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Adaptações Celulares às

Agressões
Resposta celular a
agressão:

• Adaptação

• Degeneração ou
acúmulos intra e
extracelulares

• Morte
Adaptação

Novo estado de equilíbrio, diferente do


normal e que foi atingido pelas células em
resposta aos estímulos fisiológicos
alterados ou a certos estímulos
patológicos.
Adaptações celulares às agressões

• Hipertrofia
• Hiperplasia
• Atrofia
• Metaplasia
Atrofia
• Diminuição no tamanho ou na quantidade de uma célula,
tecido ou órgão, após o crescimento normal ter sido atingido.

• Catabolismo > Anabolismo


• diminuição das organelas na célula, além da redução do
volume e função celular.
Atrofia

Fisiológica (involução) X Patológica

Involução de tecidos ou órgãos, naturalmente.


Exs: Timo, bolsa de Fabrício, veia e artérias umbilicais, útero pós-parto,
mama pós-lactação, senilidade (cérebro e musculatura, acompanhada
de acúmulo de lipofuscina - "Atrofia parda").
Atrofia - causas
• Perda da inervação (denervação)
Consequência: Atrofia muscular
Causas: traumas, compressão, processo inflamatório, infeccioso,
neoplásico.
• Desuso
Ex: musculatura após imobilização

• Distúrbios endócrinos
Ex: atrofia das suprarrenais por falta de hormônio adrenocorticotrófico
(tumor na hipófise)
Atrofia - causas
• Inanição
Ex: desnutrição grave, atrofia dos músculos, atrofia serosa do tecido
adiposo

• Irrigação sanguínea deficiente


Ex: atrofia hepática por congestão passiva crônica (ICC)

• Compressão
Ex: crescimento neoplásico – compressão de tecidos adjacentes, hidronefrose
Atrofia – degeneração - necrose
Atrofia
aspectos macroscópicos e microscópicos
• Diminuição de peso e volume
• Membrana de revestimento solta
• Vasos sanguíneos tortuosos e grandes para o volume tecidual
• Histologicamente, as principais células do tecido são pequenas e
apresentam pouca ou nenhuma atividade mitótica.
• Ultraestruturalmente, as células atrofiadas possuem poucas
mitocôndrias ou outras organelas.

*atrofia serosa da gordura – depósitos de gordura depletados fica material


gelatinoso transparente ou amarelado
ATROFIA POR COMPRESSÃO
Hipertrofia
• Aumento do tamanho do órgão ou tecido por aumento do
volume celular.

• Anabolismo > Catabolismo

• Ampliação do número de componentes estruturais e


organelas

• Fibras musculares estriadas do miocárdio e da musculatura


esquelética
Hipertrofia
• É importante notar que o aumento da massa tecidual se deve ao aumento de
tamanho das células parenquimatosas;

• A hipertrofia geralmente acompanha um aumento no número de células


(hiperplasia) decorrente da proliferação celular, mas, como fenômeno isolado, é
observada principalmente em órgãos ou tecidos como o coração ou a musculatura
esquelética;

• Embora a hipertrofia muscular aumente a capacidade funcional em curto prazo, as


alterações que a acompanham, como o aumento do estroma fibroso ou a perfusão
vascular diminuída, no miocárdio, por exemplo, podem descompensar o órgão
afetado.
Hipertrofia
Hipertrofia cardíaca ( insuficiência valvular X aumento da atividade física)

Sem diferenças morfológicas

Capacidade de hipertrofiar é limitada

Aumento da demanda funcional ou estímulo hormonal (útero na gestação)

Após nefrectomia- compensatória - néfrons se tornam mais longos


HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA:
MIOCÁRDIO NORMAL

MIOCÁRDIO HIPERTRÓFICO
Hipoplasia - cabra
Hipertrofia

Aplasia - felino
Hipertrofia esôfago - Cavalo
Hiperplasia
 Aumento do tamanho do órgão ou tecido por aumento do número de células.

 Aumento da divisão mitótica

 Muitas células epiteliais (p. ex. hepatócitos e epitélio da epiderme e das mucosas intestinais)
rapidamente sofrem hiperplasia em resposta à estimulação hormonal, inflamação ou trauma
físico.

 hiperplasia de modo geral, é interrompida quando o estímulo é removido.

 Os músculos estriados e os tecidos do sistema nervoso têm capacidade insignificante de


proliferação e tendem a não sofrer hiperplasia.

 Outros tecidos, como os músculos lisos, os ossos e as cartilagens, apresentam capacidade


intermediária de proliferação.

 Macroscopicamente Hiperplasia = Hipertrofia


Hiperplasia
 A hiperplasia é considerada fisiológica quando é uma resposta à estimulação
hormonal cíclica, como no desenvolvimento endometrial ou mamário observado
na prenhez e na lactação

 A hiperplasia da cicatrização de feridas não é um evento normal, mas é uma


resposta adequada e compensatória de fibroblastos e células endoteliais à lesão
traumática.

 A hiperplasia nodular idiopática é relativamente comum em determinados órgãos


(p. ex. fígado, pâncreas ou baço), em especial em cães idosos e, de modo geral, não
tem significado clínico.

 Por outro lado, a elevação inadequada de hormônios tróficos ou de fatores de


crescimento pode resultar em hiperplasia persistente que pode ser precursora da
transformação neoplásica.
Hiperplasia nodular Baço

Hiperplasia nodular fígado - suíno


Metaplasia
• Substituição de um tecido maduro por outro da mesma linhagem celular
• Células menos resistentes substituídas por outras capazes de suportar a
agressões

 Metaplasia Escamosa, Epidermóide ou Córnea:

Epitélio cúbico ou colunar ciliado dos brônquios transformam-se em epitélio


pavimentoso (metaplasia escamosa)
- Broncopneumonias parasitárias

Epitélio cúbico secretor de ductos de glândulas salivares, pâncreas ou fígado


substituído por epitélio pavimentoso
- cálculos
Metaplasia
Metaplasia Óssea:
Transformação do tecido conjuntivo frouxo ou cartilaginoso de articulações
irritadas (ex.: traumas constantes) em tecido conjuntivo ósseo.

Metaplasia Mielóide:

Transformação do tecido conjuntivo reticular (estroma, principalmente de


órgãos como o baço, fígado, pulmões e rins), em tecido mielóide na anemia
ferropriva crônica intensa (comum em leitõezinhos não suplementados com
ferro).
Atrofia

Tecido normal

Atrofia quantitativa Atrofia numérica


Hipertrofia x Hiperplasia

Tecido normal

Hipertrofia

Hiperplasia
Distúrbios do Desenvolvimento e
Crescimento Celular
Causas das malformações
• Malformações genéticas
- Alterações do código genético – hereditárias

• Malformações congênitas adquiridas


- Causas externas
Desnutrição ou má oxigenção
Pressão anormal sobre o feto
Produtos químicos/princípios ativos
Infecções bacterianas/virais
Classificação das Malformações
Monstros (terias/teratias)
- Indivíduos profundamente modificados
 Monstros separados
 Monstros unidos

Hemiterias
- Deformações não muito graves
Monstros separados
Monstros unidos
Desenvolvimento Embrionário Normal
Blastocisto
Zigoto

Implantação
no
endométrio
Fecundação
Blastocisto
(totipotencial) Trofoblasto
(forma a placenta)

Disco embrionário
Diferenciação

Ectoderma Mesoderma Endoderma

Organização

Primórdios de órgãos (Brotos)

Crescimento e maturação

Órgão diferenciado
Desenvolvimento Anormal dos Órgãos
Células embrionárias primitivas
(ectoderma, mesoderma, endoderma)

Primórdios de órgãos (Brotos)

Agenesia

Nº normal de divisões celulares no Nº anormal de divisões celulares no


desenvolvimento desenvolvimento

ou

Diferenciação normal Diferenciação anormal Diferenciação normal

Aplasia
Normal Disgenesia Hipoplasia
Distúrbios do
Desenvolvimento dos Órgãos
Agenesia Ausência do órgão por ausência do
broto embrionário


Aplasia Ausência do órgão e presença do
broto embrionário


Hipoplasia Órgão de tamanho menor que o
normal

Disgenesia Órgão de tamanho e conformação


anormais

Atresia
Ausência de um orifício natural
AGENESIA:
Ausência de iniciação do desenvolvimento.

Macro: Ausência total do órgão

Obs.: Letal quando o órgão afetado é único e essencial à


vida.

Exs: anencefalia, amelia, anoftalmia


Anencefalia

Bovino
APLASIA:
Órgão não se desenvolveu

Macro: Só rudimentos do órgão ou tecido.

Obs.: iniciou-se o desenvolvimento, porém houve interrupção


precoce. Letal quando o órgão afetado é único e essencial.

aplasia segmentar
atresia
Aplasia segmentar corno uterino . Bezerra
ATRESIA:
Ausência de perfuração (lume).

Macro: estrutura se forma, porém não apresenta luz.

Obs.: só ocorre em órgãos tubulares ou em orifícios naturais.

Exs: Atresia anal, atresia esofágica (“aplasia segmentar”)


Atresia anal
Atresia anal
Atresia coli
Atresia coli
HIPOPLASIA:

Deficiência na formação.

Macro: Órgão menor e com função reduzida.


Fisiologicamente representa menor gravidade que a agenesia e
aplasia.

Grande importância clinica e zootécnica quando afetando órgãos


da reprodução em animais domésticos.

Exemplos: hipoplasia renal, cerebelar, testicular e ovariana.


 Hipoplasia cerebelar

- Panleucopenia felina, DVB, peste suína,


herpes-vírus canino

- Hipoplasia da camada granular e


desorganização das células de Purkinje
Hipoplasia dentária

Fonte: Mariana Ramos

Fonte: Mariana Ramos


Hipoplasia renal unilateral
Fendas/ fissuras na linha mediana:
Aberturas devido à não fusão de estruturas embrionárias, por atraso ou
parada no desenvolvimento embrionário no estágio correspondente à
formação da estrutura.

 Queilosquise,
 Palatosquise.
 Esquistossomia ( corpo fendido)
- Leve – hérnias
- Grave - Schistosoma reflexus
Fenda em ovino – Mimosa tenuiflora (jurema preta)

Malformações congênitas em ruminantes no semiárido do


Nordeste Brasileiro

(Caldas, et al; 2010)

Pesq. Vet. Bras. 30(10):807-815, outubro 2010


Bovino
Queilosquise bilateral em bovino - Relato de caso
Caldas et al., 2014.
Rev. Bras. Med. Vet., 36(1):55-59, jan/mar 2014
http://loribovinesection.blogspot.com/2013/10/schistosoma-reflexus.html

Schistosoma reflexus
Fusão de órgãos pares
 Ciclopia
Rim em ferradura

Cyclopia in goat (Capra Aegagrus Hircus): case report


DOI:10.34117/bjdv7n11-528
Rim em ferradura
Deslocamento de órgãos e de tecidos

Distopias ou ectopias congênitas


-Desenvolvimento em local anômalo

Ectopias ou heteropia tecidual


- Presença anormal de um tecido em região diversa da
original

- coristomas

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