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DESCARTE DE MEDICAMENTOS VENCIDOS OU NÃO

UTILIZADOS: RISCOS E AVANÇOS RECENTES

Marília Aparecida Ribeiro: Médica Veterinária. Programa de Pós-Graduação em Vigilância


Sanitária, pelo Instituto de Estudos Farmacêuticos e Pontifícia Universidade Católica de Goiás. e-mail:
mariliavet@yahoo.com.br
Prof. Dr. Pedro Canisio Binsfeld: Docente do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária,
pelo Instituto de Estudos Farmacêuticos e Pontifícia Universidade Católica de Goiás. e-mail:
pedro.binsfeld@terra.com.br

RESUMO

Para o uso terapêutico as pessoas adquirem medicamentos que, em muitos casos, não são
consumidos por completo. Ao perderem o prazo de validade, tais medicamentos são
descartados no esgoto residencial, sem nenhum cuidado, o que contribui para gerar um
passivo ambiental. Além da população em geral, outros entes são responsáveis por produzir
esse tipo de resíduo, entre os quais estão as indústrias farmacêuticas, farmácias, os hospitais,
as clínicas e unidades de saúde. Todos esses entes são responsáveis pelo destino do resíduo
produzidos. A presente revisão bibliográfica objetiva contribuir com a discussão sobre riscos
do descarte impróprio de medicamentos vencidos, bem como, apresentar os recentes avanços
em relação ao processo de descarte. Por ser um assunto pouco familiar à população em geral,
deve haver uma preocupação das autoridades sanitárias sobre a comunicação dos riscos bem
como prover informações quanto às normas e da logística que pode dar suporte ao descarte
correto dos medicamentos vencidos.

Palavras-chave: Fármacos vencidos, resíduos de saúde; resíduos tóxicos; riscos ambientais

ABSTRACT

For therapeutic use people acquire drugs which in many cases are not completely consumed.
Losing the expiration date, such drugs are discarded in residential sewage, without any care,
which contributes to generate an environmental liability. Besides the general population, other
entities are responsible for producing this type of waste, among which are the pharmaceutical
companies, pharmacies, hospitals, clinics and health units. All these entities are responsible
for the fate of the waste produced. This literature review aims to contribute to the discussion
about risks of improper disposal of expired products, as well as present recent advances in
relation to the disposal process. Being a subject unfamiliar to the general population, there
should be a concern of health authorities on risk communication as well as provide
information about the standards and logistics that can support the proper disposal of expired
products.

Keywords: Drugs losers, healthcare waste, toxic waste, environmental risks

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Janeiro de 2013
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1. INTRODUÇÃO

De príncipes a vilões da noite para o dia. Mesmo fundamentais para o tratamento de


diversas doenças, os medicamentos podem transformar-se num grande problema quando os
prazos de validade se esgotam e são descartados de forma inadequada.

Parte dos resíduos domiciliares possui características que fazem com que se
assemelhem aos resíduos de serviços de saúde. Como é o caso, de seringas e agulhas
utilizadas por pacientes portadores de diabetes, usuários de drogas, entre outros. Geram
resíduos sólidos perfurocortantes que se assemelham ao resíduo hospitalar e estes são
descartados em lixo domiciliar comum (GARCIA, 2004).

Estes resíduos, além do risco de causarem acidentes e gerar contaminação ou


intoxicação ao simples manuseio, medicamentos vencidos, ampolas ou injeções representam
grandes problemas para meio ambiente pela sua carga tóxica e potencial de contaminação da
água e solo (BIDONE, 2001).

Em princípio não se pode atribuir culpar a população pelo descarte indevido de


medicamentos vencidos ou outros resíduos especiais gerados. Pois, falta uma eficaz
comunicação de risco e informações dos órgãos competentes quanto ao descarte correto. A
ausência de informações ocorre tanto na imprensa quanto nos rótulos ou bulas dos
medicamentos. Entretanto, sabe-se que, medicamentos descartados sem critérios geram
passivo ambiental, e, de difícil recuperação do solo e água que foram contaminados por estes
(EICKHOFF, 2009).

Além da população em geral, diversos medicamentos vencidos entre eles, os


antibióticos provem de farmácias, redes hospitalares, criatórios de animais, clínicas
veterinárias, entre outros. Todos estes entes apresentam problemas em comum: o destino dos
resíduos de medicamentos e antibióticos vencidos (GARCIA, 2004). A manutenção de
padrões de produção e consumo não sustentáveis impõe um desafio em busca de estratégias e
medidas para enfrentar os efeitos da degradação do meio ambiente e tornaram-se ao longo
desde século, um tema cada vez mais relevante (LENY, 2003).

Segundo Garcia (2004) os termos chaves que devem ser utilizadas para orientar o
gerenciamento dos resíduos são: a) reduzir, b) segregar e c) reciclar. Esses princípios devem
ser incorporados ao Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS) de
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todos os estabelecimentos geradores de resíduos, para amenizar os danos causados pelo


medicamento descartado de forma errada ao meio ambiente (RABELO, 2003).

A questão em debate é para onde destinar os medicamentos vencidos. O assunto está


em debate pelas autoridades sanitárias e autoridades de Meio Ambiente, além do setor
produtivo e da sociedade civil, com o objetivo de propor uma solução capaz de evitar os
resíduos de medicamentos desprezados de forma incorreta, impliquem em danos a saúde
pública e meio ambiente, visto que os mesmos foram produzidos para uso terapêutico.

Este artigo tem como objetivo objetiva contribuir com a discussão sobre riscos do
descarte impróprio de medicamentos vencidos, bem como, apresentar os recentes avanços em
relação ao processo de descarte.

2. METODOLOGIA

O presente trabalho é uma pesquisa qualitativa, de modalidade teórica e com análise


da bibliografia formal, discursiva e concludente. O método de abordagem indutivo foi
escolhido com procedimento monográfico.
Foi realizado o levantamento das publicações em base de dados nacionais, com o
objetivo de identificar os procedimentos relacionados a descarte de medicamentos vencidos
ou não utilizados no tratamento. Para o levantamento de dados e informações efetuou-se uma
revisão bibliográfica em artigos científicos e normas disponíveis nas bases de dados em
bibliotecas virtuais e sítios da rede mundial de computadores. A busca foi realizada no idioma
português através de palavras chaves: Descarte de medicamentos, fármacos vencidos, riscos
ambientais, resíduos de saúde, resíduos tóxicos e contaminação. Foram encontrados artigos
em diferentes idiomas.
O período da pesquisa foi do ano de 2000 a 2012. Este recorte temporal foi escolhido
em função da maior disponibilidade de bibliografia e a crescente preocupação com o tema na
última década. O assunto abordado apresenta um número significativo de estudos e um
avanço na legislação, o que possibilitou elencar as principais medidas e procedimentos a
serem adotados para o gerenciamento do descarte de medicamentos vencidos no Brasil.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Atualmente há em curso no Brasil um processo virtuoso preocupado com as questões


de contaminantes associados à micropoluentes orgânicos e inorgânicos que apresentam risco
potencial para saúde e para o meio ambiente, entre os quais se encontram os medicamentos
vencidos. Assim, o problema de descarte destes medicamentos passou a entrar na agenda
política e sanitária com vistas busca de soluções que envolvam desde a elaboração de normas
e procedimentos operacionais que envolva toda a cadeia produtiva, usuários e consumidores.
As autoridades responsáveis por regulamentar o descarte de medicamentos vencidos
buscam estabelecer políticas, normas e programas que se destinem esses produtos, tentando
com isso, atenuar e minimizar danos à saúde da população ou efeitos prejudiciais para o meio
ambiente. A destinação correta desses resíduos é alvo de discussão e regulamentação tanto do
Congresso Nacional e Ministério da Saúde quanto do Ministério do Meio Ambiente.

3.1. Por que sobram medicamentos?

O uso racional de medicamentos de medicamentos deve ser o grande foco para evitar
que sobrem medicamentos e que são indevidamente descartados. Porém, cabem alguns
questionamentos sobre os motivos que levam à sobra medicamentos. Seria devido às
mudanças de tratamento do paciente em relação ao medicamento? À distribuição de
amostras? Ao gerenciamento inadequado? À carência de informações por parte da população?
São várias as questões que precisam ser respondidas para que não se gere muitas sobras que
serão descartadas.
Assim, antes de discutir a descarte de medicamentos vencidos, especula-se que entre
as principais razões que levam a sobra de medicamentos no Brasil estejam:
a) A dispensação de medicamentos além da quantidade exata para o tratamento do
paciente, isto é, as apresentações dos medicamentos não condizentes com a duração do
tratamento dos pacientes;
b) A ausência de uma política de fracionamento de medicamentos pela cadeia
farmacêutica;
c) A interrupção ou mudança de tratamento – por vezes os pacientes interrompem o
tratamento ou são orientados a alterar o tratamento, o que implica em sobra do medicamento
que estava em uso;
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d) A distribuição aleatória de amostras-grátis para pacientes ou a população sem a


necessidade ou a prescrição devida;
e) o gerenciamento inadequado de estoques de medicamentos pelos entes da cadeia
produtiva ou estabelecimentos de saúde. O recolhimento de medicamentos do mercado, o
descarte de medicamentos rejeitados pelo controle de qualidade e lotes vencidos é grande
fonte de descarte de medicamentos;
f) Carência de informação da população relacionada à promoção, prevenção e
cuidados básicos com sua saúde. Com isso, muitos usuários ignoram os potenciais riscos aos
quais se submetem ao consumir estes medicamentos.

3.2. Principais entes que descartam medicamentos

Além da população em geral, os principais entes que descartam medicamentos


vencidos em maior volume estão às indústrias farmacêuticas, os distribuidores, as farmácias,
os hospitais, as clínicas e as unidades de saúde.

3.2.1. Indústrias Farmacêuticas

As indústrias farmacêuticas são geradoras de uma quantidade considerável de resíduos


sólidos devido à devolução e recolhimento de medicamentos do mercado, ao descarte de
medicamentos rejeitados pelo controle de qualidade e perdas inerentes ao processo. As Boas
Práticas de Fabricação instituídas pela RDC nº. 210 preconizam o tratamento dos efluentes
líquidos e emissões gasosas antes do lançamento, bem como, a destinação adequada dos
resíduos sólidos. Assim, a administração correta dos resíduos abrange uma atividade paralela,
que objetiva a proteção simultânea do ambiente interno e externo. É responsabilidade dos
detentores de registro de medicamentos fornecerem informações documentadas referentes ao
risco inerente ao manejo e à disposição final do produto ou do seu resíduo. Os detentores de
registro devem manter junto a ANVISA uma listagem atualizada de seus produtos que não
oferecem riscos de manejo e disposição final (FALQUETO et al. 2010).

3.2.2. Distribuidores, farmácias, drogarias e hospitais

Todos estes entes são geradores de resíduos de serviços de saúde todos os serviços
relacionados com o atendimento à saúde humana, drogarias e farmácias de manipulação e
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distribuidores de produtos farmacêuticos. Contribuem, portanto, para a geração de


medicamentos que precisam ser descartados adequadamente.
A norma sanitária requer que estes estabelecimentos devem elaborar o PGRSS, a ser
feito por profissional com registro ativo junto ao seu conselho da classe. Além disso, os
estabelecimentos enquadrados pelos regulamentos citados devem requerer às empresas
prestadoras de serviços terceirizados a apresentação de licença ambiental para o tratamento ou
a disposição final dos resíduos de serviços de saúde, como também aos órgãos públicos
responsáveis pela coleta, pelo transporte, pelo tratamento ou pela disposição final destes
resíduos. Ainda, de acordo com as regulamentações sanitária e ambiental, cabe aos
responsáveis legais o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de
forma a atender aos requisitos ambientais, de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo
de responsabilização solidária de todos, que direta ou indiretamente, causem ou possam
causar degradação ambiental (FALQUETO et al. 2010).

3.2.3. Indústrias e estabelecimentos veterinários

De forma similar às indústrias farmacêuticas, as indústrias de produtos e


medicamentos veterinários são grandes geradores destes devido à devolução e recolhimento
de medicamentos vencidos do mercado ou descarte de medicamentos rejeitados pelo controle
de qualidade e perdas inerentes ao processo e resultantes de resíduos de manipulação ou
tratamentos de animais. Muito embora não tenha normas similares à medicamentos humanos,
é urgente estabelecer normas específicas para tais resíduos.

3.2.4. População em geral

Jogar medicamentos vencidos no lixo comum é um problema socioambiental


econômico e de saúde, que necessita da atenção de governos, empresas, entidades e da
sociedade. O Brasil é o sétimo mercado mundial em volume de medicamentos vendidos e
estima-se que o descarte em lixo doméstico de medicamentos vencidos ou sobras de
tratamento esteja na ordem de 10 a 28 mil toneladas. Esse descarte aleatório, no lixo comum
ou na rede pública de esgoto pode trazer como consequências a contaminação da água, do
solo e de animais. Os medicamentos, segundo as estatísticas divulgadas pelo Sistema
Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas (Sinitox), ocupam o primeiro lugar, em
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relação às intoxicações domiciliares, no conjunto dos 13 agentes tóxicos considerados


(FENAFAR, 2012).

3.3. Principais classes de medicamentos que são descartados

Os medicamentos se agrupam em classes conforme a forma de atuação no organismo.


Em um estudo realizado por Rocha et al. (2009), observou-se um perfil de descarte de
medicamentos em função das classes farmacológicas, conforme observa-se na Tabela 1.

Tabela 1. Resultado do descarte de medicamentos de acordo com a classe farmacológica,


obtida em estudo realizado com a população em geral.
Classe farmacológica do medicamento Frequência de descarte (%)
- Antiinflamatórios e produtos reumáticos 13,2
- Antihistamínicos de uso sistêmico 13,1
- Analgésicos 10,2
- Antimicrobianos de uso sistêmico 9,2
- Antifúngicos de uso dermatológico 4,0
- Fármacos para desordens do Trato Gastrointestinal 3,6
- Oftalmológicos 3,6
- Psicoanalépticos 2,9
- Corticosteróides 2,9
- Preparações dermatológicas 2,6
- Psicolépticos 2,6
- Corticosteróides de uso sistêmico 2,5
- Fármacos com ação sobre o sistema renina-angiotensina 2,4
- Antibióticos e quimioterápicos pra uso tópico 2,4
- Hormônios sexuais e moduladores do sistema genital 2,2
- Vitaminas 2,2
- Outros 23,1
Fonte: Modificado a partir de Rocha et al. (2009).

Os resultados da Tabela 1 indicam que as classes de medicamentos que mais foram


descartados são antiinflamatórios e analgésicos, ambas as classes são comercializadas
livremente nas farmácias, e são medicamento comumente encontrados nas farmácias caseiras.
A posse destes medicamentos (analgésicos e anti-inflamatórios) pela população em geral é
compreensível, já que servem como primeiro socorro para alívio de sintomas usuais, como
dores de cabeça e febre. Como geralmente estes medicamentos são usados somente quando há
necessidade do usuário, acabam se acumulando nas residências, perdendo a sua validade e
devendo ser descartados.
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Os antimicrobianos representam a terceira classe mais descartada. Este tipo de


descarte é preocupante, pois a liberação no meio ambiente pode resultar em seleção e indução
de resistência bacteriana. Já no grupo dos outros medicamentos (23,1%), há uma variedade de
medicamentos menos frequentes no seu uso, como também medicamentos fitoterápicos, ou
associações que só existem no Brasil ou por dificuldades de identificar dos mesmos entraram
neste grupo (ROCHA et al. 2009).
Em estudo realizado com a população de Porto Alegre, RS, Rocha et al. (2009),
verificou também quais as formas dos medicamentos que são mais comumente descartadas
pela população em geral, conforme observa-se na Figura 1.

Figura 1: Representação gráfica das formas farmacêuticas mais descartadas (modificado a


partir de Rocha et al, 2009.

Fonte: Modificado a partir de Rocha et al. (2009).

No estudo sintetizado na Figura 1, demonstra-se que as formas farmacêuticas mais


descartadas são também as de uso mais comum pela população, tais como: comprimidos,
cápsulas e soluções orais, pomadas, cremes e formulações líquidas. Estas são também as
formas de maior facilidade de utilização e de acesso mais facilitado. Formas farmacêuticas de
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uso mais restrito, como injetáveis, aparecem menos entre os medicamentos descartados
(ROCHA et. al. 2009).
Apesar de não existir um estudo representativo para todo Brasil, o estudo de Rocha et
al. (2009) serve de indicador para o que acontece com o descarte de medicamentos vencidos e
qual o comportamento da população brasileira em geral tanto do ponto de vista das classes de
medicamentos como também das formas de medicamentos descartados.

3.4. Riscos e problemas associados ao descarte de medicamentos

Os medicamentos vencidos e descartados são considerados resíduos, que apresentam


riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Entre os diversos riscos associados ao descarte
incorreto de medicamentos vencidos estão:
a) A contaminação do solo;
b) A contaminação da água;
c) A contaminação dos alimentos;
d) A contaminação e intoxicação dos animais;
e) A contaminação e intoxicação das pessoas, em especial aos grupos de pessoas
carentes e crianças mais expostas, como é o caso dos frequentadores de aterros sanitários ou
dos lixões que reutilizam medicamentos vencidos e descartados (ANVISA, 2010).
Muitas classes medicamentos muitos classes de medicamentos são persistentes e se
acumulam no solo, na água, em alimentos que são consumidos pelos animais e humanos.
Além disso, há classes de medicamentos como, por exemplo, os antibióticos que podem
selecionar ou induzir resistência bacteriana.
Em estudo realizado por Hoppe e Araújo (2012), apontou os principais problemas a
população tem a percepção de que decorrem do descarte incorreto de medicamentos,
conforme observa-se na Figura 2. Os entrevistados estão conscientes que o descarte de
medicamentos causa problemas ambientais e danos ambientais, entretanto, em utilizam esta
forma de descarte por não ter opção consolidada e difundida entre a população de como
proceder para um descarte destes medicamentos (HOPPE e ARAUJO, 2012).
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Figura 2. Representação dos principais problemas ambientais causados pelo descarte de


medicamentos apontados pelos entrevistados.

Fonte: Hoppe e Araújo, 2012.

3.5. Recentes avanços e orientação para o descarte de medicamentos vencidos

No Brasil, a discussão sobre descarte de medicamentos vencidos é muito recente, e


necessita, além de uma regulamentação mais robusta, também uma elevação do nível de
conscientização dos responsáveis pelos descartes. Todavia, desde 2008, as autoridades
sanitárias, incluindo a ANVISA discutem diretrizes orientadoras e mecanismos regulatórios
para adequar o descarte de medicamentos. Um dos avanços foi a RDC no 44/2009, que
estabeleceu que as farmácias e drogarias poderiam participar de programas de coleta de
medicamentos descartados pela população, com vistas a preservar a saúde pública e a
qualidade do meio ambiente. Entretanto, para que as farmácias possam participar destes
programas de coleta de medicamentos, estas necessitam de autorização das Vigilâncias
Sanitárias locais (ANVISA, 2009).
Os medicamentos controlados, de acordo com a Portaria 344, do Ministério da Saúde,
de 1998, que aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a
controle especial, devem ser descartados conforme orientação dos órgãos de vigilância
sanitária locais. Desde então, diversas iniciativas vêm sendo desenvolvidas para coleta de
resíduos de medicamentos por diversos estabelecimentos de saúde, como farmácias,
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drogarias, unidades de saúde, universidades e hospitais em diversos municípios brasileiros


(ROCHA et al. 2009).
Os medicamentos vencidos são descartados de diversas maneiras, de acordo com as
informações e do nível de conscientização e educação dos responsáveis por esse descarte.
Ainda é cultural descartar os medicamentos vencidos no esgoto doméstico ou simplesmente
jogam no lixo para serem recolhidos, sem nenhuma proteção ou acondicionamento adequado
(SILVA et al, 2002).
Atualmente, farmácias desenvolveram um sistema de recolhimento dos medicamentos
vencidos. Através de um sistema on-line, as pessoas que tem medicamentos a serem
recolhidos entram no sistema e se cadastram então os medicamentos recolhidos, depois de
certo volume acumulado, serão enviados ao departamento de limpeza urbana de cada cidade
para ser incinerado. Já os hospitais e clínicas mandam os medicamentos vencidos e materiais
utilizados para serem incinerados. Os responsáveis são os departamentos de limpeza urbana,
mas as regras variam entre os Estados (ANVISA, 2009).

3.6. Papel da vigilância sanitária e ambiental no descarte de medicamentos vencidos

Quando descartado no lixo comum, o medicamento vai parar nos aterros sanitários e aí
há outro problema social grave que é a situação de quem vive dos lixões no Brasil. Ao revirar
o lixo em busca de algo que possa render algum dinheiro, pessoas que frequentam lixões,
encontram os medicamentos descartados e podem ingeri-los, colocando sua saúde em sério
risco. Além disso, medicamentos vencidos representam um perigo potencial para crianças.
Então estamos falando de um problema social grave, sendo por isso, uma questão de
vigilância sanitária e ambiental.
Neste contexto a farmacovigilância tem também um papel importante, pois,
acompanha o medicamento quando do uso em larga escala, permitindo a identificação de
efeitos adversos quando está no mercado, assim como, detecta precocemente reações adversas
conhecidas, e efeitos do uso indevido dos mesmos e interações medicamentosas, além de
identificar fatores de risco (ADAMI, 2008).
O tema descarte de medicamentos é prioritário na agenda política sanitária em
ambiental no Brasil. Além da RDC nº 44/2009, que estabelece os critérios e condições
mínimas para o cumprimento das Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do
funcionamento, da dispensa, comercialização de produtos e prestação de serviços
farmacêuticos em farmácias e drogarias, em seu artigo 93 menciona que: “é permitido às
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farmácias e drogarias participar de programa de coleta de medicamentos a serem descartados


pela comunidade, contribuindo assim com a coleta de medicamento descartados” (ANVISA,
2009).
O tema descarte de medicamentos foi incluído como prioridade estratégica na agenda
regulatória da ANVISA no ano de 2010, sendo também um dos compromissos assumidos pela
agência para os próximos anos a construção de um mecanismo regulatório mais robusto para
conter danos a saúde e ao meio ambiente decorrentes do descarte de medicamentos. Além
disso, com a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, através da Lei n°
12.305/2010 e do Decreto nº 7.404/2010, tramita no congresso um projeto de Lei 595/2011,
que institui regras para o descarte de medicamentos, incluindo os medicamentos dentro da
PNRS. A ANVISA também promove ações relacionadas ao tema, que têm um impacto
significativo para a implementação da referida política e para a proteção da saúde da
população e do meio ambiente. Em parceria com o Governo Federal, busca fortalecer a
PNRS, e estudar a forma de implementar a logística reversa para o setor de medicamentos.

O descarte aleatório de medicamentos em desuso, vencidos ou sobras


atualmente é feito por grande parte das pessoas no lixo comum ou na
rede pública de esgoto, podendo trazer como consequências a
agressão ao meio ambiente, a contaminação da água, do solo e de
animais. Além do risco à saúde de pessoas que possam reutilizá-los
por acidente ou mesmo intencionalmente devido a fatores sociais ou
circunstanciais diversos, o consumo indevido de medicamentos
descartados inadequadamente pode levar ao surgimento de reações
adversas graves, intoxicações, entre outros problemas,
comprometendo decisivamente a saúde e qualidade de vida dos
usuários (ANVISA, 2010).

A vigilância ambiental em saúde pode ser definida como “o conjunto de ações que
proporcionam o conhecimento e a detecção de fatores de risco do meio ambiente que
interferem na saúde humana” (FUNASA, 2002). Criada com a finalidade de proteger o meio
ambiente contra possíveis riscos de contaminação por elementos químicos, tais como os
medicamentos, as atribuições da vigilância ambiental estão diretamente ligadas ao Sistema
Único de Saúde. Com a integração de diversos setores públicos e privados, tendo como
objetivo prevenir e controlar os fatores de risco de doenças e de outros agravos à saúde,
decorrentes do ambiente e das atividades produtivas.
Tendo em conta o papel da vigilância ambiental, quanto ao perigo do descarte
inadequado dos medicamentos no esgoto ou lixo comum, parando nos aterros sanitários, é
importante os entes da vigilância ambiental sejam incluídos na esfera das discussões da PNRS
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que discutem a inclusão do descarte de medicamentos nesta política. Tendo, portanto, a


vigilância sanitária quanto a vigilância ambiental papel preponderante na condução da
política, na construção do marco regulatório para um gerenciamento mais eficaz quanto ao
descarte de medicamentos no Brasil.

3.7. Marco regulatório que regulamenta o descarte de medicamentos

O Brasil não dispõe atualmente de legislação específica que regula o descarte de


medicamentos e alinhada com novo marco regulatório trazido pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos. As normas atuais não tratam da responsabilidade compartilhada de cada
ente da cadeia farmacêutica e não abordam os resíduos de medicamentos domiciliares.
O descarte de medicamentos é atualmente abordado de forma fragmentada em normas
distintas, para determinados setores da cadeia de produção farmacêutica. Assim, a Portaria
802/1998 do Ministério da Saúde, instituiu o Sistema de Controle e Fiscalização em toda a
cadeia dos produtos farmacêuticos. Já a RDC nº 306/2004 da ANVISA e Resolução nº
358/2005 do CONAMA, regulamentam o gerenciamento e destinação final de resíduos de
serviços de saúde, e a RDC nº 17/2010, que trata das Boas Práticas de Fabricação de
medicamentos, também não são específicos para o descarte de medicamentos (ANVISA,
2010).
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº. 44/2009 em seu Artigo 93 define que
“Fica permitido às farmácias e drogarias participar de programa de coleta de medicamentos a
serem descartados pela comunidade, com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade do
meio ambiente, considerando os princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas,
administrativas e normativas para prevenir acidentes, preservando a saúde pública e o meio
ambiente”. Parágrafo único. As condições técnicas e operacionais para coleta de
medicamentos descartados devem atender ao disposto na legislação vigente.
Uma das falhas é que a legislação é direcionada apenas para estabelecimentos de
saúde, deixando o restante da população sem muita opção ou conhecimento sobre o que deve
ser feito em relação aos estoques domiciliares de medicamentos. A maioria dos profissionais
de saúde também desconhece as recomendações ou os procedimentos mais adequados para o
descarte de medicamentos, não podendo orientar a população neste sentido.
Ainda não há uma coleta seletiva específica em vigor no país. No entanto, existe
legislação que aborda esta questão. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA,
através da RDC 306 (BRASIL, 2004), de dezembro de 2004, dispõe sobre o gerenciamento de
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resíduos de saúde, e a resolução 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA


(BRASIL, 2005), dispõe sobre o tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de
saúde, entre outros.
De acordo com a legislação brasileira, os serviços de saúde são responsáveis pelo
gerenciamento de todos os resíduos dos serviços de saúde gerados. Portanto, devem atender às
normas e exigências legais, desde o momento que é gerado até a destinação final (BRASIL,
2006). Deve-se ressaltar ainda a problemática de algumas classes de medicamentos, como os
antibióticos, cujo impacto no meio ambiente é preocupante devido a alguns componentes da
fórmula, como descrito a seguir (EICKHOFF et al, 2009 e PONEZI et al, 2008).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A melhor maneira de amenizar os riscos de contaminação ambiental pelo descarte


incorreto de medicamentos é a minimização da geração destes resíduos, realizada através de
prescrições e uso racional de medicamentos, adequação das embalagens aos tratamentos,
dispensa adequada e cumprimento das prescrições por parte dos usuários. Além disso, certas
ações podem ser elaboradas para resolver o problema, como a formação de programas de
recolhimento de medicamentos em desuso em parceria com o Sistema Único de Saúde, bem
como diagnosticar o padrão de uso de medicamentos pelos usuários como forma de educá-los
(GRACI, 2004).
A cadeia produtiva e as empresa farmacêutica geralmente, são bem mais informadas,
sobre os métodos a serem empregados, na destinação dos medicamentos vencidos. Isto se
deve a sansões, nas quais elas estão sujeitas, caso seja detectadas o seu não cumprimento,
durante fiscalização de rotina. Isto faz com que as mesmas estejam sempre buscando
informações e novidades sobre o assunto, para evitar prejuízos econômicos desnecessários.
Entretanto, as normas atuais não tratam da responsabilidade compartilhada de cada ente da
cadeia farmacêutica e não abordam os resíduos de medicamentos domiciliares.
Apesar do mecanismo regulatório no Brasil ainda ser fragmentado e pouco específico
para o descarte de medicamentos vencidos e na utilizados, percebe-se uma clara preocupação
das autoridade sanitárias e ambientais quanto ao problema do descarte inadequado dos
medicamentos. O tema descarte de medicamentos está na agenda do Congresso Nacional e da
ANVISA, o que leva a crer que em breve haverá uma norma mais especifica que regulará o
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descarte de medicamentos no Brasil, incluído toda a cadeia produtiva, com a introdução da


prática da logística reversa.
Apesar de ser um processo lento e gradual, requerendo não apenas regulamentação
mais específica requer também a formação de profissionais de gestão e também programas de
orientação da população para dispor corretamente os resíduos de risco de ambientes
domésticos, como é o caso do descarte de medicamentos. Um caminho para solucionar a
questão do descarte de medicamentos é o aprimoramento do marco regulatório, exercício do
bom-senso, aliado com a educação e o treinamento dos profissionais de saúde, e o
esclarecimento da população. A tomada de medidas no contexto da biossegurança, aliando
economia de recursos, preservação do meio ambiente, ética e responsabilidade poderá garantir
mais qualidade de vida no presente e um futuro mais saudável para as próximas gerações.

5. REFERÊNCIAS

ADAMI, Adam Macedo. Farmacêutico Químico. Hospital regional/MS. Portal Educação,


2008. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br. Acessado em: 24/outubro de 2011.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Institucional: sobre a Anvisa.


Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 09/08/2011.

ANVISA. Regulamento técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos. Diário
Oficial, Leis decretos – RDC nº. 210. Agência Nacional de Vigilância Sanitária: Dispõe sobre
a República Federativa do Brasil, Brasília, 04 de agosto de 2003.

ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 306. 2004

ANVISA. Resolução – RDC nº 33 de 25 de fevereiro de 2003.

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