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PATOLOGIA GERAL

Prof. Ms. Ellen Rose de Lima dos Reis


PATHOS + LOGOS
• Ciência que estuda as alterações estruturais, bioquímicas e
funcionais nas células, tecidos e órgãos que fundamentam a doença.

• Através do uso de técnicas moleculares, microbiológicas e


morfológicas, tenta explicar as causas dos sinais e sintomas
manifestados pelos pacientes enquanto fornece uma base racional
para a terapia e o cuidado clínico.
• Patologia geral: estudo das reações aos estímulos anormais
que ocorrem em todas as células e tecidos.

• Patologia sistêmica (especial): estudo das reações


específicas de cada tecido ou órgão a uma agressão.
Historia da Patologia
A Fase Humoral (Idade Antiga - final da Idade Média)

O mecanismo da origem das doenças era explicado, nessa fase, pelo desequilíbrio
de humores. Os humores eram considerados os líquidos do corpo, em particular, a
água, o sangue e a linfa. Os deuses tinham o poder de controlar esse desequilíbrio,
bem como de restituir a normalidade do organismo. Essa visão mítica de doença
foi criada principalmente pela civilização antiga grega.
• A Fase Orgânica (séc. XV - XVI)

Nessa época, há o predomínio da observação dos orgãos do corpo, feita


principalmente às custas das atividades de necrópsia (estudo do cadáver) ou de
autópsia (estudo de si mesmo).  
• A Fase Tecidual (séc. XVI-XVIII)

A Fase Tecidual enfatiza a estrutura e a organização dos tecidos. É nesse período


que se iniciam os primeiros estudos sobre as alterações morfológicas teciduais e
suas relações com os desequilíbrios funcionais.  
• A Fase Celular (séc.XIX)

Com o predomínio da visão morfológica, somada à aplicação do microscópio


óptico às pesquisas médicas, segue-se a Fase Celular, período considerado
"inicial à Patologia Moderna". A preocupação com o estudo da célula,
principalmente de suas alterações morfológicas e funcionais, é determinante
na busca da origem de todo processo mórbido.
• A Fase Ultracelular (séc. XX)

A Fase Ultracelular é a fase atual do pensamento conceitual sobre


Patologia, envolvendo conceitos sobre biologia molecular e sobre as
organelas celulares. Os avanços bioquímicos e a microscopia eletrônica
facilitam o desenvolvimento dessa linha de estudo.  
SAÚDE
Segundo a OMS:

Estado de completo bem estar físico, mental e social e não


apenas ausência de enfermidade
DOENÇA

É uma alteração orgânica geralmente constatada a partir de


alterações na função [sintomas] de determinado órgão ou
tecido, decorrentes de alterações bioquímicas e morfológicas
causadas por alguma agressão, de tal maneira que se
ultrapasse os limites de adaptação do organismo.
“A cada ação corresponde uma reação”

Isaac Newton

O organismo também obedece essa lei natural. Assim, a cada agressão, o

organismo reage. Estas reações, no entanto, vão depender da intensidade e

da persistência da agressão e da resistência do local agredido.


Século XIX – Rudolph Virchow

Propõe a teoria que todas as


doenças tem origem celular
Organização Celular
Organização estrutural
Mecanismos das lesões celulares
Mecanismos de lesões celulares

•A resposta celular a estímulos nocivos dependem do


tipo da lesão, sua duração e sua gravidade.

•As consequências da lesão dependem do tipo, estado e


grau de adaptação da célula danificada.

•A lesão celular resulta de anormalidades funcionais e


bioquímicas em um ou mais componentes celulares
essenciais.
Hipóxia
Locais de dano celular e bioquímico na lesão celular
HIPÓXIA

•Refere-se a qualquer estado que existe uma redução do


oxigênio disponível.

•Células se adaptam mudando sua maneira de utilizar energia

•ATP passa a ser consumido sobretudo nas atividades de


bombas iônicas e nas sínteses celulares.

•A redução do ATP está frequentemente associados à


hipóxia.
ANÓXIA

•Células se adaptam mudando sua maneira de utilizar energia

•ATP passa a ser consumido sobretudo nas atividades de


transportadores iônicos e nas sínteses celulares.

•A redução do ATP está frequentemente associados à


hipóxia.
ADAPTAÇÕES DO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULARES

As adaptações são alterações


reversíveis em tamanho, número,
fenótipo, atividade metabólica ou
funções das células, em resposta a
alterações do seu sistema. Tais
adaptações podem assumir várias
formas distintas.
A célula normal é confinada a uma faixa razoavelmente estreita de
função e estrutura. Isso ocorre devido:

• Seu estado de metabolismo, diferenciação e


especialização.

• Limitações das células vizinhas.

• Disponibilidade de substratos metabólicos.


• No entanto, a célula é capaz de dar conta das demandas
fisiológicas, mantendo um estado normal chamado de
homeostasia.

• As adaptações são respostas estruturais e funcionais


reversíveis, a estresses fisiológicos mais excessivos e a alguns
estímulos patológicos, durante os quais estados constantes
novos, porém alterados, são alcançados, permitindo que a
célula sobreviva e continue a funcionar.
A resposta adaptativa pode consistir em:

• Aumento no tamanho das células (HIPERTROFIA) e da


atividade funcional.

• Aumento do número de células (HIPERPLASIA).

• Diminuição do tamanho e da atividade metabólica das células


(ATROFIA).

• Mudança do fenótipo das células (METAPLASIA).

Quando o estresse é eliminado, a célula pode retornar a seu estado


original, sem ter sofrido qualquer consequência danosa.
RESPOSTA CELULAR AO ESTRESSE

CÉLULAS CAPAZES DE DIVISÃO CÉLULAS INCAPAZES DE DIVISÃO

HIPERPLASIA

se adaptam se adaptam
fazendo HIPERTROFIA HIPERTROFIA
fazendo apenas

Em muitos órgãos, hipertrofia e hiperplasia coexistem, contribuindo


para o aumento do tamanho.
ESTÁGIOS NA RESPOSTA CELULAR AO ESTRESSE E
ESTÍMULOS NOCIVOS

CÉLULA NORMAL LESÃO


(homeostasia) REVERSÍVEL

stress estímulos
nocivos leve,
transitória
ADAPTAÇÃO LESÃO CELULAR
incapacidade intensa,
de se adaptar progressiva NECROSE
morte
LESÃO celular
IRREVERSÍVEL APOPTOSE
TIPOS DE HIPERTROFIA

FISIOLÓGICA PATOLÓGICA

RESPOSTA DO AUMENTO DA SOBRECARGA HEMODINÂMICA


DEMANDA METABÓLICA CRÔNICA

CAUSA EFEITO CAUSA EFEITO


AUMENTO DO HIPERTENSÃO
AUMENTO DA LESÃO OU
TAMANHO DAS ARTERIAL OU
CARGA DE MORTE CELULAR
FIBRAS DEFICIÊNCIAS
TRABALHO (INFARTO MIOCÁRDIO)
MUSCULARES EM VALVAS
hipertrofia
HIPERTROFIA DA CÉLULA
MUSCULAR
Membrana mucosa que reveste
a parede uterina, formado por
fibras musculares lisas e
estimulado por hormônios
ovarianos chamados estrogênio
e progesterona.
Tem um aumento na sua
espessura devido à grande
concentração destes hormônios
no sangue. Na fase menstrual
aquilo que é expulso é o
endométrio daí o sangue ser
tão espesso e tão escuro.
HIPERPLASIA
hiperplasia
TIPOS DE HIPERPLASIA

FISIOLÓGICA PATOLÓGICA

EXCESSO DE FATORES DE
HORMONAL COMPENSATÓRIA
HORMÔNIOS CRESCIMENTO

A HIPERPLASIA A “HPB” É
EX: PROLIFERAÇÃO INDIVÍDUOS QUE
ENDOMETRIAL É ESTIMULADA PELO
DO EPITÉLIO DOAM UM LOBO DO
CAUSADA PELO ANDROGÊNIO. ELA É
GLANDULAR DA FÍGADO PARA
ESTÍMULO POR REVERSÍVEL
MAMA FEMININA TRANSPLANTE TEM-
HORMÔNIOS QUANDO NÃO HÁ
NA PUBERDADE E NO RESTAURADO
HIPOFISÁRIOS E MUTAÇÕES E O
DURANTE A AO SEU TAMANHO
ESTROGÊNIO ESTÍMULO INICIAL É
GRAVIDEZ. ORIGINAL.
OVARIANO. REMOVIDO.
HPV (Human Papiloma
Virus)

Lesões múltiplas (pápulas


circunscritas), localizadas ou
difusas e de tamanho
variável. Pode também
aparecer como lesão única.
HPV (Human Papiloma
Virus)
EPITÉLIO HIPERPLÁSICO

OS GENES VIRAIS ESTIMULAM A CÉLULA INFECTADA A EXPRESSAR


PROTEÍNAS (FATORES DE CRESCIMENTO) QUE ESTIMULAM A
PROLIFERAÇÃO CELULAR
ATROFIA

Redução do tamanho de
um órgão ou tecido que
resulta da diminuição do
tamanho e do número de
células.
ATROFIA
A) Cérebro normal de adulto
jovem.

B) Atrofia do cérebro em um
homem de 82 anos com
doença cerebrovascular,
resultante da redução do
suprimento sanguíneo.
atrofia
TIPOS DE ATROFIA

FISIOLÓGICA PATOLÓGICA

UM PROCESSO COMUM NO DEPENDE DA CAUSA BÁSICA E PODE


DESENVOLVIMENTO NORMAL SER:

ALGUMAS ESTRUTURAS EMBRIONÁRIAS, LOCAL GENERALIZADA


COMO A NOTOCORDA, SOFREM ATROFIA
DURANTE O DESENVOLVIMENTO FETAL. O
ÚTERO DIMINUI DE TAMANHO LOGO APÓS O
PARTO, E ESTA É UMA FORMA DE ATROFIA
FISIOLÓGICA.
METAPLASIA

É uma alteração reversível na qual um tipo


celular diferenciado (ex: epitelial) é substituído
por outro tipo celular.

Ela representa uma substituição adaptativa de


células sensíveis ao estresse por tipos
celulares mais capazes de suportar o ambiente
hostil.
Metaplasia
METAPLASIA
A metaplasia epitelial é uma faca de dois
gumes e, na maioria das circunstâncias, O CÂNCER NO TRATO
RESPIRATÓRIO É
representa uma alteração não desejada. COMPOSTO POR
CÉLULAS ESCAMOSAS
QUE SURGIRAM EM
Além disso, as influências que predispõem à ÁREAS DE METAPLASIA
DO EPITÉLIO COLUNAR
metaplasia, se persistirem, podem iniciar a NORMAL PARA
EPITÉLIO ESCAMOSO
transformação maligna no epitélio
metaplásico.
• Se os limites da resposta adaptativa forem ultrapassados ou se
as células forem expostas a agentes lesivos ou estresse,
privadas de nutrientes essenciais, ou ficarem comprometidas
por mutações que afetam os constituintes celulares essenciais,
sobrevém uma sequência de eventos, chamada de lesão
celular.

• Ela é reversível até certo ponto, mas se o estímulo danoso


persistir ou for intenso o suficiente desde o início, a célula sofre
lesão irreversível e, finalmente, morte celular.
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL MORTE CELULAR

NOS ESTÁGIOS INICIAIS OU NAS


COM A PERSISTÊNCIA DO DANO, A
FORMAS LEVES DE LESÃO, AS
LESÃO TORNA-SE IRREVERSÍVEL E COM
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E
O TEMPO A CÉLULA NÃO PODE SE
FUNCIONAIS SÃO REVERSÍVEIS, SE O
RECUPERAR E MORRE.
ESTÍMULO NOCIVO FOR REMOVIDO.
TIPOS DE MORTE CELULAR

NECROSE APOPTOSE

OCORRE QUANDO O DNA OU AS


QUANDO O DANO ÀS MEMBRANAS É
PROTEÍNAS CELULARES SÃO LESADOS
ACENTUADO, OCORRE
DE MODO IRREPARÁVEL E A CÉLULA SE
EXTRAVASAMENTO DAS ENZIMAS
SUICIDA ATRAVÉS DA DISSOLUÇÃO
LISOSSÔMICAS PARA O CITOPLASMA
NUCLEAR, FRAGMENTAÇÃO DA CÉLULA
ONDE HÁ DIGESTÃO DA CÉLULA E,
SEM PERDA DA INTEGRIDADE DA
ASSIM, O CONTEÚDO CELULAR
MEMBRANA E RÁPIDA REMOÇÃO DOS
ESCAPA.
RESTOS NUCLEARES.
LESÃO CELULAR
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NA LESÃO CELULAR

Todos os estresses e influências nocivas


exercem seus efeitos primeiramente ao nível
molecular ou bioquímico.

Há um período de tempo entre o estresse e as


alterações morfológicas de lesão e morte
celulares.
A morte celular, o resultado final da lesão celular
progressiva, é um dos eventos mais cruciais na evolução
da doença, em qualquer tecido ou órgão. É resultante de
várias causas, incluindo isquemia (redução do fluxo
sanguíneo), infecção e toxinas.
Se o suprimento sanguíneo para o
miocárdio está comprometido ou
inadequado, o músculo primeiro sofre
lesões reversíveis, manifestadas por
algumas alterações citoplasmáticas.
Finalmente, as células sofrem lesão
irreversível e morrem.
PATOLOGIA
• 1- Etiologia

• 2- Patogênese

• 3- Anatomia Patológica

• 4- Fisiopatologia
As lesões comprometem um tecido ou
órgão no qual existem:
Células ( parênquima/ estroma)

Componentes intercelulares

Circulação sanguínea e linfática

Inervação
Segundo a OMS:
• Para Classificação Internacional das Doenças - CID
Métodos de estudo em Patologia
• Estudos morfológicos:
• Exames clínicos;
• Exames anatomopatológicos;
• Análise morfológica;
• Necrópsia.

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