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Descarte de medicamentos:

➢ como fazer? e o que diz a legislação?

O que fazer com o remédio que venceu ou que sobrou do


tratamento? A legislação brasileira estabeleceu uma norma
para o descarte correto de medicamentos
Por Beatriz CastroEm 26/02/2024 às 17:293 minutos de leitura

O descarte correto de medicamentos vencidos ou não utilizados é


essencial para proteger o meio ambiente e a saúde pública. Estes
remédios costumam ficar acumulados nas residências das pessoas,
mas não é a prática mais adequada. Por isso, é fundamental que
todos saibam o que fazer com os comprimidos e xaropes que não
vão mais utilizar.

Com isso em mente, o governo brasileiro implementou um sistema


de logística reversa para medicamentos de uso doméstico, visando
facilitar esse processo para a população e evitar danos à natureza.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima,


no ano de 2021, 53 toneladas de remédios deixaram de ser
descartadas de forma inadequada no meio ambiente por causa dos
pontos de coleta implantados pelo sistema de logística reversa.
Quer saber o que é isso e como fazer parte? Continue neste artigo.

• Como fazer o descarte correto de medicamentos?


• Qual o impacto do descarte incorreto de medicamentos no meio
ambiente?
• O que diz a legislação brasileira?
o Venda fracionada de remédios

Como fazer o descarte correto de medicamentos?


Os medicamentos vencidos ou não utilizados, seja em comprimidos
ou no formato líquido, devem ser descartados nos pontos de coleta
do sistema de logística reversa em sua cidade. Estes locais podem
estar em farmácias, drogarias ou na UBS (Unidade Básica de
Saúde) de sua região. Inclusive, as seringas e agulhas também
podem ser descartadas nestes locais para evitar acidentes e
contaminações no serviço comum de limpeza das cidades.

Os produtos coletados nestes pontos são encaminhados para o


descarte ambientalmente correto, que pode ser a incineração, o
processamento ou a destinação para o aterro sanitário de
produtos perigosos.

Portanto, a população não deve jogar os remédios no vaso sanitário,


no lixo comum ou na rede de esgoto de suas casas. Quando os
medicamentos são descartados incorretamente, eles chegam até
a natureza e causam prejuízos para a fauna e a flora. Saiba mais
sobre isso no tópico abaixo.

Além disso, é importante destacar que o consumo consciente de


medicamentos também deve ser levado em conta. Na hora das
compras, evite desperdícios e só adquira a quantidade ideal para o
período de consumo prescrito pelo médico. O Ministério da Saúde
não recomenda a automedicação e também indica que as pessoas
não interrompam o tratamento antes do prazo estabelecido pelo
médico competente.

Por outro lado, as caixas de papel e as bulas podem ser


descartados no lixo reciclável porque não tiveram contato com as
substâncias químicas.

Qual o impacto do descarte incorreto de medicamentos no meio


ambiente?
Quando os remédios entram em contato com o esgoto e o meio
ambiente, eles podem se tornar tóxicos e liberar substâncias que
vão agredir as plantas e os animais. Além disso, estes produtos
apresentam risco à água, que é usada pelos seres humanos, animais
e também na agricultura.

Isso acontece porque o sistema de tratamento do esgoto não


elimina todas as substâncias que podem ser tóxicas nos
medicamentos descartados incorretamente. E estes compostos
voltam para o ser humano, os animais e a natureza.

Além disso, os medicamentos descartados em lixões correm o


risco de serem consumidos de forma indevida, podendo resultar
em intoxicações graves ou até mesmo em óbito. Adicionalmente,
sua decomposição em áreas próximas a reservatórios pode
contaminar as águas superficiais e subterrâneas, comprometendo
a qualidade dos recursos hídricos.

O que diz a legislação brasileira?


O sistema de logística reversa foi instituído pelo Governo
Brasileiro com o Decreto nº 10.388, de 5 de junho de 2020.
Nele, a legislação informa que os medicamentos domiciliares
vencidos ou em desuso, de uso humano, industrializados ou
manipulados, devem ter a destinação final adequada. As indicações
incluem o incinerador, coprocessador e aterro sanitário de classe
I, destinado a produtos perigosos.

O decreto informa ainda que a logística reversa deve ser de


responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores
e comerciantes, que devem colocar os pontos de coleta, fazer o
transporte e estabelecer a destinação adequada para os produtos.
Além disso, outra norma é que as farmácias e drogarias devem
preencher o sistema nacional de informações sobre a gestão de
resíduos sólidos a respeito do peso dos produtos armazenados
temporariamente para a logística reversa. Portanto, os gastos de
toda a logística devem ser compartilhados em toda a rede de
envolvidos.
Venda fracionada de remédios

Outra opção de consumo sustentável de medicamentos é a venda


fracionada. De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), o fracionamento de remédios é possível
quando a embalagem já prevê a individualização da dosagem. Não
são todos os medicamentos que podem ser vendidos fracionados,
mas existe uma lista no site da agência, que pode consultado aqui,
ou você pode conversar com o seu médico de confiança. Isso
porque a embalagem que pode ser fracionada deve ser criada com
este objetivo e deve ser aprovada pela Anvisa.

A vantagem deste método de venda é que o consumidor pode


adquirir apenas a quantidade que foi prescrita pelo médico. Assim,
ele faz economia de dinheiro, evita o acúmulo de remédios em casa,
reduz o risco de intoxicação com a automedicação e ainda diminui
o descarte de medicamentos de forma incorreta. O fracionamento
ainda não é obrigatório no Brasil, mas existem projetos de lei no
Senado para que isso aconteça no futuro.

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