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EE CORONEL CARNEIRO JÚNIOR

COMPONENTE CURRICULAR: CIÊNCIA E TECNOLOGIA


1º ANO – NOVO ENSINO MÉDIO
1º PET - BIMESTRAL

NOME DO ALUNO:
TURMA: 1º Novo EM ____ TURNO: MATUTINO
AULAS POR SEMANA: 02 AULAS POR MÊS: 08
PROFESSOR(A): Gabriela Belini Gontijo

ORIENTAÇÕES AOS PAIS


BOAS VINDAS ALUNO!
E RESPONSÁVEIS
Olá Estudante, seja bem-vindo (a)!
Prezado responsável, estamos iniciando mais
Descansou bastante? Está preparado para
um ano. Não é da forma como gostaríamos, mas
novos desafios e muito aprendizado? O ano de
ainda não é o momento. Agora é necessário
2021 promete...
tomar todas as precauções e seguir as
Hoje você inicia mais um ano escolar. E será
orientações do governo estadual.
bem diferente, novos professores, colegas,
Os conceitos principais de cada aula serão
novos componentes curriculares, e para muitos
apresentados e em seguida o aluno será
uma nova escola. Enquanto as aulas
desafiado a resolver algumas atividades. Para
presenciais não retornam, você irá estudar
respondê-las, ele poderá fazer pesquisas em
utilizando diferentes ferramentas e recursos. O
fontes variadas disponíveis em sua residência.
PET – Plano de Estudo Tutorado é uma delas.
Escola e família constituem uma comunidade de
Ele é um conjunto de atividades organizadas em
aprendizagem. Vamos continuar trabalhando
componentes curriculares, a novidade é que
para que a educação não pare, com a certeza
nesse ano eles serão enviados a cada bimestre.
de que muito em breve estaremos todos juntos
Nele você vai encontrar atividades de CIÊNCIA
novamente, com segurança e com muita
E TECNOLOGIA.
determinação que vemos em todos os nossos
Ah! Você contará também com a ajuda de seus
educadores.
professores por meio de alguns canais de
Contamos com sua colaboração para auxiliar
comunicação como o APP Conexão 2.0.
seu(s) filho(s) na organização do tempo e no
Espero que você esteja disposto a aprender
cumprimento das atividades.
muito.
Até breve!

Ementa: Abordagens que envolvem Ciência e Tecnologia atreladas a questões sociocientíficas de forma
interdisciplinar e investigativa, com aprofundamento na área da Ciências da Natureza e suas
Tecnologias, são ferramentas indispensáveis no cenário escolar, pois emergem da necessidade de abrir
discussões e criar contextos argumentativos para apropriação do conteúdo no processo de
aprendizagem.
Este componente curricular para o 1º ano apresenta uma estrutura integrada formada por:
• História da Ciência,
• Questões Controversas,
• Questões Socioambientais e
• Recurso Tecnológico de Impacto Local.
A área de Ciências da Natureza tem a responsabilidade de apresentar e capacitar o estudante com embasamento
científico, tornando-o suficientemente capaz de se contrapor às ideias de pseudociências e do senso comum
presentes em seu cotidiano, concedendo subsídios para desenvolver nele um olhar crítico e criativo.

Semana 1
TEMA: Comunicação e Divulgação Científica

EIXO ESTRUTURANTE: Investigação Científica


HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências
Gerais da BNCC
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade
e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e evidências
para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e
compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade,
solidariedade e sustentabilidade.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou propor
soluções para problemas diversos.
Habilidades Específicas
(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problemas e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias, com ou
sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.

CONTEÚDOS RELACIONADOS: Divulgação Científica

INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais

Comunicação e Divulgação Científica

As informações e notícias falsas (fake news) estão muito presentes no cotidiano, prejudicando, muitas
vezes, a capacidade de tomada de decisões das pessoas. Conceitos relacionados às Ciências da Natureza são
frequentemente alvo de boatos e concepções equivocadas. Considerando esse contexto, este projeto visa
desenvolver com os estudantes a capacidade de fazer o exame crítico das notícias e conceitos que circulam nas
diferentes mídias.

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ETAPA 1: COMO SURGIU A CIÊNCIA?1

Na Antiguidade os filósofos já pensavam sobre os fenômenos naturais e criavam teorias para explicar
o mundo por meio do raciocínio lógico. Pensadores como Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), Platão (427 a.C.-
347 a.C.), Sócrates (470 a.C.-399 a.C.), Demócrito (460 a.C.-370 a.C.) e Epicuro (341 a.C.-271 a.C.) criaram
explicações diferentes sobre as propriedades da natureza, influenciados por um período racionalista. No
entanto, ao longo da Idade Média houve uma influência muito grande do pensamento religioso.
A desagregação do Império Romano do Oriente demarca o início da Idade Moderna. Ocorre um
renascimento comercial e das cidades, principalmente na Itália, onde mercadores negociavam os mais diversos
tipos de produto com o Oriente. Isso estimulou o comércio e possibilitou que os mecenas, indivíduos que
faziam parte da burguesia ascendente, patrocinassem a produção artística e intelectual. Nessa época, a prensa
móvel é inventada por Gutenberg (1396-1468), superando as cópias manuscritas de livros e revistas,
reproduzindo um número muito maior de cópias impressas em menor
tempo.
Pensadores humanistas ganham destaque, reforçando uma
concepção antropocêntrica: “O homem é a medida para todas as coisas”,
em referência às realizações da humanidade e da era das Grandes
Navegações. Os artistas renascentistas são influenciados pelos
humanistas e retomam o apreço por elementos da cultura greco-romana
da Antiguidade.
Tanto o Humanismo como os artistas do Renascimento
influenciaram a Revolução Científica do século XVII. Os cientistas dessa
época tinham críticas aos filósofos da Antiguidade e à teologia da Igreja
católica. Para eles era importante valorizar a razão, a observação dos
fenômenos naturais, a formulação de hipóteses, a elaboração de Esta Foto de Autor Desconhecido
experiências e a busca da comprovação das conclusões oriundas do raciocínio. Nesse período, destacam-se os
trabalhos de: Miguel Servet (1511-1553), que investigou o funcionamento da circulação sanguínea dissecando
cadáveres; Nicolau Copérnico (1473-1543), que desenvolveu a teoria do heliocentrismo, em contraposição ao
geocentrismo defendido pela Igreja; Galileu Galilei (1564-1642), que desenvolveu teorias astronômicas e
físicas; Francis Bacon (1561-1626), que desenvolveu o método científico; e René Descartes (1596-1650), que
lançou as bases do Racionalismo na obra Discurso do método e inaugurou a Filosofia moderna. Portanto, esse
momento histórico deu início ao processo de construção do conhecimento científico e influenciou os cientistas
e pesquisadores da modernidade e da contemporaneidade.

A ciência e seus métodos


O que é método?

[...] Um dos significados da palavra método refere-se a procedimento ou caminho. [...]


A ciência [...] é um conhecimento racional que avança “com caminho”, com método. O método
representa a busca de segurança e um critério de validade daquilo que se faz, seja uma experiência, análise ou
interpretação. E esse método é algo fixo, um modelo pronto e definitivo? Não, a natureza do problema, as
hipóteses, a conjuntura, as condições, as habilidades e a criatividade do pesquisador estão sempre em interação
e abrem novos “caminhos”, ousados até, no objetivo maior de compreensão e explicação da realidade.
Em linhas gerais, num dos métodos (hipotético-dedutivo) há os seguintes elementos:
• Observação e enunciado de um problema que nos questione e que não foi compreendido e/ou explicado
satisfatoriamente;
• Formulação de uma hipótese, a partir da observação ou da intuição do pesquisador a ser avaliada,
analisada, interpretada, testada, refutada, como solução ao problema observado e/ou enunciado;
• Testes, experimentações, análises, interpretações e argumentações, controladas por pessoas que se
dedicam àquela área da ciência, que buscam responder à hipótese formulada;
• Conclusão sobre os testes, experimentações, análises e interpretações, confirmando, refutando ou
corrigindo a hipótese testada ou analisada.

1
Este conteúdo foi extraído na integra do livro Da escola para o Aluno – Projeto Integradores

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Métodos em ciência

Existem diversos tipos de métodos, assim como existe um número quase ilimitado de objetos para
pesquisa. Cada objeto ou campo de objetos exige um método. Também há várias formas de se classificar as
ciências. Essas classificações levam em conta vários fatores como a natureza do objeto da ciência e também o
seu método.
[...]
Quando se fala em ciência “formal”, “pura”, “ideal” ou “teórica”,
entende-se a ciência que trabalha com sistemas teóricos, com as formas de
se fazer ciência: o número, a lógica, a linguística. São exemplos: a
Matemática, a Lógica, a própria Linguística, as bases teóricas da
Computação e da Informação. Quando se fala em ciência “empírica”, refere-
se à experimentação, são ciências aplicadas. Mas essas ciências empíricas
precisam de bases teóricas para se constituir. No fundo, há grande
articulação entre as diversas ciências e hoje há um processo de valorização
da interdisciplinaridade, que coloca em evidência a insuficiência da
consideração isolada dos diversos campos do saber, no tratamento dos
complexos problemas que enfrentamos.

Tipos e classificações de métodos em ciência

Os métodos variam de acordo com a natureza da pesquisa, a área da


ciência, a forma de abordagem, o objeto-problema e as fontes, os objetivos
e ainda os procedimentos.
[...]
O método indutivo parte das observações particulares para chegar a conclusões gerais. A constância e
a regularidade dos fenômenos produzem uma generalização, querem levar a uma lei geral e universal. Induzir
é chegar a uma conclusão a partir de dados particulares. [...]
O método dedutivo, ao contrário do anterior, parte da generalização e quer confirmá-la na
particularidade. [...]
O método indutivo-dedutivo combina os dois anteriores. Parte da observação para a indução faz a
dedução e volta à observação. O esquema é o seguinte: observação dos fenômenos – indução – dedução – volta
aos fenômenos. [...]
O método hipotético-dedutivo nasceu da percepção de que não é necessário sempre se partir dos
fenômenos, da observação deles e, então, por indução, produzir uma hipótese. É possível que já exista a
hipótese, nascida da imaginação, do senso comum ou da intuição. [...]
A partir da hipótese, o pesquisador, por dedução, deve verificar se ela realmente se confirma ou não. O
esquema é o seguinte: hipótese – dedução – fenômenos. Há um problema, proposto como hipótese, formula-
se uma solução dedutiva e se realiza experimentos, testes, análises para refutar ou confirmar a hipótese.

PANASIEWICZ, R.; BAPTISTA, P. A. N. Metodologia científica: a ciência e seus métodos. Belo Horizonte: Universidade FUMEC, 2013.
Disponível em: http://ppg.fumec.br/ecc/wp-content/uploads/2016/12/MetodCientica_02.pdf. Acesso em: 28 jan. 2020

EXERCÍCIOS:

1) Argumente sobre as condições históricas que permitiram a Revolução Científica do séc. XVII
(aproximadamente 10 linhas)

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2) Qual a importância de analisar os acontecimentos histórico que possibilitam que os desenvolvimentos da
ciência?

3) Ao examinar um fenômeno biológico, o cientista sugere uma explicação para o seu mecanismo, baseando-se
na causa e no efeito observados. Esse procedimento:
01. Faz parte do método científico. 02. É denominado formulação de hipóteses.
04. Deverá ser seguido de uma experimentação. 08. Deve ser precedido por uma conclusão.
Dê como resposta a soma dos números das asserções corretas.

4) A partir das informações dadas, enumere as informações, em ordem sequencial, de acordo com as etapas do
método científico:

( ) Conclusões
( ) Possíveis respostas para a pergunta em questão (hipótese)
( ) Etapa experimental
( ) Dúvida sobre determinado fenômeno da natureza
( ) Levantamento de deduções

Referências: GEWANDSZNAJDER, Fernando; PACCA, Helena. Da escola para o mundo: Projetos


integradores – Ciências da Natureza e suas tecnologias. In projeto 3 – Comunicação e Divulgação Científica.
Vol. Único, 1ª ed. – SP. Ática, 2020 p. 70 - 101

PARA SABER MAIS:


Textos
O misterioso Gutenberg
https://www.dw.com/pt-br/o-misterioso-gutenberg/a-42432157
A importância de conhecer a história das várias dimensões do fazer científico
https://jornal.usp.br/artigos/sobre-a-importancia-da-historia-das-ciencias/

Vídeo
Como nasceu e se transformou o método científico ao longo do tempo
http://www.abc.org.br/canal-abc/2011-3/uma-breve-historia-do-metodo-cientifico/ Acesso em: 19 jan. 2020

Semana 2

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TEMA: Comunicação e Divulgação Científica
EIXO ESTRUTURANTE: Investigação Científica
HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências
Gerais da BNCC
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade
e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e evidências
para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e
compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade,
solidariedade e sustentabilidade.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou propor
soluções para problemas diversos.
Habilidades Específicas
(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problemas e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias, com ou
sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.

CONTEÚDOS RELACIONADOS: Divulgação Científica

INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais

Como o método científico é aplicado na atualidade?

Atualmente, muitos conhecimentos científicos são desenvolvidos em laboratórios de universidades,


instituições de pesquisa e empresas, públicas ou privadas. O método científico, que inclui a realização de
experimentações e testes, é utilizado, entre outras situações, para a produção de mercadorias e produtos de
tecnologia. Porém, o acesso a esses novos produtos nem sempre é possível, já que seu preço pode ser inviável
para a maioria da população, por exemplo. Por essa razão, muitas vezes, a dificuldade de custear tratamentos
médicos e comprar remédios pode levar as pessoas a tomar medidas impróprias A promessa de tratamentos
mais baratos e acessíveis é uma das razões que estimulam as pessoas a buscar fontes alternativas para a
medicina convencional. Infelizmente, grande parte desses métodos é considerada pseudociência.
A pseudociência é um conjunto de práticas, teorias, métodos e afirmações com aparência científica, mas que
são baseados em conceitos e afirmações falsos ou que não adotam métodos científicos rigorosos.

Conheça a história da primeira vacina do mundo descoberta há 224 anos na


Inglaterra2
Jenner iniciou o combate ao vírus da varíola; processo foi descoberto 100 anos antes de que o
mundo tomasse conhecimento sobre o que eram os vírus.
Por Gabriela Brumatti, Terra da Gente 25/05/2020 12h43 Atualizado há 9 meses

2
Extraído de https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2020/05/25/conheca-a-historia-
da-primeira-vacina-do-mundo-descoberta-ha-224-anos-na-inglaterra.ghtml Acesso em: 13/03/2021

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3

Em 14 de maio de 1796, cem anos antes de que o mundo


soubesse o que são os vírus, o médico rural inglês Edward
Jenner descobriu a primeira vacina, capaz de combater um dos
piores deles. Foi usando o vírus de uma doença adquirida da
vaca, que provocava lesões muito similares à varíola, que ele
conseguiu criar o medicamento capaz de combater essa
doença.
A varíola era uma ameaça gigantesca à humanidade e a
batalha contra ela era travada há séculos. Sabe-se hoje que
esta foi a doença viral que mais matou na história. “Era tida
como o ‘horror’ da época! Só para fazer uma comparação: o
novo coronavírus tem uma taxa de letalidade global de 6,5%,
a varíola tinha taxas de 30%”, contextualiza a virologista Clarissa Damaso, assessora da Organização Mundial
da Saúde (OMS) para pesquisas sobre o vírus da varíola.
O impacto da enfermidade impressionava, principalmente, pelas pústulas provocadas no corpo, bolhas com
pus que apareciam pela pele. Jenner, então, resolveu testar algo que outros cientistas já haviam observado com
relação a este sintoma: mulheres que ordenhavam vacas, na Inglaterra, eram conhecidas pela beleza e não
apresentavam as marcas da varíola, muito recorrentes em grande parte da população.
4

Acreditando que as ordenhadoras que haviam adquirido das vacas


uma doença semelhante, porém mais branda, estavam protegidas
contra varíola, há 224 anos, o médico fez um experimento ousado (e
irresponsável, diante dos moldes sanitários atuais): retirou a
substância da lesão de uma dessas mulheres e inoculou em uma
criança de 8 anos, James Phipps, filho de seu jardineiro. Seis semanas
depois, no outro braço da criança, inseriu o próprio vírus da varíola
e o garoto não adquiriu a doença!
“É um raciocínio científico perfeito e um experimento que
fazemos até hoje chamado de ‘desafio’. Nele você deve provar que
algum vírus pode ser vacinal. Claro que, atualmente, não se faz isso
com humanos”, explica Damaso. O pai da imunologia repetiu os testes e, em dois anos, apresentou resultados
em 21 testes diferentes. Em 1800, o processo ganhou nome: "vacinação", em referência a ser derivado da
"vaca".

Raciocínio sagaz e muita sorte

A descoberta de Jenner ocorreu em uma época obscura para a ciência, quando doenças infecciosas eram
justificadas como fruto de forças negativas. “Ele era uma cara à frente do tempo. Estava a 100 anos antes da
descoberta dos vírus, não tinha noções de imunologia ou dos postulados de Koch, que mostravam como
doenças infectocontagiosas eram transmitidas...”, exemplifica a assessora da OMS.
O médico inglês teve a percepção, inclusive, de deixar o vírus bovino agindo um tempo no corpo do garoto.
Como Clarissa Damaso explica, ele imaginou que o organismo teria que formular uma resposta e se tivesse
inoculado a varíola no dia seguinte ao vírus vacinal, o menino teria desenvolvido a doença. “Ele esperou seis
semanas que é realmente o prazo aproximado que a gente espera. Ele foi fantástico no raciocínio e na
elaboração de conclusões”, explica ela.
O pai da imunologia contou ainda com uma sorte grande, já que são raras as doenças em que um vírus
diferente do causador da enfermidade seja capaz de atenuá-la. “O vírus usado por Jenner não é o da varíola, é

3 Enquanto a varíola castigava principalmente as crianças, Jenner buscava a solução para a vacina em um vírus semelhante que ocorria em
vacas — Foto: Wellcome Collection. Attribution 4.0 International (CC BY 4.0)

4 Obra de arte retrata a aplicação da primeira vacina do mundo por Edward Jenner em uma criança de apenas oito anos — Foto: Gaston
Mélingue/Reprodução

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um do mesmo gênero. E essa família tem a particularidade de que vírus do mesmo gênero protegem contra a
doença por outros. Ele não sabia disso nessa época e deu sorte, porque não é comum. Por exemplo, se você
tiver dengue não está protegido de febre amarela ou zika, mesmo sendo todos do mesmo gênero”, define a
virologista.

“Fake News” antivacina A vacina era distribuída de forma


gratuita, mas sem o conhecimento de
Sagacidade de raciocínio e êxito no experimento não foram noções sanitárias, as aplicações
suficientes para convencer uma comunidade ainda temerosa sucessivas também abriam portas
quanto à eficácia das vacinas. Clarissa Damaso explica que, em para a transmissão de outras
algumas regiões da Inglaterra, Jenner foi ridicularizado porque,
às vezes, o vírus bovino não funcionava. Uma hipótese é que existia um outro vírus em animais que gerava
lesões similares às conhecidas pelo médico, mas, como pertencia a um gênero diferente, não protegia contra a
varíola.
Havia também os que consideravam o processo um absurdo. Charges divulgadas em jornais da época
satirizavam a vacinação mostrando pessoas imunizadas se transformando em vacas. Jenner, então, construiu
uma choupana em sua casa e se isolou para continuar vacinando as pessoas que desejassem. Aos poucos, os
benefícios foram se mostrando evidentes e sendo divulgados pelo planeta. Em 13 anos, todo o mundo já tinha
recebido uma amostra do vírus vacinal.

Charge do
movimento
antivacina da
varíola satiriza o
procedimento ao
representar "os
maravilhosos
efeitos da nova
inoculação" — Foto:
James
Gillray/Reprodução

Um vírus extinto

Apesar da eficiência do processo, campanhas de vacinação desordenadas faziam com que a varíola
continuasse aparecendo. Em 1968, a estimativa era de que o mundo alcançasse ainda 15 milhões de casos
anuais. E foi através de ações organizadas que neste mesmo ano a OMS começou a atingir toda a população
mundial, uma batalha finalizada apenas dez anos depois.

Assim como o primeiro teste da vacina foi feito no mês de maio, há quatro décadas a batalha contra a
varíola foi finalizada em mesmo mês e aquietou um tormento de milhares de anos com a certeza de que o
mundo e todos os seus povos estavam livres da varíola. “Essa é, até hoje, a única doença humana erradicada.
Ter atingido esse feito é um orgulho muito grande”, assume Clarissa Damaso.

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EXERCÍCIOS: Qual é o seu papel?

Para esta atividade, você aluno irá precisar da ajuda dos seus pais.

No final de 2019 e início de 2020 foi descrita, em pessoas na China, uma nova infecção por um vírus da
família coronavírus, identificado como nCoV-2019. Na maioria dos pacientes, o vírus causou sintomas
semelhantes aos do resfriado, como febre, tosse e dificuldade para respirar. A falta de informações
sobre a nova infecção, no entanto, levou muitas pessoas a ler e a compartilhar notícias falsas sobre os
perigos da doença, formas de prevenção e medicamentos indicados. Como podemos evitar a disseminação de
informações falsas sobre infecções como a causada pelo nCoV-2019?

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Agora é com você - o objetivo é ajudar a população leiga da sua vizinhança a verificar se uma medida de
prevenção ou um medicamento não regulamentado são válidos no combate a essa doença, além de informar
sobre os riscos das pseudociências para a saúde.
DICA: Você pode desenvolver memes, mensagens de texto ou áudios (podcast) de fácil
compartilhamento, sempre usando uma linguagem acessível para atingir o maior número possível de pessoas.
Usem sempre fontes confiáveis, como institutos de pesquisa, e lembrem-se de colocar crédito nas imagens
utilizadas.

Referências: GEWANDSZNAJDER, Fernando; PACCA, Helena. Da escola para o mundo: Projetos


integradores – Ciências da Natureza e suas tecnologias. In projeto 3 – Comunicação e Divulgação Científica.
Vol. Único, 1ª ed. – SP. Ática, 2020 p. 78 – 82
BRUMATTI, Gabriela Conheça a história da primeira vacina do mundo descoberta há 224 anos na
Inglaterra Extraído de https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-
gente/noticia/2020/05/25/conheca-a-historia-da-primeira-vacina-do-mundo-descoberta-ha-224-anos-na-
inglaterra.ghtml Acesso em: 13/03/2021

PARA SABER MAIS:


Para saber mais sobre os temas, acesse os links abaixo:

A importância de fontes confiáveis para uma aprendizagem de qualidade


Link: https://www.terra.com.br/noticias/dino/a-importancia-de-fontes-confiaveis-para-uma-
aprendizagem-de-qualidade,9c64daae9c0a60d47fd5d58426d7043bh68935po.html Acesso em:13/03/2021
Entenda a importância das vacinas na prevenção de doenças
Link: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/32772-entenda-a-importancia-das-
vacinas-na-prevencao-de-doencas Acesso em:13/03/2021

Semana 3

TEMA: Comunicação e Divulgação Científica

EIXO ESTRUTURANTE: Investigação Científica


HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências
Gerais da BNCC
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade
e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e evidências
para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e
compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade,
solidariedade e sustentabilidade.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou propor
soluções para problemas diversos.
Habilidades Específicas

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(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problemas e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias, com ou
sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Divulgação Científica

INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais

O laboratório e o dia-a-dia: O que é o método científico e por que ele é o maior inimigo
das fake news?5
MAIO 9, 2019 | REBECABAYEH

Na ciência, busca-se o tempo todo correlacionar fenômenos com suas causas e consequências, a fim de se
compreender como o mundo funciona. Contudo, os tipos de correlação e as dificuldades experimentais que
cientistas precisam enfrentar variam de área para área, e evoluem conforme o campo de estudo amadurece.

Por exemplo, se queremos estudar um fenômeno físico, como a relação matemática entre a temperatura e a
dilatação de uma barra de metal (o quanto ela varia em comprimento quando aquecido ou resfriado),
precisamos realizar uma série de medições de temperatura e do comprimento do objeto, além de levar em conta
diferentes tipos de materiais (cada material possui um coeficiente
de dilatação diferente, ou seja, diferentes materiais vão dilatar
mais ou menos quando sujeitos à mesma variação de
temperatura).

Neste caso, chamamos a dilatação do objeto de variável


dependente (aquela que depende de outras variáveis que estamos
estudando), e a variação de temperatura, o comprimento inicial e
o coeficiente de dilatação de variáveis independentes (que são
aquelas que estamos controlando a fim de estudar a dilatação).
Neste caso termodinâmico, é relativamente simples inferir quais
as variáveis dependentes e independentes, mas às vezes estas
relações não são óbvias a uma primeira vista.

Além disso, estas medições sozinhas não nos fornecem as causas


materiais da dilatação, ou seja, as estruturas por trás da mudança
de tamanho provocada por alteração da temperatura, mas podem nos fornecer padrões o suficiente para
estabelecermos relações matemáticas e podermos prever com boa confiabilidade o quanto determinado
material vai dilatar em determinadas circunstâncias (o que culmina em diversas aplicações práticas em várias
áreas do conhecimento, por exemplo na engenharia civil).

Quais variáveis têm influência sobre meu objeto de estudo? Créditos: Rebeca Bayeh.

No entanto, ao longo da história da ciência, vários modelos de termodinâmica e de estrutura dos materiais já
foram desenvolvidos de forma que seja possível, no caso deste fenômeno, não só prever com boa
confiabilidade o comportamento dos materiais estudados em diferentes temperaturas, mas fornecer explicações
para as causas do fenômeno da dilatação. Quanto mais suporte teórico e experimental uma teoria científica
tem, maior sua credibilidade.

Essa credibilidade passa também pela quanto determinada afirmação pode ser falseável. O conceito de
falseabilidade foi introduzido pelo filósofo Karl Popper, e diz respeito ao quanto uma afirmação ou teoria
permitem que sejam realizadas investigações que as refutem.

5
/texto extraída na integra de https://cientistasfeministas.wordpress.com/2019/05/09/o-laboratorio-e-o-dia-
a-dia-qual-a-relacao-entre-o-metodo-cientifico-e-as-fake-news/ Acesso em 13/03

11
Por exemplo, no caso dos objetos que dilatam com o calor, alguém poderia observar em laboratório que toda
barra de ferro dilata X quando é aquecida em dez graus Celcius. Poderíamos “falsear” essa afirmação fazendo
experimentos que medissem a dilatação de diferentes barras de ferro com diferentes tamanhos iniciais e
diferentes temperaturas iniciais, sempre variando dez graus.

Caso as barras, dentro de condições controladas de laboratório e utilizando-se estatística apropriada, se


comportem de forma semelhante à da afirmação que estamos tentando falsear (o que não aconteceria aqui, pois
já sabemos que a dilatação dependeria sim do comprimento inicial da barra), estaríamos fornecendo com isso
mais embasamento para uma teoria. Caso contrário, e caso se verifique que não houve falhas sistemáticas na
realização do experimento, estamos falseando a afirmação inicial. Quando isso acontece na ciência, surge
debate e reflexão sobre quais as variáveis que podem não estar sendo levadas em conta, quais as possíveis
falhas experimentais do experimento original (e dos experimentos dele derivados) e quais as causas do
fenômeno estudado.

Quando o monge e botânico Gregor Mendel desenvolveu, no século XIX, seus princípios de hereditariedade,
que seriam base para os estudos em Genética, ele desconhecia a existência de genes ou mesmo a existência do
DNA, e, portanto, não pôde explicar as causas através das quais as cores das ervilhas que ele estudou
dependiam das cores das plantas que foram cruzadas. Contudo, os padrões de hereditariedade verificados
experimentalmente por ele em plantas são verificáveis e falseáveis, e seu trabalho serviu como base para o que
viria a ser posteriormente a Genética moderna.

Muitas vezes, quando cientistas se depararam com padrões de fenômenos que podiam observar, mas cujas
causas eram desconhecidas, foram atribuídos significados místicos e religiosos para estes fenômenos. Quando
isso acontece, estamos saindo do campo da ciência. Por exemplo, se eu observo que qualquer barra de ferro
dilata sempre proporcionalmente ao seu comprimento inicial e à sua variação de temperatura, eu posso fazer
uma afirmação falseável acerca deste fenômeno (se alguém quiser testar minha afirmação, basta aquecer uma
barra de ferro em um laboratório com condições controladas e verificar se a minha afirmação se sustenta).
Contudo, se eu afirmar que a dilatação se dá por intervenção de um deus do calor que interveio em meu
laboratório, esta afirmação não é falseável (não posso provar a existência do deus do calor nem sua presença
no meu laboratório, e, portanto, não posso provar que esta foi a causa da dilatação da barra de ferro).

Além disso, o fato de eu não provar a não-existência do deus do calor não implica na existência do deus do
calor. Cabe a quem fez a afirmação de que tal deus existia a comprovação do que está dizendo.

Analogamente, quando são compartilhadas notícias falsas (“fake news”) com afirmações mirabolantes nas
redes sociais, cabe a quem fez as afirmações comprovar que o que está dizendo é verdade. O grande problema
destes compartilhamentos é que as notícias costumam envolver um grande peso emocional e, muitas vezes,
fazem com que os leitores se sintam ameaçados por um oponente político que está supostamente prejudicando
sua vida, sua família e seu senso de sagrado. É natural que fiquemos impressionados com ideias fortes e
emotivas, mas cabe a nós verificar se as pessoas que as estão afirmando (e as que estão compartilhando, já que
compartilhar é uma forma de reafirmar) verificaram ou comprovaram tudo que estão alegando, ou se tratasse
apenas de ideias fantasiosas que parecem ser verdadeiras apenas por possuir um vínculo com uma parte da
realidade que já conhecemos ou porque elas intuitivamente fariam sentidos.

Muitas ideias científicas se iniciam de forma intuitiva, com um vínculo com a realidade já conhecida, como
foi o caso das Leis de Mendel e de muitas outras, como a Teoria da Relatividade do Einstein. Mas as intuições
isoladamente não constituem por si só o pensamento científico, e não cabe à ciência fornecer explicações para
as causas de todos os fenômenos se estas causas não puderem ser estudadas de maneira criteriosa.

Trata-se de um trabalho colaborativo de longo prazo, que tem compromisso com a consistência, e não com a
explicação de todas as verdades, e cujos paradigmas evoluem conforme a tecnologia se desenvolve e conforme
são encontradas novas relações entre diferentes áreas dentro da ciência.

EXERCÍCIOS: Qual é o seu papel

12
É a sua fez de combatera a “fake news”! Elabore
uma estratégia para combater a fake news na sua
casa, na sua rua e no seu bairro.
Veja o exemplo:
6

Referências: GEWANDSZNAJDER, Fernando; PACCA, Helena. Da escola para o mundo: Projetos


integradores – Ciências da Natureza e suas tecnologias. In projeto 3 – Comunicação e Divulgação Científica.
Vol. Único, 1ª ed. – SP. Ática, 2020 p. 83 – 87
REBECABAYEH O laboratório e o dia-a-dia: O que é o método científico e por que ele é o maior
inimigo das fake news? Extraído de https://cientistasfeministas.wordpress.com/2019/05/09/o-laboratorio-e-
o-dia-a-dia-qual-a-relacao-entre-o-metodo-cientifico-e-as-fake-news/ Acesso em: 13/03/2021

PARA SABER MAIS:


Para saber mais sobre os temas, acesse os links abaixo:
Notícias falsas na internet
http://www.comciencia.br/falsa-ciencia-e-pos-ciencia/
Conhecimentos dos jovens sobre ciência e tecnologia
https://jornal.usp.br/universidade/politicas-cientificas/jovens-defendem-a-ciencia-mas-
desconhecemproducao-cientifica-do-pais/

Semana 4

6
Extraído do site: https://www.comciencia.br/falsa-ciencia-e-pos-ciencia/

13
TEMA: Comunicação e Divulgação Científica
EIXO ESTRUTURANTE: Investigação Científica
HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências
Gerais da BNCC
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade
e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e evidências
para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e
compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade,
solidariedade e sustentabilidade.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou propor
soluções para problemas diversos.
Habilidades Específicas
(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problemas e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias, com ou
sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Divulgação Científica

INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais

RECAPITULANDO

Chegamos ao fim de um mês de aulas!


Nesta semana vamos revisar um pouco os conceitos vistos até aqui. Não podemos deixar passar nada. Em
breve teremos uma prova!

Semana 1: COMO SURGIU A CIÊNCIA? Semana 2: Como o método científico é aplicado na


Em linhas gerais, num dos métodos (hipotético- atualidade?
dedutivo) há os seguintes elementos: • Em 14 de maio de 1796 – 1ª vacina;
• Observação e enunciado de um problema que nos • Varíola: ameaçava grande parte da humanidade;
questione e que não foi compreendido e/ou explicado • A varíola é causada por um vírus;
satisfatoriamente; • Formava pústulas - bolhas de pus por todo o corpo;
• Formulação de uma hipótese, a partir da • Observação: mulheres que ordenhavam vacas não
observação ou da intuição do pesquisador a ser avaliada, tinham a forma grave da doença;
analisada, interpretada, testada, refutada, como solução ao
• Primeiro experimento – uma criança de 8 anos;
problema observado e/ou enunciado;
• A vacina era distribuída de forma gratuita, mas sem
• Testes, experimentações, análises, interpretações
o conhecimento de noções sanitárias, as aplicações
e argumentações, controladas por pessoas que se dedicam
sucessivas também abriam portas para a transmissão
àquela área da ciência, que buscam responder à hipótese
de outras;
formulada;
• Conclusão sobre os testes, experimentações, análises e • Algumas regiões da Inglaterra, Jenner foi
interpretações, confirmando, refutando ou corrigindo a ridicularizado porque, às vezes, o vírus bovino não
funcionava.
hipótese testada ou analisada.
• Essa é, até hoje, a única doença humana erradicada.

14
Semana 3: O que é o método científico e por que ele é o maior inimigo das fake news?
• correlacionar fenômenos com suas causas e consequências, a fim de se compreender como o mundo
funciona;
• Evolução de modelos termodinâmicos ao longo dos anos;
• Quanto mais suporte teórico e experimental uma teoria científica tem, maior sua credibilidade;
• Falseabilidade: quanto uma afirmação ou teoria permitem que sejam realizadas investigações que as
refutem;
• Aos fenômenos de causas desconhecidas, foram atribuídos significados místicos e religiosos para estes
fenômenos;
• O grande problema destes compartilhamentos é que as notícias costumam envolver um grande peso
emocional;
• As intuições isoladamente não constituem por si só o pensamento científico;
• A ciência é um trabalho colaborativo de longo prazo, que tem compromisso com a consistência, e não com
a explicação de todas as verdades, e cujos paradigmas evoluem conforme a tecnologia se desenvolve e
conforme são encontradas novas relações entre diferentes áreas.

Viu que legal! Dentro destas caixas temos as ideias principais de cada texto. Fácil para estudar, não é!

EXERCÍCIOS:

1) 7Quais das afirmações abaixo se relacionam com o princípio da verificabilidade?

a) Aquilo que não tem possibilidade de verificação deve ser retirado do saber científico, como, os enunciados
metafísicos.
b) A Física era o modelo que eles propunham para todos os enunciados científicos, ou seja, só aquilo que foi
dito a partir de observações poderia ser considerado verdadeiro.
c) Os enunciados que não pudessem ser examinados a partir da verificação empírica não tinham significação
e, portanto, deveriam ser desconsiderados da ciência.
d) A verificação pode ser feita por meio da aplicação da lógica para saber se há coerência no enunciado.

2) 8Indique quais das afirmações abaixo podem ser consideradas verdadeiras ou falsas a partir do critério de
verificabilidade e quais devem ser desconsideradas do saber científico para os pensadores do Círculo de
Viena:

a) Deus é bom e justo. b) A alma é imortal.


c) Há vida inteligente em Plutão. d) Há ouro no meu quintal.

3)9 A primeira vacina foi criada no século XVIII por Edward Jenner e garantia proteção contra a varíola. O
princípio utilizado nessa época é o mesmo utilizado nos dias atuais e baseia-se:

a) na aplicação de anticorpos contra a doença em pessoa saudável, garantindo sua imunização.


b) na aplicação de anticorpos contra a doença em pessoas doentes para garantir a sua cura.
c) na aplicação de antígenos causadores da doença em pessoa saudável, garantindo sua imunização.
d) na aplicação de antígenos causadores da doença em pessoa doente para garantir a sua cura.
4) De acordo com o texto, as informações falsas se espalham rapidamente, porque

7
Extraído de: https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-filosofia/exercicios-sobre-karl-popper.htm
Acesso em: 13/03/2021
8
Extraído de: https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-filosofia/exercicios-sobre-karl-popper.htm
Acesso em: 13/03/2021
9
Extraído de: https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-biologia/exercicios-sobre-vacinas-
soros.htm Acesso em: 13/03/2021

15
( ) elas apelam para o emocional das pessoas.
( ) elas são curtas e de fácil entendimento.
( ) elas parecem ser verdadeiras.

5) O termo “fake news”, emprestado da língua inglesa, tem sido muito usado para fazer referência a notícias
não confiáveis e de rápida repercussão nos meios digitais. Em relação às ideias apresentadas no texto sobre
esse assunto, assinale a alternativa correta.

A) O costume de espalhar rumores mentirosos sobre as pessoas é muito antigo, nascido com a invenção da
escrita, e recriminado desde sempre, a exemplo dos textos escritos sobre a mitologia clássica por autores como
Virgílio e Platão.
B) A divulgação de notícias que misturam indiferentemente mentiras e verdades para influenciar eleições e
prejudicar inimigos políticos foi uma prática comum ao longo da história da humanidade e, tão necessária, que
chegou a se tornar uma profissão.
C) Os antigos rumores e as atuais “fake news”, apesar de terem como fundamento a mistura de realidade e
ficção a serviço da difamação, são bastante diferentes no modo de divulgação: sendo invenção restrita ao
mundo tecnológico da Internet, as “fake news” se propagam com rapidez e dificilmente são identificadas.
D) A meia‐verdade pode ser mais perniciosa que uma mentira completa, justamente porque é composta
indiferentemente de verdade e ficção, que o leitor aceita com facilidade em vez de pesquisar os
fundamentos da notícia.
E) As “fake news” são notícias divulgadas na Internet cujo conteúdo falso tem 70% a mais de probabilidade
de ser detectado que o das notícias factuais, em acordo com pesquisas atualizadas.

Semana 5

TEMA: Comunicação e Divulgação Científica

EIXO ESTRUTURANTE: Investigação Científica


HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências
Gerais da BNCC
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade
e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e evidências
para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e
compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade,
solidariedade e sustentabilidade.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou propor
soluções para problemas diversos.
Habilidades Específicas
(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problemas e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias, com ou
sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Divulgação Científica

INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais

16
Olá!!!!
Como estão?

Até aqui foi possível perceber a importância do Método Científico e por que precisamos combater as FAKE
NEWS.
Nesta semana vocês são os autores. Calma… Eu vou explicar.
Vocês irão CRIARRRRRRRR. Como assim? Assim. Vocês a partir de agora são os AGENTES de
COMBATE A FAKE NEWS
Eu vou guiar vocês nesta aventura. Todos prontos?

1ª Etapa: Narre um acontecimento sobre uma notícia falsa que prejudicou alguém que você conhece. Seja
rico nos detalhes.

2ª Etapa: Elabore uma cartilha para evitar que outras pessoas sejam prejudicadas pela mesma Fake News
que você descreveu acima.

3ª Etapa: Vocês já se depararam com alguma informação falsa? O que fizeram?

4ª Etapa: Por que pessoas boas espalham informações ruins? Explore o conceito de “viés de confirmação”

17
Semana 6

TEMA: Comunicação e Divulgação Científica

EIXO ESTRUTURANTE: Investigação Científica


HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências
Gerais da BNCC
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade
e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e evidências
para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e
compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade,
solidariedade e sustentabilidade.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou propor
soluções para problemas diversos.
Habilidades Específicas
(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problemas e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias, com ou
sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Divulgação Científica

INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, Biologia, Química, Física, História e Ciências Sociais

Olá jovens cientistas!


Gostaram de ajudar a população a não dar atenção às FAKE NEWS?
Hoje vamos explorar as mídias e a sua relação com as ciências.
“O aprendizado por meio de mídias digitais é uma
realidade nos dias de hoje. O acesso à informação
nunca foi tão fácil, mas é preciso selecionar e avaliar
criticamente os materiais disponíveis.”

APRENDENDO COM AS MÍDAIS: DIFUSÃO DOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS10

Os conhecimentos científicos geralmente não têm uma linguagem de fácil assimilação pela população como
um todo. Os termos usados são técnicos, a linguagem é formal e há utilização de conceitos científicos
complexos.

10
Este conteúdo foi extraído na integra do livro Da escola para o Aluno – Projeto Integradores

18
Etapas do Fazer Científico
Após seguir rigorosamente as etapas do método científico
Produzir um artigo científico
Publicar em uma revista especializada
Comunicação entre os pares
Aceitação entre os pares
Após publicação nas revistas especializadas
Agências de Notícias e jornalistas especializados elaboram texto
para informar a sociedade

Como divulgar ciência nas mídias digitais?

Estratégias de divulgação científica se tornaram um tema comum nas discussões entre pesquisadores.
Mas hoje em dia não basta mais apenas marcar presença nos jornais, revistas e televisão. É nas mídias digitais
que as pessoas têm buscado informação, sobretudo as mais jovens, que podem encontrar conteúdos relevantes,
mas também estão expostas a mentiras que alimentam o descrédito à ciência. Foi pensando nisso que o Instituto
de Física Gleb Watagin (IFGW) ofereceu neste semestre a disciplina eletiva “Tópicos de Física Aplicada:
Divulgação Social nas Novas Mídias”. A iniciativa foi de Leandro Tessler, professor do instituto, que convidou
Átila Iamarino para ministrar as aulas como Professor Especialista Visitante em graduação. Ele foi um dos
professores selecionados na modalidade pela Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp.
A escolha não poderia ser mais adequada: além de ser doutor em microbiologia pela Universidade de
São Paulo (USP) é um dos apresentadores do Nerdologia, um dos maiores canais de ciência [...]. No total, 40
alunos da universidade participaram da disciplina, a maioria do curso de Física, mas alguns também de outras
áreas que trabalham com a divulgação científica. Ao longo do curso, Átila compartilhou com os estudantes sua
experiência em produzir vídeos [...], ensinando como a plataforma funciona do ponto de vista de um criador
de conteúdos, além de discutir com eles as principais dificuldades em se comunicar com públicos que estão
fora da universidade.
“Tem duas grandes dificuldades. A primeira, mais evidente, é a dificuldade de se comunicar de outra
forma
que não a escrita. Nossa formação inteira é para o meio escrito. A gente passa no vestibular fazendo redação,
na graduação tem que entregar trabalhos escritos, nos pós também são trabalhos escritos, depois uma tese.
Então sempre se exercita a escrita e uma escrita formal. Mas o principal meio em que as pessoas estão
consumindo notícias e também ciência é o vídeo. A segunda é com as mídias sociais, isso também é muito
pouco tratado. As pessoas até consomem informação nelas, mas não sabem usar de uma forma crítica ou não
sabem como elas funcionam por trás desse consumo”, explica Átila.

[...] também ressaltou a importância de incluir os cientistas nas mídias digitais. Para ele, ainda é comum que
pesquisadores se apoiem apenas nos meios de comunicação tradicionais. Mas a realidade já é bem diferente.
“A TV não coloca alguém falando que as pessoas não devem se vacinar, ou que a Terra é plana. As mídias
tradicionais respeitam o consenso científico em grande parte das vezes. As mídias sociais promovem esse tipo
de conteúdo, e promovem acima da informação correta. É mais fácil uma notícia falsa se espalhar. Esses são
os meios em que o descrédito da ciência acontece, mas os cientistas não entendem isso, não se relacionam e
não buscam se comunicar nesses meios”, comenta Átila [...].

[...] Para colocar em prática as habilidades e estratégias de comunicação ensinadas por Átila, os estudantes
produziram também vídeos sobre temas científicos que consideram interessantes. O grupo da Agnes Simões e
de Joelson Silva escolheu falar sobre mineração de asteroides, um novo assunto que vem ganhando
popularidade nas mídias digitais, mas muita gente não tem conhecimento sobre o tema, ou está consumindo e
compartilhando informações erradas.

19
Aluno do 2o ano de Engenharia Física, Joelson acredita que saber produzir um conteúdo que seja
acessível a mais pessoas pode aproximar a ciência da comunidade, criando uma ponte com quem não está
dentro do universo acadêmico. “A gente está em uma sociedade em que existe muita disseminação de fake
news, muita gente que acha que, por ter acesso a informação, tem conhecimento. Mas informação não é
conhecimento. Então a divulgação científica cria essa ponte, desperta interesse, traz pessoas que não teriam
acesso formal à universidade [...].
Agnes também vê a disciplina como uma oportunidade de os alunos pensarem de que forma estão se
comunicando com as pessoas. Bacharel em Química, a estudante está complementando a formação com a
licenciatura na área. “Eu achei legal toda a discussão do começo da disciplina: quais são as métricas, o que
influencia na visualização de um vídeo, qual o público mais atingido, como você faz para chegar nas pessoas.
Essas coisas ajudaram não só na produção do vídeo, mas em como a gente também conversa com as pessoas.
Acho que dentro da universidade a gente sabe que tem conhecimento, e de fato temos, mas temos dificuldade
de passar esse conhecimento para as pessoas”, afirma Agnes.

MATEUS, F. Estudantes aprendem com Youtube a divulgar ciência nas mídias digitais. Universidade Estadual de Campinas, 13 dez. 2019.
Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2019/12/13/estudantes-aprendem-com-youtuber-divulgar-ciencia-nas-midias-digitais.
Acesso em: 18 dez. 2019.

EXERCÍCIOS:

1) Como a ciência pode ser divulgada de forma eficiente? *Não esqueça de explorar todas as possibilidades!
*

2) Argumente a seguinte afirmação: “É possível aprender ciência utilizando mídias digitais.”


Não esqueça de dizer se você usa as mídias e quais são.

3) Como os conhecimentos científicos poderiam contribuir para uma educação melhor em Ciências da
Natureza?

20
Referências: GEWANDSZNAJDER, Fernando; PACCA, Helena. Da escola para o mundo: Projetos
integradores – Ciências da Natureza e suas tecnologias. In projeto 3 – Comunicação e Divulgação Científica.
Vol. Único, 1ª ed. – SP. Ática, 2020 p. 93 – 97

Você conhece alguma destas revistas?

SUPERINTERESSANTE
Disponível em: https://super.abril.com.br/

MUNDO ESTRANHO
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/

GALILEU
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/

MINAS FAZ CIÊNCIA INFANTIL


Disponível em: https://minasfazciencia.com.br/infantil/

Semana 7

TEMA: Comunicação e Divulgação Científica

EIXO ESTRUTURANTE: Investigação Científica


HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências
Gerais da BNCC
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade
e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e evidências
para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e
compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade,
solidariedade e sustentabilidade.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou propor
soluções para problemas diversos.
Habilidades Específicas
(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problemas e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias, com ou
sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Divulgação Científica

INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, Biologia, Química, Física, História e Ciências Sociais

21
Você já leu um texto de divulgação científica?

“Levitação Acústica”11
Suspensão de objetos por meio do som é desafio da tese de doutorado de pesquisadora
da UFU

A ficção científica e as histórias de fantasia já obstáculo para aplicação dessa técnica”, explica. Ou
nos deram diferentes vislumbres do que seria se seja: embora a ideia de “sair levitando coisas por aí”
deslocar por aí em objetos que flutuam ou levitam no pareça muito sedutora, a proposta envolve pesquisa
ar. Carros flutuantes em Os Jetsons, o desejado teórica e extensos estudos numéricos.
hoverboard de De volta para o futuro II ou as Uma das referências mundiais na área é o
vassouras voadoras de Harry Potter são exemplos professor Izhak Bucher, do Instituto Technion, em
conhecidos que povoam nosso imaginário de uma Israel. “Já havia lido vários artigos dele sobre
utopia mágica ou futurista. Não é que, na levitação acústica de campo próximo e tentava
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), bem ali reproduzir uma de suas simulações, mas com
no Triângulo Mineiro, uma pesquisadora do dificuldades. Resolvi enviar um e-mail com
programa de pós-graduação em Engenharia perguntas, e jamais achei que ele fosse responder”,
Mecânica dedica-se a transformar essa ideia em lembra Zuffi.
realidade – e com ciência? No então, Bucher respondeu! E os professores
Geisa Zuffi estuda a técnica de levitação Valder Steffen Jr. e Aldemir Cavalini Jr.,
acústica de campo próximo. Por meio de uma orientadores de Geisa, acharam que seria uma ótima
corrente elétrica, a pesquisadora – também graduada oportunidade para que ela concorresse ao edital do
e mestre em Engenharia Mecânica pela UFU – Programa Institucional de Internacionalização da
consegue vibrar pastilhas piezelétricas (uma espécie Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
de sensor, capaz de detectar toques e vibrações) Nível Superior (PrInt/Capes) da UFU, com o
presentes em um transdutor, de modo a causar objetivo de ir a Israel aprender mais sobre a técnica
aumento da pressão do ar localizado entre o de levitação acústica de campo próximo e trabalhar
transdutor e o objeto a ser levitado. com o professor Izhak Bucher e sua equipe.
A pressurização faz com que seja criada uma
força de sustentação. “A levitação acústica pode ser Das simulações à prática
definida como o ato de fazer objetos ou substâncias
levitarem a partir do uso de ondas ultrassônicas. Isso Antes de chegar ao instituto israelense, a
pode ser feito segundo duas técnicas: ondas planas pesquisadora havia reproduzido resultados obtidos
ou campo próximo”, explica. A técnica consiste em por Bucher e feito a análise de incertezas dos
acionar uma superfície em frequência ultrassônica modelos, com placa fixa ou livre, para levitar. Já em
(acima de 20 kHz), para que o ar em contato com a Israel, realizaram-se testes que levitaram de fios de
superfície, e imediatamente acima dela, seja cabelo a uma pequena peça de vidro.
pressurizado. Durante os seis meses em que esteve no
A levitação acústica lhe foi apresentada pelo Instituto Technion, Zuffi desenvolveu toda a parte
professor Aldemir Aparecido Cavallini Junior, que, experimental ao lado do professor Bucher, que
hoje, é seu coorientador no doutorado. “Achei trabalhava no projeto de desenvolvimento de um
sensacional e um ‘baita’ desafio. Imagine você sair sistema capaz de levitar grandes objetos. O objetivo?
por aí levitando coisas?! [risos] Naquele momento, Levantar um televisor de LCD, de,
não tive dúvidas de que queria trabalhar com o aproximadamente, 32 polegadas. O palpite era de
tema”, conta, ao destacar que, hoje, é possível levitar que, se pusessem ranhuras na superfície de um
objetos de diferentes formas e tamanhos, mas com transdutor – dispositivo usado em conversão de
limitação de peso. energia de uma natureza para outra –, o desempenho
“Por enquanto, só é possível a levitação de do sistema melhoraria.
pequenas cargas, na ordem de centenas de gramas. A equipe realizou testes para o transdutor com
Acredito que, na atualidade, este seja o principal e sem ranhuras, levando em consideração a altura do

11
Texto extraído da Revista Minas Faz Ciência. Disponível em< https://minasfazciencia.com.br/wp-content/uploads/2020/09/MFC_83_FINAL.pdf>
Acesso em: 14/03/2021

22
objeto levitado e sua capacidade de carga. Ao sistema, forneceu-se, primeiramente, descarga de nove
volts. Depois, a intensidade decresceu, até chegar a cinco volts, em ambos os sistemas: com e sem ranhuras.
Também foram adicionados pesos para testar o limite dos sistemas. Nesta fase prática da pesquisa, o
objetivo era averiguar o comportamento dos resultados numéricos fora das simulações. “Só com essa etapa,
podemos dizer se as simulações numéricas modelam mesmo o fenômeno estudado, e se o modelo numérico
condiz com a realidade. Outra função é produzir a levitação em si, para, de fato, provarmos que somos capazes
de levitar algo, e que tudo não fica apenas no campo teórico”, detalha a pesquisadora.
A partir dos experimentos, surgem, ainda, ideias para futuros trabalhos, já que, ali, observam-se
limitações da técnica e/ou necessidades de aprimoramento, para que seja possível uma aplicação prática na
indústria ou no dia a dia das pessoas.
Além das aplicações que povoam nosso imaginário, geralmente relacionadas ao transporte e ao
deslocamento de veículos de um local a outro, Geisa Zuffi cita outras aplicações possíveis para a técnica de
levitação acústica: “Podemos citar mancais que levantam eixos com levitação acústica (mancais acústicos),
manipulação de medicamentos e componentes eletrônicos que não podem sofrer contaminação por contato.
Poderíamos imaginar uma linha de produção inteira operando sem contato de humanos com objetos ou peças”.
O processo de manipulação pela levitação também pode servir, por exemplo, para outras substâncias
instáveis, com risco de explosão. Entretanto, pesquisas levam tempo e precisam de investimento e dedicação
contínuos, de modo que muitas dessas aplicações ainda não são realidade, ou estão longe de ser: “Temos bons
cientistas trabalhando com essa técnica no Brasil e no mundo, mas não saberia dizer quanto tempo levará para
as aplicações acontecerem”, pondera.
A tese de Zuffi está na fase experimental de testes. Os próximos passos tratarão de comparar resultados
experimentais com numéricos, e de aperfeiçoar a parte experimental, para implementação em trabalhos futuros.
A pesquisa é financiada pela Capes e será concluída até março de 2021.

EXERCÍCIOS: O que acharam?


Agora é com vocês! Que tal ser um leitor crítico?

Calma…
Vamos passo a passo

1) Volte no texto e grife todas as passagens que você compreendeu.


2) Agora você vai transcrever as frases mais difíceis do texto.

3) Estamos quase lá! Vamos agora pegar as ideias mais importantes.


Nada de copiar texto não hem! Vamos extrair o essencial. Vou dar sugestão de roteiro
✓ Qual é a pesquisa, o objetivo?
✓ Quem é o pesquisados (a)?
✓ Qual instituição ele (a) trabalha?
✓ Quais testes realizados?
✓ Já é um produto ou ainda é fase teste?

23
Referências: FAPEMIG. Revista Minas Faz Ciência. Disponível em
<https://minasfazciencia.com.br/revista/edicao-83/>. Acesso em 14/03/2021.

Semana 8

TEMA: Comunicação e Divulgação Científica

EIXO ESTRUTURANTE: Investigação Científica


HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências
Gerais da BNCC
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção, criticidade
e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e evidências
para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e
compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade,
solidariedade e sustentabilidade.
(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou propor
soluções para problemas diversos.
Habilidades Específicas
(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problemas e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias, com ou
sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Divulgação Científica

INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, Biologia, Química, Física, História e Ciências Sociais

Chegamos ao final do nosso 1º Bimestre!

O objetivo das atividades propostas neste bimestre foi estimular o desenvolvimento do letramento científico, a
originalidade da produção textual e a operação de conceitos em Ciências da Natureza. Além de reconhecer as
notícias falsas, boatos, pseudociências e informações incorretas. É necessário também saber fazer uso das mídias
digitais para desenvolver o processo de aprendizagem e produção textual. O exercício de pesquisa e escrita
colabora para o espírito crítico e traz motivação para o desenvolvimento pessoal

Refletindo sobre tudo que foi explorado neste bimestre, para essa semana vamos refletir…

1) Que estratégias podem ser utilizadas para difundir os conhecimentos científicos na sociedade?
(enumere pelo menos 4)

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2) Leia novamente o artigo científico postado na semana 7. Agora se imagine o escritor. Quais
estratégias de escrita você mudaria no texto para aumentar o interesse e a participação de discussões
sobre temas científicos?

3) Agora é hora de você refletir sobre o que aprendeu ao longo do bimestre. Leia com atenção cada
afirmativa e escolha a opção que melhor representa a sua compreensão de cada uma delas:

Como você avalia sua…

MUITO EM PARTE NADA

Dedicação no conteúdo da semana 1 e 2

Dedicação no conteúdo da semana 3 e 4

Dedicação no conteúdo da semana 5 e 6

Dedicação no conteúdo da semana 7 e 8

Compreendo melhor Método Científico.

Sei diferenciar uma FAKE NEWS.

Me auxiliou a ser mais crítico sobre as questões da sociedade e


meio de trabalho.

Compreendo melhor um artigo científico.

Alcancei minhas metas.

Parabéns!
Chegamos ao fim deste Plano de Estudo. Esperamos que tenha relembrado os conteúdos e alcançado as
habilidades. Agora você está pronto(a) para uma nova etapa na sua jornada de aprendizado. Até o
próximo PET!

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