Você está na página 1de 41

NÚCLEO DE DISCIPLINAS INTEGRADAS

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS


DOS SISTEMAS IMUNO E HEMATOLÓGICO

Unidade 1– Adaptação e lesão celular

NDI
ADAPTAÇÃO
CELULAR
Objetivos

1) Saber diferenciar adaptação e lesão celular;


2) Definir, exemplificar e compreender os conceitos
de hipertrofia, hiperplasia, metaplasia e atrofia.
3) Diferenciar os tipos de lesão celular reversível;
4) Diferenciar necrose e apoptose;
5) Identificar, diferenciar e compreender as alterações
em nível celular e sub-celular ocasionadas pela
necrose e apoptose;
6) Diferenciar os fatores que acarretam morte por
necrose e por apoptose;

3
Introdução

4
Fonte: Robbins, Patologia Básica, 2008
Introdução

5
Fonte: Robbins, Patologia Básica, 2008
Adaptação Celular

HIPERTROFIA
“Aumento do tamanho das células e com esta
alteração aumento do tamanho do órgão. O tamanho
aumentado das células se deve ao aumento da
síntese de componentes estruturais.”

6
Fonte: Robbins, Patologia Básica, 2008
Adaptação Celular

Útero pós-gravidez

Útero
normal

Estímulo hormonal - Estrógeno Sobrecarga de trabalho 7


Adaptação Celular

HIPERPLASIA
Aumento do número de células em um órgão ou
tecido, que então pode ser aumentado de volume.
É o resultado da proliferação de células maduras
induzidas por fatores de crescimento ou a partir de
células tronco teciduais.

8
Adaptação Celular

Hiperplasia fisiológica
• Hiperplasia hormonal
– Proliferação do epitélio glandular: mama feminina na
puberdade
– Hiperplasia do útero gravídico

Útero normal e útero pós gravídico


9
Adaptação Celular

Hiperplasia Compensatória
Ocorre quando parte do fígado é removida (após danos)
Ação de fatores de crescimento locais

Mito de Prometeu 10
Adaptação Celular

Hiperplasia patológica
Estimulação excessiva das células alvos por:
– hormônios/fatores de crescimento ou Vírus (Papiloma)

Verruga cutânea
11
Adaptação Celular

ATROFIA
Redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da
diminuição do tamanho e/ou do número de células.
Resulta da diminuição da síntese proteica e do aumento
da degradação das proteínas celulares.

Músculo bíceps Redução do


braquial normal tamanho do
músculo devido à
atrofia muscular

12
Adaptação Celular

ATROFIA FISIOLÓGICA

• Diminuição do tamanho do útero logo após o parto (carência de


sinalização)

ATROFIA PATOLÓGICA

 Redução da carga de trabalho (atrofia por desuso)


 Perda da inervação
 Diminuição do suprimento sanguíneo
 Nutrição inadequada

13
Adaptação Celular

Atrofia/Hipertrofia

14
Adaptação Celular

METAPLASIA
Alteração reversível na qual um tipo celular adulto é substituído
por outro tipo celular adulto de mesma linhagem embrionária.
Representa uma substituição adaptativa de células sensíveis a
um dado estresse por tipos celulares mais capazes de suportar
o ambiente hostil.

Epitélio
respiratório Membrana Células de
Epitélio Metaplasia
fumante basal reserva escamosa
Colunar
normal

Pavimentoso
estratificado

15
Adaptação Celular

16
NÚCLEO DE DISCIPLINAS INTEGRADAS

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS


DOS SISTEMAS IMUNO E HEMATOLÓGICO

Unidade 1 seção 1.2 à 1.4 – Lesão celular

NDI
LESÃO CELULAR
Introdução

Fonte: Robbins, Patologia Básica, 2008 19


Lesão Celular

A lesão celular é reversível até certo ponto, mas se o


estímulo persistir ou for intenso o suficiente desde o
início, a célula atinge um ponto sem retorno após o
qual sobrevém lesão irreversível e morte celular.

Estímulos nocivos
Reações
Desequilíbrios Agentes
Privação de Agentes Imunológicas
nutricionais Infecciosos
Oxigênio químicos Defeitos
Agentes físicos
genéticos

20
Lesão Celular

Lesão Celular Reversível


As duas características da lesão celular reversível
podem ser reconhecidas com a microscopia óptica:

Tumefação celular Degeneração gordurosa

• Surge quando as células se • Manifesta-se pelo


tornam incapazes de manter surgimento de vacúolos
a homeostase hídrica e lipídicos no citoplasma.
iônica. • Ocorre na lesão hipóxica e
• É resultante da falha da em várias formas de lesão
bomba de Sódio e Potássio. metabólica ou tóxica.
• Observada em células
envolvidas no metabolismo
de gordura, como
hepatócitos e células do
miocárdio.
21
Lesão Celular Reversível

Tumefação Celular

Caracterizada pelo acúmulo


de água no citoplasma, que
se torna volumoso e pálido
com núcleos normalmente
posicionados.

As células tumefeitas apresentam-se com vacúolos pequenos claros e


pequenos grânulos no citoplasma. A causa mais comum é a anoxia ou
hipoxia. A falta de oxigênio altera a respiração levando a queda de ATP.
Todos os processo que requerem ATP como bomba de sódio e potássio,
são alterados.

22
Lesão Celular Reversível

Degeneração Gordurosa
Caracterizada pelo acúmulo
de lipídeos no citoplasma,
em pequenos ou grandes
vacúolos.

23
Lesão Celular Irreversível

Lesão Celular Irreversível


Lesão celular persistente ou excessiva

Célula atinge “ponto sem retorno”

Com a persistência do dano, a lesão torna-se irreversível e


com o tempo a célula não pode se recuperar e morre.
Existem dois tipos principais de morte celular, a necrose e a
apoptose, que se diferem em morfologia, mecanismos e papéis
na fisiologia e na doença.

24
Lesão Celular Irreversível

Quando a lesão se torna irreversível e progride para


a morte celular?

Fenômenos que caracterizam a


irreversibilidade

Incapacidade de Perturbações profundas Danos irreparáveis no


reverter a disfunção na função das DNA ou nas proteínas
mitocondrial membranas

Perda da fosforilação Lesão nas membranas


oxidativa e geração de lisossomais e dissolução
ATP enzimática da célula

25
OXIGÊNIO – A MOLÉCULA DA VIDA
Apoptose
Quando privada de fatores de crescimento, ou o DNA e as
proteínas são danificados sem reparo, a célula inicia um
processo de morte programada estritamente regulado no qual
ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e proteínas.

As células mortas e
As membranas
seus fragmentos são
As células plasmáticas da
rapidamente
apoptóticas se célula e dos
fagocitados antes que
fragmentam em corpos
seus conteúdos
corpos apoptóticos
extravasem, assim
apoptóticos. permanecem
não induz resposta
intactas
inflamatória.

27
Apoptose

Apoptose

Célula normal Fase inicial da apoptose Fase tardia da apoptose

Célula normal Fase inicial da apoptose Corpos apoptóticos

Observação de célula apoptótica. Microscópio de fluorescência.


D- Macrófago normal. B- Macrófago em apoptose. Notar a retração do
volume celular e a presença de corpos apoptóticos. Disponível em:
medicine.yale.edu. - Pesquisa por imagem Electron micrographs of
J774A.1 macrophages infected with wild-type S. typhimurium.
28
Necrose

Necrose
Quando o dano às membranas é grave as enzimas extravasam
dos lisossomos, entram no citoplasma e digerem a célula,
resultando em necrose.

Envolve a Os conteúdos
desnaturação das celulares
Danos nas extravasam através
proteínas e digestão
membranas e
enzimática da célula, da membrana
na geração de
que é incapaz de lesada e iniciam
energia levam
manter a uma reação
à necrose.
integridade das inflamatória.
membranas.

29
Necrose

Alterações nucleares
encontradas na necrose

 Picnose
 Cariorrexe
 Cariólise

30
Necrose x Apoptose

Alterações celulares na
necrose e na apoptose

31
Fonte: Robbins, Patologia Básica, 2008
Necrose x Apoptose

A) Necrose. Notar o B) Apoptose. Notar a


extravasamento do conteúdo integridade das membranas.
citoplasmático.

32
Necrose x Apoptose

Fonte: Robbins, Patologia Básica, 2008


33
Tipos de Necrose
• Liquefativa
• Coagulativa ou de coagulação
• Gangrenosa
• Gomosa
• Gordurosa
Necrose de Coagulação
• Arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada.
• Tecidos exibem uma textura firme
• É típico da morte hipóxica em todos os tecidos, exceto o
cérebro.
• Área localizada de necrose de coagulação: INFARTO

Área de Infarto Renal


Necrose liquefativa
• É caracterizada pela digestão das células mortas,
transformando o tecido em uma massa viscosa líquida.
• Típica de infecções bacterianas / fúngicas: Estímulos potentes
para o acúmulo de células inflamatórias

PUS

Necrose liquefativa
no cérebro
Necrose Gangrenosa
 Não representa um padrão distinto de morte celular, o termo
ainda é usado comumente na prática clínica e cirúrgica.
 Aplicado geralmente a um membro, frequentemente a perna,
que perdeu seu sofrimento sanguíneo e sofreu necrose de
coagulação com posterior infecção bacteriana e necrose
liquefativa
Necrose Caseosa
 Forma de necrose de coagulação encontrada em focos de
infecção tuberculosa.
 Arquitetura estrutural completamente destruída
O termo caseoso origina-se da aparência macroscópica
(branco, friável e semelhante ao queijo) da necrose.
Necrose Gordurosa
 Termo estabelecido no vocabulário médico, não denotando
nenhum padrão específico de necrose.
 Liberação de lipases pancreáticas ativadas na substância do
pâncreas e na cavidade peritoneal (pancreatite aguda).
 Enzimas pancreáticas ativadas liquefazem as membranas dos
adipócitos do peritônio.
 Ácidos graxos combinam-se com o cálcio, produzindo áreas
brancas (saponificação da gordura)

Necrose gordurosa no
mesentério
Necrose Gomosa
• Variação de necrose por coagulação na qual o tecido
necrosado assume aspecto compacto e elástico
como borracha (goma)
• Encontrada na sífilis tardia ou terciária

Você também pode gostar