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CONCEITOS GERAIS E TIPOS

DE LESÕES

Prof. Isabel Gimenez


Aula 1
Definição

• Etimologicamente, o termo
Patologia significa estudo das
doenças (do grego: pathos =
doença, sofrimento, e logos =
estudo, doutrina)


Definição
• A Patologia pode ser conceituada como a ciência que
estuda as causas das doenças, os mecanismos que as
produzem e as alterações morfológicas e funcionais que
apresentam, ou seja, é devotada ao estudo das alterações
estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos
órgãos que estão ou podem estar sujeitos a doenças.
Divisão da patologia
• Patologia geral: Está envolvida com as reações básicas das
células e tecidos a estímulos anormais provocados pelas
doenças. Por isso é denominada patologia geral, doenças
relacionadas a todos os processos patológicos, referentes às
células.

• Patologia especial: Examina as respostas específicas de órgãos


especializados e tecidos a estímulos mais ou menos bem
definidos.
Divisão da patologia
• Todas as doenças têm causa (ou causas) que age(m) por
determinados mecanismos, os quais produzem alterações
morfológicas e/ou moleculares nos tecidos, que resultam em
alterações funcionais do organismo ou parte dele, produzindo
alterações subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais).
Divisão da patologia
• A patologia engloba áreas diferentes como:
Etiologia: Estuda as causa gerais de todos os tipos de doenças,
podendo ser determinado por fatores intrínsecos ou adquirido
(extrínsecos).
Patogenia: É o processo de eventos do estímulo inicial até a
expressão morfológica da doença.
Divisão da patologia
• Alterações Morfológicas: As alterações morfológicas,
que são as alterações estruturais em células e tecidos,
características da doença ou diagnósticos dos
processos etiológicos. É o que pode ser visualizado
macro ou microscopicamente.
Divisão da patologia
• Ao atingirem o organismo, as agressões comprometem um tecido (ou
um órgão), no qual existem:
1. células, parenquimatosas e do estroma;
2. componentes intercelulares ou interstício;
3. circulação sanguínea e linfática;
4. inervação.

• Após agressões, um ou mais desses componentes podem ser


afetados, simultaneamente ou não. Desse modo, podem surgir
lesões celulares, danos ao interstício, transtornos locais da
circulação, distúrbios locais da inervação ou alterações complexas
que envolvem muitos ou todos os componentes teciduais.
Lesão celular
• As lesões celulares podem ser consideradas em dois
grupos:
1)Lesão celular não-letal
São aquelas compatíveis com a regulação do estado de
normalidade após cessada a agressão; a letalidade ou não,
está frequentemente ligada à qualidade, à intensidade e à
duração da agressão, bem como ao estado funcional ou
tipo de célula atingida.
Não depende do tipo de agente
agressor, mas da intensidade e
duração da agressão.
Lesão celular

• As agressões podem modificar :

➢ metabolismo celular, induzindo o acúmulo de substâncias


intracelulares (degeneração/degenerações),

➢ podem alterar os mecanismos que regulam o crescimento

➢ a diferenciação celular originando hipotrofias, hipertrofias,


hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias, e
neoplasias.
Lesão celular

• 1) As lesões celular letais

• são representadas pela necrose (morte celular seguida de


autólise)

• e pela apoptose (morte celular não seguida de autólise).


Lesão celular
➢Autólise: degradação dos componentes da célula por enzimas
da própria célula, liberadas dos lisossomos, pode ser de
individuo vivo ou morto.

➢Apoptose: morte por processo ativo no qual a célula sofre


contração e condensação de suas estruturas que fragmenta-se e
é fagocitada por células vizinhas.
Preste atenção na diferença
PREENCHIMENTO LABIAL.....

QUE DEU ERRADO!!!!!


Lesão celular
• reação a situações adversas:

➢ Adaptação celular

• estado patológico em que a célula se encontra em um estado novo,


porém com sua viabilidade preservada. Ex. hipertrofia e atrofia
celulares;

• Alteração do volume celular

▪ Hipertrofia: aumento do volume celular

▪ Hipotrofia: diminuição do volume celular


Lesão celular
• Alteração da taxa de divisão celular (número)
▪ Hiperplasia : aumento das divisões celulares
▪ Hipoplasia/Aplasia : diminuição ou ausência das
divisões celulares

• Alteração da diferenciação
▪ Metaplasia
▪ Alteração do crescimento e diferenciação celular
▪ Neoplasia
Lesão celular
• 2) As alterações do interstício (da matriz extracelular)

• englobam as modificações da substância fundamental


amorfa e das fibras elásticas, colágenas e reticulares, que
podem sofrer alterações estruturais e depósitos de
substâncias formadas in situ ou originadas da circulação.
PROCEDIMENTOS.......COM RESULTADOS RUINS.
Lesão celular
• 3) Os distúrbios da circulação incluem:

• aumento,

• diminuição ou cessação do fluxo sanguíneo para os tecidos

(hiperemia, oligoemia e isquemia),

• coagulação do sangue no leito vascular (trombose),


Lesão celular
• distúrbios da circulação (continuação)

• aparecimento na circulação de
substâncias que não se misturam ao
sangue e causam oclusão vascular
(embolia),

• saída de sangue do leito vascular


(hemorragia) e

• alterações das trocas de líquidos entre o


plasma e o interstício (edema).
Lesão celular
• 4) As alterações da inervação

• devem representar lesões importantes, devido ao papel


integrador de funções que o tecido nervoso exerce.
Causas das lesões celulares
• Hipóxia : A palavra "hipóxia" vem do grego "hypos" = pouco,
escasso + "oxis", que indica que a palavra se trata de oxigênio.
➢ isquemia, oxigenação inadequada, perda da capacidade de
transporte de oxigênio;
Causas das lesões celulares
• Agentes físicos: calor, frio, traumatismo, radiação, choque
elétrico;
Causas das lesões celulares
• Agentes químicos:
• - drogas medicamentosas: dipirona, antibióticos;
• - agentes não medicamentosos: chumbo, álcool;
Causas das lesões celulares

• Agentes infecciosos: vírus, bactérias, fungos, parasitas;

Vírus Bactérias Fungos


Causas das lesões celulares
• Desordens imunológicas: lúpus, pênfigo, artrite reumatoide;

Lúpus eritematoso Pênfigo – Fogo selvagem Artrite reumatoide


Causas das lesões celulares

• Distúrbios genéticos: câncer, fibrose cística


Causas das lesões celulares

• Distúrbios nutricionais: anemias, hipovitaminoses


Causas das lesões celulares
• Vitamina K (anti-hemorrágica) – A Vitamina K Atua na coagulação
sanguínea. O fígado metaboliza a vitamina K em protrombina. A
Vitamina K também influencia no crescimento de pelos, cabelo e
fortalecimento de dentes e unhas. E, a carência causa hemorragias. As
principais fontes de alimento para chegar à Vitamina K são fígado,
leite, e ovo.
• Vitamina A (retinol) – Estimula a lubrifição do globo ocular com a
produção de muco, evitando a secura e queratinização do olho.
Também ajuda na manutenção das proteínas que capturam a luz nos
olhos. Carência causa xeroftalmia, ou cegueira noturna.
Causas das lesões celulares
• O olho torna-se opaco pela falta de lubrificação,
dificultando a entrada da luz.
Causas das lesões celulares
• Vitamina D (calciferol) – O ergosterol dos alimentos é convertido em
vitamina D, através da radiação ultravioleta do sol. Por isso a
importância de, principalmente, bebês pegarem um pouco de sol.

• Ela funciona no processo de regular a taxa de cálcio e fósforo no


sangue, também regulando a deposição de cálcio nos ossos. Além
disso a vitamina D estimula o crescimento neuronal, auxiliando a
memória.
Causas das lesões celulares
• Sua carência gera raquitismo e enfraquecimento dos ossos, podendo
causar osteoporose. Fontes de Vitamina D: óleo de fígado de
bacalhau, gema de ovo, manteiga.
• Vitamina E (tocoferol) – A Vitamina E ajuda na prevenção
de problemas na membrana plasmática, tem função antioxidante,
essencial para a produção de gametas, melhora a circulação. Sua
carência causa esterilidade e possível anemia.
• Fontes: sementes ricas em óleos como o amendoim, nozes e outros
óleos vegetais.
Causas das lesões celulares
• Vitamina C (ácido ascórbico) – Estimula a formação de colágeno
com função de cicatrização e elasticidade, em especial da pele.
Favorece a produção de anticorpos pelos leucócitos, ajudando
na prevenção de doenças. Sua carência gera escorbuto,
hemorragias de pele e mucosas e ainda perda dos dentes.
Causas das lesões celulares
• Complexo B – É um conjunto de vitaminas que tem sua absorção
comprometida com a ingestão de álcool, café e açúcar em excesso. O
cozimento e processos de industrialização dos alimentos fazem essas
vitaminas serem inativadas. Com o hábito de consumir alimentos
industrializados em excesso, a população mundial apresenta uma leve
redução do complexo B no organismo.
• O Complexo B é responsável pela saúde mental e emocional do indivíduo,
além de manter a saúde de nervos, pele, olhos, fígado. Atua na digestão e
absorção de carboidratos, lipídios e proteínas.
Causas das lesões celulares
• Vitamina B1 (tiamina) – Carência causa beribéri (inflamação e
degeneração dos nervos), insuficiência cardíaca e distúrbio
mental. Fontes: cereais, legumes, fígado.
• Vitamina B2 (riboflavina) – Deficiência causa fissuras na pele,
como rachaduras no canto da boca. Fontes: cereais, carnes,
laticínios.
Causas das lesões celulares
• Vitamina B3 (nicotinamida) – Deficiência causa pelagra (lesões
na pele, diarreia e distúrbios nervosos). Fontes: cereais, nozes,
carnes.
• Vitamina B5 (ácido pantotênico) – Deficiência causa anemia,
fadiga e dormência nas mãos e pés. Fontes: cereais, laticínios,
carnes.
Causas das lesões celulares
• Vitamina B6 (piridoxina) – Deficiência causa irritabilidade
convulsões, anemia, retardo no crescimento. Fontes: fígado,
carne, peixe.
• Vitamina B9 (ácido fólico) – Deficiência causa anemia e
problemas na gestação. Fontes: vegetais, feijão, espinafre,
brócolis.
Causas das lesões celulares
• Vitamina B12 (cobalaminas) – Deficiência causa anemia
perniciosa, hemácias mal formadas, distúrbios do sistema
nervoso. Fontes: fígado, ovo, laticínios.
Algumas considerações importantes
• Resposta à lesão depende do tipo, intensidade e duração do
estímulo.

• Conseqüências da lesão depende do tipo, estado e


adaptabilidade da célula.

• O comprometimento de algum sistema celular produz efeitos


secundários generalizados.

• Primeiro há alteração bioquímica e depois morfológica.


Adaptação celular
➢ Estado patológico em que a célula se encontra em um estado
novo, porém com sua viabilidade preservada.

➢ Hiperplasia: aumento do número de células em um órgão ou


tecido; ocorre em células capazes de síntese de DNA (pele,
hematopoiéticas, conjuntivo);
Adaptação celular

➢Hiperplasia fisiológica: ação hormonal, por compensação


(pós cirurgias);

➢ Hiperplasia patológica: estímulo hormonal excessivo, por


ação de vírus;

➢ Tecido muscular cardíaco e esquelético e

células nervosas raramente apresentam


hiperplasia;
Adaptação celular

➢ Hipertrofia: aumento do número de organelas e, também, do


tamanho das células e órgãos. Pode acompanhar os processos de
hiperplasia.

• Causas:

* função aumentada: hipertrofia muscular por exercício físico intenso

(fisiológica) ou nas cardiopatias (patológica)

* estímulo hormonal: hipertrofia uterina na gestação


Adaptação celular

• Atrofia: diminuição do tamanho celular devido a perda de


substância celular.

• Ocorre diminuição de função; redução do número de

organelas;
Adaptação celular

• Causas:
➢ nutrição
➢ redução do trabalho;
inadequada;
➢ perda de inervação;
➢ falta de estímulo
➢ diminuição do hormonal;
suprimento sanguíneo; ➢ envelhecimento.
Adaptação celular

• Metaplasia: alteração reversível em que um tipo celular adulto


pode ser substituído por outro;
Adaptação celular

• Metaplasia benigna: células mesenquimatosas, com a


transformação de fibroblastos em osteo ou condroblastos,
produzindo tecido ósseo ou cartilaginoso.

• Metaplasia : É o que acontece quando um tipo de célula normal


é substituído por outro tipo de célula normal. Em geral,
acontece quando mudanças no ambiente requerem que as
células sejam mais "robustas".
Adaptação celular
• Metaplasia patológica: metaplasia de células do epitélio colunar
para escamoso que ocorre no epitélio vaginal, do trato
respiratório em resposta a estímulos crônicos, como infecções
ou irritações; processo benigno.

• Se persistente pode levar a atipias e assim surgirem mutações


cancerígenas;
DIAGNÓSTICO EM PATOLOGIA

➢ é feito sob vários aspectos:

a) Detecção das alterações morfológicas:

• macroscópicas: alterações visíveis a olho nú, diagnóstico


clínico;
DIAGNÓSTICO EM PATOLOGIA

• microscópicas: alterações celulares e na estrutura de órgãos e


tecidos;
DIAGNÓSTICO EM PATOLOGIA

• b) Alterações fisiológicas:

➢ perda de movimento;

➢ perda de função;
DIAGNÓSTICO EM PATOLOGIA

• c) Alterações bioquímicas:
➢ aumento na síntese de substâncias, por ex. enzimas,
hormônios, etc;
• d) Alterações moleculares: mutações genéticas induzidas ou
não;
Amelogenisis
A hipertricose é
Imperfecta é uma
uma mutação
mutação dentária
genética que faz
que possui 14
com que os pelos
variações diferentes.
nasçam em áreas
Dependendo da
onde eles
variação, uma
normalmente não
pessoa com esta
existem, como na
condição pode ter
testa. No caso das
esmalte de dente
mulheres, isso
macio e macio, ou
também significa o
mesmo dentes com
surgimento de
furos em pedaços no
barba.
centro.
DIAGNÓSTICO EM PATOLOGIA

• São utilizadas técnicas de:

• a) coloração: hematoxilina eosina; impregnação pela


prata; coloração álcool-ácido resistente;
DIAGNÓSTICO EM PATOLOGIA

• b) biópsia: exame de fragmentos de órgãos ou tecidos;


DIAGNÓSTICO EM PATOLOGIA

• c) Técnicas moleculares: reação de

polimerase em cadeia (PCR), que


identifica desde alterações
genéticas referentes a doenças
hereditárias a material genético de
microrganismos e mutações que
podem levar ao câncer.
DIAGNÓSTICO EM PATOLOGIA

• D) Dosagens laboratoriais

➢ exames de materiais biológicos: hematologia, urinálise,


bioquímica, citologia, parasitologia

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