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Anatomia Patológica

Aula 1- Adaptações Celulares

Adaptações celulares:

◼ Atrofia

◼ Hipertrofia

◼ Hiperplasia

◼ Metaplasia

Atrofia - Redução volumétrica de um órgão ou tecido à custa da redução do volume celular.


Uma das razões é o desuso.

Vê-se fibras normais, fibras atrofiadas, e estão vivas pois, vemos os núcleos. Mas vemos fibras
musculares com tamanho exagerado – hipertróficas, quer isto dizer que as poucas fibras
nervosas que fazem mexer o músculo, têm de se mexer, e as que ainda estão enervadas, com
placa motora, vão sofrer um excesso de trabalho e por isso, vão hipertrofiar – aumentar a
quantidade de proteínas no seu interior, neste caso miofibrilas (encontram-se orientadas
segundo o seu grande eixo e estão enfeixadas), tendo por isso, um tamanho superior ao seu
habitual.

As fibras que são atróficas é porque o que desapareceu foram os componentes intracelulares, e
não os núcleos, pois elas estão vivas.

Fibras de colagénio, que


enfeixam todas as fibras e
dão consistência ao músculo.
Veia com glóbulos
vermelhos no seu
interior.

Músculo esquelético com núcleos à periferia.


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Causas:
1. Diminuição da carga de trabalho
a) Aparelho gessado/tala = atrofia muscular
(Menor estímulo circulatório = nutricional celular)
2. Perda da inervação
a) Na poliomielite = atrofia muscular/lipomatose
b) Neuropatia diabética + vasculopatia diabética = atrofia muscular/lipomatose
(pélvica/MMII)
3. Diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia- diminuição da quantidade de sangue
que chega a um órgão, pode ser por entupimento, a veia não deixar sair o sangue, etc.)
a) Redução do cérebro (aterosclerose carótida)
b) Redução do rim (aterosclerose de artérias renais)
c)*Redução da mucosa do cólon (“colite isquémica”)

* As artérias mesentéricas quando comprometidas por aterosclerose severa, oferecem


um fluxo arterial menor levando a isquemia, com atrofia da mucosa.
4. Nutrição inadequada
a) Menor oferta alimentar – atrofiam-se por inanição em ordem: tecido adiposo (tecido
de reserva), músculos, tecido linfóide, pele, glândulas, ossos, pulmões, coração e
cérebro.
b) Caquexia – atrofia generalizada que as pessoas com cancro têm (discutido em
neoplasias).
5. Perda da estimulação endócrina
a) Central (Hipofisária) – por destruição parcial da hipófise – atrofia dos órgãos alvo
(tiróide, adrenais, ovários).
b) Ovariana - atrofia da mama, útero, genitália externa (vulva, por exemplo).

6. Envelhecimento
Atrofia senil –redução volumétrica orgânica ( cérebro, ossos, mucosas)
Atrofia parda: acumulação de pigmento lipofuscina (atingindo principalmente coração
e fígado).
Causas: menor assimilação, redução da capacidade vital das células, acumulação de
catabolitos celulares.

7. De compressão
Causa: compressão mecânica e vascular sobre um tecido/órgão.

Ex.: Atrofia cerebral (hidrocefalia – obstrução à circulação de LCR, bebés com cabeça
grande)
Cálculos na vesícula (atrofia da parede, que origina uma colecistite) -ite = inflamação
Fecaloma (acumulação de fezes com a resistência de uma pedra) no cólon (dilata e
atrofia a parede)

Inflamação – conjunto de reações do nosso organismo.


Infeção – colonização por um microrganismo que pode desencadear uma inflamação.

Hipertrofia - Aumento do volume de um órgão ou tecido à custa do aumento do volume celular.

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a) Fisiológica: útero gravídico

Estrogenios

- DNA nuclear

- Maior síntese protéica

- Aumento do volume celular

b) Patológicas (estímulo x resposta)

1. “Braço do ferreiro” = hipertrofia unilateral = hipertrofia muscular (atletas)

2. Hipertrofia cardíaca ventricular esquerda:

- na hipertensão arterial sistémica – sobrecarga


ventricular esquerda até 500g (coração normal
350g).

- em lesões obstrutivas de válvula aórtica


(adquiridas na febre reumática).

3. Hipertrofia cardíaca ventricular direita:

- em doenças crónicas fibrosantes dos pulmões

4. Hipertrofia da parede da bexiga (músculo liso) por crescimento da próstata.

5. Hipertrofia da parede do intestino – diante de um obstáculo mecânico (tumor).

Normal Hipertrofia
Tecido Conjuntivo Laxo

Corte longitudinal de músculo liso, de forma cilíndrica e com núcleo central, com tecido
conjuntivo laxo à volta, com muitos núcleos, capilares e glóbulos vermelhos. Sendo então,
Miocárdio – coração.

Hiperplasia- Aumento do volume de um órgão ou tecido à custa do aumento do número de


células.

a) Fisiológica: (desenvolve-se no nosso organismo de forma normal)

- mamas na lactação (multiplicação de ductos e ácinos)

- útero gravídico (certo grau de multiplicação de musculatura lisa)


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Uma gravidez desenvolve o útero, esteAnatomia
crescimento como é tecido muscular liso, passível de
Patológica
mitose (por isso tem hiperplasia), ao contrario do cardíaco ou esquelético, vai proliferar, dando
uma hiperplasia, também vão crescer célula a célula e por isso, também é uma hipertrofia.
b) Patológica:

Exemplos:
Tudo o que for glândulas é plasia.
- Pólipos no útero

- Hiperplasia da próstata (multiplicação de glândulas e estroma)

- Gânglios linfáticos aumentados em zonas de drenagem das inflamações.

Normal Hiperplasia

Normal -Corte transversal de glândulas tubulosas, parecendo estas como um círculo, com
células à volta, um lúmen central, onde passa o produto de secreção e á volta o tecido conjuntivo
que as envolve.

Hiperplásica – Aqueles círculos vêm dar estes círculos, que de tantas células, já não ficam só no
contorno, fazendo já, franjas. O tubos estão maiores, com uma proliferação celular no seu
interior.

Metaplasia –Alteração reversível em que uma célula adulta é substituida por outra ( epitelial ou
mesenquimatosa). Pode preceder um tumor – neoplasia (não é uma adaptação celular é sim,
uma coisa nova, são células que mutaram, não existiam no nosso organismo).

Reprogramação genética das stem cells após alterações dos sinais do meio envolvente.

Qdo o + pára as alterações metaplásicas revertem.

Se o + persistir apesar do epitélio metaplásico ser benigno, pode => metaplasia atípica que pode
progredir para cancro.

Exemplos:

a) Transformação do epitélio pseudo estratificado ciliado brônquico (ep. Respiratório) com


células caliciformes para epitélio pavimentoso que até pode ser queratinizado (fumo do tabaco).

b) Passagem de epitélio colunar do colo do útero para pavimentoso (em inflamações) –


adaptação que em si mesma poderá originar um carcinoma.

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Células caliciformes na camada basal, estas é que vão sofrer reprogramação. No epitélio
metaplásio, tudo o que está para baixo já está num processo neoplásico.

linfócitos

As inflamações crónicas são feitas por linfócitos (leva 10/15 dias a lá chegar) e as agudas, por
neutrófilos (leva 24 horas a chegar). Resultam de respostas do organismo a uma inflmação, sem
atipias, sem alterações neoplásicas das células.

Aplasia- défice de um órgão, resquício da estrutura.

QUESTÕES

1. São causas de hiperplasia fisiológica: 2. A metaplasia é uma lesão de adaptação


a. Uso excessivo de um órgão ou tecido celular:
b. Alimentação inadequada a.Sim, sempre
c. Ação compensatória b. Sempre percursora de displasia
d. Excessivo aporte sanguíneo c. Nunca é percursora de displasia
e. Todas as anteriores d. Pode corresponder a um aumento do nº de
células.
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e. Nenhuma das anteriores

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