência valvar / varizes Imobilização prolongada Compressão externa
• HIPEREMIA PASSIVA GENERALIZADA: Insuficiência cardíaca congestiva (ICC); ICC Esquerda
(causas): HAS (Hipertensão arterial sistêmica); Valvopatias (estenoses ou insuficiência) por:
• Febre reumática (conceito, generalidades, causas) • Endocardite bacteriana (conceito,
generalidades, causas, relação com odontologia) • Calcificação aórtica do idoso; Cardiopatia
isquêmica; ICC Direita (causas): Estenose da válvula tricúspide; Embolia pulmonar; Doença
pulmonar obstrutiva crônica; ICC Esquerda (levando à hipertensão pulmonar); Principais
órgãos afetados: ICC esquerda: • pulmão (células da insuficiência cardíaca). ICC direita: •
membros inferiores (sinal do cacifo) • fígado: Macroscopia/microscopia: • Forma aguda •
Forma crônica (Fígado em noz moscada; cirrose cardíaca) • Baço: Esplenomegalia (conceito,
aspectos clínicos) Hiperesplenismo (conceito, aspectos laboratoriais, consequências
clínicas...
• Hemostasia
• Processo de prevenção da perda de sangue: conter hemorragia
• 1- vasoconstrição
• 2- tampão de plaquetas é formado
• 3- cascata de coagulação - formar fibrina
• 4- crescimento de um tecido fibroso
• É necessário uma exposição de parte do endotélio para atrair as plaquetas
• TROMBOSE: uma hemostasia patológica, na qual ocorre a solidificação de sangue
dentro de vasos ou do coração
• Coagulo: massa não estruturada fora dos vasos/coração (vivo); dentro dos
vasos/coração (morto)
• Trombo: massa estruturada dentro de vasos/coração (vivo)
• Etiopatogenia: lesão endotelial; alteração do fluxo sanguíneo; defeitos de coagulação-
Tríade de Virchow:
Trosseau
• OBS: todos esses fatores podem se somar e aumentar ainda mais o risco de trombos
• Morfologia: Linhas ou estrias de Zahn; vemelhos –geralmente em estase, o que aumenta o
número de hemáceas (venoso); brancos- aumento no número de plaquetas e fibrina (arterias);
mistos – aspecto branco e vermelho (mais comum); hialinos - há mais fibrina (capilares)
• Classificação: Quanto à localização: Venosos (70%, principalmente nos membros inferiores
em vasos profundos ou superficiais); Arteriais (10%, ateroma ulcerado, aneurismas);
Cardíaco (20%, vegetações valvares, ICC, fibrilação, infarto)
Quanto às dimensões: Murais (artérias maiores); Oclusivos (artérias menores e veias)
Quanto à composição: Brancos; Vermelhos; Mistos; hialinos
• Organização: o trombo pode ser substituído por um tecido conjuntivo fibroso e esse poderá se
aderir a parede ou formar uma recanalização (novos vasos são formados)
• Infecção: o trombo pode carregar um microoganismo consigo
• Evolução do trombo: Lise; Crescimento; Organização (incorporação / recanalização);
Infecção; Embolização; Calcificação (flebólito)
• Consequências: Irá depender da natureza do trombo, do tipo anatômico, da circulação, da
vulnerabilidade do tecido a hipóxia. Dentre elas temos: Isquemia / atrofia / infarto/-
Congestão / edema- / Embolia / Isquemia / Infarto.
Embolia:
• Conceito: Substância (sólida, líquida, gás) estranha viajando na circulação e capaz de obstruir
vasos
• ETIOLOGIA: Em mais de 95% dos casos origina-se de um trombo (tromboembolia); Outras
causas: Fragmentos de placas ateromatosas Fragmentos ósseos ou de medula
hematopoiética Vesículas lipídicas Fragmentos de tumores Bolhas de gases Líquido
amniótico
• Tromboembolia: trombos venosos -> obstrui o pulmão (se afetar membros inferiores), se for
na v. porta ele afetará o fígado
Trombos arteriais -> obstrui qualquer local que passar a circulação e sempre gera infarto no órgão
• Tromboembolia pulmonar:
A maioria surge a partir de trombos: veias íleo-femorais, veias profundas da panturrilha e outras v.
dos membros inferiores
Ocorrência comum em pós cirúrgicos
Risco: idade, obesidade, tempo da cirurgia, histórico de câncer
Êmbolos volumosos -> 5% dos casos; obstruem tronco da artéria pulmonar; aumento abrupto da
pressão pulmonar
Êmbolos médios-> indivíduos saudáveis: assintomáticos; indivíduos com ICC: pressão nas artérias
Êmbolos pequenos -> maioria silencioso. O somatório de vários êmbolos pequenos terá o efeito de
um êmbolo maior -> insuficiência cardíaca direita
• TROMBOEMBOLIA SISTÊMICA
Origem (do êmbolo): Maioria: trombos intracardíacos (infarto do miocárdio, fibrilação
atrial, doença de Chagas, dilatação do ventrículo esquerdo por ICCE, valvopatia)
Aorta (causas??)
Localização (do êmbolo): Membros inferiores; Cérebro; Intestino; Baço ou rins
O tratamento deve ser precoce: substâncias tromboembolíticas, anticoagulantes, medidas de
suporte
• Embolia gordurosa:
Gotas de gordura presente na circulação (fraturas ósseas, traumatismo, queimaduras, trauma no fígado
com esteatose, lipoaspiração)
Obstrução capilar;
Coagulação intravascular disseminada - lesões endoteliais extensas –libera tromboplastina, que induz
a formação de trombos- ; Obstáculos na microcirculação - infartos
Insuficiência pulmonar (obstrução mecânica), sintomas neurológicos, trombocitopenia (hemorragias)
• Embolia Gasosa
Bolhas na circulação
O contato do ar com sangue ativa a coagulação -> microtrombos
Cirurgias, administração endovenosas, partos
Se a quantidade for pequena de ar nada ocorrerá
Doença da descompressão- indivíduos expostos a súbitas alterações da pressão atmosférica
HEMORRAGIA:
• Conceito: saída de sangue dos vasos, que pode acumular no intersticio ou ir para o exterior
• Classificação: quanto a origem-> veia, artéria, capilar
quanto a visibilidade-> interna ou externa
• EVOLUÇÃO: uma vez que a hemácia sai do vaso ele não retorna mais, será degradada, o que
gera uma tonalidade da equimose em muitos casos (pigmentos: hemossiderina, bilirrubina)
• CONSEQUÊNCIAS: hemorragia com perda lenta –organismo consegue suprir a perda na
maioria dos casos
Hemorragias pequenas podem levar a morte dependendo do local
Hemorragias crônicas: ex: úlcera, neoplasias
Hemorragias súbitas: choque hipovolêmico