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EXAME QUÍMICO

PROFa. MS. SILMARA A. BONANI DE OLIVEIRA


Urinálise Densidade Normal urinaria pode variar de 1005 a 1035

Exame Físico
Tiras Reativas
Urinálise
Exame Químico

A composição química da urina varia


muito, sofrendo influência da dieta
alimentar, temperatura, atividade física e
outras causas.
Urinálise
Exame Químico

• O uso de tiras reativas constitui a


metodologia básica para o exame
químico da urina.

• Apesar de serem fáceis de usar elas


representam reações químicas múltiplas
e complexas. Cada fabricante costuma
usar reações diferentes e os métodos
estão sempre sendo atualizados.
• * Consultar a bula a cada novo lote
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Exame Químico

• Recomendações para as tiras reativas.


Armazenagem
1. Proteja da umidade e do calor excessivo.
2. Armazene em local fresco e seco, mas não no
refrigerador.
3. Verifique a descoloração a cada uso. A
descoloração pode indicar perda de
reatividade. Não use tiras descoradas.
4. Mantenha o recipiente bem fechado.
5. Verifique as instruções do fabricante, quanto a
mudanças nos procedimentos, a cada novo
lote.
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• Recomendações para as tiras reativas.

Durante o uso

1. Teste as urinas, tão logo possível, após seu


recebimento.

2. Retire apenas as tiras necessárias para o uso


imediato e tampe o frasco novamente.
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3. Teste amostras não centrifugadas e bem


homogeneizadas.

4. As amostras devem estar a temperatura ambiente


antes de serem testadas.

5. Não toque nas áreas de teste com os dedos.


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6. Mergulhe a tira na urina por não mais de um


segundo.

7. Remova o excesso de urina da tira, passando sua


lateral pela borda do recipiente ou tocando-a em
papel toalha absorvente. Não permita mistura de
reativos.
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8. Siga as recomendações de tempo para leitura de
cada área reativa.

9. Mantenha a tira próxima à escala de cores e faça a


leitura sob condições de iluminação.

10. Conheça as fontes de erro, a sensibilidade e a


especificidade de cada teste da tira reativa.
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Tiras Reativas
Exame Químico
 pH
 Densidade
 Bilirrubina
 Urobilinogênio
 Glicose
 Cetona
 Nitrito
 Proteínas
 Hemácias
 Leucócitos
 Ácido Ascórbico
 Microalbuminúria
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pH Urinário
Os rins e os pulmões normalmente trabalham em comum acordo para
manter o equilíbrio ácido-básico.

Ph normal: em indivíduos saudáveis o pH pode variar de 4,6 a 8,0. Na


maioria dos casos o pH está entre 5 e 6.
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pH Urinário
pH ácido: é produzido por dietas ricas em proteínas de carne e
durante a acidose leve do sono.

pH básico ou alcalino: pode ser consequência de dietas ricas em certos


tipos de frutas ou vegetais, especialmente frutas citrícas.

 A urina tende a se tornar menos ácida após as refeições (maré alcalina).


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pH Urinário

Na alcalose, tanto metabólica como respiratória, é produzida urina


alcalina, com níveis elevados de bicarbonato e a produção de
amônia diminui.

O bicarbonato de sódio, o citrato de potássio e a acetazolamida são


usadas para alcalinizar a urina, no tratamento de ác. Úrico, cistina e
oxalato Ca.
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pH Urinário
Métodos
Tiras reativas: Deve ser lida imediatamente e em urinas recém colhidas.
Com o tempo o pH tende a se elevar, devido a perda de CO2 e à produção de
amônia por ação bacteriana.

As tiras tem uma combinação de indicadores de pH que permitem leituras na


faixa de 5 a 9, com uma precisão de aproximadamente 0,5.
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pH Urinário
Métodos
Eletrodo de pH: apesar da informação pela tiras ser, em geral suficiente, em
alguns casos pode ser necessária a utilização de eletrodos de pH, como
nos casos de distúrbios do equilíbrio acido/básico.
É necessário calibrar o eletrodo com soluções padrão antes de cada leitura.
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Proteínas urinárias
Normalmente até 150 mg de proteínas, derivadas do plasma e do trato
urinário, são excretadas por dia através da urina.

Aproximadamente 1/3 é albumina, e o restante é constituído por globulinas


(α,β e γ). Tamm-Horsfall produzida pelos túbulos e as proteínas
provenientes de secreções prostáticas, seminais e vaginais.
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Proteínas urinárias
A detecção de uma quantidade anormal de proteína na urina é
um importante indicador de doença renal.

As tiras reagentes são mais sensíveis à albumina e os métodos de


precipitação com ácidos detectam todas as proteínas, inclusive
as globulinas.
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Proteínas urinárias
Lembrar que uma amostra colhida ao acaso, muito diluída, pode
apresentar valores falsamente baixos de proteína.

Devido a sua importância, resultados alterados devem ser confirmados


em outra amostra e com métodos diferentes.
PROTEINÚRIA

Proteinúria Transitória;
Proteinúria Ortostática Postural ;
Microalbuminúria;
Proteína de Bence Jones;
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Proteínas urinárias
Proteinúria intermitente transitória: pacientes normais.

Seguimento a cada 6 meses para hipertensão e outras anormalidades.


Prognóstico bom. Pode ocorrer na gravidez e deve ser investigada.
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Proteínas urinárias
Proteinúria funcional: em geral menos de 500 mg/dia. Desidratação,
exercício extenuante, exposição ao frio, febre, insuficiência cardíaca
congestiva.

Em geral resolve em três dias de tratamento ou repouso.


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Proteínas urinárias
Proteinúria postural (ortostática): ocorre em 3% a 5% dos adultos jovens
sadios. A proteinúria se manifesta durante o dia e não à noite, quando
permanece deitado.

Alguns indivíduos podem desenvolver proteinúria persistente em data


posterior.
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Proteínas urinárias
Proteinúria no idoso: é
cerca de 3 a 4 vezes mais comum
que em indivíduos com menos de 60 anos, devido
a maior incidência de glomerulonefrite.
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Proteínas urinárias
Microalbuminúria é a presença de albumina na urina, acima do nível
normal, mas abaixo da faixa de detecção dos métodos convencionais das
tiras reativas.

Tem sido sugerido que estes níveis menores de albumina (de 30 a 300
mg/litro) são um indício precoce de dano glomerular ainda reversível.
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OCORRÊNCIA DE NEFROPATIA

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Proteínas urinárias

Em diabéticos, a microalbuminúria está associada a um


aumento de 4 a 6 vezes o risco de mortalidade
cardiovascular. Sua prevalência em hipertensos é maior
também.
Proteína de BENCE JONES
 EXCREÇÃO AUMENTADA DE PROTEÍNURIA EM PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO,
DOENÇA PROLIFERATIVA DOS PLASMÓCITOS PRODUTORES DE IMUNOGLOBULINA.

 NO SORO DO PACIENTE TEM NÍVEIS ELEVADOS DE IMUNOGLOBULINAS MONOCLONAIS


DE CADEIAS LEVES (PROTEÍNA DE BENCE JONES).

 PROTEINA DE BAIXO PESO MOLECULAR FILTRADA EM QUANTIDADES ULTRAPASSAM A


CAPACIDADE DE REABSORÇÃ TUBULAR, SENDO EXCRETADA NA URINA.

COAGULA EM TEMPERATURAS SITUADA DE 40° E 60°C, DISSOLVENDO EM TEMPERATURA


DE 100°C

AMOSTRA OPACA DE 40°C A 60°C TRANSPARENTE A 100°C.


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Proteínas urinárias
Métodos
Os métodos mais comuns são o das tiras reativas e os de precipitação.

As tiras são resultados melhores quando a albumina está


aumentada.
Sua sensibilidade para globulinas é baixa por isso é
necessário utilizar também métodos de precipitação com
ácidos.
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Proteínas urinárias
Métodos

Tiras reativas – Na ausência de proteínas, a área se mantém amarela. Cerca de


30 a 60 segundos após contato com a urina tons de verde aparecem,
dependendo do tipo e da concentração da proteína presente.
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Proteínas urinárias
Métodos
Tiras reativas – Os resultados podem ser expressos em negativo, traços e de 1
a 4 cruzes.

Níveis elevados de sais baixaram os resultados. Urinas muito alcalinas ou


tamponadas são resultados falso-positivos.
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Proteínas urinárias
Métodos

Tiras reativas – Resultados falso-positivos podem ser causados, ainda, por


compostos quartenários de amônia, amidoaminas de amaciantes de
roupas, clorohexidinas e por exposição excessiva à umidade.

O método não é afetado pela turbidez da amostra, contraste radiológico e a


maioria das drogas e seus metabólitos.
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Proteínas urinárias
Métodos
Precipitação (ácido sulfosalicílico) – Ocorre
desnaturação das proteínas e sua precipitação.
Usar amostras límpidas(centrífugadas). Misturar num
tubo de ensaio, volumes iguais de urina e ácido
sulfosalicílico a 3%.
O resultado é expresso em cruzes de acordo com o
grau de turbidez.
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Proteínas urinárias
Métodos
Precipitação (ácido sulfosalicílico)
Negativa – ausência de turbidez
1+ - turbidez nítida, sem granulação
2+ - turbidez com granulação
3+ - turbidez com granulação e floculação
4+ - aglomerados de proteína precipitada ou precipitado sólido.
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Proteínas urinárias
Métodos
Precipitação (ácido sulfosalicílico)
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Proteínas urinárias
Métodos
Precipitação (ácido sulfosalicílico) – Este método detecta albumina,
globulinas, glicoproteínas e a proteína de Bence Jones.

Níveis elevados de detergentes podem diminuir aparentemente o resultado.


Contrastes radiológicos produzem precipitados, que com o passar do tempo
podem cristalizar.
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Proteínas urinárias
Quantificação da proteinúria é realizada com maior precisão em
amostras de 24 horas, tanto para diagnóstico como para controle de
tratamento.
Em geral é classificada em:
• Proteinúria intensa – maior que 4,0 g/dia
• Proteinúria moderada – de 1,0 a 4,0 g/dia
• Proteinúria mínina – inferior a 1,0 g/dia
Significado Clínico da Proteinúria

1. Lesão da menbrana glomerular;


a)Disturbios do complexo imune
b)Amiloidose
c) Agentes tóxicos
2.Comprometimento da reabsorção tubular;
3.Mieloma Multiplo;
4.Nefropatia Diabética;
5.Pré-eclâmpsia;
6-Proteinúria ortostática ou postural;
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Glicose e outros açucares
Vários açucares podem ser encontrados na urina, sob várias circunstâncias,
tanto patológicas como fisiológicas: glicose, frutose, galactose, lactose,
maltose, pentose e sacarose.

O mais comum e importante é a GLICOSE.


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Glicose
Sua presença na urina é chamado de glicosúria, e ocorre
sempre que seu nível no sangue ultrapassa o limiar de
absorção dos túbulos renais

Nem sempre a glicosúria coincide com a hiperglicemia.


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Glicose
O fluxo sanguíneo glomerular, a taxa de reabsorção tubular e o fluxo
urinário também influenciam seu aparecimento.

Na hiperglicemia, a glicosúria ocorre normalmente quando os níveis


sanguíneos ultrapassam 180 a 200 mg/dl.
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Glicose
O Diabetes Mellitus, não controlado, é a causa mais comum de glicosúria e,
nestes casos costuma ser acompanhada por poliúria e sede.

Em alguns casos também podem ser observados corpos cetônicos.


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Glicose
Há poucos anos a glicosúria era utilizada para monitorização do controle do
tratamento do diabetes.

Como atualmente se preconiza um controle mais rígido do diabetes, com


manutenção dos níveis sanguíneos o mais próximo do normal, seu uso foi
abandonado.
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Glicose
Métodos

Tiras reativas – A reação está baseada numa dupla reação enzimática


sequencial, específica para a glicose, que utiliza glicose-oxidase e peroxidase.
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Glicose
Métodos
Tiras reativas – Este método não detecta outros açucares. As tiras podem
fornecer resultados semi-quantitativos.

Agentes oxidantes, de agentes de limpeza, podem causar leituras falsamente


positivas. A baixa densidade pode elevar falsamente as leituras.
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Glicose
Métodos
Tiras reativas – Resultados falso positivos podem ser causados por densidade
elevada, presença de altos níveis de ácido ascórbico (algumas tiras).

A ação glicolítica de enzimas de células e bactérias podem reduzir os níveis da


glicose em algumas horas, isto pode ser evitado pela refrigeração ou exame
imediato.
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Glicose
Métodos
Testes de redução do cobre – Baseiam-se na capacidade de redução dos
açucares. Fornecem resultados positivos para todos os açucares e por isso
podem ser usados para triagem.

Resultados positivos pela redução do cobre e negativos pela presença pela


glicose-oxidase, sugerem a presença de outros açucares redutores.
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Glicose
Métodos
Testes de redução do cobre – dentre os testes de redução do cobre, o mais
conhecido é o que utiliza o reativo de Benedict.
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Glicose
Métodos

Caso a urina contenha glicose numa concentração superior a 80 mg o reativo mudará de


cor. Conforme a coloração obtida pode-se ter uma idéia aproximada do teor de
glicose presente na urina:

- solução azul límpida: 0 de glicose;


- solução com precipitado esverdeado: 100 a 500 mg/100 ml; (+)
- solução com precipitado amarelo: 500 a 1.400 mg/100 ml; (++)
- solução com precipitado alaranjado: 1.400 a 2.000 mg/100 ml (+++)
- solução com precipitado vermelho tijolo: mais de 2.000 mg/100 ml (++++)
Significado Clínico da Glicosúria
1.Diabetes melitos;

2.Reabsorção tubular deficiente;


a)Síndrome de Fanconi;
b)Nefropatia tubular avançada;
3.Lesão do sistema nervoso central;
4.Distúrbios da tireóide;
5.Gravidez com possível Diabetes melito latente;
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Corpos cetônicos
Sempre que ocorre um defeito no metabolismo dos carboidratos, na sua
absorção, ou deficiência destes na dieta, o metabolismo aumenta a
metabolização dos ácidos graxos, o que leva a produção de corpos
cetônicos.

Estão presentes 3 corpos cetônicos: Ácido acetoacético (20%) acetona


(2%) e 3-hidroxibutirato (78%)
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Corpos cetônicos
Cetonúria diabética é um indício de cetoacidose, que pode ser um alerta de coma
iminente.

Cetonúria não diabética ocorre frequentemente em crianças em diversas condições


como doenças febris agudas, e estados tóxicos acompanhados de vômitos ou
diarréia.

Também pode ocorrer em dietas pobres em carboidratos (para redução do peso).


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Corpos cetônicos
Métodos
Métodos que indicam qualquer um dos três corpos cetônicos são satisfatórios
para detectar a cetonúria.

Resultados falso-negativos podem ocorrer devido a labilidade da acetona e


destruição do ácido acetoacético por ação bacteriana. A refrigeração reduz a
perda.
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Corpos cetônicos
Métodos
Os teste mais comuns baseiam-se no método de Rothera, que
utiliza o nitroprussiato em meio alcalino e detecta tanto ác.
Acetoacético como acetona.

O teste de Gerhard, que utiliza o cloreto férrico detecta, detecta


apenas o ácido acetoacético. Porém este é menos sensível e
mais sujeito a interferências. É pouco usado.
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Corpos cetônicos
Métodos
Tiras reativas – baseiam-se na reação de nitroprussiato, em diferentes
formulações. As mais comuns detectam tanto a acetona como o ac.
Acetoacético e desenvolvem cor violeta.

As drogas anti-hipertensivas metildopa e captopril dão resultados


positivos. Resultados negativos ocorrem por perda da reatividade das
tiras.
Significado Clínico da Cetonúria

1.Acidose diabética;
2.Controle da dosagem de insulina;
3.Carência alimentar;
4.Perda excessiva de Carboidratos;
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Sangue, hemoglobina e mioglobina
A presença de um número aumentado de hemácias na urina é denominado
hematúria, enquanto que o termo hemoglobinúria se refere à presença de
hemoglobina livre em solução salina.

A hematúria é relativamente comum, a hemoglobinúria quando não associada a


hematúria é incomum, e a mioglobinúria é rara.
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Hematúria

A hematúria pode ocorrer em doenças neoplásicas ou não-neoplásicas, ou


trauma (incluindo cálculos) em qualquer parte dos rins ou do sistema
urinário, bem como por desordens hemorrágicas ou uso de anticoagulantes.

A hematúria também pode ocorrer em pessoas saudáveis que praticam


exercícios excessivos, nos quais o sangramento se dá no glomérulo.
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Hematúria Macroscópica
Urinálise
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Hematúria
Urinálise
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Hematúria
Devido a importância diagnóstica de uma hematúria, mesmo discreta, e devido à
tendência das hemácias sofrerem lise na urina, um teste de triagem química é
um importante apoio a microscopia do sedimento.

Alguns estudos sugerem que a triagem química para hemoglobina, com tiras
reativas, pode ser mais sensível que a microscopia para detectar hematúria.
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Hematúria
A reação para hemoglobina nas tiras reativas pode ser inibida por diversas
substâncias, com destaque para o ácido ascórbico.
Em caso de reação positiva para hemoglobina e sedimentoscopia negativa, sugere-
se que seja colhida uma nova amostra de urina, que deverá ser examinada
rapidamente, pois as hemácias se lisam em pouco tempo nas urinas alcalinas e
nas com densidade inferior a 1,010.
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Hemoglobinúria

A hemoglobinúria, na ausência de hematúria, indica uma hemólise intravascular


significativa.

A hemoglobina se liga à haptoglobina no plasma e, caso a capacidade de ligação seja


excedida, a hemoglobina livre passa através dos glomérulos, como dímeros α e β.
Urinálise
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Hemoglobinúria

Uma parte da hemoglobina é reabsorvida nos túbulos proximais e o restante é


excretado.

Entre as causas da hemólise podem ser citadas:


trauma eritrocitário,
defeitos enzimáticos eritrocitários, hemoglobinas
instáveis, causas imune-mediadas, etc.
Urinálise
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Mioglobina

Quando ocorre destruição aguda de fibras musculares (rabdomiólise), como


no trauma, a mioglobina é liberada, rapidamente eliminada do sangue e

pigmento vermelho-
excretada na urina, como um

acastanhado.
Urinálise
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Mioglobina

O diagnóstico da rabdomiólise e da mioglobinúria é feito a partir da história do


paciente e d outros achados laboratoriais.

A tira reativa dá resultado positivo para hemoglobina.


Urinálise
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Sangue, hemoglobina e mioglobina
Métodos
Tiras reativas – o método está baseado na liberação de oxigênio do peróxido
na tira reativa pela atividade tipo peroxidase do grupo heme da
hemoglobina e da mioglobina. Hemácias intactas são lisadas na tira,
liberando hemoglobina para reagir (formando pontos coloridos).

A sensibilidade está reduzida em urinas com densidade elevada, em que a lise das
hemácias pode não ocorrer.
Urinálise
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Sangue, hemoglobina e mioglobina
INTERFERÊNCIAS:
 Tiras reativas – Ácido ascórbico em grandes quantidades pode produzir
resultados falso-negativos, assim como o formol.

 agentes oxidantes contaminantes, como o hipoclorito podem produzir resultados


falso-positivos.
 peroxidase microbiana, associada com infecções urinárias pode causar reações
falso-positivas.

A presença de nitrito em concentração elevada pode retardar a reação.


Significado Clínico da Presença de Sangue
Hemoglobinúria
1. Reações transfusionais
2. Anemia Hemolítica
Hematúria 3. Queimaduras graves
1. Cálculo Renais 4. Infecções
2. Glomerulonefrite 5. Exercício físico intenso
3. Pielonefrite
4. Tumores
5. Trauma
6. Exposição a produtos ou
drogas tóxicas
7. Exercício físico intenso
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Bilirrubina
A bilirrubina é o produto de degradação da hemoglobina, que é formado nas células
do sistema reticulo-endotelial do baço, fígado e medula óssea.

Ela é transportada no sangue ligada a albumina (bilirrubina não conjugada ou indireta).

No fígado ela é conjugada ao ác. Glicurônico e se torna solúvel, podendo passar


através do glomérulo.
Urinálise
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Bilirrubina

Normalmente esta é excretada pela bile para o duodeno.

A urina contém normalmente quantidades muito pequenas de bilirrubina, não


detectáveis pelos métodos comuns.
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Bilirrubina

Quando a bilirrubina aparece na urina é sinal que há excesso de bilirrubina


conjugada(solúvel) na corrente circulatória.

Isto pode ocorrer na calculose biliar, tumores de cabeça de pâncreas,


hepatites virais, colestase induzida por drogas.
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Bilirrubina
A bilirrubina está associada a urina amarelo-acastanhada a esverdeada, que
pode apresentar espuma amarela.

A bilirrubina sérica está elevada, as fezes claras e o paciente ictérico.


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Bilirrubina
Métodos
Tiras reativas – o este está baseado na reação de copulação
da bilirrubina com um sal de diazônio, em meio ácido. Este
método não detecta quantidades normais de bilirrubina.
Urinálise
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Bilirrubina
INTERFERÊNCIAS

Tiras reativas – Devem ser analisadas amostras recentes, pois a bilirrubina


conjugada, na urina se hidrolisa a bilirrubina livre, que é menos reativa.

Amostras que demoram ser analisadas sofrem oxidação da bilirrubina e podem


dar resultados falso-negativos, especialmente quando expostos à luz.
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Bilirrubina
INTERFERÊNCIAS
Tiras reativas – Grandes quantidades de ácido ascórbico e nitritos podem diminuir
os resultados da bilirrubina.

Metabólitos de drogas como a fenazopiridina (piridium) mascaram o resultado.

A rifampicina e grandes quantidades de metabólitos da clorpromazina podem causar


falsos positivos.
Significado Clínico da Bilirrubinúria

1.Hepatite;
2.Cirrose;
3.Outras doenças hepáticas;
4.Obstrução biliar;
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Urobilinogênio Pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina

A bilirrubina conjugada do fígado eventualmente alcança o duodeno e daí passa ao


cólon, onde as bactérias hidrolisam o conjugado.

A bilirrubina livre é reduzida a urobilinogênio, mesobilirrubinogênio e


estercobilinogênio.

Até 50% do urobilinogênio é reabsorvido pela circulação porta e reescretado na bile.


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Urobilinogênio
A vasta maioria do urobilinogênio remanescente é excretado nas fezes. Urobilina
.Apenas uma pequena quantidade é excretada pela urina.

Sempre que o fígado é incapaz de remover eficientemente o urobilinogênio


reabsorvido da circulação porta, seu nível aumenta na urina.
Urinálise
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Urobilinogênio

As causas hepáticas que causam aumento do urobilinogênio na urina


são as que levam ao dano hepatocelular, como a hepatite viral,
drogas ou substâncias tóxicas, ou ainda cirrose.
Urinálise
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Urobilinogênio
Métodos
Tiras reativas – o teste está baseado na reação do aldeído de Ehrlich, ou na formação
de um corante azo vermelho a partir de um composto de diazônio.

Devem ser testadas amostras recentes, pois o urobilinogênio é relativamente


lábil e pode se transformar em urobilina, não reatora, em urinas ácidas.
Urinálise
Exame Químico
Testes indiretos para infecção urinária
São testes que surgerem a possibilidade de infecção urinária em exames de
triagem.

Os dois testes mais utilizados são o do nitrito, para detectar bacteriúria e a


estearase leucocitária, para leucocitúria.
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Testes indiretos para infecção urinária

A análise microscópica serve como um teste rápido e a urocultura é o exame padrão


para detectar a bacteriúria.
Urinálise
Exame Químico
Testes indiretos para infecção urinária
Nitrito
Muitas bactérias que são patógenos do trato urinário, são capazes de
reduzir nitratos em nitritos, quando presentes em número significativos
em urina na bexiga.

Agentes mais comuns: Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Proteus
sp., estafilococos e Pseudomonas sp.
Os enterococos são incapazes de reagir.
Urinálise
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Testes indiretos para infecção urinária
Nitrito
Métodos – como são necessárias no mínimo 4 horas de incubação na
bexiga, para que a população baceriana converta o nitrato em nittrito, é
recomendável a coleta da primeira amostra da manhã.
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Testes indiretos para infecção urinária
Nitrito
Tiras reativas – resultados falso-positivos ocorrem mais comumente em amostras
mal coletadas e armazenadas, devido a contaminantes e a proliferação
bacteriana.

Falsos positivos podem ser causados também por medicamentos.


Urinálise
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Testes indiretos para infecção urinária
interferências
Tiras reativas – falsos negativos podem ser devidos ao ácido ascórbico,
urobilinogênio e baixo pH (inf. a 6,0).

Amostras colhidas ao acaso, durante o dia, e urina de pacientes com catéteres, não
demonstram boa correlação com a urocultura.
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Testes indiretos para infecção urinária
Estearase leucocitária
Extratos dos grânulos azurófilos dos neutrófilos humanos contêm até 10
protéinas com atividade esterolítica e esta atividade pode ser usada como
marcador para estas células.

Como neutrófilos são lábeis na urina, a atividade da estearase leucocitária


pode ser indicativa de restos destas células não visíveis ao microscópio.
Urinálise
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Testes indiretos para infecção urinária

Estearase leucocitária
Resultados positivos de estearase leucocitária se correlacionam com “números
significativos” de neutrófilos, tanto intactos como lisados.

O número de falso positivos e falso negativos é pequeno

O teste da estearase pode também ser útil na pesquisa de uretrite masculina.


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Exame Químico
Testes indiretos para infecção urinária
Estearase leucocitária
Tiras reativas – as células originárias do trato e as hemácias não elevam a
estearase.

Densidade urinária elevada, proteína e glicose podem diminuir os resultados


do teste, bem com a presença de antibióticos..
Urinálise
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Testes indiretos para infecção urinária
interferências
Tiras reativas - Quantidades muito grande de ácido ascórbico também inibem
a reação.

A contaminação vaginal, bem como a presença de tricomonas e eosinófilos


causam resultados positivos.
DUVIDAS??????

FIM!!!!!

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