CURSO DE FARMÁCIA/BIOMEDICINA

DISCIPLINA PATOLOGIA APLICADA

Introdução a Patologia: estudo de conceitos (doença, saúde,

normalidade, etiologia, patogênese, anatomia patológica, fisiopatologia
e processos patológicos).

Prof.º Esp. Guilherme Borges Macêdo

1
CERES 2022.2
 CURSO DE
FARMÁCIA/BIOMEDICINA
DISCIPLINA PATOLOGIA APLICADA
Introdução a Patologia: estudo de conceitos (doença,
saúde, normalidade, etiologia, patogênese, anatomia
patológica, fisiopatologia e processos patológicos).
OBJETIVOS:
1) Abordar os principais conceitos que abrangem a patologia.
2) Apresentar contexto histórico da patologia.
3) Apresentar a classificação das lesões. 2
 CURSO DE FARMÁCIA/BIOMEDICINA
DISCIPLINA PATOLOGIA APLICADA
Introdução a Patologia: estudo de conceitos (doença, saúde,
normalidade, etiologia, patogênese, anatomia patológica,
fisiopatologia e processos patológicos).

REFERÊNCIAS:
BOGLIOLO FILHO, G. Patologia geral básica. 4. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2009.

ROBBINS S.L.; COTRAN R.S.; KUMAR V.; SCHOEN F.J. Patologia Estrutural e Funcional. 3
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
 PATOLOGIA

Pathos = doença, sofrimento Logos = estudo, doutrina

Alterações funcionais, estruturais e bioquímicas nas células

Fornece base para compreensão das manifestações clínicas,

diagnóstico, evolução e prognóstico
 O que faz um patologista?
Técnicas moleculares, microbiológicas e imunológicas → alterações
bioquímicas, estruturais e funcionais das células, tecidos e órgãos

Quem pode ser patologista?

Qualquer profissional da área das Ciências Biomédicas

Onde trabalha um patologista?

• IML: necropsia clínica e forense
• Laboratórios: diagnóstico ou pesquisa
• Ensino
Fase Humoral Fase Orgânica FaseTecidual Fase Celular Fase
(Idade Antiga (séc. XV-XVI) (séc. XVI- (séc. XIX) Ultracelular
– final da • Observação XVIII)
• Visão • Fase atual
Idade Média) dos órgãos do • Enfatiza a morfológica
• Desequilíbrio corpo estrutura e
organização • Biologia
de humores • Microscópio molecular
• Necropsia e de tecidos
• Deuses autopsia
• Alterações • Início da
morfológicas Patologia
e relação com Moderna
os
desequilíbrios
funcionais
Pré-História
A doença era resultado como algo que se deve à ação de projéteis
(lanças, flechas) ou à ingestão de ossos, espinhos
Egito Antigo
•Técnicas de embalsamento
•1.900 a.C. → referências à pequenas cirurgias e outras terapêuticas
Grécia (460 – 355 a.C.)
Hipócrates cria a Teoria Humoral da Enfermidade → desequilíbrio
entre os 4 humores: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra
(coração, pulmão, fígado e baço)
Roma – 42 a 37 d.C.
Cornelius Celsus: 4 sinais cardinais da inflamação (calor, rubor,
tumor e dor)
Florença-Itália (1502)
Antonio Benivieni realiza 20 necropsias para determinar a “causa
mortis”
1514-1564
Andreas Vesalius: revolucionou a anatomia, publicou “De humani
corporis fabrica”.
1628
Willian Harvey descreveu o sistema circulatório.
Séc. XVIII
•Giovanni Battista Morgagni : considerado o pai da Anatomia
Patológica, com mais de 700 necropsias relatadas.
•Marie-François-Xavier Bichat : considerado o pai da histologia,
concluiu que existiam mais de 21 tecidos diferentes e dividiu a
patologia em geral e especial.
Séc. XIX
Julius Conheim: explicou as bases histológicas da inflamação,
analisando, sob o ponto de vista microscópico os 4 sinais cardinais:
Tumor, Calor, Rubor e Dor
“Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e
social e não apenas a ausência de enfermidade”. (OMS, 1948)

“Saúde é ausência de doença”. (Boorse, 1977)

“Saúde é o direito de todos e dever do Estado, garantido mediante

políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para promoção, proteção e recuperação”.
(Constituição Federal, 1988)

“Estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico

ou social em que vive, de modo que o indivíduo se sente bem
(saúde orgânica) e não apresenta sinais ou alterações orgânicas
(saúde objetiva). ” (Bogliolo, 2009)
“Perda de homestasia do organismo vivo, total ou parcial.” (Wikipédia)

“Não é somente o desaparecimento de uma ordem fisiológica,

mas o aparecimento de uma nova ordem vital (...). O patológico
implica pathos, um sentimento direto e concreto de sofrimento e
de impotência, sentimento de vida contrariada (...)”. (Canguilhem,
2006)

“Estado de falta de adaptação do organismo ao ambiente físico,

psíquico ou social em que vive, no qual o indivíduo se sente mal
(sintomas) e/ou apresenta sinais ou alterações orgânicas
evidenciáveis (sinais). ” (Bogliolo, 2009)
Para se reconhecer o
anormal é preciso
conhecer o normal!!!
 Etiologia • Causa

Patogênese • Mecanismos

Anatomia patológica • Alterações morfológicas

Fisiopatologia • Alterações funcionais

Estudos dos Propedêutica ou •Diagnóstico

sinais e sintomas Semiologia • Prognóstico
•Tratamento
•Prevenção
PATOLOGIA GERAL

• Aspectos comuns às diversas doenças no que se

refere às suas causas, patogênese, lesões e alterações
funcionais

PATOLOGIA ESPECIAL

• Doenças de determinado órgão/sistema

• Doenças agrupadas por causa
As agressões podem se originar no ambiente externo ou a
partir do próprio organismo.

Agentes físicos, químicos e biológicos.

Expressão gênica ou por modificações nutricionais, metabólicas
ou dos próprios mecanismos de defesa do organismo.
 Privação de
nutrientes Mutações Reversível ou
irreversível
(morte
↑ estresse celular)

LESÃO
CELULAR
• Mecanismos de defesa :
• Revestimento externo e interno (pele e mucosas).
• Contra agentes infecciosos, atuam a fagocitose, o
sistema complemento e, sobretudo, a reação
inflamatória, que é a expressão morfológica da
resposta imunitária;
• Resposta inata, que surge imediatamente após
agressões;
• Resposta adaptativa;
Contra agentes genotóxicos (que agridem o genoma), existe o sistema de
reparo do DNA;

Contra compostos químicos tóxicos, incluindo radicais livres, as células

dispõem de sistemas enzimáticos de destoxificação e antioxidantes.

É importante salientar que, com certa frequência, os próprios mecanismos

defensivos podem se tornar agressores. A desregulação da reação
imunitária, por exemplo, para mais ou para menos, está na base de muitas
doenças prevalentes.
 • Estado metabólico
Célula normal → restrição • Limitação física
• Disponibilidade de substrato

↑ da
demanda ADAPTAÇÃO HOMEOSTASE
fisiológica
Respostas estruturais e
funcionais reversíveis, a
estresse fisiológico mais
intenso ou estímulos
patológicos
↓
Permite a sobrevivência da
célula
 ADAPTAÇÃO

AGRESSÃO DEFESA

LESÃO

NECROSE IRREVERSÍVEIS REVERSÍVEIS

MORTE CELULAR REPARO

APOPTOSE
 CAUSA

PERÍODO DE
Sem manifestações
INCUBAÇÃO

PERÍODO Sinais e sintomas inespecíficos

PRODÔMICO

PERÍODO DE Sinais e sintomas típicos

ESTADO
Sem sequela
E CURA
V
O
CRONIFICAÇÃO Com sequela
L
U
Ç COMPLICAÇÕES
Ã
O
ÓBITO
 Característica Necrose Apoptose
Tamanho da célula Aumento (tumefação) Reduzido (retração)
Núcleo Picnose→ Cariorrexe→ Cariólise Fragmentação
Membrana plasmática Rompida Intacta (alteração lipídica)
Conteúdos celulares Digestão enzimática Intactos (corpos
(extravazamento) apoptóticos)
Inflamação adjacente Frequente Não
Papel fisiológico ou Patológico (resultado da lesão Fisiológica (patológica
patológico irreversível) quando há lesões de DNA)
Fonte: Kumar (2008)
Conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais
que surgem nas células e tecidos após agressões

MACROSCÓPICAS MICROSCÓPICAS

Surgem através da ação de agentes agressores

Alterações genéticas, metabólicas e

ENDÓGENOS
imunológicas
•Físicos: radiação, pressão, abrasão, frio, calor
EXÓGENOS •Químicos: produtos cáusticos, tóxicos
•Biológicos: vírus, bactérias, fungos, parasitos
Começam, evoluem e tendem a cura ou a cronicidade

PROCESSO PATOLÓGICO
 AGENTES
AGRESSORES

Alterações morfológicas surgem em consequência de

modificações nas estruturas celulares ou acúmulo de substâncias
nos espaços intercelulares

AÇÃO DIRETA: alterações moleculares que se traduzem em alterações

morfológicas

AÇÃO INDIRETA: mecanismos de adaptação, que ao serem acionados para

neutralizar a agressão, induzem alterações morfológicas
◾ Principais alvos dos agentes agressores
 Mitocôndrias
 Membranas celulares
 Síntese proteica
 Citoesqueleto
 Aparelho genético celular
 • Células parenquimatosas e do estroma
•Componentes celulares, interstício ou matriz
LESÕES extracelular
• Circulação sanguínea e linfática Podem ser
• Inervação afetados
simultaneament
e ou não
Dano celular

Alterações Dano ao
complexas interstício

Distúrbios Alterações
nervosos circulatórias
 Letalidade:
◾ Danos celulares qualidade,
intensidade
 Não-letais e duração da
agressão
▪ Regeneração
 Letais
▪ Necrose → Autólise
▪ Apoptose
 ◾ Alterações de interstício
 Substância fundamental amorfa
 Fibras colágenas, elásticas e reticulares

Alterações estruturais ou
deposição de substâncias
formadas in situ ou oriundas
da circulação
◾ Distúrbios da circulação
 ↑, ↓ ou parada do fluxo sg para os tecidos
 Coagulação do sg intravascular
 Substâncias estranhas → oclusão vascular
 Saída de sg do leito vascular
 Alteração das trocas de líquido plasma →
interstício
 Edema Isquemia
Trombose

Hiperemia
◾ Alterações de inervação
 São pouco conhecidas

◾ Inflamação
 Complexa
▪ Todos os componentes teciduais
Aula Prática
Obrigado !!!

macedoguilherme18@gmail.com