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Unidade Curricular:

Integração
Clínico-Patológica
Tema da aula:
Respostas Celulares ao Estresse
e Estímulos Tóxicos: Adaptações
e Lesões Celulares

Profª Elisângela Farias


(Elis)
e-mail: prof.elisangelasilva@usjt.br
Diferenciação
Ciclo celular
celular
A VIDA DE
UMA Adaptação
celular
CÉLULA
Lesão
Celular
Morte
celular
Ciclo celular
▪ Regulado por mecanismos
complexos integrados onde
participam fatores internos
e externos

▪ População global celular →


Mitoses X Apoptose

▪ Ciclo celular → vários


eventos entre a duplicação
do DNA e divisão celular
Pontos de Checagem do Ciclo Celular
2 3

▪ Crescimento da célula
▪ Fuso mitótico está
é adequado?
correto?
▪ Replicação do DNA ▪ Os cinetócoros estão
está correta? aderidos aos
microtúbulos?

1
▪ Tamanho está adequado? Meio extracelular se
encontra ideal à proliferação? O DNA não está
danificado?
Além dos Pontos de Checagem do Ciclo
Celular
Inibidores da divisão Estimuladores da divisão
(inibidores do ciclo celular ou fatores X (fatores de crescimento = FC)
apoptóticos)

Atuam por mecanismos:


▪ Autócrino
▪ Parácrino
▪ Endócrino
Mas a vida de uma
célula não é só
alegria....
Estímulo
Lesivo Célula
Normal

Estresse Retirada do
Fisiológico/Patológico estímulo lesivo

Adaptação
Celular Hipertrofia
Atrofia
Incapacidade Lesão Celular Hiperplasia
de Adaptação
Metaplasia

Degenerações por acúmulos:


Reversível Gordurosa, Líquida, Proteica e de
Carboidrato

Necrose/
Irreversível Apoptose
A CÉLULA
SOB
ESTRESSE
E/OU
ESTÍMULOS
LESIVOS
A saber
▪ A resposta celular depende do tipo da agressão, sua duração e sua intensidade;

▪ As consequências da agressão à célula dependem do tipo celular, estado e


adaptabilidade da célula agredida;

▪ As adaptações são respostas, estruturais e funcionais, reversíveis a estresses


fisiológicos mais excessivos e a alguns estímulos patológicos, durante os quais
estados constantes novos, porém alterados, são alcançados, permitindo que a
célula sobreviva e continue a funcionar

▪ As adaptações/lesões celulares causam alterações bioquímicas e funcionais em


um ou mais componentes celulares:
- respiração aeróbia;
- membranas celulares;
- síntese proteica;
- citoesqueleto;
- aparato genético da célula.
ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE
ETIOLOGIA DAS
LESÕES/ADAPTAÇÕES
CELULARES
Etiologia das Lesões/Adaptações
Celulares

▪ Hipóxia ou anóxia - privação de oxigênio


▪ Agentes físicos - trauma mecânico, queimaduras, radiação solar,
choque elétrico
▪ Agentes químicos - álcool, medicamentos, poluentes ambientais,
venenos, drogas
▪ Agentes infecciosos - vírus, bactérias, fungos
▪ Reações imunológicas - doenças auto-imunes, reação anafilática
▪ Alterações genéticas - mutação
RESPOSTAS CELULARES AO
ESTRESSE E AOS
ESTÍMULOS LESIVOS
Respostas Celulares ao Estresse a
aos Estímulos Tóxicos

▪ Depleção do ATP
▪ Lesão mitocondrial
▪ Influxo de cálcio para o citosol e perda da
homeostase do cálcio
▪ Acúmulo de radicais livres do oxigênio
▪ Defeitos na permeabilidade das membranas
Depleção de ATP
Lesão Mitocondrial
Influxo e Perda da Homeostase do Cálcio
Acúmulo de Radicais Livres
▪ Geração Endógena:

- Metabolismo celular → Pequena quantidade de Radicais


Livres → Potencial lesivo p/ células

▪ Geração Exógena:
- Absorção de radiação ionizante
- Metabolismo de determinadas drogas
- Geração de óxido nítrico (NO) e outros.
Acúmulo de Radicais Livres

▪ Danos ao DNA;

▪ Agregação (por oxidação) de


proteínas;

▪ Peroxidação de moléculas lipídicas


(membranas/disfunção mitocondrial.
Defeitos na permeabilidade das membranas

▪ Falta de energia (isquemia) ou por lesão direta


por toxinas, vírus, substâncias químicas,
fragmentos do complemento, etc;

▪ Perda da permeabilidade seletiva das


membranas celular, mitocondrial e lisossomal;

▪ Entrada ou escape de substâncias;

▪ Mecanismos bioquímicos envolvidos:


- Disfunção mitocondrial;
- Perda de fosfolipídios das membranas;
- Anormalidades no citoesqueleto;
- Excesso de radicais livres e de
subprodutos da fragmentação dos lipídios.
ADAPTAÇÕES CELULARES
ADAPTAÇÕES CELULARES
▪ No processo de adaptação, a célula sofre alterações no seu
volume, no seu número e na sua diferenciação.

▪ Essas alterações ocorrem em decorrência da demanda


funcional, por estímulo hormonal, em ambientes hostis ou por
fatores genéticos.

▪ Tais adaptações podem assumir várias formas distintas:

▪ HIPERTROFIA
▪ HIPERPLASIA
▪ ATROFIA
▪ METAPLASIA
HIPERTROFIA
▪ É o aumento dos componentes celulares:  volume celular por  da
demanda funcional ou estimulação hormonal.

▪ Para que ocorra hipertrofia:


- fornecimento de O2 e nutrientes deve suprir o aumento de exigência das
células;
- as células devem ter suas organelas e sistemas enzimáticos íntegros;
- se dependem de estimulação nervosa, devem ter a inervação conservada.

▪ A HIPERTROFIA pode ser classificada em

➔ FISIOLÓGICA (ex: musculatura uterina na fecundação, musculatura


esquelética nos exercícios físicos, nas glândula mamária na lactação);

➔PATOLÓGICA (ex: hipertrofia cardíaca por aumento da pressão arterial).


HIPERTROFIA
normal gravidez

Útero

A hipertrofia celular é estimulada por hormônios estrogênicos


que agem nos receptores de estrogênio do músculo liso,
resultando em maior síntese de proteínas do músculo liso e em
aumento do tamanho celular.
HIPERTROFIA
Coração
Hipertrofia fisiológica: arquitetura
ventricular normal, crescimento
balanceado entre as células e
manutenção do alinhamento dos
miócitos, portanto, do sincício. (ex.
atletas)

Hipertrofia patológica: perda da


arquitetura ventricular, com acúmulo de
colágeno entre os cardiomiócitos e
aumento dos fibroblastos. Aumento de
chance de morte súbita e diminuição da
sobrevida (ex. Hipertensão arterial
sistêmica(HAS) e cardiopatias)
HIPERTROFIA
Coração
HIPERTROFIA

Hipertrofia
fisiológica do
músculo
esquelético
HIPERPLASIA
▪ Consiste no aumento do número de células de um órgão ou parte dele, por
aumento da proliferação e/ou por diminuição da apoptose.
▪ Só acontece em órgãos que contém células com capacidade replicativa.
▪ Órgão com aumento de volume e peso.
▪ Produção de fatores de crescimento, seus receptores e ativação de rotas
intracelulares de estímulo para a divisão celular.
▪ Tem que haver: suprimento sanguíneo adequado, integridade celular e
inervação.
▪ Via de regra, acontece concomitante com hipertrofia.
▪ Tem limite.
▪ É reversível após cessação do estímulo.
▪ Pode ser fisiológica ou patológica.
HIPERPLASIA
▪ Ação de hormônios ou fatores de
crescimento durante a adolescência
Hiperplasia ▪ Ação dos hormônios durante a gravidez
Fisiológica ▪ Endométrio no ciclo menstrual
▪ Compensatória da regeneração hepática
▪ Hematopoiese na medula óssea

▪ Hiperplasia mamária
▪ Hiperplasia endometrial
▪ Hiperplasia prostática
Hiperplasia ▪

Infecções virais na pele
Infecções parasitárias no intestino delgado
Patológica ▪ Pólipo intestinal
▪ Células adiposas na obesidade
HIPERPLASIA
Hiperplasia
Fisiológica

Três estágios do endométrio: folicular, luteal e menstrual.


Ilustração: vetpathologist / Shutterstock.com
HIPERPLASIA
Hiperplasia
Fisiológica
HIPERPLASIA
Hiperplasia
Patológica
Hiperplasia
gengival
Síndrome de
Peutz-Jeghers

https://www.codental.com.br/blog/hiperplasia-gengival-o-
que-e-causas-e-tratamentos/

http://estomatologiaonlinepb.blogspot.com/2014/11/sindrome-de-
A hiperplasia se caracteriza pelo peutz-jeghers.html
alargamento avascular macio ou nodular
relativamente difuso da gengiva, que
praticamente pode cobrir alguns dentes
HIPERPLASIA
▪ No fígado, a hiperplasia fisiológica
ocorre em caso de regeneração
adequada, a qual depende da
integridade de toda a estrutura que
compõe o lóbulo hepático.

▪ Se houver perda dessa estrutura, ex.


hepatites crônicas, alcoolismo, pode
haver regeneração, mas os hepatócitos
se agrupam em “nódulos
regenerativos”, caracterizando uma
hiperplasia patológica, com prejuízo na
função, podendo causar insuficiência
hepática.
HIPERPLASIA
Hiperplasia
Patológica -
Próstata

https://www.urologia-jau.com.br/hiperplasia-prostatica-benigna/
HIPERPLASIA

Hiperplasia
Patológica -
Mama
ATROFIA
▪ É a redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição
do tamanho e do número de células.

▪ Em grego antigo: a-trofia significa carência de alimento.

▪ Pode ser fisiológica ou patológica.

▪ Pode ser sistêmica ou localizada.

▪ Lembrem-se: congenitamente pouco desenvolvido – hipoplasia; nunca


desenvolvido – aplasia; sem orifício – atresia; involução se superpõe a
atrofia.
MECANISMOS DE ATROFIA

▪ Deleção celular – algumas células se tornam obsoletas ou dispensáveis e são


induzidas a cometer suicídio = morte programada ou apoptose. Essa ordem
sofre uma certa hierarquia: então células mais especializadas morrem primeiro.
Ex: glândulas perdem o epitélio primeiramente.

▪ Encolhimento celular – diminuição dos componentes celulares, e acontece


principalmente no musculo esquelético em função da proteólise (ex.
envelhecimento ou desuso).
ATROFIA
▪ Durante o desenvolvimento normal, algumas
estruturas embrionárias, como a notocorda e o
ATROFIA ducto tireoglosso, sofrem atrofia durante o
FISIOLÓGICA desenvolvimento fetal.
▪ O útero diminui de tamanho logo após o parto
▪ O timo também diminui de tamanho (e função) na
fase adulta

ATROFIA ▪ Redução da carga de trabalho (atrofia de desuso).


PATOLÓGICA ▪ Perda da inervação (atrofia por desnervação).
▪ Diminuição do suprimento sanguíneo
ATROFIA

Testículo normal Testículo com hanseníase

Timo (criança) Atrofia do Timo


METAPLASIA
▪ Trata-se de alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado
(epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular.

▪ Representa uma substituição adaptativa de células sensíveis ao estresse


por tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente hostil.

▪ não resulta de uma alteração no fenótipo de um tipo celular já


diferenciado; em vez disso, ela é resultado de uma reprogramação de
células-tronco que sabidamente existem em tecidos normais ou de células
mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo.

▪ As influências que predispõem à metaplasia, se persistirem, podem iniciar


a transformação maligna no epitélio metaplásico.
METAPLASIA

▪ A metaplasia epitelial mais comum é a


colunar para escamosa, como ocorre no
trato respiratório em resposta à irritação
crônica.

▪ Nos fumantes habituais de cigarros, as


células epiteliais normais, colunares e
ciliadas da traqueia e dos brônquios, são,
com frequência, substituídas por células
epiteliais escamosas estratificadas
METAPLASIA
O esôfago de Barrett (EB) é uma condição patológica
adquirida, caracterizada pela substituição do epitélio
estratificado pavimentoso do esôfago por epitélio colunar
especializado do tipo intestinal. Ocorre em pacientes com
doença do refluxo gastroesofágico de longa duração, sendo
que outros agentes etiológicos têm sido investigados nos
últimos anos, incluindo obesidade, alguns tipos de alimento
e alimentação rica em nitritos e nitratos. Identificada à
endoscopia digestiva alta como mucosa do tipo colunar,
sendo que, ao exame histopatológico, as biópsias
demonstram a presença de metaplasia intestinal.
Geralmente, o EB encontra-se acima da junção
esofagogástrica em extensões variáveis. A identificação
endoscópica do EB pode ser difícil, especialmente no EB
curto, por não haver limites anatômicos que definam a
região do esfíncter inferior do esôfago.
A importância biológica do EB é o risco para câncer. Cerca de
10% dos pacientes portadores de EB desenvolvem
adenocarcinoma no terço inferior do esôfago. Estudos de
carcinogênese demonstram que a displasia é a etapa que
precede o aparecimento da neoplasia em nível
macroscópico.

Fonte: http://sobed.org.br/wp-
content/uploads/2013/10/EsofagodeBarrett.pdf
Adaptações Celulares

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