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HIPERPLASIA
A hiperplasia ocorre se o tecido contém células capazes de se dividir, e ocorre simultaneamente com a
hipertrofia.
Pode ser fisiológica ou patológica, e em ambas a proliferação celular é estimulada por fatores de crescimento
que são produzidos por vários tipos celulares.
Os dois tipos de hiperplasia fisiológica são:
a) hiperplasia hormonal (proliferação do epitélio glandular da mama feminina - puberdade/gravidez)
b) hiperplasia compensatória: crescimento de tecido residual após a retirada de parte de um órgão. Ex.:
atividade mitótica das células do fígado quando tem um pedaço removido, restaurando seu peso normal. Após
a restauração celular a proliferação celular é "desligada".
Hiperplasia Patológica
A maioria das formas de hiperplasia patológica é causada por estimulação excessiva hormonal ou por
fatores de crescimento. Ex.: após um período menstrual normal, há aumento da proliferação do epitélio
uterino, processo estritamente regulado por hormônios, sendo estimulado por hormônios hipofisários
(estrogênio) e inibido pela progesterona. Caso haja um desequilíbrio entre esses hormônios, ocorre
hiperplasia do endométrio.
A hiperplasia também é uma resposta comum das células do tecido conjuntivo na cicatrização de
feridas, em resposta a fatores de crescimento produzidos por leucócitos e pelas células da matriz extracelular.
A estimulação por fatores de crescimento também está presente em certas infecções virais como o HPV, em
que os genes transcritos do vírus causam proliferação excessiva de tecido epitelial gerando massas
hiperplásicas.
É importante ressaltar que em todas essas situações, o processo hiperplásico permanece controlado
(mesmo na hiperplasia patológica), isso é, se os sinais que a iniciam cessarem, a hiperplasia desaparece. isso
é o que diferencia a hiperplasia patológica benigna da maligna (câncer). No câncer, os mecanismos de
regulação do crescimento tornam-se desregulados ou ineficazes. Ainda assim, a hiperplasia confere um solo
fértil para o surgimento de neoplasias.
ATROFIA
Atrofia é a diminuição do tamanho da célula pela perda de substância celular. Quando um número suficiente
de células está envolvido, todo o tecido ou órgão diminui de tamanho, torando-se atrófico. EMBORA células
atróficas tenham sua função diminuída, elas não estão mortas. A atrofia pode ser fisiológica e patológica. Suas
causas podem ser: diminuição da carga de trabalho, perda da inervação, diminuição do suprimento sanguíneo,
nutrição inadequada, perda de estimulação endócrina e envelhecimento (atrofia senil).
A atrofia representa uma retração da célula para um tamanho menor, no qual ainda é possível que ela
sobreviva, estabelecendo um novo equilíbrio entre o tamanho da célula e a diminuição de suprimento
sanguíneo, da nutrição ou da estimulação trófica.
“Os mecanismos da atrofia consistem em uma combinação de síntese proteica diminuída e degradação proteica aumentada nas
células”
• A síntese de proteínas reduz por conta da diminuição de atividade metabólica
• A degradação de proteínas ocorre principalmente pela via ubiquitina-proteossoma. A desnutrição
e o desuso ativam as ligases da ubiquitina que direcionam as proteínas celulares à degradação no
protesossoma.
• Em muitas situações a atrofia é acompanhada de autofagia, em que a célula fica repleta de
vacúolos autofágicos. A célula privada de nutrientes começa a digerir seus próprios componentes
na tentativa de permanecer viva.
Músculo normal
METAPLASIA
A metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é substituído
por outro tipo celular adulto. Nesse tipo de adapt. celular, uma célula sensível a determinado estresse é
substituída por outro tipo celular mais capaz de suportar o ambiente hostil. A metaplasia surge de uma
reprogramação das células-tronco que se diferenciam ao longo de outra via, ao invés de uma simples alteração
fenotípica de células já diferenciadas. Um exemplo é a metaplasia epitelial que ocorre no epitélio respiratório
de fumantes, no qual o epitélio colunar ciliado dos brônquios e da traqueia é substituído por células epiteliais
estratificadas escamosas (epitélio pavimentoso estratificado).
A metaplasia escamosa no epitélio respiratório também pode ser induzida por carência de vitamina
A, que é essencial para a diferenciação normal do epitélio. Também pode ocorrer metaplasia nas células
mesenquimais, mas nessas situações ela é geralmente uma reação de alguma alteração patológica e não uma
resposta adaptativa ao estresse. Ex.: osso formado em tecidos moles, particularmente nos focos de lesão.
A lesão celular ocorre quando o estresse celular é tão alto que a célula não consegue se adaptar. Essa lesão
pode ser reversível, quando há alterações fisiológicas e estruturais, mas sem danos severo a membrana e a
integridade nuclear, ou pode gerar a morte celular, seja pela via apoptótica ou pela necrose. A apoptose é um
mecanismo que ocorre normalmente na célula e nem sempre é patológico, em que a célula degrada seu núcleo
sem perder a integridade da membrana celular, não gerando resposta inflamatória. Pode ocorrer quando há
lesões nas proteínas ou DNA da célula de modo irreparável, fazendo com que a célula se suicide de modo
organizado. Já a necrose é sempre patológica e gera resposta inflamatória pelo extravasamento de conteúdo
intracelular, que ocorre devido a perda da integridade da membrana. essa perda grave da integridade das
membranas também faz com que as enzimas lisossômicas entrem no citoplasma e realizem a digestão dos
componentes da célula, dando origem as alterações morfológicas que caracterizam a necrose. É a principal via
de morte em lesões comumente encontradas, como as que resultam de isquemia, exposição a toxinas, várias
infecções e trauma.
CAUSAS DA LESÃO CELULAR
• PRIVAÇÃO DE OXIGÊNIO
Hipóxia.
• AGENTES QUÍMICOS
• AGENTES INFECCIOSOS
• REAÇÕES IMUNOLÓGICAS
• FATORES GENÉTICOS
• DESEQUILIBRIOS NUTRICIONAIS
• AGENTES FÍSICOS
• ENVELHECIMENTO
LESÃO REVERSÍVEL
Dois aspectos da lesão celular que podem ser reconhecidos por M.O são tumefação celular e
degeneração gordurosa.
A tumefação (alteração hidrópica ou degeneração vacuolar) surge da incapacidade das células de
manter o equilíbrio hidroeletrolítico, resultante da falência dos canais iônicos dependentes de energia na
membrana plasmática.
“Quando afeta muitas células, provoca certa palidez, aumento do turgor e aumento do peso do órgão. Ao
exame microscópico, podem ser observados pequenos vacúolos claros dentro do citoplasma; estes
representam segmentos distendidos e destacados do retículo endoplasmático”
NECROSE
A aparência morfológica da necrose resulta da digestão das proteínas celulares devido ao extravasamento das
enzimas lisossômicas.
As células necróticas mostram eosinofilia aumentada devido as proteínas citoplasmáticas desnaturadas, que
se ligam ao vermelho da eosina, e a perda de RNA citoplasmático, que se liga a hematoxilina.
Padrões de alterações nucleares:
• Cariólise: Esmaecimento da basofilia nuclear devido a perda de DNA pela ação enzimática de
endonuclease
• Picnose: também é observado na apoptose. É caracterizado pelo aumento da basofilia e retração
nuclear. A cromatina fica condensada numa massa solida e basófila.
• Cariorrexe: o núcleo picnótico sofre fragmentação. Com o decorrer do tempo – 1 ou dois dias – o
núcleo da célula desaparece.
➔ Necrose liquefativa:
Ao contrário da necrose coagulativa, é caracterizada pela digestão das células mortas, resultando em uma
massa viscosa liquida. É observada em infecções bacterianas focais e as vezes em algumas infecções fúngicas,
porque os micróbios estimulam o acumulo de leucócitos e a liberação das suas enzimas. O material necrótico
formado é geralmente amarelo viscoso devido a presença de leucócitos mortos, e é chamado de pus.
Frequentemente a morte das células nervosas por hipóxia se manifesta como necrose liquefativa.
➔ Necrose gangrenosa:
Não é um padrão especifico, mas é um termo usado na clínica. Em geral se refere a um membro como braço
ou perna que tenha perdido seu suprimento sanguíneo e sofrido necrose (geralmente necrose de coagulação),
envolvendo seus diversos planos teciduais. Quando uma infecção bacteriana se sobrepõe, ocorre a necrose
liquefativa devido as enzimas degradativas de bactérias e do infiltrado leucocitário, como formação de pus.
➔ Necrose caseosa:
É mais frequentemente encontrado em
focos de infecção tuberculosa, e recebe
esse nome (caseosa = semelhante a
queijo) porque a lesão adquire um
aspecto esbranquiçado. No
microscópio, a área necrótica é
caracterizada por uma coleção de
células rompidas e restos amorfos
delimitados por uma borda inflamatória
distinta. É um tipo de necrose
característico de granulomas.
➔ Necrose fibrinoide
Forma especial de necrose nas paredes de vasos sanguíneos, causada pelo acumulo de imunocomplexos
nessas paredes, acompanhado de fibrina extravasada. Resulta em uma aparência amorfa rosa-brilhante,
semelhante a fibrina. É observado em vasculites imunologicamente mediadas.
DEPLEÇÃO DE ATP
A depleção e redução da síntese de ATP é comum em lesões isquêmicas e química. As principais causas de
depleção de ATP são a redução do fornecimento de oxigênio e nutrientes, danos mitocondriais e ação de
algumas substancias toxicas como o cianeto. A depleção de 5 a 10% de ATP produz efeitos críticos:
• Redução da atividade da bomba de sódio dependente de energia, causando a saída de potássio e a
entrada de sódio na célula, acompanhada da entrada isosmótica de água, gerando tumefação celular
e dilatação do reticulo endoplasmático.
• Alteração do metabolismo energético celular. Quando o fornecimento de o2 para as células é
reduzido, ocorre a diminuição da concentração de ATP, acompanhado do aumento de monofosfato
de adenosina, que leva a um aumento da glicólise anaeróbica a partir do glicogênio, a fim de manter
os níveis de ATP, gerando como subproduto altas taxas de ácido lático e fazendo com que as reservas
de glicogênio sejam rapidamente exauridas. Esse ácido lático diminui o pH intracelular, fazendo com
que diversas enzimas fiquem inativadas.
• Falência das bombas de Ca, levando ao influxo de cálcio que é um segundo mensageiro de varias
cascatas de sinalização, gerando danos em vários componentes celulares.
• Destacamento dos ribossomos devido a redução/depleção prolongada do ATP, o que causa um
rompimento estrutural do aparelho de síntese proteica, com redução da síntese proteica.
• Acumulo de proteínas mal dobradas no RE, em consequência a privação de oxigênio e glicose, o que
desencadeia uma reação chamada de resposta de proteína não dobrada, que pode culminar em lesão
e morte celular. Essa reação gera um aumento na produção de chaperonas, acentuando a regulação
de proteínas e a degradação proteossomica de proteínas anormais.
• Dano irreversível às mitocôndrias e as membranas lisossômicas, e a célula sofre necrose.
DANOS MITOCONDRIAIS
As mitocôndrias são elementos críticos em todos os tipos de lesão e morte celular. Podem ser danificadas pelo
aumento de Ca citosólico, redução da oferta de oxigênio e por EROs. As 3 principais consequências dos danos
mitocondriais são:
• O dano mitocondrial frequentemente resulta na abertura de um canal de membrana mitocondrial
chamado poro de transição da permeabilidade mitocondrial, que leva a perda do potencial de
membrana mitocondrial e leva a falha na fosforilação oxidativa, gerando depleção do ATP. Isso
culmina na necrose da célula. Um dos componentes do poro de transição da permeabilidade
mitocondrial é a proteína ciclofilina D, que tem sido explorada na farmacologia para redução dos
danos celulares causados por hipóxia, e como um alvo de imunossupressores.
• A fosforilação oxidativa também leva ao aumento da produção de EROs, com vários efeitos deletérios.
• Liberação de proteínas armazenadas entre as membranas da mitocôndria capazes de gerar apoptose,
como o citocromo C e proteínas que ativam as caspases, enzimas indutoras de apoptose.
Os ions cálcios são capazes de mediar várias lesões celulares, e por isso são mantidos em baixas concentrações
no citosol e quase fica sequestrado na mitocôndria e no RE. A isquemia e certas substancias tóxicas causam o
aumento do Ca citosólico, inicialmente pela liberação de cálcio dos estoques intracelulares e, posteriormente,
pelo aumento de influxo de cálcio através da membrana plasmática.
Os radicais livres são importantes componentes da lesão celular em muitas condições patológicas, como a
lesão química por radiação, lesão de isquemia-reperfusão, envelhecimento celular e morte de microrganismos
pelos fagócitos. As Espécies reativas do oxigênio (EROs), são um tipo de radical livre derivado do oxigênio.
As células tem mecanismos que reparam os danos do DNA e das proteínas, contudo, se o dano for muito grave
para ser corrigido, a célula inicia uma reação que elvará ao suicidio por apoptose.
To be continue
LESÃO DE ISQUEMIA-REPERFUSÃO
Novos processos lesivos são gerados durante a reperfusão, de modo que lesões reversíveis avançam para a
morte celular. As lesões de reperfusão se seguem ao restabelecimento do fluxo sanguíneo dentro da área
isquêmica, e são
causadas por estresse oxidativo devido à liberação de radicais livres por leucócitos e células endoteliais. O
sangue traz cálcio que sobrecarrega as células reversivelmente lesadas com lesão mitocondrial consequente.
O
influxo de leucócitos gera radicais livres e citocinas. Há ativação local do complemento por anticorpos IgM
depositados nos tecidos isquêmicos.
As lesões químicas induzem lesão celular por um dos dois seguintes mecanismos gerais:
• Toxicidade direta. Algumas substancias lesam diretamente as células por sua combinação com
componentes celulares críticos. O cloreto de mercúrio se liga a proteínas da membrana celular
aumentando sua permeabilidade e inibindo o transporte de íons. O cianeto envenena a citocromo-
oxidase mitocondrial, inibindo assim a fosforilação oxidativa.
• Conversão em metabólitos tóxicos. A maioria das substancias químicas não é biologicamente ativa
na sua forma nativa, mas, ao serem metabolizadas podem gerar metabolitos tóxicos. Comumente essa
metabolização é feita pelas enzimas oxidases do citocromo p450 no reticulo endoplasmático liso no
fígado e em outros tecidos. Os metabolitos causam lesão celular principalmente pela formação de
radicais livres e subsequente peroxidação lipídica, ligação covalente direta a proteínas e lipídios na
membrana.
APOPTOSE p. 115
A apoptose é uma via de morte celular finamente regulada, em que não há perca da integridade da membrana
nem resposta inflamatória do hospedeiro, e que pode ocorrer tanto em condições fisiológicas como
patológicas.
Apoptose em situações fisiológicas:
• Destruição celular programada durante a embriogênese;
• Involução de tecidos hormônio-dependentes sob privação do hormônio;
• Perda celular em populações celulares proliferativas
• Eliminação de linfócitos auto reativos
• Morte de células que já tenham cumprido sua atividade funcional, ex: neutrófilos e linfócitos.
Apoptose em condições patológicas:
• Dano ao DNA; - acumulo da proteína p53 que paralisa o ciclo celular durante um tempo, caso o dano
seja muito grande, a p53 em acumulo desencadeia a apoptose. Quando alguma célula
• Acumulo de proteínas mal dobradas;
• Morte celular em certas infecções
• Atrofia patológica no parênquima de órgãos após obstrução de ducto – pâncreas, parótida e rim.
MECANISMOS DA APOPTOSE
A apoptose resulta da ativação de enzimas chamadas caspases, as quais na sua forma ativa desencadeiam
reações proteolíticas. As caspases ativas funcionam como marcadores da apoptose celular. O processo de
apoptose pode ser divido em duas fases, a de iniciação, durante a qual algumas caspases se tornam ativas, e
a fase de execução, durante a qual algumas caspases iniciam a degradação de componentes celulares críticos.
A apoptose pode ser iniciada por duas diferentes vias, a intrínseca e a extrínseca.
apoptose.
VIA MITOCONDRIAL (INTRÍNSECA):
É o principal mecanismo de apoptose nos mamíferos, e ocorre devido ao aumento da permeabilidade da
membrana mitocondrial, liberando moléculas indutoras de morte (pró-apoptóticas) do espaço Inter
membrana para o citosol.
Uma dessas moléculas é o citocromo C, que, embora tenha funções fisiológicas no espaço inter membrana
mitocondrial, no citosol ele desencadeia o programa de suicídio por apoptose.
A liberação de proteínas pró-apoptóticas é controlada pela família BCL de proteínas. Essa família pode ser
dividida em 3 grupos conforme a função pró-apoptótica ou antiapoptótica que possuem:
• Antiapoptótico. BCL-2, BCL-XL e MCL1, contêm quatro domínios BH, residem na membrana
mitocondrial externa, no citoplasma e na membrana do RE. Eles mantêm a membrana mitocondrial
externa impermeável, impossibilitando a saída do citocromo C e outras moléculas indutoras de
apoptose para o citosol.
• Pró-apoptótico. BAX e BAK, os quais também contêm quatro domínios BH e, quando ativados, se
oligomerizam com proteínas mitocondriais externas e formam um canal que aumenta a
permeabilidade da membrana mitocondrial externa, permitindo a saída do citocromo C do espaço
intermembranoso para o citoplasma.
• Sensores. Incluem BAD, BIM e BID, que contêm apenas um domínio BH que é o terceiro dos quatro
domínios BH, sendo por isso chamado de proteínas somente-BH3. Agem como sensores do estresse
celular e dos danos, e regulam o equilíbrio entre os outros dois grupos, funcionando como árbitros
da apoptose.
Várias moléculas de pró-caspase 8 são então aproximadas, e elas clivam uma a outra para formar a caspase 8
ativa. Os eventos subsequentes são os mesmos da via mitocondrial e culminam com a ativação de várias
caspases executoras. Essa via pode ser inibida por uma proteína chamada FLIP, que se liga a pró-caspase 8,
mas não tem capacidade de cliva-la. Essa proteína é produzida por alguns vírus, que usam esse inibidor para
se proteger da apoptose mediada por FAS.
NECROPTOSE
Misto entre apoptose e necrose. Ele é morfologicamente e, em alguns aspectos, bioquimicamente semelhante
a necrose, com tumefação de membranas, liberação de EROs etc. Contudo, no que diz a sua ativação
(patologicamente), é ativado por uma transdução de sinal geneticamente regulada, resultando na morte
celular, e nesse aspecto ele é similar a apoptose, embora não promova a ativação de caspase.
O processo da necroptose inicia de modo similar a apoptose extrínseca, com a ligação ao TNFR1 e
também ao FAS, e sensores de DNA e RNA virais a serem identificados.
A piroptose é uma via de morte celular programada que ocorre em células infectadas por micróbios. Ela
envolve a ativação de caspase-1, que cliva a forma precursora da IL-1 para gerar a IL-1 biologicamente ativa.
A caspase-1, juntamente com a intimamente relacionada caspase-11, também causa a morte da célula
infectada.
AUTOFAGIA
Pode ser classificada em 3 formas a depender de como o material citoplasmatico é entregue ao lisossomo:
UNIDADE I - Respostas Celulares ao Estresse e às Agressões Tóxicas.
RESUMO: Robbins 9ª ed. Bogliolo 9ª ed. 22
LUÍS FELIPE PONSONI - MedUFOB
• Autofagia mediada por chaperonas: translocação direta atraves da membrana lisossomal pelas
proteínas chaperonas
• Microautofagia: invaginação para dentro da membrana lisossomal para entrega
• Macroautofagia: sequestro de porções do citoplasma para dentro de um vacuolo autofágico.
A autofagia é vista em varios tipos celulares e é um mecanismo de proteçao quando a célula é privada de
nutrientes, de modo que acabe reciclando seus componentes citosólicos.
Necroptose:
ACÚMULOS INTRACELULARES
Indicam alteraçoes no metabolismo celular, gerando acumulo de substancias que podem ser inofensivas ou
patologicas, podendo ser produzidas pela propria célula ou em outros locais. Essas substancias podem ser
acumular no citoplasma, organelas e também no nucleo. Existem 4 mecanismos principais que geram
acumulos celulares anormais:
• Remoção inadequada de uma substancial normal em decorrencia de um defeito nos mecanismos de
acondicionamento e transporte, como na degeneração gordurosa (esteatose hepática) do figado.
• Acumulo de uma substancia anormal em decorrencia de defeitos geneticos ou adquiridos em seu
dobramento, trnasporte, acondicionamento ou secreção, como ocorre com a alfa-1-antitripsina.
• Falha em degradar um metabólito em decorrencia de uma deficiencia enzimatica hereditária. Doenças
de depósito/armazenamento.
• Depósito ou acumulo de uma substancia anormal exógena quando a célula não tem a maquinaria
necessária para degrada-la ou transportál-la a outros locais, como as particulas de carvão e sílica.
Em muitos casos, se a sobrecarga for controlada e interrompida, a lesão é reversível. Nas doenças de dpósito
genéticas, contudo, o acumulo é progressivo e a sobrecarga causa lesao celular, levando a célula a morte do
tecido e do paciente em alguns casos.
LÍPIDEOS
Esteatose (degeneração gordurosa)
➔ Acumulos anormais de triglicerídeos em células parenquimatosas.
➔ Fígado é o principal orgão acometido, mas também pode ocorrer em coração, músculos e rins.
➔ As causas podem ser diabetes melito, substâncias tóxicas, desnutrição proteica, obesidade e anoxia.
➔ Nas nações desenvolvidas as causas principais de esteatose hepática são o abuso de alcool e a doença
hepática gordurosa não alcoólica (frequentemente associada a diabetes e obesidade).
PROTEÍNAS
DEGENERAÇÃO HIALINA
O termo hialina uma descrição histológica para indicar uma área rósea, comumente encontrada dentro das
células nas condições de gotículas de reabsorção, corpúsculos de Russel, hialina alcoólica etc. a hialina
extracelular é menos comum, mas pode ser vista no tecido fibroso colágeno em cicatrizes antigas, e nas
paredes de arteríolas renais em condições de hipertensão e diabetes, devido o extravasamento e depósito de
proteínas na membrana basal.
GLICOGENOSES
Glicogenoses são doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo de glicogênio em células do fígado, rins,
músculos
esqueléticos e coração e que têm como causa deficiência de enzimas envolvidos no processo de sua
degradação. Dependendo da doença, os depósitos podem ser intralisossômicos ou no citosol. Acúmulo de
glicogênio pode ocorrer também por outros mecanismos. É o que acontece em células tubulares renais no
diabetes melito por causa da reabsorção da glicose presente em excesso no filtrado glomerular.
MUCOPOLISSACARIDOSES
PIGMENTOS ENDÓGENOS
Podem ser: (1) derivadas da hemoglobina (pigmentos biliares, hematoidina, hemossiderina, pigmento
malárico, pigmento esquistossomótico); (2) melanina; (3) ácido homogentísico; (4) lipofuscina.
PIGMENTOS DE HEMOGLOBINA
Pigmentos biliares:
• BILIRRUBINA -Bb
É um produto final do metabolismo da fração Heme das hemoglobinas e outras hemoproteinas.
Seu aumento no sangue, em recém nascidos principalmente, pode causar lesão cerebral irreversivel, morte, e
nos casos de sobrevida, sequelas neurológicas permanentes. O metabolismo da Bb é essencial para o
diagnóstico de varias doenças hereditárias ou adquiridas, do figado e do sangue.
O aumento na produção da Bb ou defeito hepático na remoção do pigmento da circulação resulta no aumento
do seu nivel no sangue (hiperbilirrubinemia), e um sinal clínico chamado icterícia, que nada mais é que a
deposição do pigmento na pele, mucosa e esclera. O aumento na excreção da Bb na bile por doenças
hemoliticas cronicas favorece a formação de calculos pigmentares, constituidos principalmente por
bilirrubinato de cálcio.
Formação da Bilirrubina
Aprox. 80% da Bb provem das hemoglobinas (HBs) livres resultante da hemocaterese (destruição fisiologica
das hemacias). O restante da Bb origina-se de hemoproteinas hepaticas e do pool de heme livre.
Para a formação da Bb, é necessário que a porção heme da HB se desprenda da globina, em seguida abre-se
o anel prfirínico do heme pela cisão oxidativa da enzima HEME OXIGENASE, na presença de oxigenio e NADPH,
• HEMATOIDINA
Surge em focos hemorrágicos a partir da 2 ou terceira semana após o sangramento, e nada mais é que uma
mistura de lipídios e pigmento semelhante a Bb, com ausência de ferro, formados após a degradação das
hemácias extravasadas por macrófagos nos locais hemorrágicos. Aparece sob a forma de cristais amarelados-
alaranjados, constituídos de agulhas. Não tem nenhuma repercussão para o organismo. É comum estar
associada a hemossiderina.
• HEMOSSIDERINA
Hemossiderina e ferritina são as duas principais formas de armazenamento intracelular de ferro. Cerca de 65
a 70% do ferro do organismo está nas hemoglobinas, 10% nas mioglobinas e os 20-25% restantes estão
armazenados como ferritina e hemossiderina nos hepatócitos, e macrófagos do fígado, baço, medula óssea e
linfonodos. O ferro é vital para o organismo pois participa de diversos processos metabólicos, mas é
potencialmente tóxico, e por isso é necessário um equilíbrio constante entre a absorção intestinal, transporte
plasmático, armazenamento nos hepatócitos e macrófagos e utilização das células.
A ferritina é uma proteína distribuída amplamente no citosol na forma de micelas, vista somente na
microscopia eletrônica, e tem função não só de armazenar o ferro, mas de mante-lo na sua forma oxidada,
controlando sua atividade pró-oxidante formadora de radicais livres. Quando há excesso de ferro, a micelas
de ferritina se agregam e formam a hemossiderina, que é um pigmento visto na microscopia óptica. Sua
formação leva os seguintes passos:
A deposição excessiva de hemossiderina nos tecidos (hemossiderose) pode ser localizada ou
sistêmica.
A localizada é encontrada em hemorragias, em que a hemossiderina é vista no interior de macrófagos após 24
a 48h após o inicio do sangramento.
pode ser evidenciada macroscopicamente nas contusões cutâneas, um a três dias depois
de sua ocorrência. Logo após um traumatismo, a hemorragia aparece como uma área
vermelho-azulada ou negro-azulada, devido à hemoglobina desoxigenada. Com o início
da degradação da hemoglobina e formação de biliverdina e Bb, a pele adquire tonalidade
verde-azulada a amarelada e, finalmente, com a formação de hemossiderina, cor
ferruginosa ou amarelo-dourada.
A hemossiderose sistêmica ocorre por aumento da absorção intestinal de ferro, em anemias hemolíticas e
após transfusões de sangue repetidas. O pigmento acumula-se nos macrófagos do fígado, baço, medula óssea,
linfonodos, e mais esparsamente, nos da derme, pâncreas e rins. Mesmo ocorrendo deposição
intraparenquimatosa de hemossiderina, geralmente não há lesão celular suficiente para gerar disurbio
funcional nos órgãos.
• PIGMENTO ESQUISTOSSOMÓTICO
É semelhante a hemozoína, e nada mais é que o produto da digestão da hemoglobina, na qual o grupo heme
é cristalizado e regurgitado constitutivamente pelo Schistossoma, se acumulando nas células de Kuppfer,
macrófagos do baço e no tecido conjuntivo dos espaços portobiliares. Não traz repercuções para o organismo.
MELANINA
ÁCIDO HOMOGENTÍSICO
LIPOFUCSINA
Pigmento insolúvel também chamado de lipocromo ou pigmento de desgaste. É um polímero de lipídios e
fosfolipídios que formam complexos com proteínas. Ela não é nociva a célula, mas indica que está
havendo lesão celular por radicais livres e peroxidação lipídica. Nos cortes histológicos ela aparece como
um pigmento castanho-amarelado, com aspecto granular citoplasmático, frequentemente perinuclear.
São particularmente proeminentes no fígado e coração de pessoas idosas ou em pacientes com
desnutrição grave e caquexia do câncer.
PIGMENTOS EXÓGENOS
• ANTACROSE
O mais comum é a poeira de carvão, que quando inalado é assimilado pelos macrófagos dentro dos alvéolos
e então transportados para linfonodos regionais na região traqueobrônquica. O acumulo desse pigmento gera
cor negra no pulmão – ANTACROSE – e aos linfonodos envolvidos. os agregados de poeira de carvão podem
gerar uma reação de fibrose ou até enfisema, causando uma doença pulmonar grave chamada
pneumoconiose dos trabalhadores do carvão.
• ARGIRIA
Tais partículas são encontradas ao longo da borda externa das membranas basais de glândulas sudoríparas,
glândulas sebáceas, folículos pilosos, junção dermoepidérmica e vasos sanguíneos, bem como em fibras
elásticas, ao redor de fibras nervosas mielínicas e amielínicas e macrófagos da derme.
• CRISÍASE
• TATUAGEM
CALCIFICAÇÕES
Diferentes estruturas podem desencadear o processo de precipitação de cálcio, funcionando como núcleo
primário. A precipitação de sais de cálcio inicia-se com a formação de cristais de hidroxiapatita, os quais, por
si mesmos, favorecem as continuas precipitações de novos cristais - núcleo secundário. Uma vez iniciado o
processo de precipitação, a propria concentração de calcio nos liquidos corporais é capaz de mantê-la.
CALCIFICACÃO DISTRÓFICA
Restos necróticos são bastante susceptíveis a deposição de calcio, principalmente em necrose caseosa,
coagulativa ou gordurosa. Calcificação associada a esteatonecrose, encontrada na pancreatite aguda, resulta
da combinação de cálcio com ácidos graxos liberados pela ação da lipase pancreática sobre os triglicerídeos.
As calcificações surgem em necrose isquemica de infarto, necrose caseosa na tuberculose, e tambem surgem
em cicatrizes, ateromas e cartilagens.
Em tecidos necróticos, a deposição de calcio ocorre de maneira gradativa, iniciando com pequenos granulos
que se depositam de forma concêntrica de cristais de hidroxiapatita, formando um aspecto "em alvo"
(calcosferitas).
Os possíveis mecanismos que explicam a formação de depósitos de cálcio são:
1. Exposição de núcleos primários (fosfolipideos de membranas, uma vez que o cálcio pode se ligar a essas
moleculas, e, ao cálcio, ligam-se fosfatos, formando cristais inicialmente apoiados sobre a própria membrana
celular. Em tecidos necróticos e em placas ateromatosas, os fosfolipideos são abundantes. Outras moléculas
como fibras elástivas, fibras colagenas, acidos graxos, bacterias e proteinas desnaturadas podem atuar como
nucleos primarios e iniciadores da calcificação.
2. Aumento local na contenctração de calcio e/ou fosfato.
3. Remoção de inibidores de calcificação.
CALCIFICAÇÃO METÁSTICA
Surge quando o cálcio é reabsorvido do tecido ósseo em condições patológicas em que não há excreção
adequada pelos rins, gerando depósitos em outros locais.
Em geral, quando o produto das concentrações séricas de calcio e fosfato fica acima de 35 ou 40 em adultos,
ocorre calcificação metástica.
Causas:
A principal causa da hipercalcemia é a hipersecreção do paratormônio, que estimula a atividade osteoclástica
e a reabsorção óssea. Isso é comum no hiperparatireioidismo primario, tumor (adenoma geralmente) ou
hiperplasia de paratireoides, responsaveis por essa super secreçao.
Em outros casos o aumento de paratormônio é sua produção ectópica por células neoplasicas.
Além disso, muitas doenças ósseas podem causar hipercalcemia. O acometimento extenso por neoplasias,
como mieloma ou metastase dissemiandas provoca rapida perda óssea, com aumento da calcemia.
Na doença de Paget, o aumento da remodelação óssea tamém leva a hipercalcemia. Até mesmo a imobilização
prolongada aumenta a calcemia, uma vez que remove estímulas para formação de tecido ósseo, enquanto
continua ocorrendo reabsorção.
Os depósitos de calcio metastáticos podem ocorrer principalmente nos pulmões, rins, arterias
sitemicas, veias pulmonares e córneas. O que esses órgãos tem em comum é o fato de secretarem ácidos,
criando um compartimento interno alcalinizado.
Acredita-se que tantos mecanismos intrínsecos da célula como mecanismos induzidos pelo ambiente sejam
responsáveis pelo envelhecimento celular.
DANO AO DNA
- Danos cromossômicos, diminuição da replicação, transcrição e outros mecanismos que envolvem o
desenrolamento do DNA.
SENESSÊNCIA CELULAR
Todas as células normais têm uma capacidade limitada de replicação, e após um número fixo de divisões, as
células ficam paradas em um estado final em que não existe mais divisão, conhecido como senescência
replicativa.
Isso ocorre por dois mecanismos:
• Desgaste do telômero
o Somente células germinativas contem quantidades significativas de telomerase. Células
tronca contém um baixo número, e células somáticas não dispõem de telomerase. Suspeita-
se que algumas células neoplásicas reativem a expressão significativa da telomerase e por isso
são “imortais”
• Ativação dos genes supressores de tumor
o Protegem as células da replicação descontrolada, ao passo que as empurram ao longo da vida
da senessência.