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PROJETO DE TCC

RGM: 12649791 - Juliana Cristina Makcemiuk Dagios


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Sumário
Prevalência de osteoporose em mulheres na pós-menopausa................................................................................2
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... 2
2. OBJETIVOS................................................................................................................................................... 4
3. METODOLOGIA............................................................................................................................................ 4
4. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................................................... 5
REFERÊNCIAS...................................................................................................................................................... 16
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PROJETO DE TCC

Prevalência de osteoporose em mulheres na pós-


menopausa
Juliana Cristina Makcemiuk Dagios

1. INTRODUÇÃO
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a osteoporose é uma
doença osteometabólica caracterizada por perda de massa óssea e
deterioração da microarquitetura do tecido ósseo. A osteoporose é uma doença
crônica multifatorial intimamente associada ao envelhecimento. Esta
enfermidade é de importância crescente, tendo em consideração o aumento da
expectativa de vida populacional, que no Brasil é de aproximadamente 72 anos
para as pessoas do sexo feminino.
A maior complicação que a osteoporose causa são fraturas que ocorrem
especialmente nas vértebras, punho e colo do fêmur. Na ausência de qualquer
procedimento de prevenção ou tratamento, uma em cada duas mulheres aos 70
anos apresentará fraturas de fêmur, e aos 80 anos, duas em três sofrerão o
mesmo problema. Constata-se que metade das fraturas de fêmur por
osteoporose causam falta de capacitação parcial ou total. Cerca de 20 a 30%
dos indivíduos com fratura de colo de fêmur por osteoporose apresentam
alterações circulatórias, respiratórias e tromboembólicas, resultando em morte
dentro dos dois primeiros anos após a fratura.
Define-se a osteoporose como sendo doença caracterizada por baixa
massa óssea e deterioração da microarquitetura do osso, levando a aumento da
fragilidade óssea e, consequentemente, maior risco de fraturas. Entretanto,
apesar da importância da massa óssea, reunião de consenso recente dos
National Health Institutes define a osteoporose como doença caracterizada por
resistência óssea comprometida e risco aumentado de fratura.
A identificação precoce das pacientes de risco para osteoporose é de
grande importância clínica. Nos últimos anos, vários fatores de risco para
osteoporose têm sido identificados. A idade tem um efeito significativo na
densidade mineral óssea (DMO). As mulheres perdem cerca de metade do osso
trabecular e 35% do osso cortical durante a vida.
A principal causa dessa perda óssea relacionada à idade pode ser a
redução da formação óssea em nível celular, que é o resultado da redução da
eficiência dos osteoblastos. Além da idade, sexo e raça também são os
principais determinantes da massa óssea e do risco de fratura. As mulheres têm
mais probabilidade de sofrer de osteoporose do que os homens porque, além
de passar pela menopausa, sua DMO também é menor do que a dos homens.
Fatores genéticos também são responsáveis pelas variações na massa óssea
em diferentes grupos éticos e raciais. Indivíduos da raça negra possuem maior
pico de massa óssea e, portanto, são menos predispostos a sofrerem de
osteoporose que brancos e asiáticos.
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O índice de massa corporal (IMC) está diretamente relacionado à DMO,


sendo que os indivíduos obesos têm maior proteção contra osteoporose. Além
de doenças e medicamentos, fatores ambientais como hábitos nutricionais,
sedentarismo e tabagismo também podem estar relacionados à perda óssea.
Em relação à reprodução, a literatura descreve uma associação entre a
menarca e a idade da menopausa e o tempo de exposição ao estrogênio, um
dos mais importantes determinantes da DMO. No entanto, a deficiência de
estrogênio causada pela menopausa é considerada um dos principais fatores de
risco para a osteoporose feminina.
Os estrogênios, por sua ação antirreabsortiva, atuariam prevenindo a
perda de massa óssea, diminuindo o risco de fraturas. Essa prevenção é um
dos objetivos da utilização da terapia de reposição hormonal (TRH) em
mulheres climatéricas. Estudos recentes têm mostrado que a TRH previne a
perda óssea em mulheres na pós-menopausa, diminuindo o risco de fraturas.
Entretanto, a TRH em longo prazo não é isenta de riscos e nem todas as
pacientes necessitam de reposição. Identificar as mulheres com maior risco
deve ser um processo cauteloso, em que o médico deve julgar individualmente
cada caso.
Na rede pública municipal existe uma demanda reprimida de exames de
densitometria óssea para detecção de osteopenia e osteoporose e orientação e
tratamento das pacientes para prevenção de fraturas e o programa busca
proporcionar este serviço à comunidade. O estudo realizado permite concluir
que houve baixa prevalência de densitometria normal e alta prevalência de
baixa massa óssea na população amostral. A idade e período de tempo de
menopausa podem ser considerados como fatores de risco para osteoporose na
amostra.

2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVOS GERAIS
Discorrer sobre os aspectos gerais da osteoporose com ênfase no período pós-
menopausa.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Compreender, a partir das pesquisas, o nível da prevalência da osteoporose e
osteopenia associados à diminuição da densidade mineral óssea de mulheres
climatéricas.

3. METODOLOGIA
3.1 DESENHO DO ESTUDO
Será realizado um levantamento bibliográfico, de artigos dos últimos 5 anos, por
meio de bancos de dados de artigos científicos como SciELO e ResearchGate,
assim como Google Acadêmico. A investigação foi pautada em pesquisa
bibliográfica, incluindo livros, periódicos, teses e dissertações que abordassem
o tema osteoporose em mulheres na pós-menopausa.
Após dados coletados, os mesmos foram analisados e o material pertinente foi
relacionado para confecção do trabalho.
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3.2 LOCAL E PERÍODO DA REALIZAÇÃO DA PESQUISA


A pesquisa será realizada através da busca de artigos científicos relacionados,
revista e periódicos publicados entre os anos de 2008 a 2021.

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA


 Critérios de inclusão
Artigos publicados em português e inglês;
Artigos publicados nos últimos 11 anos.

3.4 PROCEDIMENTOS
3.4.1 Instrumentos a serem utilizados na coleta de dados
Foi realizado o método de corte transversal em que foram avaliados 473
prontuários de mulheres acompanhadas no Ambulatório de Menopausa do
CAISM/Unicamp, que estavam em amenorréia há pelo menos 12 meses e
tiveram a densidade da massa óssea avaliada por densitometria óssea no Setor
de Medicina Nuclear.

3.5 VARIÁVEIS
 VARIÁVEL INDEPENDENTE
Artigos sobre a prevalência de osteoporose em mulheres na pós-
menopausa e associação com fatores clínicos e reprodutivos.

 VARIÁVEL DEPENDENTE
 Pessoas do sexo feminino;
 Adultas que já passaram pela menopausa.

 VARIÁVEL CONTROLE
Utilizaremos como variável as alterações que ocorrem no corpo das
mulheres após a menopausa e que causam a osteoporose.

4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 OSTEOPOROSE
. A osteoporose é atualmente reconhecida como um dos problemas de
saúde mais comuns e mais graves que afetam os idosos, especialmente
mulheres, em países desenvolvidos. É caracterizada por baixa densidade óssea
e degeneração da microarquitetura óssea, o que aumenta a fragilidade óssea e
o risco de fratura
(WHO, 1994). é clinicamente reconhecido pelo aparecimento de fraturas não
traumáticas, é Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19 (4): 1003, Julago, 2003
em particular da coluna lombar (fraturas vertebrais) e também do antebraço
como pela ocorrência de fraturas femorais após uma queda da própria altura
(Riggs e Melton III, 1995). A perda óssea mais pronunciada que ocorre em
mulheres após a perimenopausa está associada à deficiência de estrogênio,
uma condição da menopausa (Sowers et al., 1998). A incidência de osteoporose
tem aumentado em todo o mundo, em parte devido ao envelhecimento da
população, visto que a taxa de osteoporose e de fraturas do fêmur ajustadas à
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idade aumentou nas últimas décadas, possivelmente devido ao estilo de vida


sedentário (Kannus et al., 1996; Lau e Woo, 1994).
Um comitê de especialistas organizado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) propôs, a partir de dados da relação entre densidade mineral
óssea e risco de fratura, a definição de osteoporose, que hoje é a mais utilizada:
densidade mineral óssea igual ou menos de 2,5 desvios padrão da densidade
local média para jovens adultos (T-Score) (WHO, 1994). Abaixo dessa
densidade óssea, o risco de uma fratura não traumática aumenta de forma não
linear. A osteopenia também foi definida como densidade mineral óssea entre 1
e 2,5 desvios-padrão abaixo da média de adultos jovens.
Esta definição de osteoporose foi estabelecida em com base em dados
de populações brancas / caucasianas com mais de 65 anos de idade (OMS, 199
) e deve ser validada para outras raças e para mulheres mais jovens. Além
disso, estudos recentes confirmaram a suspeita de que a variação na
localização óssea e o densitômetro levam a grandes diferenças na proporção da
população considerada osteoporótica ou osteopênica quando utilizados os
critérios propostos pela OMS (Faulkner et al., 1999).
Vários fatores, além da idade, aumentam o risco de uma mulher
desenvolver osteoporose (e fraturas osteoporóticas) durante a menopausa: raça
caucasiana ou asiática, peso leve, índice corporal baixo, menopausa precoce,
menarca tardia (número máximo de massa baixa de ossos), sedentarismo,
história de fratura aos cinquenta anos, história familiar, ingestão insuficiente de
vitamina D e cálcio, baixa exposição solar, além de diferentes patologias como
hiperparatireoidismo e uso de medicamentos como corticosteroides (Cummings
et al ., 1995; Lau e Woo, 1994; Ling et al., 2000; Johnell et al., 1995).
As fraturas causadas pela osteoporose estão associadas ao aumento da
morbidade, mortalidade, disfunção e até efeitos psicológicos. De acordo com
Kowalski (2001), osteoporose é uma enfermidade que despertou interesse em
Saúde Pública, pois vem aumentando o número de idosos, que se encontram na
faixa de risco para fraturas. Portanto, a osteoporose é um problema clínico e
social de relevância, que tem consequências como dor lombar, apresenta
grande impacto no desempenho das atividades cotidianas, influenciando no
bemestar e na qualidade de vida. Comumente os pacientes apresentam
barreiras para exercer suas atividades profissionais, sociais e de lazer além de
ser uma afecção com consequências emocionais importantes.
A osteoporose é silenciosa, pois evolui sem sintomas até a ocorrência da
fratura. Devido maior dimensão do esqueleto e a ausência de um período de
alteração hormonal rápida, a osteoporose evolui menos nos homens do que nas
mulheres. É considerada um problema universal que precede de fraturas e leva
a incapacidade com elevado custo para a sociedade. Vários fatores de risco são
considerados para a osteoporose: sexo feminino, etnia branca ou asiática,
história familiar, menopausa prematura, diminuição da função ovariana na pré-
menopausa (amenorréia de atleta, hiperprolactinemia, nervos), anorexia
nervosa, etc.), falta de dieta (alta ingestão de cafeína), baixo consumo de
cálcio), estilo de vida inadequado (estilo de vida sentado, abuso de álcool,
tabagismo) e fraturas.
A perda óssea é uma consequência inevitável do envelhecimento, mas
em pessoas com osteoporose é importante que a massa óssea caia abaixo do
limiar da fratura, especialmente em certas áreas como quadris, coluna vertebral
e pernas. Pode ocorrer perda óssea significativa, especialmente em mulheres na
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pós-menopausa. A osteoporose ocorre quando os osteoclastos criam cavidades


excessivamente profundas que não podem preencher completamente os
osteoblastos ou quando os osteoblastos são incapazes de preencher as
cavidades celulares normais. Na Espanha, cerca de 3 milhões de mulheres e
750.000 homens têm osteoporose.

4.2 OSTEOPOROSE NA PÓS-MENOPAUSA


No Canadá, a doença afeta 1,4 milhão de pessoas, incluindo mulheres na
pós-menopausa e mulheres idosas. As mulheres são mais suscetíveis devido à
diminuição da liberação de hormônios sexuais e absorção de cálcio mineral
endógeno. Outros fatores têm sido associados a fraturas, idade, sedentarismo,
consumo excessivo de álcool e osteoporose relacionada ao fumo. A
osteoporose é classificada em primária ou secundária, dependendo da
patogênese, dependendo se a condição clínica de base causa perda óssea.
Etiologias comuns são pareadas na meia-idade e etiologias progressivas
são mais comuns na velhice. No entanto, é dividido em tipo I ou pós-menopausa
e tipo II ou idosos. Nas mulheres, o envelhecimento leva a um declínio na
capacidade de funcionamento de vários sistemas, incluindo os ossos. Durante a
menopausa, as alterações hormonais, incluindo a deficiência de estrogênio,
causam mais perda óssea do que a formação óssea, levando à perda óssea e
consequente osteoporose. De acordo com a literatura, a osteoporose afeta
cerca de um terço das mulheres na pós-menopausa.
Neste estudo, apenas as 12% das mulheres estudadas tinham a doença,
mas dois aspectos precisam ser considerados. Primeiro, apenas pacientes com
osteoporose primária foram selecionados do universo da amostra e outras
condições foram removidas. Em segundo lugar, 65% das mulheres com
gestações múltiplas sofrem de osteoporose, o que significa que têm maior
probabilidade de desenvolver osteoporose. Os dados da pesquisa são próximos
aos descobertos por Lanzillotti et al. (2003) trataram apenas mulheres na pós-
menopausa, mas descobriram que 18,4% sofriam de osteoporose.
A osteoporose ocorre principalmente em mulheres com mais de 65 anos
e em mulheres que começam a menopausa prematura. Isso é esperado porque
a osteoporose tende a ser mais comum em muitos idosos. Esses resultados são
consistentes com o estudo do Guia (2009), estudo sobre baixa densidade
mineral óssea que examinou o número total de casos de osteoporose e
osteoporose em 42,2% das mulheres com 59 e 69 anos, respectivamente.
69,4% para mulheres com mais de 60 anos. O envelhecimento e o
hipoestogenismo também podem explicar os resultados relacionados ao tempo
decorrido desde a menopausa, sendo que pacientes com mais de 15 anos com
essa doença apresentaram quatro vezes mais chance de desenvolver
osteoporose.
Da mesma maneira que Buttros et al (2011) demonstraram que 10,6% de
pacientes até 3 anos após a menopausa sofreram de osteoporose em
comparação com 32,9% pacientes com 7 anos ou mais. Os autores sugeriram
que a redução da DMO nesses pacientes poderia ser devido a fatores
relacionados à idade. Com base em resultados anteriores, Souza, 2010
constatou que mulheres com 50 anos ou mais apresentam duas vezes risco de
desenvolver osteoporose, além de um aumento de quatro vezes no risco de
osteoporose em mulheres acima de de 60, e mais de 8 vezes em mulheres
acima de 70 anos.
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Nesta pesquisa o risco para osteoporose nos indivíduos analisados com


idade ≥ 65 anos foi de 5,4 vezes maior do que nos que ainda não completaram
essa idade, sendo compatíveis com o descrito por este autor. Alguns
pesquisadores consideram que 30 a 40% das mulheres brancas na pós-
menopausa apresentam osteoporose. Contudo, neste trabalho, no grupo das
caucasianas apenas 12,3% encontravam-se osteoporóticas.
Considerando a etnia, as mulheres pós-menopáusicas deste estudo
podem ter apresentado um viés de seleção, pois são, na grande maioria, de
etnia branca; a representatividade da etnia oriental, o risco de baixa massa
óssea também é maior, a massa óssea da amostra é muito pequena e a
representação dos negros diminuiu numericamente. Em relação aos dados
antropométricos, embora existam diferenças nos valores de altura e peso entre
os grupos, pode-se observar que mulheres sem osteoporose dominam os
grupos com sobrepeso e obesidade. Souza (2010) concorda com esses dados
porque relata que a obesidade e o sobrepeso podem proteger os indivíduos da
osteoporose, pessoas eutróficas têm 4 vezes mais chances de sofrer desta
doença, enquanto pessoas com baixo peso têm 8 vezes mais chances.
De fato, já foi descrito que a obesidade tem efeito protetor sobre a massa
óssea, que se deve ao aumento da resistência mecânica dos ossos que se
adaptam ao maior peso corporal e à produção de mais estrogênio pelas células
de gordura, reduzindo a remodelação óssea. O exercício físico regular é
considerado um fator protetor na prevenção da osteoporose, pois além do
exercício físico ser considerado um importante estímulo para a osteogênese,
observou-se que em comparação com pessoas sedentárias, o exercício físico
não é. Atletas têm mais ossos.
Segundo Souza (2010), pessoas sedentárias têm 8 vezes mais chances
de sofrer de osteoporose do que outras, e pessoas que não praticam exercícios
regularmente têm 4 vezes mais chances de sofrer de osteoporose. Neste
estudo, não foi observada associação entre a prática de exercícios físicos
regulares e a ausência de osteoporose. Talvez o exercício citado pelos
entrevistados seja de baixa intensidade, ou eles fizeram esse exercício por um
curto período de tempo. Lanzilotti e outros (2003) também observaram que
embora a literatura descreva que a atividade física pode desempenhar um papel
protetor no desenvolvimento da osteoporose, não há evidências de que o
exercício por si só possa reduzir a perda óssea associada à redução dos
hormônios reprodutivos, que é uma característica da menopausa.
Em relação ao tabagismo, os dados são controversos, estudos
comprovam que esse hábito não é fator de risco para osteoporose, enquanto
outros estudos mostram que há associação entre tabagismo e doença. Por
exemplo, Ranzilotti e outros (2003) relacionam os efeitos inibitórios do tabaco
sobre os osteoblastos. Boutros et al. (2011) relatam que o mecanismo pelo qual
o fumo afeta a massa óssea não é claro, mas há evidências de que interfere na
absorção de cálcio e reduz os níveis séricos de estradiol.
Neste estudo, a maioria das mulheres recusou-se a fumar e não foi
observada diferença na frequência do tabagismo em comparação com mulheres
com densitometria normal, osteopenia ou osteoporose. O primeiro estudo
epidemiológico (Brazos – The Brazilian Osteoporosis Study) realizado em uma
amostra representativa da população adulta brasileira mostrou que 15,1% das
mulheres apresentavam fraturas por baixo impacto. Nesta amostra, 10,7% dos
pacientes apresentaram fratura não traumática, dos quais 21,1% foram
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diagnosticados com osteoporose, embora estatisticamente falando, não há


diferença entre pacientes que tiveram doença e não tiveram fratura não
traumática nos últimos 5 anos. No entanto, devemos lembrar que não só a
osteoporose pode causar fraturas, mas pacientes com diagnóstico de
osteopenia também apresentam alto risco desse resultado.
Da mesma forma, de acordo com os critérios diagnósticos da
Organização Mundial de Saúde, muitas mulheres na pós-menopausa com
fraturas, sua DMO não é consistente com osteoporose. A história familiar de
osteoporose é um importante fator de risco para o desenvolvimento da doença,
pois o pico de massa óssea das mulheres é determinado por genes. Uma das
razões para a insignificância dos dados neste estudo pode ser devido à
incapacidade dos familiares mais velhos de obterem atendimento e exames
médicos adequados e mais complexos, ou mesmo devido à baixa expectativa de
vida no passado, os indivíduos podem não ter , atingindo a idade de
desenvolvimento da doença. Ao ser analisado o parâmetro de presença ou não
de histerectomia, Alves et al. (2013) descreveram que mulheres
histerectomizadas apresentaram menopausa artificial, muito embora o
funcionamento dos ovários estivesse preservado.
Nos dados desta pesquisa não houve diferença estatística entre a
presença de osteoporose e Histerectomia. Estatisticamente, como observado
nos dados avaliados acima, não houve diferença em relação à osteoporose e
outros fatores considerados de risco, como: prática de atividade física;
tabagismo atual; fraturas não traumáticas nos últimos cinco anos; parente de
primeiro grau com osteoporose e histerectomia. Estes parâmetros podem ter
sofrido limitações da pesquisa, pois as participantes reportaram dados
referentes a estilo de vida, antecedentes familiares e pessoais, o que pode ter
ocasionado algum viés recordatório. Outra limitação da pesquisa pode ser o
número de sujeitos da amostra que apresentaram resposta positiva para estes
parâmetros terem sido muito reduzidos.
O estudo realizado com mulheres pós-menopáusicas permite concluir que
houve baixa prevalência de densitometria normal (23%) e alta prevalência (77%)
de baixa massa óssea, osteopenia mais osteoporose. Algumas características,
como idade e período de tempo de menopausa em anos, quando avaliadas
individualmente, podem ser consideradas como fatores de risco para
osteoporose na amostra, concordando com resultados epidemiológicos
existentes; pois, a doença foi mais prevalente na faixa etária maior e nas
pacientes com maior tempo de menopausa. Os fatores de risco para perda
óssea devem ser avaliados e quando possível, modificados, para tal, futuros
estudos devem ser realizados para que se permitam aprofundar o conhecimento
acerca dos fatores de risco relacionados com osteoporose na população
brasileira.

4.3 DIAGNÓSTICO DE OSTEOPOROSE NA PÓS MENOPAUSA


O diagnóstico inicial da osteoporose é inicialmente clínico e é feito por
meio de anamnese (anamnese) e exames clínicos, nos quais a história familiar
inclui perda de estatura, baixo consumo de cálcio na infância, falta de prática de
esportes na adolescência, sedentarismo, menopausa precoce, a o uso de certos
medicamentos e a presença de doenças concomitantes permitem ao
especialista fazer um diagnóstico inicial. O teste "Gold Standard" é a medição da
densidade óssea na coluna lombar e no fêmur. Somente após essa abordagem,
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a pesquisa passa para investigações mais específicas e aprofundadas para


avaliar os estados da doença.
O diagnóstico de osteoporose, principalmente em nosso meio, foi feito
após a ocorrência de uma fratura de que pode ocorrer na coluna vertebral,
fêmur, rádio distal ou qualquer outra parte do esqueleto, e essa fissura a é
incompatível com o conhecimento atual do metabolismo e fisiologia óssea. Para
minimizar este problema no diagnóstico, foi dada atenção à quantificação de de
massa óssea. Um diagnóstico útil de exigiu o conhecimento de métodos com
boa precisão, reprodutíveis, não invasivos e métodos que realmente têm a
capacidade de quantificar a massa óssea.
Absometria de raio-X de emissão dupla atende a esses critérios em níveis
de radiação baixos e é o método mais amplamente usado para avaliar a massa
óssea hoje. Embora ainda existam debates nos quais o risco de fratura de se
torna significativo, a Organização Mundial da Saúde propôs uma estratificação
da osteoporose em em 1994. De acordo com essa classificação, uma mulher
pode ser diagnosticada com osteoporose se ela tiver uma densidade mineral
óssea em relação a um adulto jovem de menos de 2,5 desvios-padrão,
independentemente da ocorrência de uma fratura. Uma densidade mineral
óssea entre 1 e 2,5 desvios-padrão é classificada como osteopenia, e mulheres
nessa condição têm alto risco de fraturas. Estes critérios são baseados em
pontos de desvio-padrão, expressos em relação aos dados de referência de
mulheres na pré-menopausa sãs. Mediante o uso de unidades de desvio-
padrão, evitam-se os problemas relacionados com as diferenças de calibre dos
instrumentos. A classificação estabelece as seguintes categorias:
A) Normal: valor de BMD maior do que 1DP inclusive;
B) Osteopenia (massa óssea reduzida): valor de BMD entre 2,5DP inclusive e
1DP exclusive;
C) Osteoporose: valor de BMD menor que 2,5DP exclusive;
D) Osteoporose severa (osteoporose estabelecida): valor de BMD menor que
2,5 DP, com presença de uma ou mais fraturas.
A determinação da ingestão alimentar de cálcio e de seus modificadores
de absorção foi possível por meio do questionário de frequência alimentar
validado por Heath et al. (2000), que, com base na metodologia sugerida por
Willet (1990), construiu um questionário com o objetivo de estimar o ferro
dietético e seus modificadores de absorção. A maioria dessas ferramentas
estima o consumo de todos os grupos de alimentos, mas nenhuma tentou
estimar os nutrientes separadamente. Esta informação é necessária para
identificar a possibilidade de biodisponibilidade de um nutriente. Heath et al.
(2000) usaram o questionário de freqüência alimentar de ferro para estudar a
etiologia e o tratamento de mulheres adultas pré-anêmicas. Este estudo o
adaptou para mulheres na pós-menopausa com risco de osteoporose. Willet
(1990) sugere um questionário de freqüência alimentar para estabelecer um
perfil de freqüência de um ano. Da mesma forma que Heath et al. E . .., 1990 ).
Produtos lácteos (leite integral, leite desnatado, iogurte, requeijão, queijo
Minas, queijo branco, requeijão) consumidos no café da manhã, almoço, lanche,
jantar e jantar foram quantificados em medidas caseiras e estes foram
transformados em gramas com o auxílio da Mesa para a avaliação do consumo
alimentar em medidas domésticas (Pinheiro et al., 1998). Os entrevistados
responderam sobre a frequência de consumo: diariamente, 3- vezes por
semana, 1 a 2 vezes por semana, uma vez por mês e sem consumir. O cálculo
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para avaliação do teor de cálcio da dieta foi baseado nas Tabelas de


Composição de Alimentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(Instituto Brasileiro ..., 1996) e nas Tabelas de Composição Química de
Alimentos (Franco, 1998).
A absorção de nutrientes é influenciada por uma série de fatores e a
composição de cada refeição é o principal determinante das interações
intraluminais e sua influência negativa ou positiva no processo de
aproveitamento dos nutrientes que contém (Coelho, 1995). Com base nessa
premissa, foi estruturado o questionário de frequência alimentar sobre o
consumo de laticínios a ser preenchido por refeição. Os fatores antinutricionais
presentes nas refeições foram identificados de forma dicotômica. Os
questionários foram aplicados por estudantes de Nutrição com treinamento
adequado.
Estudantes de Nutrição também coletaram informações sobre fatores de
risco, além da dieta alimentar, na ficha de inscrição da clínica e no
preenchimento da ficha de entrevista complementar. Foram obtidos dados sobre
tabagismo, inatividade física em jovens e, hoje, consumo de álcool em jovens e,
atualmente, histórico familiar de osteoporose, não realização de terapia de
reposição hormonal e não exposição ao sol.
O tabagismo foi definido como o consumo de mais de 20 cigarros por dia
(Instituto Nacional ..., 2001) e o consumo de álcool, o consumo de mais de um
copo de vinho ou cerveja nas refeições fartas e / ou em dose de bebida
destilada três vezes ao dia. semana por mais de dois anos. Os entrevistadores
procuraram descobrir se, na infância e hoje, os participantes se exercitavam
regularmente, ou seja, pelo menos três dias por semana (Shaw e Witzke, 1998),
de preferência aqueles que exigiam suporte de peso, como ginástica ou
jardinagem (Drinkwater et al. , 1995), devido ao estresse mecânico a que o osso
é submetido (Lucasin e Lima, 199 ). Eles também foram convidados a caminhar,
correr e brincar, pois são atividades comuns entre os idosos.
Quanto à terapia de reposição hormonal, os pesquisadores checaram o
formulário de registro da clínica para ver se os participantes estavam usando
hormônios sexuais após a menopausa. A TRH deve ser prolongada pelo maior
tempo possível. Em geral, é desejável um período de cinco a dez anos, com
acompanhamento médico regular. Nieves et al. (1998) indicam que existe uma
relação sinérgica entre a alta ingestão de cálcio e a terapia com hormônios
sexuais, que proporciona maiores efeitos na redução da perda óssea no
tratamento da osteoporose.
História familiar de osteoporose foi levantada durante entrevista com
mulheres, quando se investigou se parentes próximos (mãe, pai, avô, avó, filho,
filha, irmão, irmã) já haviam sido diagnosticados com osteopenia ou
osteoporose. Nenhuma exposição ao sol foi considerada quando o participante
raramente saía de casa durante o dia para se bronzear especificamente ou
realizar outras atividades sob luz natural.
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5. REFERÊNCIAS

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